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sexta-feira, 21 de abril de 2017

A MESQUINHEZ DE MORO É SUA DERROTA MORAL

POR  · 20/04/2017

tatuagem
Em sua coluna, hoje, na Folha, Janio de Freitas gasta poucas linhas para traçar o perfil moral do juiz Sérgio Moro:
O juiz Sergio Moro ofereceu mais uma demonstração de como concebe o seu poder e o próprio Judiciário. Palavras suas, na exigência escrita de que Lula compareça às audiências das 87 testemunhas propostas por sua defesa:
“Já que este julgador terá que ouvir 87 testemunhas da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva (…), fica consignado que será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências na quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua defesa, a fim de prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por provas emprestadas”. É a vindita explicitada.
Um ato estritamente pessoal. De raiva, de prepotência. É uma atitude miúda, rasteira. Incompatível com a missão de juiz. De um “julgador”, como Moro se define.
O Judiciário não é lugar para mesquinhez.
Ouso, concordando com a ideia, discordar de mestre Janio na realidade dos fatos.
Tornou-se, sim, o lugar da mesquinhez, onde a acusação e a prisão passaram a corresponder a uma opção político-ideológica e, a segunda, como uma afirmação moral e não um castigo legal, ao qual se antecipa.
Tanto é assim que pessoas ainda não condenadas – ou condenadas ainda sem trânsito em julgado de suas sentenças – são mantidas presas meses a fio, para forçar-lhes uma delação conveniente, sob justificativas vagas que correspondem, no fundo, aos doutores se  igualando aos papos irresponsáveis de botequim, na base do “roubou (ou digo, ou suponho que), tem de ser preso.
Mas há, ainda, outra constatação que se pode fazer, ante a mesquinharia de Moro. É que, embora seu poder legal seja imenso e arbitrário, ampliado pela covardia moral dos tribunais de 2ª e da suprema instâncias, que tremem de medo de aparecerem como revogadores de suas decisões, o juiz de Curitiba e virtual dono do Brasil sofre de uma irreversível desvantagem moral.
É que Lula penetrou em sua alma e psiquê, é uma obsessão, é o resumo de sua existência medíocre e arrogante. Destruí-lo é  sua razão de viver.
Já Moro é um – mais um – acidente na trajetória de Lula, por mais fatal que se possa admiti-lo.
Por isso, se me fosse perguntado que conselho modesto eu poderia dar ao ex-presidente, às vésperas de seu depoimento e ante a maratona de audiências a que Moro quer obriga-lo a presenciar, calado, sem poder se manifestar,  diria que eu sigo o conselho que ouvi de Brizola. Na campanha de 1989, numa reunião com intelectuais, promovida por Gilberto Gil na casa do sempre gentil Chico Buarque de Holanda, ele disse: “na hora da dificuldade, eu vou me aconselhar com os poetas”.
Dou então, um conselho de Raul Seixas a Lula, no seu Gita, que parece ter sido escrito pensando em Moro:
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim

quarta-feira, 12 de abril de 2017

A PAIXÃO DE CRISTO NOS DIAS ATUAIS

De que lado você ficaria?


Outro dia estava numa reunião religiosa e durante o momento da reflexão, alguém perguntou: "e se Jesus voltasse hoje como humano e vivesse novamente em nosso meio, reconheceríamos como filho de Deus? Seguiríamos ou condenaríamos?" Apesar de parecer fácil, essa pergunta é muito difícil e polêmica. Aproveito o momento onde os cristãos comemoram a Semana Santa e a Páscoa para fazer essa pergunta a vocês. Eu confesso que fiquei com dúvidas.

Para ajudar nessa reflexão, faço alguns questionamentos. Esqueça um pouco o Jesus filho de Deus, Homem Santo, enviado à terra pelo próprio Deus. Esqueça um por um momento o que você conhece através dos quatro evangelhos. Tente voltar ao tempo e imagine-se vivendo em Jerusalém ou na Galileia. Procure conhecer a história daquele povo, a relação de poder, suas leis, seus hábitos e costumes. Você ficará surpreso ao descobrir que a realidade daquele povo no tempo de Jesus era muito parecida com a nossa realidade atual. E se você observar o poder romano, suas artimanhas, seus julgamentos, a relação de opressão com o povo, e, principalmente, sua estrutura jurídica, ficará ainda mais surpreso. Não é à toa que a nossa justiça e nossas leis são baseadas no modelo romano. Herdamos até os termos em latim exaustivamente utilizado nos tribunais.

