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sábado, 26 de dezembro de 2015

ADEUS ANO VELHO! FELIZ ANO VELHO!

2015 está acabando e já estamos às portas de 2016. Infelizmente não podemos chamar o ano vindouro de ano novo. Por que não podemos? Não podemos porquê? Infelizmente em 2016 continuaremos com os mesmos velhos vampiros sugando o nosso sangue, e o pior, fazendo de tudo para continuarem no poder. Ou vocês acham que as 2.500 vagas de emprego a mil reais mensais por três dias de trabalho e quatro horas diárias não é uma forma descarada de aliciar cabos eleitorais? E as vagas de quase 300 comissionados? Em qualquer outro município do Brasil isso nem seria cogitado. E se fosse, o judiciário agiria instantaneamente. Mas aqui é a terra do pode tudo. Nossos corajosos vereadores aprovaram e até agora ninguém se manifestou.

Em 2016 continuaremos também com o mensalão da câmara de vereadores. Tudo na maior cara dura sem dar a mínima para a justiça. Mudaram as táticas e as estratégias e até devolveram dinheiro para a prefeitura num golpe de mestre para jogar uma cortina de fumaça na cara de todos. O operador agora está mais poderoso e confiante alojado no ninho do Palácio Cinzento.

Em 2016 o lixo continuará espalhado pelas ruas de todos os bairros, pois nem o espírito natalino foi capaz de sensibilizar o mal velhinho. Esse, deixou o povo passar o Natal com o lixo nas portas, só de mal.

Em 2016 o povo continuará pagando a taxa de iluminação pública e continuará no escuro. E a desculpa será a mesma velha e esfarrapada: "estamos aguardando a licitação".

Em 2016 a perseguição contra os empresários e lideranças que não se dobrarem a corrupção será acirrada. Mas aguentaremos firmes!

Só o GAECO


O único órgão capaz de nos garantir um ano realmente novo é o GAECO.  No dia 26 de maio de 2016 a Operação Filisteu completará um ano e o povo já está descrente. Mas o nível das denúncias são tão graves que não acredito que ficará no esquecimento. Se isso acontecesse, seria a total desmoralização do Poder Judiciário do Pará.

Então, nesse momento, o povo está apostando no desfecho da Operação Filisteu. A confiança na impunidade é tão grande por parte dos membros do poder, que somente a atuação firme da justiça para barrar o abuso.

Caso a justiça haja a tempo, FELIZ ANO NOVO PARA TODOS NÓS!!! QUE DEUS NOS GUARDE E NOS PROTEJA DAS GARRAS DOS ALGOZES.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

O MISTERIOSO NATAL DO SR. OVER


            A casa da família Over estava impecável. A atmosfera natalina era notável à distância naquela suntuosa mansão localizada numa área nobre na zona oeste da cidade. A iluminação era composta por cerca de quatrocentos mil micro lâmpadas de led onde o prateado dava o tom. Várias estátuas de papai Noel de todas as formas estavam postas em lugares estratégicos do imenso jardim florido, e um trenó gigante atrelado a seis renas parecia voar sobre o telhado, num efeito pra lá de psicodélico. Tudo muito perfeito! Até uma máquina jogando flocos de espuma gelada simulava neve naquele clima de 28 graus.

            No interior do casarão uma decoração cuidadosamente preparada por um renomado decorador da capital dava a impressão de se estar no salão de festas do  Palácio de Buckingham. A música da noite foi cuidadosamente selecionada para transmitir a todos o clima de Natal e a harmonia cósmica. A mesa servida fartamente foi toda organizada pelo renomado chef Wild que trouxe a culinária mediterrânea com um cardápio variado capaz de atender a todos os gostos. Uma seleta carta de vinhos e champanhe foi organizada para não deixar faltar bebida.

            A senhora Fernanda Over estava radiante naquela noite. Vestida com um longo vestido prateado vindo de Nova York exclusivamente para a ocasião, mostrava um corpo escultural bem entalhado. Gabava-se sempre de nunca ter tido filhos para manter sua beleza natural, apesar das súplicas do seu marido. Mulher detalhista e vaidosa fazia de cada festa um acontecimento social. Na noite de Natal não poderia ser diferente. Sempre com a Suzy (sua cachorrinha de estimação) no colo, gritava ordens para todos e exigia sempre que tudo estivesse acima da perfeição. Antes de autorizar a equipe montar a mesa, checou pessoalmente cada prato, cada talher, cada taça, e até a textura dos guardanapos de linho branco. Apesar de ser de família pobre e morar na periferia antes de se casar com o senhor Paulo Over, aprendeu rápido as convenções sociais e tomou gosto pelo requinte. Quem não a conhecesse, seria capaz de jurar que teria vindo de alguma família nobre da Europa. Seu passado pobre era um detalhe que madame Fernanda fazia questão de esconder, por isso, seus antigos amigos e familiares não eram bem vindos na mansão. “Gente grossa, mal educada e insuportável”, - resmungava sempre que cruzava acidentalmente com algum. Para suas novas amigas, madame Fernanda era uma perfeita dama. Caridosa, frequentava sempre o culto dominical e periodicamente fazia caridade. Usava sempre sua rede social para espalhar mensagens de cunho religioso e deixava sempre registrado seus protestos contra a corrupção, contra a fome no mundo e, principalmente em defesa da família tradicional e a moral cristã.

            O senhor Paulo Over estava resignado em seu escritório aguardando a convocação da senhora Fernanda para a ceia natalina. Não era muito chegado àquele ambiente agitado que se tornava os preparativos para um evento, e sempre se retirava para a privacidade do seu bunker que se tornara o escritório. Vestia um terno preto que foi cuidadosamente preparado pela senhora Fernanda e os cabelos grisalhos penteados para trás mantinha um brilho prateado, mas não escondia os seus cinquenta e dois anos que completara recentemente.  Era um homem de estatura mediana, corpo atlético que procurava manter com a prática de tênis e até cultivava uma certa vaidade. Jogado na sua poltrona de couro próximo a janela do seu escritório, bebericava uma dose de whisky sem gelo enquanto olhava a iluminação do jardim completamente entregue aos pensamentos sobre sua vida.

            Dr. Paulo como era chamado na formalidade do trabalho se orgulhava do seu passado, ou melhor, de quase todo o seu passado. Nas rodadas de conversa íntima, sempre dava destaque ao fato de ter vindo de baixo, de ter construído com as próprias mãos cada tijolo de sua vida e de nunca ter cometido uma injustiça sequer. Realmente, a história do dr. Paulo daria um bom filme. Sendo o filho mais velho de uma família pobre e numerosa, carregou a responsabilidade de cuidar de todos, pois seu pai ficou inválido num acidente na construção civil. Aos sete anos já ajudava no sustento de casa engraxando sapatos e vendendo bolo que sua mãe preparava. Logo estava na construção civil com o pai trabalhando de ajudante de pedreiro.

            Com muito esforço e incentivo da mãe, Paulo se formou em engenharia civil aos 28 anos, quando já era pai de três filhos. Com quarenta e cinco anos de idade já era um homem rico dono de uma próspera construtora que crescia a cada dia com o faro que ele tinha para os negócios e com a explosão do mercado imobiliário.  Sua primeira esposa – Tereza – que já havia lhe dado cinco filhos, cuidava da administração da casa e da educação dos filhos, além de ajudar o marido nos negócios. Os dois cresceram juntos, e mesmo com toda a riqueza acumulada, viviam numa casa modesta e levavam uma vida simples. Nem Tereza e nem Paulo gostavam de ostentação e preferiam uma vida discreta e segura com os filhos. Viviam felizes até que...

