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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

SERVIDOR PÚBLICO - O GRANDE VILÃO

Dia 28 de outubro comemoramos o dia do servidor público. Não ia escrever nada sobre o tema, até porque faço parte dessa categoria e não vejo muita razão para comemorar. Ontem mudei de ideia. Ao me dirigir para o trabalho, ouvia a rádio Arara Azul e deparei com uma propaganda do "nosso" prefeito Valmir Mariano homenageando os servidores públicos. Fiquei estarrecido com tanta hipocrisia e cara de pau num só vivente.

A noite, fui participar do lançamento do livro do Paulo Poeta no auditório da SECULT e ao encontrar com velhos amigos dos tempos da SEMAD, o assunto "servidor público" foi inevitável. Entre outras coisas, falaram sobre a falência do CTRH (Centro de Treinamento e Recursos Humanos) e da extinção da MASP (Mostra de Artes dos Servidores Públicos). 

A MASP foi criada na gestão do Darci e virou sucesso absoluto a cada edição. O CTRH iniciava os preparativos em maio e uma série de atividades eram preparadas com os servidores. Cursos, oficinas, danças, músicas e várias atividades envolviam os servidores que eram motivados a expressar o seu talento e espantar a rotina através da arte. No final de outubro sempre acontecia a culminância, onde os servidores viravam artistas e davam show. Tudo era planejado para reforçar a valorização do servidor.

E criamos também o Baile do Servidor. Era a cereja no bolo, uma espécie de noite do Oscar do servidor público, preparada com toda pompa para encerrar a programação da MASP com chave de ouro. E tinha ainda o Coral do Servidor sob a batuta do competente maestro Gean que encantava a todos a cada apresentação. Sem ser nostálgico, era bom demais! Dava orgulho ser servidor.

Infelizmente tudo isso acabou, virou só lembranças. O governo Valmir não teve a sensibilidade para dar continuidade a esses projetos, por achar que era apenas gasto desnecessário. Atualmente impera a ideia de que basta ao servidor receber salário em dia e pronto. Prioridade mesmo para o governo é só aquilo que gera milhões de maneira que facilite tirar as gordas comissões. 

Valorização do servidor? O que é isso? Basta gravar uma mensagem dando os parabéns e tá tudo certo. Para que perder tempo com esse povo que só sabe cobrar e reclamar? 


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

VEREADOR BARRÃO E O CALOTE POLÍTICO

Dizem que errar é humano, mas cair no mesmo conto do vigário por várias vezes é burrice. Os vereadores que se venderam recentemente para o prefeito caíram nesse conto e estão levando o maior calote da história. Daqui a pouco vão encenar aquela cena ridícula que o Pavão fez há um tempo atrás: vestir uma camisa vermelha e ir para a tribuna anunciar que "a partir de agora é oposição".

O leite do Barrão entornou na SEMMA


O vereador Barrão é a mais nova vítima do golpe político do Valmir. Quando assumiu o cargo de vereador, todos esperavam que seria oposição. Mas preferiu seguir o modelo "hiena" e foi negociar seu passe com o velho. Pediu as secretarias SEMPROR e a SECULT, além de uns "agrados". O velho que não é besta disse: "te dou a SEMMA de porteira fechada e pago a conta que você alega que devo a sua irmã". Negócio fechado. Dito isso, o Valmir chamou o Gesmar e pediu a secretaria. Gesmar que já estava fritado, viu a grande oportunidade de se livrar daquele abacaxi e ganhar algo. Pediu ao prefeito que lhe desse até o final desse mês para esvaziar as "GAVETAS". Então tratou de agir. Vale lembrar que em toda reunião que o Gesmar fazia na SEMMA, falava mal do prefeito e dizia que estava saindo fora.

O esvaziamento de GAVETAS


Gesmar não queria sair sem nada. Procurou o Zacarias e propôs passar para a SEMURB o gordo contrato da SEMMA no valor de $ 7 milhões para manutenção das áreas verdes. Ele passou de graça? Isso fica a cargo de sua imaginação. A ideia era entregar uma secretaria falida e f. para o Barrão, de maneira que só lhe restaria administrar os problemas. Nem os funcionários ele poderia mexer, já que são concursados. O responsável pela empresa detentora do contrato - Elo Engenharia - foi a Belém levar a papelada de transferência do contrato para o Gesmar assinar. Tudo certo para entregar o presente de grego ao Barrão, mas...

Uma servidora da SEMMA entregou o golpe


A servidora efetiva Sâmara viu o golpe e entregou para o Barrão. Esse, não perdeu tempo. Pegou sua turma e correu para contar tudinho para o chefe da prefeitura. Para Valmir? Que Valmir que nada! Foi contar para Wanterloo Bandeira. Nesse momento, o pau está quebrando e o caldo entornou de vez. Vamos aguardar para ver quem vence esse round. Secretaria sem dindim ninguém quer, quando os objetivos são fazer caixa de campanha e enriquecimento pessoal.  Em quem vocês apostam? Gesmar ou Barrão? 

Só para registrar que o Barrão escolheu para assumir a secretaria o petista (recém desfiliado) Robervaldo Freitas. Boa sorte meu amigo Rober. Você será mais um dos inúmeros  "petistas" que foram chamados para tentar salvar o governo.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

SESSÃO DE 27 DE OUTUBRO - OS SOLDADINHOS DE CHUMBO

Como eu já havia anunciado, na sessão dessa terça tivemos a posse do Bruno Soares como o novo líder de governo do velho Valmir. Bruno é o terceiro na linhagem dos líderes que tiveram a coragem de assumir esse cargo de alta periculosidade. O primeiro foi o Odilon que foi preso e teve que renunciar a vereança. O segundo foi o Zacarias que teve uma curta temporada como líder e sai bastante desgastado e cabisbaixo, porém, aliviado por ter se livrado de um pesado fardo. Agora é a vez do Bruno carregar esse “saco”, esse verdadeiro presente de grego como escrevi ontem.

Para que o leitor incrédulo entenda o significado desse novo cargo do Bruno, basta dar uma lida nas postagens anteriores e verá que o saco é mais pesado do que se imagina. Bruno perdeu sua autonomia, sua credibilidade e seu futuro político. Com um discurso que não convenceu ninguém, falou que aceitou abandonar a oposição e virar líder do governo para ajudar a resolver a crise que Parauapebas enfrenta. Quer dizer que só agora, depois de 2 anos e 10 meses é que o vereador descobriu que tem que ajudar Parauapebas se aliando ao prefeito? Não seria um contra-censo se aliar a quem, segundo ele próprio, estaria destruindo o município? Só para lembrar que Bruno e Pavão repetiam sempre que Valmir não tinha mais nenhuma condição de continuar governando Parauapebas. A palavra DESGOVERNO era sempre repetida exaustivamente pelos dois.

Bruno perde o PP (Partido Progressista)


A primeira consequência da mudança de posição do Bruno foi a perda do partido onde ele reinava absoluto.  O líder estadual Gerson Peres não ficou nada satisfeito com a atuação do seu representante de Parauapebas e criou uma nova comissão provisória. Portanto, o Bruno não é mais presidente do PP em Parauapebas e, nem sequer faz parte da comissão. Uma fonte informou que o PP estaria exigindo que o vereador devolvesse o cargo de liderança ao prefeito, por entender que essa posição desmoralizaria o partido.

