O PT E O PED (PROCESSO DE ELEIÇÃO DIRETA)

Como está o PED em Parauapebas? (A Estrela Ferida)

 

O PT de Parauapebas está passando por um momento crucial e confuso em toda a sua existência. Um partido de massa, combativo, organizado criado por valorosos pioneiros como Dona Carmelita, Barbudo, Seu Jaime, entre outros, construiu aqui em Parauapebas uma história de lutas e muita solidariedade. Era mais do que um Partido. Era uma irmandade.

Desde a fundação do primeiro núcleo em 1987, o partido cresceu até se atrever a ganhar uma eleição para prefeito em Parauapebas. Eis o problema. Após chegar ao poder o PT descobriu que não estava grande e maduro o bastante para lidar com a poderosa máquina que é a Prefeitura de Parauapebas. Começaram a surgir intrigas e contradições políticas. O que antes era motivo de escândalo, agora passou a ser encarado como normal. Alguns companheiros não souberam lidar com a grande tarefa que era administrar Parauapebas. Sem contar com o processo de inchaço que teve no partido. Agora no poder, todo mundo queria ser petista e outros ex-petistas que já tinham abandonado o barco ressurgiram de repente exigindo sua parte nesse latifúndio. Com essa crise de identidade o PT mergulhou num processo de auto canibalismo, de autodestruição até quase chegar a sua extinção. Eu disse quase, pois o partido é gigante, é capaz de reagir e ressurgir das cinzas como uma fênix.

A verdade é que esse período de governo fez muito mal ao PT. Muitos militantes históricos se afastaram por desilusão política ou por intrigas internas. Muitas vezes a história dos que se sacrificaram para construir esse partido foi jogada por terra por mesquinharia e disputas pequenas. 

Hoje o PT em Parauapebas está completamente desestruturado. Para se ter uma ideia, até a sede que ocupa foi cedida por falta de condições de pagar um aluguel. Politicamente a coisa se complica ainda mais. Após as eleições municipais onde tivemos quase 30 mil votos, o partido não conseguiu sequer reunir seus filiados para uma avaliação, coisa impensável em outros tempos. Prestação de contas? O que é isso? Isso não nos pertence mais. O PT ficou refém de um grupo que se apoderou do Diretório e fechou todas as portas.

Com todo esse clima o partido vai para as eleições no dia 10 de novembro. Para presidente teremos 3 candidatos: o Tadeu que representa a atual direção e é apoiado pelo deputado Milton Zimmer; o Jorginho que representa o grupo do MST e o Vereador Zé Arenes que representa o grupo dos que não estão satisfeitos com a atual situação do partido e querem renovação. Para o Diretório temos 4 chapas diferentes disputando as vagas. 

Para se ter uma ideia da situação, até agora não houve nem um debate, nem um seminário, nem um encontro de formação com os filiados.  A coisa está se resumindo na disputa entre grupos que já tem seus seguidores e acham que tem votos suficientes para ganhar a eleição. Nada de ir em busca de eleitores, nada de convencimento, de argumentação.

Mas o PT é grande, é maior que as intrigas e fofocas. Ainda há tempo para reconstruir. Ainda há tempo de refazer sua história e trazer de volta o brilho, a paixão, o envolvimento sincero, a militância verdadeira e desapegada.