            Numa festa da convenção da empresa OVER Construtora e Administração Imobiliária os olhos do senhor Paulo Over cruzaram com os da estagiária bonita e estonteante que circulava pelo salão. Não pararam de se olhar como se estivessem hipnotizados. Mesmo com toda timidez, chamou-a para dançar. Descobriu que sua deusa se chamava Fernanda, vinte anos mais nova e trabalhava como estagiária na sua empresa há três meses.

            Em menos de um mês após aquela festa da empresa, dr. Paulo já havia se mudado para um flat onde passou a viver com a Fernanda. Com menos de um ano, por exigência de sua nova esposa, já estava instalado naquela luxuosa mansão, onde mudou completamente seu estilo de vida.

            Essas lembranças dançavam em sua cabeça enquanto continuava ali na sua poltrona completamente entregue aos pensamentos. Olhou para o relógio da parede e viu que já marcava vinte e uma horas. Logo a dona Fernanda o chamaria para recepcionar os convidados. Queria que essa hora nunca chegasse. Voltou aos seus devaneios e se lembrou dos natais passados, de sua infância pobre e feliz, da mesa simples e acolhedora, das missas do galo e das orações natalinas. Lembrou dos presentes que ganhara na infância e achava que eram trazidos pelo misterioso papai Noel. Achava que seus carrinhos de plástico eram os mais legais do mundo. E a ceia de Natal! Aquele frango assado com farofa e salada de tomate era a coisa mais deliciosa da vida. “Quando eu ficar rico vou fazer um banquete desse para os pobres e dar muitos presentes para as crianças carentes em todos os natais”, lembrava dessa promessa da juventude. Lembrou da infância dos filhos e chorou. Por um capricho de sua nova esposa, teve que se afastar completamente de sua família. “Aquele bando de bregas só quer sugar o que é seu e tomar você de mim” - falava a Fernanda em seus ataques de ciúmes.

            Um toque nervoso na porta de mogno do escritório e um grito estridente fez o dr. Paulo acordar do sonho e voltar à realidade. “Desça rápido amor. Os nossos convidados já começaram a chegar”.  Paulo solveu o restante do whisky em um só gole, ajeitou a gravata e desceu para a sala que já estava ocupada com os primeiros convidados. Cumprimentou a todos com a mesma educação de sempre. Colegas empresários, as novas amigas de sua esposa com seus maridos ou acompanhantes, representantes do governo, membros de instituições de caridade, políticos, e outras figuras que formavam um caldeirão da mais fina flor da sociedade. Todos vestidos impecavelmente e radiantes por estarem ali no endereço mais cobiçado da cidade.

            A madame Fernanda não cabia em si de felicidade e orgulho. Todos os seus convidados estavam ali. Mesmo com a insistência do seu marido, sua família mais uma vez ficara de fora. “Amor, eles nem vão saber segurar os talheres”, argumentava Fernanda. Paulo olhou em volta. Mesmo com a multidão que ocupava sua sala sentiu-se só. Aqueles rostos eram todos estranhos, no máximo se esbarravam nas reuniões de negócios ou nos encontros sociais que participava de vez em quando para atender aos apelos da Fernanda. Sentiu falta dos amigos, dos seus funcionários, e, principalmente, sentiu falta de crianças. “Que gente vazia! Será que não tem filhos ou apenas os escondem?” – pensava Paulo enquanto sorria e acenava mecanicamente para os convidados.

            De repente ouviu o tilintar de uma sineta de cristal. A dona Fernanda na porta do salão de gala convidava todos para entrar e ocupar seus lugares à mesa. Fez um longo discurso agradecendo efusivamente a presença de todos e finalizou desejando um feliz Natal. Passou a palavra para o dr. Paulo. “Amor, agora é com você”. Um silêncio sepulcral tomou conta do salão. Paulo sentiu vontade de convidar a todos para uma oração. “Melhor não. Esse povo nem deve saber rezar” – pensou. “Mas como vou comemorar o aniversário de Jesus sem ao menos falar o nome do aniversariante?” Sentiu um beliscão de sua mulher e uma ordem ao seu ouvido: “anda logo! Diz qualquer coisa!”

            Paulo pigarreou nervoso e começou a falar.

            “Senhores, senhoras, peço perdão se o que vou falar não é do agrado de vocês. Não sou muito bom com as palavras. Nessa noite comemoramos o aniversário de Jesus, do nosso salvador, e não seria justo ignorá-lo. Todo esse luxo, toda essa mesa farta não condiz com o nosso aniversariante que nasceu numa manjedoura junto com os bichos. Ainda bebê foi obrigado a fugir com os seus pais para garantir a sobrevivência. Viveu no meio dos pobres e nos ensinou a ter humildade e compaixão”.

            Notou-se um olhar constrangido entre os convidados e a Fernanda implorando nervosa para ele parar de falar. Paulo continuou:

            “Já vi muitos de vocês na igreja, nos chás de caridade e ações filantrópicas. Mas nada disso tem importância se não seguirmos o que Jesus nos ensinou. Nada importa se não amarmos os nossos semelhantes independente de sua origem, sua classe, sua cor ou religião. Vejo que aqui tem muita gente importante, mas falta o essencial: o amor verdadeiro. Sinto falta dos meus filhos que abandonei, sinto falta nessa mesa dos meus empregados que tanto contribuem com minha riqueza. Sinto falta de gente! Não posso participar disso. Não quero ser um hipócrita, não quero ser como um sepulcro caiado. Não estou aqui julgando e nem condenando ninguém. Apenas quero um Natal mais cristão. Meu coração pede isso! Peço licença para me retirar.” E assim Paulo saiu de casa sob os olhares atônitos dos convidados.

            Paulo entrou no seu carro e saiu sem destino. Num bairro da periferia, deixou o veículo na rua e continuou a pés. Sua cabeça girava e andava como se estivesse em transe. Alguma força estranha guiava seus passos e ele continuava, mesmo sem saber para onde ir. De repente viu uma movimentação que lhe chamou a atenção. Na rua uma fila enorme com gente simples e muitas crianças. Um grupo estava distribuindo sopa e brinquedos para as crianças. Sentiu ali o verdadeiro espírito natalino e resolveu fazer parte daquela festa. Aproximou-se e teve a melhor surpresa de sua vida: sua ex-mulher Tereza e seus cinco filhos estavam ali coordenando aquela ação.  Criou coragem, se aproximou e pediu para que deixassem abraça-los. Se envolveram num abraço tão verdadeiro, tão fraterno e tão contagioso que quando perceberam, todos estavam se abraçando na rua.

            O dr. Paulo que era muito influente, deu alguns telefonemas e de repente, estava formado ali no meio da rua um grande banquete com milhares de presentes para a criançada. Sentiu novamente seu coração bater, sentiu que estava vivo verdadeiramente e, experimentou o verdadeiro espírito natalino.

            

RETROSPECTIVA 2015 (???)

Prometi aos leitores do Blog que faria uma retrospectiva do ano 2015 em três partes. Na parte I escolhi algumas postagens que tiveram mais repercussão. Na parte II e III faria um resumo de algumas postagens com comentários sobre os fatos. Quando comecei a selecionar, mudei de ideia. Percebi que só havia notícias ruins para comentar e, de notícia ruim nosso povo está cheio.

No poder legislativo não há sequer uma notícia boa, um destaque positivo que eu possa ter o prazer de apresentar aos meus leitores. Só podridão, hipocrisia, sujeira, prostituição, insensatez... No poder executivo nem se fala! Daria uma crônica de terror com direito a cabeça de porco enterrada e velas negras num ritual de magia negra. 

Não vamos generalizar


Mas sem generalização. Tanto na câmara como na prefeitura tem pessoas boas, mas infelizmente ficam sufocadas como uma flor no meio dos arbustos espinhentos. Fica aqui a minha homenagem a esses guerreiros que continuam no pântano sem se contaminar.