Comparando a realidade em que Jesus viveu no seu tempo com a nossa, comparando os preconceitos existentes com os nossos, comparando o nível de alienação e submissão daquele povo, arrisco-me a desconfiar que hoje, o poder institucionalizado crucificaria Jesus novamente e o povão estaria lá aplaudindo e vibrando.

Está achando que isso é exagero, uma heresia? Então acompanhe meu raciocínio:


  • Para começo de conversa, Jesus era pobre, defendia os pobres e andava com pobres. Só esse fato em si já seria motivo para ele ser recriminado na atual sociedade. Se tirarmos a máscara da hipocrisia, perceberemos que a sociedade não suporta pobres que se mete a querer ter algum destaque. E esse sentimento é tão forte que o próprio pobre sofre uma lavagem cerebral para pensar que não tem direito a ter acesso a certas oportunidades. Olhe o que uma socialite escreveu em sua coluna num importante jornal: "Ir a Nova York já teve sua graça, mas, agora, o porteiro do prédio também pode ir, então qual a graça?" (Danuza Leão - 2012).  Constantemente, observo pobres fazendo piadas contra pobres e criticando os programas sociais que tiram o povo da miséria. Esse é o poder invisível da lavagem cerebral que atinge principalmente as classes de menos acesso ao conhecimento. Então, desconfio que se um ser humano aparecesse aqui hoje, tipo esquisitão barbudo de chinelos, ensinando que os pobres serão os bem aventurados, que tem direitos a uma vida digna, que deve ter o acesso à universidade facilitado, que não deve aceitar ser explorado, seria perseguido, acusado de subversivo, louco, fanático... Quem sabe, chamaríamos de comunista e mandaríamos ir para Cuba?!
  • Em segundo lugar, Jesus andava com pecadores, com prostitutas, cobradores de impostos e tudo quanto era gente não recomendada. Já imaginou essa situação vivenciada hoje? Que julgamento faríamos? Imagine um líder religioso atualmente fazendo o que Jesus fez em sua época? Você conhece algum líder religioso atualmente que condena o preconceito contra gays, prostitutas, que defende e protege os excluídos e foi recriminado por isso? Por outro lado, vejo milhões de jovens e famílias "cristãs" defendendo com unhas e dentes líderes religiosos e políticos que pregam abertamente a intolerância, que apoiam ideias machistas, a misoginia e a discriminação racial. Vejo gente de "bem" defendendo a pena de morte e repetindo que "bandido bom é bandido morto", enquanto Jesus defendeu até uma prostituta condenada ao apedrejamento por adultério (crime grave na época).
  • Jesus não morreu de morte natural nem de acidente. Ele foi um prisioneiro político. O que incomodou a elite romana não foi sua pregação religiosa, mas sua prática, seu posicionamento firme contra a exploração dos humildes, contra a hipocrisia do poder. Ele não ficou em cima do muro. Jesus teve lado e defendeu até as últimas consequências a justiça social, a igualdade e a fraternidade. Ele disse: "Eu vim para que as ovelhas tenham vida, e para que a tenham em abundância" (João, 10, 10). E isso irritou os poderosos que viam-O como uma ameaça aos propósitos de poder do Império Romano. E hoje? O que fazemos com nossos líderes que ousam a pregar uma sociedade justa e igualitária? O que fazemos com quem ousa a desafiar e enfrentar os poderosos? O que pensamos de alguém que aparece defendendo as mesmas idéias que Cristo defendeu?
  • Ler a Bíblia hoje e compreender que Jesus foi injustiçado é fácil. Ir para a igreja e reviver com emoção a Paixão de Cristo é bonito e emocionante. Mas pare e compare o julgamento de Cristo com os julgamentos que fazemos hoje. Jesus foi preso, julgado e condenado à morte por um tribunal legítimo. Seus algozes seguiram todo o rito do processo e, aparentemente, aos rigores da lei, foi um julgamento justo e houve até o sagrado direito a defesa. Para os entendidos no direito, foi seguido todo o rito processual. No entanto, sabemos que seu julgamento foi uma farsa, um teatro montado para dar legitimidade a uma acusação falsa. Atualmente, nossos tribunais continuam julgando e condenando inocentes. E o povão o que fala? "Ah, se está preso é porque deve". "Se não devesse nada, não teria sido condenado, afinal, juízes estudaram e sabem o que estão fazendo". "Tá na cara que é culpado. Não temos prova, mas temos convicção". E você, o que diria? 
  • Tanto Pilatos como Herodes até tentaram livrar a barra de Jesus. Pilatos chegou a declarar: "Eu não acho neste homem culpa alguma. Mas eles insistiram fortemente: Ele revoluciona o povo ensinando por toda a Judeia, a começar da Galileia até aqui" (Lucas, 23, 4-5). Veja que o próprio povo manipulado pelas autoridades romanas pediu a morte de Jesus. Preferiram soltar Barrabás. E hoje, será que não estamos fazendo o mesmo? Analisem nossa história recente. Sem querer fazer nenhuma comparação, quando Tiradentes foi condenado à forca, o povão foi para a praça aplaudir a morte de quem eles chamavam de facínora traidor da pátria, para depois de um século transformá-lo em herói nacional, o mártir da inconfidência. Isso lhe diz alguma coisa? Por que o povo sempre fica do lado dos poderosos e contra os líderes que lutam pela libertação desse povo? Por que o povo tem a tendência de endeusar juízes e achar que os doutores estão sempre corretos? Foi exatamente assim com Cristo.
  • E para terminar, imagine Jesus vivendo aqui na Terra hoje e invadindo uma igreja e quebrando as maquininhas de cartão de crédito e dizendo: "Não está porventura escrito: a minha casa será chamada casa de oração para todas as nações, mas vós fizeste dela um covil de ladrões"(Marcos, 17). Acho que ele seria expulso a pontapés e seria acusado de estar possuído pelo demônio. 
Pense nisso. Reveja os seus conceitos, seus preconceitos,  seus prejulgamentos e viva intensamente a verdadeira Paixão de Cristo.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Deputado do Pará diz que está sendo ameaçado de morte por milícias