Miquinha voltou


Uma das novidades dessa sessão foi o retorno do vereador Miquinha (PT) que estava de licença desde o dia 29 de setembro devido a uma cirurgia que fez no ombro.  Para quem não se lembra, dia 29 de setembro foi aquela sessão onde um requerimento pedindo o afastamento do prefeito seria votado. Na ocasião, Euzébio (PT) fugiu e Miquinha resolveu fazer a cirurgia justamente nesse período. Lembraram? Se quiser recordar é só clicar no link aqui.

Miquinha  voltou e voltou com a língua afiada. Usando uma tipoia para mostrar que a cirurgia não foi só um “espinho de peixe”,  como alguns insinuaram (ô povo maldoso gente!), seu primeiro pronunciamento foi para criticar os jornalistas. Mas deixou bem claro que não são todos, mas alguns que só sabem falar mal dos pobres vereadores. Disse que tem um certo jornalista que ficou rico nos 8 anos do “nosso guverno” e que agora só sabe falar mal de vereador. Denúncia pela metade não vale né vereador! Ajoelhou tem que rezar. Tem que falar o nome do tal jornalista e denunciar no Ministério Público. Como gosto muito do vereador Miquinha, vou dar-lhe uma assessoria grátis: faça um levantamento do patrimônio desse jornalista antes do governo e após o governo. Para dar mais credibilidade faça também um levantamento do seu patrimônio antes de se tornar vereador e o patrimônio atual. Faça uma comparação da evolução patrimonial dos dois e desmascare esse tal jornalista.

CPI contra a VALE


Outra novidade da sessão foi a instalação de uma CPI contra a VALE. Tudo armado pela base governista para desviar o foco das denúncias contra o prefeito. O Zacarias (ex-líder) até chamou a VALE de “caloteira de ferro”, numa clara alusão a alcunha atribuída ao prefeito Valmir – rei do calote.

Somente a vereadora Eliene e o vereador Massud votaram contra a CPI, que por sinal, achei um erro dos dois. É certo que a CPI é apenas uma manobra do governo, mas também é certo que a VALE tem motivos de sobra para ser investigada. Assim, seria inteligente por parte da oposição votar a favor e garantir espaço na comissão. Dessa maneira, o que seria uma manobra, viraria um tiro que sairia pela culatra do governo. A CPI que seria apenas uma tentativa de extorquir a VALE e desviar o foco dos problemas do Valmir, passaria a ser uma CPI de verdade.


No mais, nenhuma novidade digna de se expor aqui. Os vereadores governistas agiram como soldadinhos de chumbo, com os passinhos ensaiado e orquestrado pelo novo dono da prefeitura Wanterloo Bandeira.

REVIRAVOLTA NA CÂMARA DE PARAUAPEBAS

A Irmã Teca (PV) ainda nem esquentou a cadeira na câmara e já poderá deixar o cargo, criando assim um nó político na já conturbada política municipal. É que o primeiro suplente Lidemir que foi impedido de assumir por uma decisão judicial local, conseguiu hoje em Belém um mandado de segurança garantindo a validade do seu diploma de vereador.

Entenda o caso


Lidemir é primeiro suplente do PV e assumiria o lugar deixado pela Luzinete. Acontece que ele estava com seus direitos políticos cassados por não ter feito a prestação de contas da última eleição. Por lei, ele não seria diplomado como suplente sem essa prestação de contas, mas houve um vacilo do juiz eleitoral de Parauapebas que concedeu-lhe o diploma indevidamente. 

A Irmã Teca que era a segunda suplente, conseguiu judicialmente o suporte para ser empossada como vereadora, com a alegação da irregularidade do diploma do Lidemir. Esse, recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral em Belém alegando que os prazos de manifestação da justiça eleitoral já haviam expirados. 

Com esse mandado de segurança, o Lidemir tem seu diploma validado e poderá assumir a vaga que era da Luzinete, criando assim um nó político que está longe de terminar. A Irmã Teca por sua vez, deve recorrer e tentar salvar sua cadeira a qualquer custo. enquanto isso, poderemos ter um vereador que nem poderá ser candidato nas próximas eleições por falta de prestação de contas.

O que isso afeta o Valmir


Nessa nova recomposição do governo Valmir "a la Wanterlor Bandeira (o homem da mala preta), os novatos - com exceção da Joelma Leite - foram todos negociados e aninhados no palácio cinzento. À Irmã Teca coube a secretaria de Cultura para chamar de sua e mais algum "agrado". Como fica agora? O Lidemir assumindo a secretária será exonerada para ceder a vaga ao novo vereador? Ele será aninhado ao palácio cinzento ou será oposição?

Muita água turva ainda vai rolar nessa pinguela do "pântano". Aguardem novas emoções.

Daqui a pouco saiba o que aconteceu na sessão de ontem.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

EFERVESCÊNCIA CULTURAL - MAIS UM LIVRO SERÁ LANÇADO EM PARAUAPEBAS

O escritor Paulo Poeta nos brindará com mais uma belíssima obra. Nesse dia 29 de outubro, a partir das 20:30h seu segundo livro será lançado oficialmente no CDC. Com um estilo poético e requintado, Paulo Poeta nos faz repensar sobre o sentimento que nos assola diariamente, e, que muitas vezes jogamos para debaixo do tapete: as mágoas.

Perdoar sim! Mas, o que fazer com as mágoas? Com esse título sugestivo o autor nos instiga a repensar nossos conceitos sobre as mágoas de forma leve através da poesia. Com o perdão do trocadilho, o livro é poesia pura.

O evento de lançamento será um mergulho num caldeirão cultural. Vários artistas, escritores, poetas estarão presentes proporcionando aos convidados muita música, poesia e encantamentos. Um programa para lavar a alma.

Você não é doido de ficar de fora!

VEREADOR BRUNO E O CAVALO DE TROIA

Na sessão da semana passada (20) a população foi surpreendida pelo discurso de Bruno Soares, quando, no uso da tribuna declarou que agora daria apoio incondicional ao prefeito Valmir Mariano. Apesar desse fato não ser surpresa para os mais atentos na política e para quem vem observando o comportamento do vereador nos últimos tempos, a maioria ficou perplexa com a mudança repentina do Bruno. 

Na antiguidade, os gregos travaram uma dura guerra contra os troianos para resgatar Helena, a linda esposa de Menelau, rei de Esparta, que foi raptada pelo exército de Troia. Depois de nove anos de frustadas tentativas sem conseguir romper as fortes muralhas que protegiam a cidade, os gregos tiveram a ideia de construir um enorme cavalo de madeira e levaram para a batalha, como se fosse um instrumento de guerra. No meio da batalha, simularam uma retirada e abandonaram o cavalo de madeira nos portões do palácio. Os troianos levaram o cavalo como um troféu para o interior do palácio. Enquanto os soldados troianos dormiam, uma grande quantidade de soldados gregos que estavam escondidos no interior do cavalo saíram e abriram os portões para a tropa que havia se refugiado numa ilha próxima. Assim, os gregos derrotaram facilmente os troianos e acabaram com uma sangrenta guerra resgatando a Helena. Por isso usamos a expressão "PRESENTE DE GREGO".