Diante desse cenário, só me resta agradecer a Deus por estar vivo e gozando de muita saúde e felicidade. Então não vou mais fazer essa retrospectiva. Vamos aproveitar essa energia positiva do Natal para pensar em coisas boas e preparar o nosso espírito para 2016, onde teremos uma batalha importante a travar.

No final da tarde escreverei uma belíssima crônica natalina para homenagear os leitores desse blog. Aguardem! No mais, desejo um Natal verdadeiro para todos nós.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

INSTITUTO ACTHIVIST COMPRA CARRO COM PATROCINIO DA VALE

Nosso Presente de Natal. Fechando 2015 com Chave de Ouro.

O Instituto Acthivist Organização Humanitária de Assistência as Pessoas Vivendo com HIV/Aids e a Prevenção de Parauapebas, estado do Pará, província de Carajás, recebeu da Vale S/A, doação financeira para a compra de um veículo para realização do Projeto AÇÕES EM MOVIMENTO, desenvolvimento logístico e operacional exclusivo em serviço do Instituto Acthivist.

A relação social entre a Empresa Vale e Instituto Acthivist, ocorreu através da iniciativa de Relações com Comunidade Vale, Parauapebas Pará, representada por Edivaldo Braga, Sérgio Costa, Janderson Rodrigues, Luiz Veloso, Alsoeres Silva e Silvia Cunha. Representando a Empresa Vale Rio de Janeiro, Alice Natalizi e Livia Zandonadi.

Tipo do veículo adquirido: Pálio Fire, flex, 1.0, 4P, ar condicionado, branco.

Objetivos com o veículo do Projeto AÇÕES EM MOVIMENTO: 

1. Visitas às pessoas vivendo com HIV e doente de Aids atendidos pelo Acthivist dos municípios de Parauapebas, Eldorado dos Carajás, Canaã dos Carajás, Curionópolis e Serra Pelada;
2. Acompanhamento biopsicosocial às gestantes e crianças vivendo com HIV e doente de Aids;
3. Atendimento jurídico às Pessoas Vivendo com Hiv e Aids;
4. Realização de palestras e trabalhos em âmbito municipal e regional. Realização de palestras em empresas públicas e privadas, escolas públicas e privadas, comunidades de bairros, fazendas, zona rural, vilas, acampamentos e assentamentos de movimentos de sem terras, casas de programa sexual e outros de Parauapebas e região;
5. Transporte de material educativo em DST/HIV/AIDS como: computador, data show, tela de projeção, panfletos, folhetos, cartazes, preservativos, equipamentos de áudio e vídeo;
6. Assuntos administrativos do Instituto Acthivist;
7. Intercambio com entidades que trabalham com HIV/AIDS e outros projetos sociais;
8. Transporte de cestas básicas para doação;
9. Realização de confraternizações entre pessoas vivendo com HIV, familiares, voluntários e convidados para a promoção da erradicação do preconceito e discriminação;
10. Em fim para um melhor atendimento a causa Aids e o desenvolvimento moral, social, econômico e intelectual das pessoas atingidas direta e indiretamente pelo HIV e a política de prevenção em DST/Aids.

Como eram realizadas nossas ações:

80% realizadas a pé em todos os bairros de Parauapebas
9% realizadas de transporte coletivo/micro-ônibus
11% realizadas de carro emprestado em caráter voluntário

As fotos são ilustrativas do carro modelo adquirido pelo Instituto Acthivist. Fotos realizadas na Concessionária Umuarama Fiat
​ Parauapebas Pará​. Agradecemos carinhosamente a atenção do Sr. Deomar Lima, Gerente Comercial da Umuarama que gentilmente nos cedeu o espaço e uso das imagens do carro e da Concessionaria. O nosso muito obrigado.

O Instituto Acthivist aprendeu muito como se faz e como não se faz no dia a dia na luta contra a Aids. Cada colaborador, cada patrocinador que torna o Acthivist melhor, sinta-se contemplado, agraciado como parte de máxima importância na vida e na história de cada pessoa que vive com HIV e Aids, que esperam de nós a obrigação e o dever de fazer acontecer dias melhores, fazer sorrir, ter esperança e viver com dignidade. Você Diretor e Ativista do Instituto Acthivist juntamente com todos que abraçam essa causa, é um elo forte dessa corrente de aço feita de suor, sangue, lágrimas, dor, esperança, felicidade, garra, autonomia, ousadia, pretensão, confiança em Deus.

Agradecemos a todos de Relações com a Comunidade Vale pelo empenho e dedicação em fazer acontecer a realização da conquista de um instrumento de trabalho, o nosso carro Pálio Fire, flex, 1.0, 4P, 2016, branco.

Frases da Equipe de Relações com a Comunidade Vale que inspiram e motivam o Instituto Acthivist:

Sérgio Costa: “É preciso tocar nas pessoas desenvolvendo projetos sociais que as tirem do vitimismo”
Edivaldo Braga: “O desenvolvimento social é a nossa bandeira”
Luiz Veloso: “Nós acreditamos, nós queremos e é possível”
Janderson Rodrigues: “Persista e insista, é certeza que vão chegar lá”
Alice Natalizi: “Estamos aqui, vocês sabem fazer. Façam!”
Alsoeres Silva: “Vocês tem amor prático, simples e nobre”
Silvia Cunha: “Vai acontecer, o Projeto de vocês vai acontecer. Acredite”

Agradecemos a Deus por colocar em nossos corações tanto o querer como o efetuar a Sua vontade em salvar diariamente nossos irmãos. Servir sempre.

Nosso muito obrigado a todos os envolvidos que nos ajudam a andar mais rápido e mais firme, para frente e para cima.

UM POR TODOS – TODOS POR UM

Abraços fraternos!

Instituto Acthivist


JODDAL SIMON - Humanista e Athivista

94 8806 7371 / 94 8114 3114
Carajás - Parauapebas - Pará - Brasil

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

SESSÃO DE 21 DE DEZEMBRO - TREM DA ALEGRIA OU TREM DA VERGONHA?

Para que ficar perdendo tempo escrevendo sobre o escárnio dos nossos vereadores e nosso digníssimo prefeito? Seria melhor escrever um conto de pornochanchada. Nossas autoridades há muito perderam o senso do ridículo, perderam o medo da justiça e, acima de tudo, confiam plenamente na impunidade e na memória curta do povo. Afinal, eles imaginam que para a reeleição só precisam de um elemento: grana. 

O despudor, a imoralidade, a falta de princípios venceram a decência. A razão foi sucumbida pela inescrupulosidade. Se estivéssemos tratando de religião diríamos que o diabo venceu a guerra e o pastor vendeu suas ovelhas. 

Então não vou escrever sobre a sessão de ontem (21/12/2015). Apenas vou compartilhar essa crônica que está no meu livro "O escorpião e a borboleta. Prestem bem atenção. Qualquer semelhança será mera coincidência. Será?

Ah, antes que eu esqueça, por favor, sem generalizar, ok?!

Quem tiver preguiça de ler, vá logo para a parte final: O guardião da caixa forte e o segredo da mala preta.

                 O PÂNTANO AZUL

 

No fundo, Mestre Sist sabia que aquele lugar era apropriado para desnudar os mais íntimos e originais sentimentos do ser humano. Toda a personalidade, todos os desejos inconfessáveis, todas as luxúrias e ganâncias do ser humano apareciam de forma cristalina quando ele mergulhava no pântano.