Denúncia foi feita durante o pronunciamento na Alepa nesta quarta-feira, 5. Carlos Bordalo é presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Alepa.




O deputado Carlos Bordalo (PT) denunciou que está sendo ameaçado de morte por milícias, em pronunciamento feito na manhã desta quarta-feira (5) na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). O parlamentar é presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alepa e foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Milícias.

De acordo com o deputado, ameaças que decretam a sua morte, de familiares e pessoas próximas, apareceram após o julgamento de dois comandantes de milícias da chacina o corrida no Guamá, em novembro de 2014.

“Nós começamos a receber de novo os recados, ameaças, até que recentemente uma pessoa anônima foi até o meu gabinete pedindo para não ser revelado o seu nome, dizendo que teve acesso a informações de reuniões desses grupos em Belém, que decretaram a minha morte e que se não me matarem vão matar filhos, namorada e quem estiver ao meu redor”, denunciou o parlamentar.

Ainda durante o pronunciamento, Bordalo defendeu ações mais efetivas para a área de segurança pública, em especial aos assassinatos de defensores de diretos humanos, pois segundo o deputado, há uma escalada de assassinatos de ativistas ambientais no mundo inteiro.

“O relatório da ONG internacional Global Witness destaca que o Brasil e Camboja são os países mais afetados pelo problema. A entidade estima que aproximadamente mil pessoas foram assassinadas por essa razão na década passada. O Brasil tem uma liderança vergonhosa nessa estatística, com uma estimativa de 365 casos de assassinatos de líderes conservacionistas no período”, destacou Bordalo, , lembrando os assassinatos de Chico Mendes (há 28 anos), Irmã Dorothy Stang (há 12 anos) e dos extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo (há seis anos).

quinta-feira, 6 de abril de 2017

CAVALO DO CÃO ELETRÔNICO

A pedido de vários leitores do Blog, posto novamente esse texto escrito em 15 de fevereiro de 2016. Espero contribuir com uma atitude mais positiva e com o bom senso na utilização das redes sociais.


A expressão "cavalo do cão" é muito usada nos terreiros de macumba para designar pessoas que recebem uma entidade para ser o portador de alguma mensagem, alguma missão macabra. Geralmente essas pessoas são fracas, autossugestionáveis,  e tornam-se objetos dos interesses dos líderes dessas entidades. Espalham mensagens que não são suas, sempre com o objetivo de confundir as mentes das pessoas, buscando assim o domínio através da manipulação.