O que essa história tem a ver com Bruno Soares? É que hoje ele receberá do Valmir um verdadeiro presente de grego. Nessa terça (27) o Bruno assumirá a liderança do governo Valmir na Câmara. Como já falei aqui, essa foi a condição imposta por Valmir para aceitar o Bruno de volta para sua base. Ele teria dito: "não confio no Bruno. Na outra vez que ele recebeu um benefício nosso, ficou calado por uns dias, e logo passou a flertar com a oposição e deu no que deu. Agora se ele quiser vir, vai ter que se expor. Nada de ficar calado, terá que defender publicamente o governo". 

Passar de opositor para líder do governo que ele tentou derrubar é um castigo muito cruel para qualquer político. Alguns pensam que o Zacarias estaria triste por ter perdido esse posto, mas pelo contrário, está dando pulinhos de alegria e aliviado por se livrar dessa carga. É por isso que o velho Zaca era só sorriso na sessão anterior. As vaias hostis que levava a cada sessão agora serão direcionadas para o Bruno.

Secretaria, dinheiro, perdão de dívidas, chantagem por um certo vídeo que circula por aí... ninguém vai saber de fato qual o preço dessa conversão repentina. Os mais próximos de Bruno afirmam que ele se viu num caminho sem volta e sem perspectiva. Sem enxergar nenhuma possibilidade na vida política, resolveu ligar o "f" no automático e tentar tirar proveito do final do mandato.

Uma coisa é certa: Bruno enterrou uma brilhante carreira política. Como ele mesmo me confidenciou no início do mandato, "a Câmara é uma máquina de triturar lideranças".

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O GUARDIÃO DA CAIXA FORTE E O SEGREDO DA MALA PRETA

Esse texto é uma parte do conto "O pântano azul" que está no livro "O escorpião e a borboleta". Achei bem adequado para o momento político que Parauapebas atravessa. Divirtam-se com a leitura e comentem a vontade.

          
              Ao longo dos anos, Mestre Sist cuidou para aperfeiçoar o pântano azul e atrair sempre mais almas para o seu projeto. Era importante manter o mistério e fortalecer os princípios regimentais que transparecesses normalidade na casa.

            Além do Grande Conselho, havia o guardião da caixa forte que tinha o poder de organizar a aldeia e prover o desenvolvimento e o bem estar dos aldeões. Esse guardião também era escolhido de forma direta num pleito disputadíssimo, e o cargo era muito cobiçado por todos, pois além do poder de gerenciar a caixa forte, era laureado com poderes supremos que lhe conferiam prestígio e riquezas incalculáveis. Bastaria se submeter, após ser escolhido, aos ditames do mestre e ter esperteza o suficiente para se livrar das armadilhas do Dr. Torga. Se conseguisse, o céu seria o limite.

            Cabia ao Grande Conselho o controle e a fiscalização do guardião da caixa forte. Era tudo bem estruturado para conferir poder aos conselheiros e não deixar o guardião pensar que era deus. Assim, qualquer medida, qualquer decisão do guardião, teria que ser chancelada pelo Grande Conselho. Se por um lado, o guardião da caixa forte tinha poderes privilegiados, por outro lado, esses poderes dependiam dos conselheiros. Essa foi uma forma inteligente que Mestre Sist criou para manter o equilíbrio e, ao mesmo tempo, acirrar as disputas entre os poderes. Afinal, nesse jogo, vale a criatividade para trapacear, para dominar e para subjugar os mais fracos.

            Com o poder de controle que o Grande Conselho exercia sobre o guardião, foi enfraquecendo a sua influência, de maneira que algumas figuras ilustres caíram em desgraça no exercício da função. Foi então que há tempos atrás, um guardião teve a brilhante ideia de explorar a cobiça e a ganância dos conselheiros. Passou a fazer acordos, a oferecer privilégios e criar cargos para contemplar os conselheiros e seus parentes. Sabendo que as mentes dos componentes do pântano estavam corrompidas, usou e abusou desse expediente exaustivamente, até que nem um componente soubesse mais viver sem esses favores extras. Além disso, usou de artimanhas para dividir o grupo e provocar disputas entre eles.

            Esse guardião que teve a grande ideia de seduzir os conselheiros com privilégios extras fez escola no pântano azul e influenciou toda uma geração, de tal forma, que até os dias atuais esse modelo é seguido e aperfeiçoado pelos seus sucessores. Agora, todo guardião que tem o privilégio de assumir a caixa do tesouro, cuida para seduzir principalmente àqueles que foram seus adversários na disputa. Assim, terá garantida toda a tranquilidade para usufruir do tesouro sem nenhum aborrecimento. Por sua vez, os conselheiros tratam de juntarem-se em grupos para fortalecerem-se e arrancar mais benefícios do guardião. Tudo dentro da mais perfeita ordem e em nome da moral, dos bons costumes e, até dos princípios religiosos, mesmo que as crianças morram à míngua, mesmo que famílias inteiras de aldeões padeçam, mesmo que o reinado apodreça e vire ruínas. O importante é manter o sistema em perfeita harmonia.

            Um certo guardião do tesouro que presidiu a aldeia num período crítico, inventou uma arma secreta para acalmar os conselheiros do pântano que apresentavam comportamento rebelde. Com o livre arbítrio que o Mestre Sist dava de vez em quando para testar a astúcia dos postulantes, vez por outra, alguma pessoa bem intencionada conseguia passar pelo teste e entrar no pântano azul. Diziam que iriam mudar e transformar o pântano e mostrar que ainda havia almas boas naquele lugar, capazes de mergulharem no pântano e saírem puras.

            Para evitar problemas de desequilíbrio, e, para continuar reinando soberano gozando de todos os privilégios do cargo de guardião do tesouro, seus antecessores usavam de violência, intimidação, e até assassinato contra os conselheiros e aliados que não dançassem conforme a música. Isso custava muito caro e criava muita desordem e complicação, chegando até a perda da função de uns. Foi então que esse iluminado guardião teve a brilhante ideia de lançar mão de sua arma secreta: tratava-se de uma mala preta que era levada por um emissário e aberta exclusivamente na presença do conselheiro rebelde que estava criando problemas.

            Até hoje, ninguém de fora descobriu o misterioso conteúdo dessa mala preta, e o segredo é passado somente de guardião para guardião. Todos os guardiões do tesouro lançam mão desse recurso, uns mais e outros menos. Basta um conselheiro se rebelar, ou ameaçar ruir a estrutura, logo aparece o emissor com a tal poderosa mala preta. Dizem que o sujeito fica transtornado e entra num transe total. Alguns cheiram o conteúdo, outros fecham os olhos e oram em agradecimento, outros choram diante da visão. Depois da visita do emissário da mala preta, os rebeldes ficam mansos como cordeiros e mudam radicalmente o comportamento: se antes odiavam o guardião, agora passam a amá-lo.