Num distante reino localizado numa próspera região dos confins da terra, havia um misterioso pântano azul. Ele ficou assim conhecido porque era envolvido por uma intensa e brilhante luminosidade de tom azul claro, mas tão forte que cegava quem ousasse a olhar diretamente para ele. Esse pântano era cercado de histórias e magias e ninguém sabia o que era real ou o que era lenda. A própria luz que irradiava já era bastante para reforçar o mistério que envolvia o lugar.
O pântano azul despertava nas pessoas os instintos mais selvagens e primários que o ser humano já experimentara. Havia um magnetismo que atraía o olhar e atenção de todos, e, mesmo sendo totalmente desconhecido e misterioso, a população daquele reino vivia tentando entrar no local e desvendar seus mistérios. Corria o boato que quem ousara entrar no pântano fora transformado numa espécie de andrógeno e perdera todas as características humanas. As histórias que corriam de boca em boca e se espalhavam como rastilho de pólvora atribuíam ao pântano todas as deformidades do ser humano. Se alguém enlouquecia era porque havia mergulhado no pântano; alguém começava a mentir ou perder a vergonha, com certeza esteve no pântano azul; se o elemento era ladrão, atribuía ao pântano; Zezinho era saudável e está sendo corroído por uma misteriosa doença, depois de ter mergulhado no pântano; Mariazinha era uma mulher direita, boa mãe, boa esposa, religiosa fervorosa, e agora anda roubando, mentindo e enganando as pessoas. Culpa do pântano; fulano era feliz e agora está morrendo de depressão, depois de uma curta temporada no pântano.
Mesmo com todas as desgraças e malefícios atribuídos ao pântano azul, inexplicavelmente todos queriam entrar lá. Ninguém sabia explicar tal magnetismo e tamanho poder que aquela luz azul tinha a ponto de atrair loucamente quem estava fora e manter preso quem conseguia entrar. O fato é que os agraciados pelo grande mestre do pântano azul se debilitavam moral e fisicamente em pouco tempo. Reclamavam, choravam, se lastimavam por ter entrado ali, mas inexplicavelmente queriam permanecer e quando chegava o período de sair do pântano fazia todo tipo de sacrifício para ali permanecer. Alguns vendiam a própria mãe e até a alma  ao diabo, a fim de permanecer por mais tempo no que eles próprios chamavam de “inferno azul”.
O que estava por trás de tanto mistério? Que segredos eram guardados no pântano azul? Como penetrar naquele local tão protegido, tão temido e tão cobiçado por tanta gente? O que de fato existia por trás daquela misteriosa luz azulada, tão forte que impedia os curiosos de se aproximarem? Do que era composta aquela matéria tão bela, tão preciosa e tão atraente? Que magnetismo era esse que atraía a atenção de todos, mesmo com tantas deformidades que causavam no ser humano? Esse é um segredo que todos tentam desvendar e até o momento não foi possível, pois quem sai do pântano azul sai com o cérebro tão deformado que não diz coisa com coisa e nem desperta a credibilidade em ninguém. Por enquanto, ainda estão tentando preparar uma mente privilegiada e superior que seja capaz de mergulhar no pântano, desvendar seus mistérios e sair incólume para contar a todos. Por enquanto, estão só tentando (...)

PARTE II

 

O grande mestre do pântano azul


O pântano azul com seus mistérios e segredos era guardado e protegido pelo Grande Mestre Sist. Ele era um ser enigmático e tão misterioso quanto o pântano que  guardava. Despertava nas pessoas uma mistura de medo, pavor, asco, admiração, inveja, respeito, repugnância e outros sentimentos contraditórios. Ninguém sabia de onde vinha seu poder e muito menos a quem servia. O fato é que mantinha forte influência sobre todos e ditava as regras dentro e fora do pântano azul. As pessoas viviam cercando-o em busca de orientações, de favorecimentos e de suas bênçãos para se aproximarem do temido pântano.
Mestre Sist cuidava para que os segredos que envolviam aquele lugar ficassem guardados a sete chaves. Dizia de forma lacônica que todos precisavam do pântano para manter o equilíbrio, o controle e a ordem entre os homens que viviam em sociedade. Assim, organizava um complexo sistema de escolha a cada quatro anos, onde um grupo de “sortudos”, após passar por duras provas, era “abençoado” e recebia a autorização para penetrar no pântano azul e desfrutar dos seus misteriosos benefícios.
A cada período de escolhas, Mestre Sist cuidava para que um maior número de pessoas se habilitasse para a grande disputa. Assim, atribuiria mais importância ao evento. Apesar do temor, dos mistérios, das histórias tenebrosas, das deformidades que causavam no ser humano, havia uma força  que atraía as pessoas para aquele lugar. No geral, costumavam aparecer até duzentas vezes mais candidatos do que o número de vagas ofertadas. Esses candidatos precisavam passar por um teste até mesmo para se habilitarem para a disputa e os critérios eram cada vez mais rigorosos. Dizia-se que para se candidatar para fazer parte do Conselho do Pântano era preciso ter coragem, ter muito dinheiro e pouco escrúpulo.
Algumas características eram mais exigidas aos candidatos para o Grande Conselho do Pântano. Teriam que ter muita habilidade, muito poder de convencimento, muita astúcia, muito poder de sedução e, principalmente, a capacidade de mentir e enganar o maior número de pessoas sem que ninguém percebesse. Além disso, teriam que contar com padrinhos influentes e fazer parte de uma organização que lhe concedesse o registro que legitimava o indivíduo para a disputa. O período da disputa era longo e penoso para provar a resistência dos postulantes. Apesar de o Mestre Sist fazer parecer que havia regras bem definidas, na verdade o jogo era um grande vale tudo com muita manipulação.
Os envolvidos agiam como fantoches e acreditavam estar fazendo parte de um jogo aberto onde teriam que mostrar suas espertezas e qualidades. Assim, faziam de tudo: mentiam, roubavam, trapaceavam, traiam, se endividavam com os agiotas de plantão, faziam acordos espúrios que sabiam impossíveis de serem cumpridos, matavam, trocavam de aliados e até abandonavam as próprias famílias e amigos. Porém, tudo teria que ser feito de forma que ninguém percebesse. O mais importante era parecer que o postulante ao cargo era uma pessoa acima de qualquer suspeita, de reputação ilibada e dedicada a alguma causa nobre.
Mestre Sist com sua onipotência dominava todo o processo e às vezes brincava com os postulantes. Alguns realmente eram homens e mulheres com boas intenções que tinham seus trabalhos baseados na ética e no compromisso social. Acreditavam que tinham que fazer parte do Conselho do Pântano Azul para melhorar a vida do seu povo. Eram chamados de ingênuos e na maioria das vezes não tinham a menor chance na disputa, pois eram engolidos pelos que tinham poder e capacidade de manipulação. Porém, como um teste, o Mestre Sist manipulava e permitia que alguns desses ingênuos se credenciassem para entrar no pântano. Falava nas entrelinhas e de forma enigmática que o pântano precisava de algumas almas boas para manter seu equilíbrio e satisfazer ao seu ecossistema. Um dia, quem sabe, alguma alma boa conseguiria entrar e sair do pântano azul sem se manchar e sem perder sua essência! Esse era um grande desafio que ainda não fora cumprido.
Assim, em um período predefinido, acontecia a grande disputa que envolvia e mobilizava toda a cidade daquela próspera região dos confins da terra. Era um acontecimento sem igual e a cada período reforçava ainda mais os mistérios daquele lugar de luz azulada que continuava cegando e atraindo as pessoas (...)