Atualmente, em tempos da massificação das redes sociais (Face, WhatsApp, Instagran, entre outros), achei bem apropriado usar o termo "cavalo do cão" com uma pequena atualização: "cavalo do cão eletrônico". Trata-se daquelas pessoas que vivem espalhando mensagens que não são suas, e que nem conhecem seus autores ou se são verídicas ou não.

Geralmente esses cavalos do cão eletrônicos são pessoas com baixa capacidade mental, baixo nível de informação, ou até mesmo desavisados que são perfeitos para disseminarem mentiras e fofocas nas redes sociais. Porém, há também entre os cavalos do cão eletrônicos pessoas de uma certa inteligência, mas descuidadas ou maliciosas o bastante para compartilhar uma mensagem sem saber a veracidade, apenas por questão ideológica ou religiosa.

Como funciona e como agem os cavalos do cão eletrônico?


Com a rapidez das redes sociais, basta alguém criar uma mensagem qualquer com algum apego emocional ou de cunho religioso e até falso-moralista. Pronto! Quanto mais apelativa for a mensagem, mais rápido ela vai se tornar viral, vai se espalhar como uma epidemia incontrolável. E as consequências costumam ser drástica. Lembram daquela mulher que foi linchada em 2014 no Guarujá por suposta prática de magia negra? Pois é. Começou com um site local acusando-a de praticar tal ato envolvendo crianças. Rapidamente alguns cavalos do cão sem confirmar a veracidade da notícia, espalharam-a e a população ensandecida capturaram e espancaram uma pobre mãe de família inocente que veio a óbito no hospital.

Um outro exemplo aconteceu recentemente  em Goianésia. No dia 25 de janeiro o prefeito daquele município foi assassinado enquanto participava de um velório. Logo em seguida circulou pela internet a foto de dois jovens mortos como sendo os pistoleiros que vitimaram o prefeito. Acontece que esses jovens (mostrado de forma macabra com muito sangue) foram vítimas de um acidente de moto. E vi muitas pessoas "inteligentes" de Parauapebas compartilhando essa imagem cruel. Como você se imaginaria nessa situação? Como você acha que ficou a família que além de perder um filho drasticamente ainda viu sua imagem envolvida em acusação de pistolagem?

Geralmente, as pessoas que tem intenção de espalhar uma mentira, usam apelos emocionais, morais ou sentimentos religiosos. Alguns são tão ridículos que chego a duvidar da capacidade mental de quem compartilha. Veja alguns exemplos:

* Alguém coloca no Face uma imagem de uma criança sendo espancada ou uma mulher sendo estuprada  e coloca a legenda: vamos compartilhar até que chegue no Luciano Hulk ou nas autoridades e esse monstro seja preso. Que absurdo! Quem compartilha isso está apenas ajudando a espalhar a violência. Se quem postou quisesse de fato ajudar, entregaria a imagem para a polícia, pois quem filmou sabe de quem se trata. Imagine se alguma autoridade que se preza ou se o Luciano Hulk vai dar importância a imagem que nem sabe de onde veio!

Alguém coloca imagem de uma pessoa doente, de preferência bem bizarra e sensacionalista. Na legenda escreve: vamos ajudar esse inocente. A cada compartilhamento o Google doará um centavo para ele. Quanta idiotice! O Google e nem outro grupo da internet não faz doação a ninguém. Isso é coisa de mente doente que quer se aparecer nas redes sociais e quer mostrar que suas postagens estão bombando. Quanto mais compartilhamentos ou curtidas, mas esse tipo de mente doentia se sente importante. Esse tipo de doença geralmente vem de quem quer imitar os famosos que tem milhões de acessos, seguidores e curtidas em suas páginas. Então vale tudo para conseguir ser famoso na rede.

*Uma foto de uma criança com um tronco de madeira atravessado no tórax. Esse é um prato cheio para os piegas de plantão. Na legenda aparece: se você tem fé digite amém e esse anjinho será curado. E ainda vem o apelo final: se fosse putaria você compartilharia, mas como é coisa de Deus, você apenas vai ignorar e rolar para baixo. Puta q. p. Aí já é demais. Sem comentários.