            Uma característica mais comum de quem recebe a visita do emissário da mala preta, é a mudança de vida. Como num passe de mágica, o sujeito, além de ficar dócil como um carneirinho, muda radicalmente sua situação financeira. Dizem que é o poder da mala secreta que abre a visão para a prosperidade. Se antes, o jetom recebido pelo seu “suado” trabalho não dava nem para as necessidades básicas, agora, sofre a mutação e se transforma em riqueza incalculável. É o verdadeiro milagre da multiplicação.

            Cada guardião que entra, cria sua própria mala preta e vai aperfeiçoando para driblar a vigilância do Dr. Torga. Apesar de ninguém saber o conteúdo da mala, ela é proibida e mantida sob o mais absoluto segredo. Alguns curiosos chegaram perto, mas só descobriram objetos sem sentido que cobriam o verdadeiro conteúdo. Algumas vezes chegaram a ver carambolas, laranjas, e até roupas velhas. Outras vezes, no lugar da mala preta, o emissário levava caixa de papelão ou sacola de supermercado.

            Com esse moderno sistema de acalmar os rebeldes, os guardiões quase não precisam mais lançar mão de recursos violentos. A mala preta é mais eficiente e mais barata, além de deixar o sujeito em estado de letargia, criando uma dependência perpétua. Uma vez tendo recebido a mala preta, nunca mais o conselheiro seria  o mesmo. Aquele espírito de rebeldia era transformado em subserviência, e mesmo que o conselheiro fosse rico, vivia como um mendigo, sempre rastejando sem a mínima dignidade.

Mestre Sist admirava com orgulho a sua criação. “Pobres coitados! Quando vão evoluir a ponto de descobrir que o pântano é composto por partículas extraídas de suas próprias fraquezas? Quando vão se darem conta de que a ambição, o orgulho, a vaidade, o vício, a perversidade, e outras deformidades humanas são matérias indispensáveis para a continuidade do pântano azul?”, divagava o Mestre.


Um dia, quem sabe, uma alma pura mergulhará no pântano e sairá limpa e incólume. Quando isso acontecer, será tão forte que contaminará outros membros e abalará a estrutura do pântano azul. Enquanto isso, Mestre Sist vai brincando e fazendo novas experiências com os que penetraram nesse universo misterioso de luz azulada tão atraente e tão complexo. Cada novo ser que entra no pântano recebe a picada do escorpião e o beijo da borboleta, e a contradição passa a ser condição natural em sua vida. Por um lado, sente que o veneno está destruindo suas entranhas, corroendo sua alma, e, por outro lado, se entrega perdidamente ao jogo da luz.  Perde suas asas, mas não abandona o pântano azul.

domingo, 25 de outubro de 2015

COLUNA DO LEITOR - 'Só o Brasil tirou 22 milhões da pobreza, mais ninguém’.

Informações como esta, devem ser veiculadas em mídias onde o povo tem acesso. Que tal a Globo, para os que só assistem TV, e Veja & Cia, para os que ainda leem? Texto indicado por José O. Zelão V. Reis.



Revista Fórum - Para o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, de 89 anos, um dos mais respeitados intelectuais da atualidade, o Brasil é um "milagre inacabado". Em entrevista a Alberto Dines, no programa Observatório da Imprensa, da TV Brasil, o pensador afirmou que o país está no caminho certo em relação ao combate às desigualdades, mas que, neste momento, alguns problemas estão aparecendo.

"Vocês estão no caminho certo e eu espero de todo o meu coração que vocês cheguem lá. Eu apenas direi que os representantes de 66 governos do mundo vieram para o Rio de Janeiro para se consultarem, para aprenderem sobre a experiência de retirar 22 milhões de pessoas da pobreza. Ninguém mais repetiu esse milagre, só o Brasil. Desejo que continuem isso, mas também agora algumas deficiências estão vindo à tona", disse.

Bauman esteve em setembro no Brasil para participar de alguns eventos. Entre seus 35 livros publicados por aqui, um dos mais conhecidos é Amor líquido, em que analisa as relações nos tempos modernos. Na avaliação do polonês, elas se tornaram mais flexíveis, o que faz com que as pessoas não saibam mais como manter laços de longa duração, e muitas vezes acabem se relacionando apenas no ambiente virtual.


sexta-feira, 23 de outubro de 2015

LUCIANO HUCK E O CALOTE DE PARAUAPEBAS

O que o apresentador global Luciano Huck tem a ver com o calote sofrido por empresários de Parauapebas? Vamos esclarecer.

No dia 23 de maio de 2014 Luciano Huck apareceu de surpresa em Parauapebas para anunciar que o casal Adaias e Edivânia da Academia Samuray Zen seriam os sortudos escolhidos para participar do quadro "Um por todos e todos por um". Acontece que a rua onde funciona a academia estava em desgraça. Abandonada pelo prefeito Valmir, tinha lixo para tudo quanto é lado, esgoto a céu  aberto, crateras escandalosas onde antes tinha asfalto e postes sem lâmpadas. O povo vivia num abandono geral. 

A produção do programa anunciou o retorno para o dia 10 de junho para entregar a nova Academia Samuray Zen e aquela rua abandonada apareceria em rede nacional e exporia para todo o Brasil a vergonha do nosso município. Imediatamente os assessores entraram em ação e convenceram o "bom velhinho" a dar uma maquiada na rua para minimizar a vergonha. O Queiroga, -então secretário de obras - recebeu a ordem do prefeito para se virar e arrumar a rua. O "iluminado" secretário fez o que não se deve fazer na administração pública: chamou o empresário Marlúcio Santos da empresa Mega Terraplanagem e deu a ordem para executar a obra na rua e pintar a escola que fica próxima, e tudo sem contrato, sem licitação. E o pior é que esse não foi um caso isolado. Essa prática ilegal e criminosa tem sido uma constante no governo Valmir. Em qualquer município normal, o prefeito já teria sido afastado do cargo.

A empresa executou a obra a toque de caixa e deixou a rua irreconhecível. Quando Luciano Huck chegou com sua equipe, até tomou um susto, achando que estava no endereço errado. A rua ganhou asfalto novinho, calçadas e meio fio pintado. Todos os postes receberam lâmpadas, o lixo foi retirado e, até deram um jeito de eliminar o cheiro de esgoto. Os moradores estavam irradiantes de alegria e até chamaram o fenômeno de "milagre Huck". Esse Blogger até fez uma campanha para que toda a periferia ganhasse ruas no padrão Luciano Huck. Estava tudo muito lindo e a vergonha foi evitada momentaneamente.

A promessa era de que o empresário receberia o valor acordado em 30 dias. Mais de 500 dias se passaram e o Marlúcio continua sem receber o pagamento. Na última conversa que teve com o prefeito ouviu a promessa de que seria feito uma licitação de serviços e o valor seria embutido no novo contrato e pago em 10 parcelas. De tanto dar com as portas na cara e atolado em dívidas, o empresário resolveu apelar. No dia 22 de outubro, estacionou uma retroescavadeira em frente a prefeitura com uma enorme faixa com a frase "PREFEITO, PAGA EU".

Cara de pau


Mais inusitado do que a manifestação foi a resposta do prefeito através de uma nota da ASCOM. Veja o descabimento: “A Prefeitura de Parauapebas desconhece a dívida à empresa Mega, alegada pelo empresário Marlúcio Santos, na manifestação ocorrida na manhã desta quinta-feira, 22, em frente ao Prédio Administrativo. 
A Administração Municipal não faz contratos com empresas fora dos procedimentos legais e, portanto, abriu uma sindicância para apurar os fatos”. 