 PARTE III

 

O grande conselho do pântano azul


Mestre Sist estava eufórico. Tudo havia transcorrido na maior regularidade e o resultado da eleição para a escolha do Grande Conselho do Pântano Azul não poderia ter sido melhor. Ele manipulava tudo e a todos, mas de forma inteligente para parecer que tudo era um jogo aberto e democrático onde venceriam os melhores, os mais preparados. Porém, apesar de manipular, Mestre Sist dava corda e deixava a disputa transcorrer livre em certos momentos para testar o potencial dos participantes. Assim, sempre corria o risco do resultado não sair de acordo com seus desejos. Em algumas ocasiões isso lhe custou a escolha de um conselho totalmente diferente do planejado, causando desequilíbrio ao pântano. Mas bastou fazer alguns ajustes na eleição seguinte que tudo voltou ao normal.
O dia da escolha foi perfeito. O povo já comemorava antecipadamente o resultado, como se fosse a coisa mais importante e sagrada da vida. Era engraçado de se ver a reação da população daquele lugar nos confins da terra: alguns choravam desesperadamente, outros sorriam histericamente; muitos soltavam fogos de artifício e desfilavam em carros abertos pelas ruas da cidade; outros reagiam violentamente ao resultado e até rompiam velhas amizades; algumas igrejas faziam vigílias de orações e conclamavam os fiéis para participarem do processo; líderes religiosos perdiam o senso de religiosidade e mergulhavam de cabeça na escolha; as pessoas importantes da cidade, líderes comunitários, empresários e trabalhadores se envolviam tanto que esqueciam os problemas do cotidiano. De uma forma ou de outra, todos se envolviam, até mesmo os que diziam que não davam a mínima às coisas do pântano azul por serem "sujas e inescrupulosas". Certa histeria coletiva tomava conta da cidade após o anúncio do resultado da escolha.
Mestre Sist estava feliz e radiante com o resultado. Dessa vez confiou nos seus instintos e deixou o processo correr solto, sem muito controle, pois sabia que a cidade estava num estágio tão avançado que naturalmente selecionaria as cabeças mais representativas para o seu projeto de pântano. "A alma humana já está corrompida. Os sentimentos são pérfidos e os interesses são cada vez mais asquerosos. Dessa vez teremos representantes à altura do pântano", divagava o Mestre, sorridente.
Dezessete representantes da comunidade foram os escolhidos para o Grande Conselho. Dessa vez estava muito bem representado. Todos os sentimentos, todos os interesses, todos os sete pecados capitais se faziam representar ali. Para garantir a continuidade do sentimento e da filosofia do pântano, cuidava para que alguns membros anteriores permanecessem. Assim, não haveria ruptura do sistema e os mais experientes influenciariam os novatos. Mestre Sist sempre deixava que eles escolhessem entre si um pequeno grupo para comandar. Ficava só observando os critérios que os conselheiros inventavam e as estratégias que usavam para comandar o pântano. Sentia prazer em ver como aquele grupo era tão evoluído, a ponto de trapacear e enganar os próprios pares para sentar na "Grande Bancada".
Como já foi citado anteriormente, Mestre Sist deixava que algumas "almas boas" fossem escolhidas para o Grande Conselho. Ele queria testar o poder e a evolução do pântano azul. Tudo era parte de um grande jogo, onde ninguém sabia quais seriam os vencedores e os derrotados. Uma vez dentro, todos os artifícios seriam usados para macular e corromper essas "boas almas". O grande desafio seria passar pelo Pântano sem se manchar, sem enlouquecer ou sem perder a vida. Por isso, era comum ouvir frases entre os conselheiros, do tipo, "aqui o sistema é bruto"; "se você não se enquadrar será engolido pelo pântano"; "aqui não tem santo"; "aqui quem é mais tolo desenha uma vaquinha na parede e tira leite dela"; "nesse conselho os mais inocentes dão rasteira no vento"; "ou você se enquadra ou morre"; "o povo tá pouco se lixando para você. Então, aproveite o tempo que lhe resta aqui e faça sua vida..."
No fundo, Mestre Sist sabia que aquele lugar era apropriado para desnudar os mais íntimos e originais sentimentos do ser humano. Toda a personalidade, todos os desejos inconfessáveis, todas as luxúrias e ganâncias do ser humano apareciam de forma cristalina quando ele mergulhava no pântano. Alguns comentavam: "fulano era gente boa e se transformou após entrar no pântano"; aquela era uma mulher virtuosa e mudou do azeite para o óleo contaminado, após penetrar no pântano"; “cicrano  era um religioso fervoroso e hoje é um ser depravado e ladrão..." Mestre Sist apenas sorria, disfarçadamente,  e pensava: "Não! Vocês é que não conheciam seus semelhantes. O pântano azul não contamina ninguém. Apenas tem o poder de revelar a verdadeira identidade do ser humano".
Assim, o Mestre Sist continuava observando o desenrolar dos fatos naquele Grande Conselho composto por dezessete membros. Tinha esperança de encontrar uma boa alma verdadeira que o desafiasse. Quem seria o indivíduo que mergulharia no pântano azul e sairia incólume para iniciar  outro ciclo? Até aqui, só um ser conseguiu essa façanha. 
Mestre Sist aproveita a ocasião para desejar a todos um Feliz Natal e um Novo Ano cheio de saúde e paciência para enfrentar os desafios que o pântano azul continuará proporcionando. 