Cavalo do cão eletrônico político


Ultimamente esses cavalos tem sido uma constante nas redes sociais. Desde a última campanha presidencial até o presente momento, as "entidades do além" (Rede Globo, Folha de São Paulo, UOL, etc.) ou os aliciadores de mentes fracas (os playboys elitizados, os mauricinhos perfumados e a elite mal cheirosa preconceituosa e atrasada que não suporta dividir aeroporto, shopping ou universidade com pobre) vem utilizando muito esse recurso. Basta uma mensagem com algum elemento que pareça verdadeiro, ou algum fato que passou na mídia de forma deturpada, pronto: viraliza como verdade absoluta. Exemplos:

"A Dilma mandou para o congresso um Projeto de Lei Número 23.666/18 onde obriga todos os brasileiros a instalarem o chip da besta fera(...) Vamos barrar esse absurdo. Compartilhe em 6 grupos e vamos atingir 1 milhão de compartilhamentos em 7 dias para que o congresso vote contra. Pronto! A isca foi jogada. Basta um inocente propenso a cavalo do cão eletrônico para a mensagem se tornar viral. Ele nem vai se dar ao trabalho de acessar a internet para averiguar a veracidade da notícia, pois é muito preguiçoso para isso.

*O deputado Jean Willys entrou com uma emenda propondo alterar a Bíblia Sagrada. Se você é cristão, nos ajude a denunciar esse elemento que além de gay é comunista. Basta compartilhar. Eu já fiz a minha parte, agora faça a sua para salvar a nossa fé. Agora foi de lascar. Desde quando deputado tem poder de alterar a bíblia? Será que esse idiota não sabe que há muitos anos vivemos num Estado laico? Aliás, gente assim nem sabe o que é Estado laico. E tanto preconceito só poderia partir de uma mente doente.

O cavalo do cão eletrônico é tão sem noção que continua compartilhando mensagens antigas e manjadas que circularam na campanha eleitoral para presidente. Notícias falsas sobre políticos e filhos de políticos que já foram desmentidas na imprensa, continuam sendo divulgadas pelos desavisados. Recentemente, estão divulgando até uma notícia de que a finada Marisa Letícia estaria viva na Itália. e observe que as mensagens dos cavalos do cão eletrônicos sempre vem com o apelo: "compartilhem".

Como não se tornar um cavalo do cão eletrônico


Apenas seja criterioso e cuidadoso com as informações que circulam nas redes sociais. Desconfie de tudo o que lê e use o filtro do bom senso. Se deparar com uma mensagem que ache interessante compartilhar, confira antes a sua veracidade e fonte. Uma vez recebi uma informando que empresa X estaria doando cadeiras de rodas e até colocou um telefone. Como pediram para compartilhar, desconfiei. Liguei para o número informado e confirmei que era apenas trote.

Se alguém quer fazer uma caridade ou posta uma mensagem interessante, jamais vai pedir para compartilhar. Se no final da mensagem vem o apelo pedindo para compartilhar, delete, fuja da armadilha. Geralmente trata-se de alguém querendo fazer você de cavalo do cão. Mensagens interessantes não precisam de apelo. Você compartilhará se for do seu interesse. As vezes recebo umas mensagens até interessantes, mas quando chega no final, vem o golpe: compartilhe para seus amigos especiais ou nos grupos. Se não compartilhar você terá uma má notícia em 3 dias. Aí já é uma ofensa à minha inteligência. Isso me faz lembrar do tempo da vovó onde um vizinho mala botava debaixo de nossa porta uma tal "oração" e dizia que teríamos que fazer 10 cópias e distribuir senão nossa família seria vítima de uma tragédia e que fulano lá na "baixa da égua" (geralmente bem longe) fez como pedido e em 15 dias acertou na loteria. É claro que levávamos o papel para a privada pois na época papel higiênico ainda era artigo raro. Mas muitos vizinhos saiam distribuindo as tais cartas com as famigeradas "orações".

Fique atento para não ser um cavalo do cão eletrônico. O grande antídoto é você se manter informado e ler bastante. Não saia por aí reproduzindo o lixo da grande mídia ou o lixo que circula na internet. que quer te manipular com desinformação ou informação falsa.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Cunha pode estremecer as bases golpistas


Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

O juiz Sérgio Moro tem uma difícil missão: a de manter o Eduardo Cunha encarcerado, isolado e amordaçado. Fará tudo para que ele não abra a boca e entregue seus comparsas do crime que estão instalados nos palácios do executivo, judiciário e no Congresso Nacional. E tudo que for possível será feito.