Acontece que o empresário tem gravações de conversas com secretários e vereadores negociando o recebimento da conta, além de planilhas assinadas por agentes públicos. Como tudo foi feito à margem da lei, só restou ao velho alcaide alegar desconhecimento e oficializar o calote. 

Vários cidadãos de Parauapebas já foram vítimas desse golpe da prefeitura e, hoje amargam prejuízos gigantescos. Até caminhões foram sublocados informalmente onde  agentes públicos nas secretarias recebiam parte do valor para garantir o contrato. Essas pessoas até receberam nos primeiros meses, depois ficaram a ver navios.

Essas e outras lambanças mergulharam nossa cidade numa monstruosa crise jamais vista. E a cada dia que o Valmir continua no cargo, essa crise se aprofunda. Com a Câmara quase toda no bolso do prefeito, só resta a população esperar angustiada que o Ministério Público faça o seu papel.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

PROTESTO NA PREFEITURA



Nesse momento, empresários que estão há mais de um ano sem receber, estão fazendo uma manifestação inédita e inusitada em frente a prefeitura. As imagens demonstram a desilusão de quem já tentou todos os recursos em vão. 

No início desse ano o ex-vereador Odilon - que era líder do governo - já avisou que no orçamento não tinha dinheiro para contratar nem um equipamento para tampar buraco. Ele estava falando a verdade.

A próxima categoria a fazer protesto poderá ser o servidor público. Hoje a prefeitura não tem caixa para manter a folha de pagamento até dezembro. Um projeto de lei de suplementação está sendo votado na câmara. Foi aprovado em primeira discussão e na sexta será a votação final. Esse projeto de suplementação, entre outras coisas, tira dinheiro da combalida saúde e da precária educação para a folha de pagamento. Os vereadores, de forma irresponsável (exceto 2 ou 3) estão aprovando esse projeto sem ao menos perguntar ao prefeito onde ele enfiou o dinheiro do orçamento. É claro que o pagamento do servidor tem que ser prioridade, mas tirar da saúde e da educação é o mesmo que tirar o remédio do doente que está com câncer.

E agora vereadores? Vocês conseguirão dormir sabendo que venderam a alma ao diabo? E no dia que um familiar seu precisar de um atendimento de emergência no hospital público? Lembrem que o mundo dá voltas. Olhe o exemplo de um ex-vereador que caiu em desgraça e hoje vive dependendo dos outros para comer. Pensem nisso! Ser cúmplice do mal só atrai o mal!

EDITORIAL - CENSURA DE COMENTÁRIOS

Esse Blogger tem como princípio respeitar o contraditório e as diversas opiniões, mesmo que sejam totalmente adversas ao nosso pensamento. Por várias vezes já publiquei comentário contra minha própria pessoa pois esse espaço não é meu, e sim do leitor.  

Quanto ao anonimato, respeito e entendo o medo que as pessoas dessa cidade tem em ver suas opiniões expostas. Vivemos numa cidade onde as autoridades são imaturas e suas vaidades pessoais estão acima de tudo, inclusive dos eleitores. Tem político que só consegue ouvir elogios e bajulações, e quando ouve crítica, se comporta como meninos e meninas mimadas quando não ganham o brinquedo e dá "piti".  Alguns são tão violentos que ameaçam até a integridade física dos críticos. Quantas ameaças eu já recebi de forma aberta ou velada? Inúmeras. Registro todas e levo muito a sério. Por isso, o anonimato do nosso leitor é valorizado e respeitado.

Critérios


Infelizmente não posso publicar todos os comentários que chegam aqui, mas guardo quase todas. Quase todas, pois algumas vão direto para a lixeira. Excluo de imediato os comentários dos coxinhas desesperados, dos mentecaptos que ficam produzindo lixo, mas primeiro me divirto um pouco fazendo uma análise psiquiátrica e traçando um perfil dos autores. E olhe que estou ficando bom nisso!

Todo comentário anônimo ou não é de responsabilidade do Blogger. Para evitar processos judiciais, não posso publicar todos. Denúncias sem provas, comentários com conteúdo difamatório ou que atacam a honra, coisa pessoal do tipo, "fulano tá pegando a mulher de sicrano", ou qualquer conteúdo que foge a ética, são guardados na caixa de spam. Mas podem ter certeza, que leio todos e levo em consideração. 

Outro tipo de comentário que não publico é quando alguém critica o autor da "Coluna do Leitor". Não publico por uma questão de educação. Como é que eu convido alguém para minha casa e deixo os membros de minha família hostilizar essa visita? Se eu aceito publicar um texto de alguém que quer contribuir e enriquecer a pauta desse blog, o mínimo que eu posso fazer é não aceitar comentários contra esse colaborador. Por isso peço desculpas aos que escreveram comentários na Coluna do Leitor e não foram publicados. Um leitor, inclusive se identificou e colocou nome e sobrenome. Lídio, fica aqui o meu pedido de desculpas publicamente. Entendo e concordo com sua posição. Se quiser escrever um texto para essa coluna, será bem vindo. 

Continuem mandando seus comentários que serão sempre valorizados e apreciados. Se não for publicado, observe os critérios acima e mande novamente.

Grande abraço! Saúde e vida longa aos amigos e também aos inimigos.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

SESSÃO DE 20 DE OUTUBRO - VEREADORES VENDIDOS

A sessão de ontem foi como eu havia anunciado anteriormente. Tudo na paz e amor, mas cheia de revelações inusitadas. Agora os opositores mais contundentes estão agasalhados sob as asas do velho prefeito. O prefeito relutou, refugou, esperneou mas foi convencido a comprar os vereadores como mercadorias baratas. E comprou mesmo! Se alguém quiser me processar por isso, eu terei o maior prazer em responder na justiça, pois quem falou foi o próprio Valmir. Basta rever a entrevista que ele deu no programa do Bacana que você vai entender. O prefeito falou em alto e bom tom que a oposição queria dinheiro. Tá explicado esse convencimento do Bruno e do Pavão que agora descobriram que tem que ficar do lado do governo para ajudar Parauapebas.

O cachimbo da paz 


Pavão foi o opositor mais radical do governo Valmir que ele sempre tratava como DESGOVERNO. Sempre falava que jamais apoiaria esse DESGOVERNO e que só tinha uma palavra. De repente o Pavão num gesto de coragem afirmou na tribuna que resolveu fumar o cachimbo da paz do Valmir. Ninguém sabe o que o Valmir botou dentro desse cachimbo para deixar o Pavão e demais vereadores tão convencidos e mudarem repentinamente de ideia. Eita cachimbo do cão!