PARTE IV

A relação de amor e ódio entre os conselheiros do pântano e os aldeões



            O Grande Conselho do Pântano era composto por 17 componentes, sendo 13 cavalheiros e quatro damas. Apesar das mulheres serem a maioria naquele distante reino, poucas se atreviam a se aventurarem naquelas paragens. Grupos feministas pregavam que “lugar de mulher é no Grande Conselho”, mas, na hora da escolha, poucas conseguiam atrair a atenção dos eleitores. Porém, as que conseguiam chegar ao pântano, agiam de tal forma que se igualavam ou até superavam os homens em todos os quesitos.
                        Passado o momento de euforia da escolha, não se sabe o porquê, mas quase todos se voltavam contra os conselheiros. Alguns se sentiam enganados, outros, desprestigiados, outros traídos e outros ainda, com desprezo por aqueles que tanto torceram para estar ali. Parecia uma maldição, mas quase todos na grande aldeia passavam a hostilizar os conselheiros. “Ladrões, prostitutas, traíras, corruptos, bandidos, vendidos”, eram os adjetivos mais carinhosos atribuídos a eles.
            Mestre Sist observava e se divertia com a situação. Ver os conselheiros do pântano se digladiando e sendo hostilizados pelos aldeões era música para sua alma. Observava como esse povo que, antes, declarava amor eterno aos conselheiros, agora tratava-os com tanto desprezo. Por um lado, os postulantes ao cargo de conselheiro tinham que prometer tudo a esse povo, tinha que bajular, mentir e trapacear; por outro lado, o povo seguia fielmente a esses postulantes, como sendo líderes infalíveis e donos de todas as virtudes, mas no fundo, esperavam dividir as vantagens prometidas do pântano. Afinal, quem enganava quem? “Pobres conselheiros, pobres eleitores”, divagava mestre Sist enquanto acariciava sua longa barba branca.
Durante a disputa, via-se de tudo: desocupados aproveitavam para ganhar uma graninha para distribuir santinhos nas ruas ou balançar bandeira nas encruzilhadas, especialistas vendiam seus dotes para dar uma cara moderna e honesta aos postulantes, líderes vendiam seus rebanhos com promessa de recompensa farta, executivos patrocinavam campanhas em troca de favores posteriores, mercenários vendiam apoio por um “modesto” pagamento, de tudo acontecia. Havia até os aproveitadores que acampavam nas portas das casas dos postulantes para conseguirem algum bem como tijolos, cimento, combustível, dentaduras, cestas básicas, entre outras coisas. Tudo em nome da boa fé e da boa moral. “Uma mão lava a outra e as duas juntas lavam a cara”, esse era o lema.
Quase todos declaravam que odiavam o pântano azul, mas, inexplicavelmente, no período da escolha, quase todos se envolviam apaixonadamente. Havia períodos em que a disputa era tão acirrada que as pessoas eram tomadas por uma espécie de transe, de alucinação. Alguns sábios falavam que era o efeito da luz azulada que emanava do pântano que deixava todos os envolvidos alucinados e entorpecidos. Velhos amigos viravam inimigos, e, inimigos se transformavam em aliados. Um velho filósofo definiu essa realidade com a seguinte frase: “O pântano tem o poder de afastar os amigos e juntar os inimigos”. Por isso, os mais cautelosos evitavam brigas mais acirradas, pois o inimigo de hoje poderia ser útil como aliado amanhã.
            Durante as disputas para o Grande Conselho do Pântano, geralmente prevalecia a lei do vale tudo, do mais forte. Para equilibrar essa disputa, e dar um ar de serenidade, mestre Sist tratou de botar uma ordem aparente na bagunça. Afinal, todos tinham que achar que era a coisa mais séria do mundo. Assim, criou mecanismos de regulamentação para não descambar para a bagunça total. Nomeou um poder supremo para fiscalizar os postulantes aos cargos de conselheiros e chamou-o de Dr. Torga. Dr. Torga deveria cuidar para que tudo parecesse normal e organizado, e tinha a ordem de vigiar de perto e, quando fosse conveniente, punir os postulantes. Porém, deveria fazer o jogo e favorecer uns, e tirar outros da jogada. Esse era o grande desafio que tinha que ser cumprido à risca para não causar desequilíbrio no pântano.
Mestre Sist se surpreendia e se orgulhava com a evolução dos postulantes. Mesmo com todo o rigor aparente que era imposto pelo Dr. Torga, muitos conseguiam driblá-lo e criavam mecanismos para enganá-lo. Esses, sempre conseguiam superar os limites e fazer o Dr. Torga de bobo. “Esplêndido, genial! É disso que o pântano precisa para se fortalecer!”, bradava Mestre Sist. “A julgar pela evolução que estamos alcançando, em breve chegaremos ao ápice e essa espécie se extinguirá por si só, numa espécie de antropofagismo”, filosofava o mestre.
            Após o grande desafio da escolha dos conselheiros, passada a euforia da festa, agora os pobres mortais tinham que trabalhar, ou pelo menos demonstrar que estariam trabalhando. Duas vezes por semana o Grande Conselho se reunia para tratar de assuntos de interesses da aldeia. A grande sala de audiência era construída num local estratégico, onde os visitantes não pudessem vislumbrar de fato o que se passava no pântano. Todos podiam comparecer e participar livremente, pois, não havia perigo de ninguém descobrir os segredos que, de fato, aconteciam ali. Os conselheiros ficavam confinados numa espécie de redoma de vidro, de tal forma, que não pudessem ser hostilizados ou tocados pelos participantes. Dizem até que a redoma de vidro era para proteger os aldeões e evitar que fossem contaminados pelos membros do pântano.
            O grande problema é que agora, após a vitória, os aldeões apresentavam as faturas aos conselheiros do pântano, que, na maioria das vezes, eram impossíveis de serem quitadas. Daí, a explicação para a mudança de humor repentina, para a alteração brusca entre o amor e o ódio. Muitos argumentavam que os aldeões, no fundo gostavam de serem enganados, e que, se o postulante ao cargo não tivesse a capacidade para enganar, jamais alcançaria o objetivo. Por um lado, aldeões espertos buscavam tirar vantagens pessoais à custa dos postulantes ao conselho; por outro lado, os postulantes se aproveitavam desse espírito mercenário dos aldeões para galgarem as melhores posições no pântano. Assim, surgiu a grande dúvida existencial: “Quem é mais corrupto? O conselheiro ou o aldeão? Existe vítima nesse jogo?”.
            Assim, seguia a vida no pântano, pleito após pleito. As reuniões eram tão previsíveis que muitos aldeões nem apareciam mais. Outros marcavam presença pelo menos uma vez por semana por acharem engraçadas. “Era um verdadeiro circo dos horrores gratuito”,  diziam alguns frequentadores. De tudo se via naquele recinto: oradores dissimulados, simulação de brigas violentas, brigas sem simulação, gente espumando pela boca como cachorro louco, palhaços sem graça tentando arrancar risos da plateia, a madame louca indignada pela redução de sua verba de maquiagem, um velho senil pregando a moralidade com os bolsos entulhados de biscoitos roubados da merenda escolar, uma conselheira pregando o fim do mundo e um mentecapto jurando que ouviu ordens do próprio Deus. Havia até quem só grunhisse e, outro que só balançava a cabeça. Tinha também um ser esquálido que quase não falava, mas de vez em quando, tentava imitar um sábio e proferia algumas palavras que nem ele compreendia.
 Assim seguia a rotina do Grande Conselho, que de fato, parecia um circo dos horrores em uma apresentação de um espetáculo macabro. Aqueles seres, que outrora eram normais, e, que agora, pareciam zumbis, eram de dar pena. Todos continuavam indagando que mistério havia naquele pântano para deixar homens e mulheres naquela situação!