O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que todos se lembram teve papel relevante no processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff, na prática um golpe parlamentar, pegou 15 anos e quatro meses de prisão ao ser julgado em Curitiba. Terá também que devolver o que surrupiou da Petrobras por ter recebido propina em contrato com a empresa petrolífera para a exploração do ouro negro em Benin, na África.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, que quando ocupava o cargo fazia e acontecia, vai apelar da sentença e os seus advogados vão declarar que ele é inocente e tudo o mais. Cunha, hoje execrado por praticamente todos os setores da sociedade tem carta escondida e segundo denúncias continuava a pressionar parlamentares que ajudou a eleger através de métodos que envergonham a classe política honesta.

Na época em que fazia e acontecia, Cunha era recebido com aplausos pela mídia comercial conservadora e alguns colunistas de sempre. Depois de cumprir a missão a ele designada pelos golpistas de colocar na ordem do dia o impedimento, sem crime de responsabilidade, de Dilma, as denúncias contra ele foram se avolumando, passou a ser persona non grata pelo próprio sistema golpista. Fez inúmeras ameaças de que contaria verdades incômodas para os políticos que se apossaram do poder com a sua inestimável colaboração, inclusive o próprio Presidente ilegítimo Michel Temer. Por enquanto ficou só na ameaça.

De uma forma ou de outra, Cunha hoje é uma peça que preocupa os políticos golpistas, porque é inevitável fazer a ligação entre o condenado e figuras do governo atual. Temer, segundo analistas, não sairia ileso se Cunha finalmente divulgasse o que sabe em matéria das picaretagens do PMDB que desembocaram no golpe parlamentar, midiático e judicial.

Resta agora aguardar se Cunha ao se sentir abandonado por aqueles a quem ajudou a dar o golpe decida contar o que sabe. E pelo visto sabe muita coisa que provavelmente pode abalar ainda mais o já combalido governo ilegítimo de Michel Temer e seus seis Ministros que estão sendo investigados por denúncias de corrupção.

O lamentável dessa história toda é o cinismo de certos setores políticos e midiáticos que consideravam Cunha uma “grande figura” e hoje o tratam como se não tivessem nada a ver com ele. Mas o temem da mesma forma que no passado não tão distante o cultuavam. Não adianta verdadeiramente tapar o sol com a peneira e esconder o que acontecia. Mesmo tendo memória curta, quem tiver dúvidas basta consultar os espaços midiáticos de quando Cunha tinha poder no Parlamento e em outras áreas nacionais.

Na verdade, Cunha é um exemplo concreto do que se transformou a política brasileira nos últimos tempos, sobretudo a partir do golpe parlamentar, midiático e judicial que culminou com a ascensão de Michel Temer e sua patota do PMDB, PSDB, DEM e outros agrupamentos políticos que compõem a base aliada golpista, que Cunha se quiser e tiver coragem pode balançar o coreto.

Resta agora aguardar o que vem por aí em matéria de Cunha, se é que ainda vem, e se ele realmente abrir o bico e entornar o caldo, o que acontecerá? De qualquer forma é impossível retirar a figura do ex-presidente da Câmara dos Deputados do processo golpista que culminou com o impedimento da Presidenta eleita Dilma Rousseff. Essa é uma verdade que por mais que os golpistas queiram não se pode omitir. Entrou para a história.

A PÁSCOA DE CRISTO X A PÁSCOA DO COELHO

Estamos nos aproximando de uma importante festa dos cristãos: a Páscoa. Originalmente, Páscoa significa ressurreição, a vitória da vida sobre a morte, o renascimento da esperança. É tempo de rever conceitos, de refletir sobre princípios e descobrir os verdadeiros valores que fazem a diferença em nossa vida.

Eis que concorrendo com essa tradição, surge um bicho de olhos vermelhos e pelos branquinhos que consegue roubar a cena. Mas de onde surgiu essa lenda do coelho da Páscoa? De onde saiu essa ideia esdrúxula do coelho que bota ovos e sai distribuindo às crianças? Uma das versões conhecidas dá conta de que teria surgido na Europa. Segundo essa narrativa, uma mulher pobre escondeu ovos coloridos num ninho para entregar aos filhos na festividade religiosa. Quando as crianças descobriram, um grande coelho assustado passou correndo espalhando os presentes, dando aos pequenos a ilusão de que o bicho carregava e distribuía os ovos.