Pavão está cabisbaixo e constrangido. Hoje chegou a ser hostilizado numa rede social. Depois de ter chamado o prefeito de todos os nomes pejorativos, depois de denunciar as mazelas, depois de julgá-lo incompetente e irresponsável, vai ficar difícil explicar a sua mudança repentina. Como um dos prêmios Pavão recebeu a falida SAAEP. Tanto criticou as irresponsabilidades da autarquia que deixava a população sem água e agora vai ter que dar resposta em curto espaço de tempo. Quem sabe agora ele conclui a obra no complexo Caetanópolis que o Valmir abandonou logo após a eleição para deputado?! Talvez o Pavão descobre também uma conta de um antigo lava-jato de mais de $500 mil que desapareceu do sistema do SAAEP.

Bruno Soares - o líder nervoso


Outro que não ficou muito a vontade para dizer que estava com o Valmir foi o Bruno Soares. Este também era um crítico ferrenho do Valmir e foi o principal responsável pela denúncia que fez o GAECO invadir a casa do prefeito as 6 horas da manhã e apanhá-lo de cuecas e apreender documentos, computadores e uma caderneta comprometedora. Depois da fracassada manobra que empossou a vice Ângela como prefeita, o Bruno deu uma sumida e quando apareceu, estava cabisbaixo e calado. Circulou um boato de que estaria sendo chantageado com um vídeo comprometedor que causaria um estrago irremediável em sua vida.

Como anunciei anteriormente num furo de reportagem com informação direta do ninho do palácio cinzento, o Bruno será o líder do governo, desbancando o Zacarias. Na sessão do dia 6 de outubro o Bruno já deu sinais de que seria o líder. Na minha coluna fiz essa análise com o título "o vice líder do governo (confira no texto SESSÃO DE 6 DE OUTUBRO - O BOBO DA CORTE).

Durante o seu discurso sob intensa vaia, o Bruno aparentemente nervoso e desconfortável atacou os blogs e disparou a metralhadora geral e fez insinuações a esse blogger. Disse: "Alguns blogueiros tem uma forma medonha de falar mal dos outros. Alguns não só jogam pedras no telhado dos outros como levam as telhas para casa" (Discurso orientado pelo chefe de gabinete). O Bruno deveria ter falado também de conta de água, de agiotas, de transação ilegal de lotes, mas perdeu uma ótima oportunidade. Quem sabe na próxima? Só que na próxima vez recomendo que fale o nome do meu blog. BLOGDOLUIZVIEIRA. Fazer propaganda pela metade não vale, pois se eu não atingir meio milhão de acessos até dezembro de 2015 o Google vai deixar de me pagar. Ajuda aí né meu amigo Bruno. Faça como a Irmã Luzinete.

O Bruno disse ainda que decidiu entrar para a base do governo para ajudar a resolver a crise que se instalou em Parauapebas. Fiquei pensando: agora a crise acaba. Não dou 30 dias para nosso hospital ser referência, para ter médicos e remédios, para os fornecedores receberem seus pagamentos atrasados, para a CELPA não cortar mais energia das secretarias, para a coleta de lixo funcionar, para as escolas saírem da pindaíba e as obras saírem do abandono. Quem sabe agora sai a água no Caetanópolis que o Gesmar deixou abandonada com os canos secos enterrados e as ruas cortadas? Agora nossa cidade sai desse marasmo, dessa liseira geral. Eta cachimbo poderoso esse do Valmir!

Conheço a família do Bruno e sei que não devem estar nada satisfeitos com seu comportamento. Por consideração a sua família, tenho bloqueado vários comentários negativos de leitores que se sentem traídos e estão revoltados com o vereador. O Bruno é jovem e inteligente e sei que vai rever seu posicionamento, pois esse caminho que escolheu é um suicídio político. Ou talvez ele esteja realmente sendo obrigado a fazer isso pelas circunstâncias. 

Vereador Bruno, em consideração a família JD, esse espaço está aberto para qualquer explicação que desejar.

Os vereadores novatos (exceto a Joelma) também já fumaram o tal cachimbo do Valmir. Agora tudo é felicidade, tudo é só alegria. Se o Valmir falou no Bacana que o que eles queriam era dinheiro, justifica a felicidade geral dos nossos bravos guerreiros.

VENDE-SE

Hoje, excepcionalmente a postagem sobre a sessão de ontem sairá a noite. Aguardem! Vai valer a pena.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

VAMOS DAR UMA RAPIDINHA?

Troca de cérebro


Hoje a sessão promete ser paz e amor. Afinal, o G-8 de fato voltou a ser G-3. Os demais caíram nos braços do velho prefeito como uma donzela cai nos braços do seu sádico amado. E tudo aconteceu como manda o figurino. "Te dou uma secretaria falida cheia de contas vencidas para chamar de sua, um punhado de agrados dividido em 5 parcelas, e você me garante a governabilidade e lambe os meus pés". 

O problema é quando o vereador falava que era "macho" e só tinha uma palavra. Jurava que ninguém jamais o convenceria a apoiar o "desgoverno" Valmir. E agora como fica? Vai fazer cara de Madalena arrependida e lamber as "perebas", ou vai fazer cara de paisagem e fingir que nada aconteceu? Sabe aquela história do cabra que leva um chifre, fica desesperado e sai falando mal de sua mulher para Deus e o mundo? Depois resolve voltar com ela e fica constrangido com cara de cachorro que caiu do barco? Pois é. Não tem nada a ver com a história dos nossos vereadores. Ô gente maldosa! Por isso o Capitão sempre diz: "nunca diga dessa água não beberei, pois um dia a sede pode ser muito forte". 

Outro problema é que o "G" que restou nem pode denunciar os traidores, pois todos beberam da mesma "água" (excceto Joelma que chegou agora), e se um abrir o bico a coisa desanda. O Josineto é quem o diga.

Secretário de Urbanismo dá show na Arara Azul


Ontem, (19) os moradores do Liberdade II denunciaram a falta de coleta de lixo no bairro. Segundo eles, há mais de uma semana o carro do lixo não passava e as ruas estavam tomadas pelo lixo. Ultimamente essa realidade tem se tornado uma constante em todos os bairros de Parauapebas. Um repórter da rádio procurou o secretário (filho do vereador Zacarias) e esse falou que não sabia do problema. Depois disse que a coleta está normal e que o lixo espalhado era culpa da população que coloca o lixo fora do período. 

Mas o pior de tudo não foi isso. O pior foi a desenvoltura que o rapaz demonstrou diante do microfone. Falava como se alguém estivesse ditando as frases para ele. Demorava tanto entre uma palavra e outra que o repórter impaciente completava o raciocínio.

O SAAEP é do Pavão


Acabou a novela. O maior crítico do governo Valmir, o mais radical e o mais convicto de todos, acabou de jogar a toalha e sucumbiu as promessas do prefeito. Pavão agora é o manda-chuva do SAAEP. Se faltar água no seu bairro, agora você já tem para quem cobrar. 

Pelo menos o Pavão foi mais inteligente do que o Zaca, pois não colocou um filho despreparado para assumir a autarquia. Escolheu para gerenciar sua aquisição a servidora Francisquinha que além de muito competente, já conhece o SAAEP como a palma de sua mão.

E por falar em SAAEP, os moradores do Caetanópolis, Bela Vista e adjacências caíram no golpe da água e estão no prejuízo até hoje. O Gesmar mandou quebrar o asfalto de todas as ruas para enterrar canos. Até agora, água que é bom, nada e os buracos ficaram de lembrança da eleição para deputado de 2014.