  
FINAL

O guardião da caixa forte e o segredo da mala preta

            Ao longo dos anos, Mestre Sist cuidou para aperfeiçoar o pântano azul e atrair sempre mais almas para o seu projeto. Era importante manter o mistério e fortalecer os princípios regimentais que transparecesses normalidade na casa.
            Além do Grande Conselho, havia o guardião da caixa forte que tinha o poder de organizar a aldeia e prover o desenvolvimento e o bem estar dos aldeões. Esse guardião também era escolhido de forma direta num pleito disputadíssimo, e o cargo era muito cobiçado por todos, pois além do poder de gerenciar a caixa forte, era laureado com poderes supremos que lhe conferiam prestígio e riquezas incalculáveis. Bastaria se submeter, após ser escolhido, aos ditames do mestre e ter esperteza o suficiente para se livrar das armadilhas do Dr. Torga. Se conseguisse, o céu seria o limite.
            Cabia ao Grande Conselho o controle e a fiscalização do guardião da caixa forte. Era tudo bem estruturado para conferir poder aos conselheiros e não deixar o guardião pensar que era deus. Assim, qualquer medida, qualquer decisão do guardião, teria que ser chancelada pelo Grande Conselho. Se por um lado, o guardião da caixa forte tinha poderes privilegiados, por outro lado, esses poderes dependiam dos conselheiros. Essa foi uma forma inteligente que Mestre Sist criou para manter o equilíbrio e, ao mesmo tempo, acirrar as disputas entre os poderes. Afinal, nesse jogo, vale a criatividade para trapacear, para dominar e para subjugar os mais fracos.
            Com o poder de controle que o Grande Conselho exercia sobre o guardião, foi enfraquecendo a sua influência, de maneira que algumas figuras ilustres caíram em desgraça no exercício da função. Foi então que há tempos atrás, um guardião teve a brilhante ideia de explorar a cobiça e a ganância dos conselheiros. Passou a fazer acordos, a oferecer privilégios e criar cargos para contemplar os conselheiros e seus parentes. Sabendo que as mentes dos componentes do pântano estavam corrompidas, usou e abusou desse expediente exaustivamente, até que nem um componente soubesse mais viver sem esses favores extras. Além disso, usou de artimanhas para dividir o grupo e provocar disputas entre eles.
            Esse guardião que teve a grande ideia de seduzir os conselheiros com privilégios extras fez escola no pântano azul e influenciou toda uma geração, de tal forma, que até os dias atuais esse modelo é seguido e aperfeiçoado pelos seus sucessores. Agora, todo guardião que tem o privilégio de assumir a caixa do tesouro, cuida para seduzir principalmente àqueles que foram seus adversários na disputa. Assim, terá garantida toda a tranquilidade para usufruir do tesouro sem nenhum aborrecimento. Por sua vez, os conselheiros tratam de juntarem-se em grupos para fortalecerem-se e arrancar mais benefícios do guardião. Tudo dentro da mais perfeita ordem e em nome da moral, dos bons costumes e, até dos princípios religiosos, mesmo que as crianças morram à míngua, mesmo que famílias inteiras de aldeões padeçam, mesmo que o reinado apodreça e vire ruínas. O importante é manter o sistema em perfeita harmonia.
            Um certo guardião do tesouro que presidiu a aldeia num período crítico, inventou uma arma secreta para acalmar os conselheiros do pântano que apresentavam comportamento rebelde. Com o livre arbítrio que o Mestre Sist dava de vez em quando para testar a astúcia dos postulantes, vez por outra, alguma pessoa bem intencionada conseguia passar pelo teste e entrar no pântano azul. Diziam que iriam mudar e transformar o pântano e mostrar que ainda havia almas boas naquele lugar, capazes de mergulharem no pântano e saírem puras.
            Para evitar problemas de desequilíbrio, e, para continuar reinando soberano gozando de todos os privilégios do cargo de guardião do tesouro, seus antecessores usavam de violência, intimidação, e até assassinato contra os conselheiros e aliados que não dançassem conforme a música. Isso custava muito caro e criava muita desordem e complicação, chegando até a perda da função de uns. Foi então que esse iluminado guardião teve a brilhante ideia de lançar mão de sua arma secreta: tratava-se de uma mala preta que era levada por um emissário e aberta exclusivamente na presença do conselheiro rebelde que estava criando problemas.
            Até hoje, ninguém de fora descobriu o misterioso conteúdo dessa mala preta, e o segredo é passado somente de guardião para guardião. Todos os guardiões do tesouro lançam mão desse recurso, uns mais e outros menos. Basta um conselheiro se rebelar, ou ameaçar ruir a estrutura, logo aparece o emissor com a tal poderosa mala preta. Dizem que o sujeito fica transtornado e entra num transe total. Alguns cheiram o conteúdo, outros fecham os olhos e oram em agradecimento, outros choram diante da visão. Depois da visita do emissário da mala preta, os rebeldes ficam mansos como cordeiros e mudam radicalmente o comportamento: se antes odiavam o guardião, agora passam a amá-lo.
            Uma característica mais comum de quem recebe a visita do emissário da mala preta, é a mudança de vida. Como num passe de mágica, o sujeito, além de ficar dócil como um carneirinho, muda radicalmente sua situação financeira. Dizem que é o poder da mala secreta que abre a visão para a prosperidade. Se antes, o jetom recebido pelo seu “suado” trabalho não dava nem para as necessidades básicas, agora, sofre a mutação e se transforma em riqueza incalculável. É o verdadeiro milagre da multiplicação.
            Cada guardião que entra, cria sua própria mala preta e vai aperfeiçoando para driblar a vigilância do Dr. Torga. Apesar de ninguém saber o conteúdo da mala, ela é proibida e mantida sob o mais absoluto segredo. Alguns curiosos chegaram perto, mas só descobriram objetos sem sentido que cobriam o verdadeiro conteúdo. Algumas vezes chegaram a ver carambolas, laranjas, e até roupas velhas. Outras vezes, no lugar da mala preta, o emissário levava caixa de papelão ou sacola de supermercado.
            Com esse moderno sistema de acalmar os rebeldes, os guardiões quase não precisam mais lançar mão de recursos violentos. A mala preta é mais eficiente e mais barata, além de deixar o sujeito em estado de letargia, criando uma dependência perpétua. Uma vez tendo recebido a mala preta, nunca mais o conselheiro seria  o mesmo. Aquele espírito de rebeldia era transformado em subserviência, e mesmo que o conselheiro fosse rico, vivia como um mendigo, sempre rastejando sem a mínima dignidade.
Mestre Sist admirava com orgulho a sua criação. “Pobres coitados! Quando vão evoluir a ponto de descobrir que o pântano é composto por partículas extraídas de suas próprias fraquezas? Quando vão se darem conta de que a ambição, o orgulho, a vaidade, o vício, a perversidade, e outras deformidades humanas são matérias indispensáveis para a continuidade do pântano azul?”, divagava o Mestre.
Um dia, quem sabe, uma alma pura mergulhará no pântano e sairá limpa e incólume. Quando isso acontecer, será tão forte que contaminará outros membros e abalará a estrutura do pântano azul. Enquanto isso, Mestre Sist vai brincando e fazendo novas experiências com os que penetraram nesse universo misterioso de luz azulada tão atraente e tão complexo. Cada novo ser que entra no pântano recebe a picada do escorpião e o beijo da borboleta, e a contradição passa a ser condição natural em sua vida. Por um lado, sente que o veneno está destruindo suas entranhas, corroendo sua alma, e, por outro lado, se entrega perdidamente ao jogo da luz.  Perde suas asas, mas não abandona o pântano azul.
           

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

RETROSPECTIVA 2015 - PARTE I


Dr. Jackson, Presidente da OAB - Parauapebas: mais uma vítima da bestialidade, da corrupção e da impunidade. Até quando vamos tolerar pacificamente? Até quando vamos ficar em silêncio? Quantos ainda terão que perder a vida para essa cidade acordar?

O silêncio é a forma mais estúpida de mostrarmos a nossa conivência e cumplicidade.



A besta e a fera

Tenho ouvido de muitos amigos que aqui no Pará, especialmente em Parauapebas, não existe lei e quem morre logo será esquecido pelo descaso das autoridades e da justiça. Muitos falam que não vale a pena lutar contra as injustiças, contra a corrupção ou mesmo contra a violência, pois aqui fala mais alto a lei da pistolagem, da barbárie. "Um cara te dá um tiro no meio da rua, simula um assalto, simula um acidente, e pronto, fica por isso mesmo. Só quem perde é sua família", disse um amigo. Respondo sempre o seguinte: "melhor morrer como um homem do que viver como um rato".
  
A morte do Dr. Jackson foi anunciada aos quatro ventos. Ele próprio fez a denúncia nos órgãos competentes reforçado pela respeitada OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Mesmo assim foi brutalmente assassinado. Seus algozes confiaram tanto na impunidade que não tiveram nem uma precaução. Apenas deixaram passar um tempo para esfriar o clamor que houve após as mortes do advogado Décio e do líder comunitário "Grande". Fizeram como fazem os assassinos profissionais: deram um tempo para que a vítima baixasse a guarda e se descuidasse.

Aqui não estou acusando ninguém, apenas discorrendo e analisando os fatos. Talvez a morte do Jackson não tenha nada a ver com as denúncias e as ações jurídicas que ele movia contra agentes públicos. Talvez tenha sido mesmo um assalto como muitos se apressaram em divulgar. (Em Manaus os assaltantes tem o hábito de andar pelas ruas com escopeta calibre 12 sem serem importunados pela polícia. Há, há, há). Talvez tenha sido uma fatalidade, um mal entendido, um acerto de contas, ou dezenas de outras possibilidades. Talvez. Tudo pode ter acontecido. 
  
"Os assassinos estão livres, nós não estamos" (O Teatro dos Vampiros - Legião Urbana)...


Num evento de "inauguração de uma reforma" no Posto de Saúde do Bairro Altamira, ocorrido nesse dia 30 de janeiro o prefeito Valmir da Integral soltou os cachorros juntamente com cobras e lagartos pra cima da OAB e da imprensa de Parauapebas. Um correspondente do Blog que acompanhava tudo disse que a pequena platéia formada por assessores e alguns funcionários ficou perplexa com a forma grosseira e desrespeitosa que o prefeito falou sobre o assassinato do Jakson Silva. 

Em tom irônico o prefeito disse estar indignado com a OAB-Parauapebas. Acusou-a de usar o caixão do dr. Jakson para "fazer um pandemônio político". Também acusou a imprensa de ocultar os motivos da viagem do Jakson, fazendo insinuações maliciosas sobre a ida da vítima à Manaus.