Aqui no Brasil, há a versão de que o coelho simboliza a fertilidade, por isso foi incorporado ao símbolo da ressurreição. Independente das versões criadas, em grande parte do mundo, esse símbolo foi adotado pelo mercado capitalista e transformado numa grande oportunidade de vendas de ovos de chocolate. As várias campanhas publicitárias imprimiram esse símbolo na cabeça do povo, de tal maneira que a Páscoa passou a ser a festa do coelho e o símbolo religioso perdeu espaço. Dar ovos de páscoa de presente para toda a família tornou-se uma obrigação, algo quase sagrado.

Independente de nossa crença, seria importante resgatarmos o verdadeiro sentido da Páscoa. Não precisamos radicalizar deixando de comer os tais ovos que, não vamos negar, são deliciosos. Mas, antes de alimentarmos a fome insaciável do sistema capitalismo com suas armadilhas sedutoras, que tal alimentarmos a nossa fé? Que tal alimentarmos os princípios de solidariedade? Que tal aproveitar esse período para refletir sobre o sentido da nossa existência e do nosso valor? Que tal reforçarmos os sentimentos de solidariedade e amor ao próximo? Afinal, Jesus morreu e ressuscitou para nos ensinar o verdadeiro sentido do amor, da entrega verdadeira e da comunhão com o próximo, e não para nos ensinar a comer chocolate com açúcar.  




segunda-feira, 3 de abril de 2017

Fim ao Ciência sem Fronteiras, foi ordem de Globo a Temer



Um governo que reduz o volume de financiamento estudantil (Fies), corta seu valor por aluno e deixa-o mais caro. Reduz investimentos nas universidades publicas. E agora acaba de enterrar o programa Ciência sem Fronteiras, que levava dezenas de milhares de jovens brasileiros a estudar lá fora.

A matéria de Lauro Jardim, um dos muitos porta-vozes do oficialato governamental, não traz nenhum contraponto crítico. Nenhum especialista é consultado para falar da estupidez que é cortar gastos em educação.

A Globo traz única e exclusivamente a opinião do governo, e faz uma comparação esdrúxula e cínica com o volume gasto em merenda escolar…

Como se o governo fosse usar o dinheiro economizado no Ciência sem Fronteiras em qualquer outra coisa relacionada à educação.

Uma comparação muito mais honesta seria falar dos juros. Segundo o Jurômetro da Fiesp, o Brasil já gastou este ano mais de R$ 100 bilhões com juros da dívida pública. Ou seja, apenas com o pagamento de alguns meses de juros, poderíamos levar mais de 1 milhão de jovens brasileiros para estudar no exterior, por dois, três, quatro anos, e ainda fazer uma revolução nas universidades públicas do país.

Tratar educação como “gasto” é muita ignorância. É preciso pensá-la como investimento e expor os cálculos do retorno que proporciona à economia brasileira!

Além do mais, a matéria da Globo, mesmo curta, é inchada de mentiras, ao dizer, mais uma vez apenas repetindo a palavra do governo, que os jovens “não sabiam inglês”. Uma reportagem da própria Globo, em 2015, mostrava que o programa tinha enviado mais de 70 mil jovens para as melhores universidades do mundo, instituições que, naturalmente, só aceitam jovens com proficiência em inglês e devidamente preparados.

Ora, se havia jovens com dificuldades para aprender inglês, o governo deveria ajudá-los, e não cortar o programa para todo mundo!

Havia até um PDF, com uma tabela de todos os jovens nessas universidades.

E os valores apresentados na matéria pela Globo também são confusos. O portal da Transparência, que Lula criou para exibir todos os gastos governamentais, mostra que o Ciências sem Fronteiras recebeu um aporte federal de R$ 5,3 bilhões em 2014. Ou seja, bem mais do que os R$ 3 bilhões que o governo Temer já achou muito para 2016 e decidiu cortar.

É incrível o desprezo desse governo pelos jovens. O governo parece ter prazer em destruir qualquer sonho que a juventude possa alimentar de um futuro melhor para si!

Não cria um programa novo, não oferece uma proposta. É apenas destruição e sempre com apoio da Globo!

A decisão de pôr fim ao Ciência sem Fronteiras foi uma das primeiras tomadas pelo governo. E assim que o anúncio foi feito, o Globo fez um editorial, elogiando, como mostra a imagem que abre esse post.

Não interessa às elites brasileiras que tenhamos uma juventude educada, sobretudo oriunda de classes humildes, com instrumentos intelectuais para lutar por um país menos desigual.