Bruno Soares líder do governo?


Essa é a conversa que rola pela cidade. Um agente do blog infiltrado no gabinete disse que a conversa foi mais ou menos assim: "não confio no Bruno. Na outra vez que ele recebeu um benefício nosso, ficou calado por uns dias, e logo passou a flertar com a oposição e deu no que deu. Agora se ele quiser vir, vai ter que se expor. Nada de ficar calado, terá que defender publicamente o governo". E só para humilhar e expor o vereador ao ridículo, o Valmir teria exigido que ele fosse o líder do governo. Se isso for verdade, ponto para o velho por conseguir enterrar de vez uma possível liderança. Pobre Bruno! O Zacarias ficará aliviado por não ter mais que carregar esse fardo humilhante.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

GERAÇÃO XUXU

Nesse sábado, (17) Parauapebas recebeu o show do humorista Whindersson. Esse jovem humorista começou a gravar uns vídeos caseiros e postar na rede. Não deu outra: atualmente já tem cerca de três milhões de seguidores e por onde passa arrasta uma multidão. Sem dúvida alguma, é a sensação do momento e, aqui levou uma multidão de mais de mil pessoas - em sua maioria adolescentes - que pagou de $50 a 100,00 em plena crise.

Até ai tudo bem. O jovem Whindersson tem talento para contar piada e deu sorte de cair no gosto da massa, além de ter caído no gosto da grande mídia. Mais de mil pessoas sair num sábado a noite pagando até $100,00 em tempo de crise para assistir a um show de humor que é a modinha do momento pode ser normal. O que não é normal é que essa mesma geração jovem, (a maioria absoluta) jamais sairia de casa para assistir a uma palestra educacional, ou a um show cultural mesmo sendo gratuito. O que não é normal é o grande numero de jovens que nem se atreveram a se inscrever na prova do ENEM que acontecerá nesse final de semana. O que é mais anormal ainda será o grande numero de jovens que se inscreveram no ENEM e não vão fazer a prova por chegarem atrasados, mesmo com toda a campanha e aviso circulando na mídia. E o pior, os pais vão ficar revoltados e vão colocar a culpa no horário de verão, no governo, no porteiro da escola, no trânsito... Mas no show do Whindersson ninguém chegou atrasado.

Infelizmente vemos crescer e proliferar de forma assustadora uma geração vazia, sem sonhos, sem limites e sem perspectivas. Quem são os ídolos dessa geração? Quais são seus ideais? Numa rápida pesquisa, descobrimos estarrecidos que essa geração escolheu como ídolos, cantores de arrocha, de brega, fank... Nada contra esses estilos musicais, (e nem a favor) mas, o que os seus expoentes representam. São artistas que em situação normal, jamais conseguiriam gravar um disco e nem encontrar um louco disposto a ouvir suas músicas. Cantam desafinados, ou melhor, nem cantam: cacarejam, gritam, gemem choram, menos cantar. Para piorar, as letras são inacreditavelmente imbecis, sem conteúdo e sem nenhum sentido. Mas esses "artistas" proliferam como coelhos e são apoiados pela mídia com o claro propósito de formar uma geração de alienados e com baixa produção cerebral. Quem não se lembra a exposição e a promoção que a Globo fez do Pablo no final de 2014 em quase todos os seus programas? Escutar Pablo do Arrocha uma vez por dia deixa qualquer ser humano normal robotizado, idiotizado e sem nenhuma condição de pensar em algo concreto. Viram apenas famintos consumidores alienados e incapazes de pensar ou refletir sobre qualquer realidade. 

Quais os ideais de grande parte dessa juventude atual? Quais suas reivindicações? Quais os seus protestos? Quais seus projetos e sonhos? Essa geração é capaz de passar dois meses fora da escola devido a uma greve, é capaz de concluir o ano letivo pela metade e faltando duas ou três disciplinas por falta de professores e não reclama, não protesta. Essa geração XUXU vibra e comemora quando o coordenador pedagógico entra na sala de aula e diz que não vai haver aula por falta de professores. Hábito de leitura? O que é isso? Telejornais? Que caretice é essa? Aprender a escrever? Pra que se eu posso teclar no celular "kd vc, mt lko, kkkk, rsrsrs..." e a galera vai entender?

Para nosso desespero, essa geração é que vai estar no comando daqui há alguns anos. Essa geração é que vai estar cuidando de nós, definindo o nosso destino e gerenciando nossos interesses. Aí já não poderemos fazer mais nada. Tarde demais.

COLUNA DO LEITOR - ACORDA PARAUAPEBAS!


O que não podemos fazer é permanecer em silêncio e esperar o ferro acabar!

Por Faisal Salmen

Em abril do ano passado a revista Exame publicou uma reportagem preocupante, cujo título é “Em Parauapebas, riqueza tem prazo de validade”. Nela, a Vale diz acreditar que até 2035 as três minas aqui exploradas se esgotarão e, para garantir a produtividade, Canaã dos Carajás e Curionópolis serão as próximas cidades exploradas.

O ano de 2015 entrou difícil. E está marcado por uma crise conjuntural em todo país. Além da política, demissões, salários cortados, a inflação atinge quase todos os setores. Não estamos fora dela. Basta andar por Parauapebas para perceber isso nas ruas. Diversos imóveis para alugar ou vender, comerciantes reclamando da falta de clientes, lojas fechando e/ou demitindo funcionários. O trabalhador autônomo reduz o seu valor para conseguir ter serviço.

E eu me pergunto o que será de Parauapebas? Que alternativas seremos capazes de construir?

Em 2011 nossos estudantes tinham o sonho de trazer mais um campus universitário. Reclamavam que nossa cidade só queria formar “mão de obra técnica e não mentes pensantes”, diziam eles. Abracei a causa e fomos a Brasília. Ouvimos que deveríamos ampliar os cursos da Universidade Rural da Amazônia - UFRA ao invés de lutar pela implementação de um novo campus. Fomos a Belém, conversamos com reitor da UFPA e UEPA. Na ocasião, a Vale até disponibilizou recursos para investir na educação. Eu, como vereador na época me comprometi em criar a emenda para educação. No entanto, minha emenda que propunha 31 milhões para a educação foi vetada. Por pressão dos estudantes que se manifestaram à época, chegando inclusive a jogar ovos durante a sessão na câmara, todos os vereadores assinaram uma emenda coletiva de 12 milhões para tal investimento. Também acabou vetada pelo poder executivo. Recentemente o jornal de Parauapebas noticiou que a UEPA – Universidade Estadual do Pará – terá um campus em nossa cidade.

De lá para cá, passaram-se quatro anos – geralmente, o tempo de uma formação em um curso superior -, e nossos estudantes continuam na esperança de mais cursos universitários públicos. Continuamos falando em Parauapebas ser referência universitária e espero sinceramente, que daqui a 4 anos eu e toda nossa região possamos ver uma nova sala de aula, alunos e professores em um novo curso universitário público seja pela UFRA e/ou UEPA. Que possamos ter diplomas em nossas mãos e a tão sonhada faculdade de medicina, que poderá originar a construção de um hospital universitário. Precisamos entender que o que plantamos hoje pode sim crescer e vigorar! Vale lembrar a cidade de Teresina, que é uma referência em saúde. A economia da cidade gira em torno disso. E podemos nos desenvolver em outros setores também como na irrigação de culturas como Açaí, Mandioca, coco e na criação também de gado leiteiro e piscicultura. A ideia da construção de siderúrgicas e metalúrgicas na nossa cidade não pode morrer. Essa ideia ainda está viva em Marabá.