Nesse momento em que a sociedade de Parauapebas ainda está chocada com a perda de um filho querido, o prefeito foi extremamente infeliz, para não dizer grosseiro e insensível. Como o chefe do executivo deveria ao menos respeitar esse momento de dor da família e dos amigos, e não ficar fazendo insinuações e acusando uma instituição tão respeitada como a Ordem dos Advogados.




A crise política instalada entre o Poder Legislativo e o Executivo de Parauapebas teve sua primeira grande baixa. E quem perdeu foi a Câmara Municipal. João Assi, conhecido como João do Feijão usou de astúcia e fez um malabarismo sensacional. Primeiro abandonou a base governista do Valmir e  juntou-se ao grupo de oposição. Nem esquentou a cadeira de oposição e foi convencido a voltar para a base governista de forma mais sensacional ainda: abandonou seu mandato de vereador e assumiu a "importante" Secretaria de Esportes e Lazer (SEMEL).

Com essa movimentação do João do Feijão a Câmara dos Vereadores ficou cambaleante, pois perdeu o seu mais ilustre membro. Já o Prefeito Valmir Mariano está rindo a toa, pois conseguiu atravessar seu mais cruel inferno astral e saiu fortalecido com o convencimento do retorno do João do Feijão. Assim, a Câmara perde uma perna, uma cabeça pensante e Valmir ganha um gênio que vai revolucionar o seu governo.

João do Feijão estava na metade do seu segundo mandato. Vereador experiente, de personalidade forte e decisivo em todos os momentos do Poder Legislativo, sempre se destacou entre seus pares. Dono de uma inteligência inigualável, um senso de justiça afiado, lutou com todas as suas forças para defender os menos favorecidos. Todas as terças feiras a Câmara ficava lotada de populares que iam àquela casa só com um objetivo: ouvir o João do Feijão falar. Com um discurso forte, marcante e bem articulado, o seu João era capaz de convencer até os mais céticos. Era comum observar na plenária estudantes universitários com gravadores ligados para tomarem as lições e absorverem a sapiência enquanto o Feijão proferia seu discurso.

E agora, o que será da Câmara sem o João do Feijão? As sessões não serão mais as mesmas. Aquele ambiente outrora tão cheio de vida agora ficará sombrio, pois perdeu sua principal estrela. Pobre do Vereador Zacarias que assumirá sua vaga de vereador com a missão impossível de substituir o João do Feijão! Definitivamente o seu João é insubstituível. É incomparável!

Mas nem tudo é lamentação e tristeza. Se por um lado a Câmara perde, por outro, ganha o prefeito Valmir e todo o município de Parauapebas. João assume a secretaria mais importante do governo e com sua experiência e dedicação o esporte dará uma guinada de 360 graus. Agora nossa juventude está bem representada e poderá contar com a energia, a vitalidade e a dedicação do João do Feijão. Como um desportista nato, seu João revolucionará o esporte e o lazer de Parauapebas, tornando a secretaria uma referência no Estado do Pará. Valmir está sorrindo a toa e a oposição está desnorteada com tamanho golpe. Não contavam com a astúcia, a inteligência e o poder de articulação do super-Valmir Furacão.

Em tempo: Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa mandam lembrança.



Agentes do GAECO invadem residência do Odilon
Para quem não acreditou, par quem desdenhou, para quem achava que Parauapebas estava imune à justiça, eis aí. Eu bem que falei, eu bem que avisei que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Por enquanto, ainda não é o grande terremoto. Apenas um pequeno abalo sísmico, mas que poderá se transformar num abalo de grandes proporções. Essa é apenas a ponta do iceberg.

Hoje, 26 de maio, Parauapebas enfim recebeu a tão esperada visita do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Mas calma! Tudo indica que ainda não é a ação contra o prefeito e seu grupo. Por enquanto, estão apenas nas casas dos vereadores Odilon, Luzinete e no Supermercado Baratão. O grupo também invadiu a Câmara Municipal às 6 horas da manhã e arrombou portas dos gabinetes de vários vereadores para uma devassa geral. Pelas evidências da operação do GAECO, parece ser apenas o caso de propina na câmara que foi descoberto após um desentendimento da Luzinete com o Odilon dentro do supermercado Baratão.

Essa operação deixou muita gente de cabelos em pé, pois a polícia do GAECO está levando tudo: documentos, cofres, computadores, e tudo que possa indicar alguma irregularidade. Se não houver a mão pesada do governador Jatene para proteger os seus, muita gente vai cair. É claro que o prefeito que deve estar sorrindo por não ser na sua casa, era o que deveria estar mais preocupado. Inevitavelmente a polícia encontrará esqueletos fedidos ligados diretamente ao chefe. E o pior: o GAECO encontrará até o que não veio procurar.


OPERAÇÃO FILISTEUS (OU OPERAÇÃO TERREMOTO)


Para quem não se lembra, postei uma matéria aqui no dia 1º de março que trazia como título "ÁGUAS DE MARÇO". Quem perdeu é só clicar aqui. Na matéria previ mudanças drásticas na política de Parauapebas. No decorrer do período batizei o processo de TERREMOTO, em alusão às mudanças que iria provocar em nossa cidade. Por isso, prefiro chamar a "Operação Filisteus"de "Operação Terremoto".

Ontem, 26 de maio de 2015 os incrédulos acordaram estarrecidos com a movimentação da polícia em nossa cidade.  O Ministério Público em conjunto com a Polícia Federal realizou aqui em Parauapebas a maior operação contra a corrupção que já houve no Estado do Pará. Nem os mais otimistas acreditavam que tal fato fosse acontecer por aqui, devido ao nosso histórico de corrupção e impunidade. Mas aconteceu. Policiais do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) desembarcaram aqui na madrugada com vários mandados de busca e apreensão contra diversos vereadores, prefeito, secretária de habitação e empresários. Na câmara os seguintes vereadores tiveram seus gabinetes arrombados: Josineto Feitosa (SDD), Arenes (PT), Devanir Martins (SDD), e Odilon Rocha de Sansão (SDD). Os mesmos também tiveram suas casas vasculhadas pelos "homens de preto". Na prefeitura o GAECO e a Federal vasculharam o setor de licitação, a secretaria de habitação, a procuradoria e o próprio gabinete do prefeito. A casa do prefeito Valmir Mariano (PSD) também sofreu a operação, tendo o mesmo ficado detido durante toda a devassa. Outra secretaria que sofreu uma devassa foi a SEMOB, onde foram apreendidos documentos e computadores.

Além dos políticos, o Ministério Público também cumpriu mandato de busca e apreensão na empresa de Hamilton Ribeiro e no Supermercado Baratão do empresário Edmar Cavalcante. Segundo informações da promotoria, essa foi uma operação para desmanchar uma quadrilha que atuava na prefeitura e na câmara e que praticava todos os crimes como licitações fraudulentas, superfaturamento na compra de lotes, notas fiscais frias, pagamento de propinas, desvio de recursos público, entre outros.

Como resultado inicial, tivemos até agora três prisões: vereador Arenes preso por posse ilegal de armas, vereador Odilon, preso por corrupção ativa e posse de armas e o empresário Edimar (Boi de Ouro) por fraude em contrato com a câmara. Fomos informados que os presos foram transferidos para Belém, exceto o Odilon que passou mal.
  

Edmar Cavalcante (Boi de Ouro) seria boi de piranha?


Muitos comentam pela cidade que a prisão do empresário Edmar foi apenas uma estratégia da polícia para pegar peixes mais graúdos. Ele é conhecido e benquisto na cidade e até o presente momento não havia provas do seu envolvimento em nenhum esquema. No entanto, o modus operandi que o poder público impõe aos empresários, deixa-os numa situação complicada. Muitos se submetem as regras do jogo para não caírem em desgraça, e acabam se envolvendo indiretamente no esquema. 

É claro que o Boi de Ouro não vai aceitar virar Boi de Piranha. Deve provar que foi vítima desse esquema e assim, muita gente vai cair.