Como médico e cidadão eu me disponho a levar essa discussão às escolas, faculdades, partidos políticos, entidades, empresas, poderes públicos, etc. O que não podemos fazer é permanecer em silêncio e esperar o ferro acabar! Precisamos plantar hoje para colher amanhã!

sábado, 17 de outubro de 2015

COLUNA DO LEITOR - ABÓBORAS.

   Por  Antonino Brito*

         Nesta segundona, feriado, fui convidado por minha companheira a irmos ao shopping,depois de assegurar que ela pagaria o Chopp, aceitei o convite. Duas horas depois saímos com a sensação de estarmos sendo enganados pela mídia nacional que diz manhã, tarde e noite que estamos na maior crise de todos os tempos no Brasil. Constatamos isto ao vermos enormes filas no cinema, na pastelaria, no Giraffas e nas Americanas. A praça de alimentação lotada e gente de pé esperando um banco. Pretos, brancos, crianças, jovens e adultos, juntos, divertindo-se e aparentemente felizes.

          A grande mídia nacional (leia-se Globo, Band, Record, Veja, Época, Isto É, Estadão) refere-se ao Brasil em publicações e seus programas “jornalísticos e de entretenimento”, como o país da desesperança, o país dos corruptos, o país de babacas e insuflam a população a uma cruzada épica contra a corrupção. O que não dizem à sociedade é que escondem informações importantes e manipulam noticias para proteger seus aliados, anunciantes e assim manter sua postura de guardiã da moral nacional enquanto seus donos figuram na Forbes entre as maiores fortunas do mundo.

      Algumas constatações que falam por si mesmas sobre o PIG (Partido da Imprensa Golpista)
 

*Segundo a grande mídia nacional o Brasil é o país mais corrupto do mundo e o governo federal atual junto a um partido politico são os pais desta corrupção. Segundo organismos internacionais de combate a corrupção, o Brasil tinha um alto índice de corrupção, uma endemia que era escondida embaixo do tapete, e que nos dias atuais com o fortalecimento dos organismos internos de controle dos gastos públicos, o país destaca-se sendo um dos principais combatentes na luta mundial contra a corrupção.

*A revista VEJA publicou matéria de capa afirmando que o senador Romário tinha sete milhões de dólares em conta não declarada na Suíça. Romário foi à Suíça e comprovou que não tinha esta conta fantasma. Está processando a VEJA e pedindo 10 vezes este valor por calunia e difamação, danos morais. A VEJA publicou em poucas linhas um pedido de desculpa. A justiça Suíça entregou a PGR documentos que comprovam que Eduardo Cunha tem conta não declarada na Suíça com cinco milhões de dólares. A veja além de não ter achado a conta que existia do Cunha, não publicou nada sobre o assunto.

*A revista ISTO É premiou o prefeito de Parauapebas com a comenda da “sustentabilidade financeira”. Poucos dias após o recebimento do prêmio, a justiça bloqueou as contas da prefeitura por irregularidades na administração das finanças publicas.

       Reconhecer que o Brasil passa por uma crise econômica, muito disso em função de ser um país expoente no mundo globalizado, sem dúvida, é o óbvio. Os principais países com alguma importância no cenário econômico atual passam por uma das mais graves crises jamais vista. Basta    olharmos o que acontece na Grécia, Portugal e Espanha para termos uma noção de que o que acontece aqui no Brasil não é uma crise isolada, fruto da incompetência do governo como essa mídia quer fazer parecer. Não deveria ser mérito de “alguns iluminados”, entender a crise, e sim da maioria consciente da sociedade, que hoje, com conhecimento e liberdade para se posicionar, encontrar os problemas e trabalhar na busca de soluções, sem partir para o extremismo, valorizando e respeitando sempre a democracia, a liberdade de ação, expressão, religião e opinião. Sem jamais querer voltar a tempos sombrios em que opinar sobre os rumos de nossas vidas era prerrogativa de poucos que se intitulavam e agiam como donos do país e de seu povo.

       Em conversa recente com amigos, disse a estes que crises são uma constante em qualquer sociedade, grupos econômicos, países e sempre haverá perdedores e ganhadores, que a vida não acaba com esta crise - mais politica do que econômica - que vivemos. Mesmo as economias mais sólidas tem seus ciclos de crise e de bonança. É impossível para qualquer nação que vive a realidade da globalização viver permanentemente na crista da onda, na estabilidade financeira. Em resumo, na maioria das vezes as crises são oportunidades para nos tirar do comodismo e da nossa zona de conforto e extrair o que há de mais criativo em nós. É como uma carroça com abóboras: depois das dificuldades, solavancos e buracos as aboboras se ajeitam.



*Assessor parlamentar na Câmara Municipal de Parauapebas

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

HOMENAGEM AOS PROFESSORES

Sou professor com orgulho e convicção. Para homenagear esses guerreiros que vão à luta armados de muita fé e esperança, dedico um pedaço de minha alma. Ofereço-lhes uma crônica do meu livro "O escorpião e a borboleta" que escrevi com paixão.



Ao mestre com carinho


- Venha dormir minha filha. Já passa de meia noite.
- Vou já, João. Estou só terminando a atividade do 6º ano.
Maria dos Anjos Pereira da Silva. Conhecida por todos como Professora Dos Anjos. Mulher de estatura pequena, cerca de 1,63cm, mas todos a veem como uma gigante. Voz mansa, muito humilde, e quando anda, parece que voa. Sempre apressada, inquieta, espírito de águia. É professora há 20 anos e vive o magistério como um sacerdócio. Mas não queria que fosse assim. Sonhava com tudo diferente.
Dos Anjos saiu do interior do Maranhão e foi estudar na cidade de Imperatriz. De família muito pobre, teve que trabalhar como empregada doméstica para garantir moradia e condições para alcançar um sonho de criança: fazer o magistério e se tornar professora. Com muito esforço e dedicação, concluiu o magistério (o equivalente ao 2º grau na época) e voltou para sua cidadezinha com um diploma na mão e um sonho por realizar. Ficou dois anos desempregada, pois por motivos políticos o prefeito que era desafeto de sua família não lhe deu emprego. Dos Anjos não desistiu.  Matriculou-se no curso de aperfeiçoamento do magistério chamado estudos adicionais, enfrentou dificuldades, mas enfim conseguiu mais um diploma. Dos Anjos queria muito mais. Queria agora um diploma de nível superior. Queria ser Pedagoga.
No ano de 1993, conseguiu seu primeiro emprego de professora. Seu primeiro desafio foi alfabetizar crianças. Sentiu muita dificuldade, pois descobriu que as teorias que aprendera no magistério e nos estudos adicionais não tinham nada a ver com a prática. Com muita persistência e dedicação, aprendeu a alfabetizar na prática e, em 1994, ganhou o prêmio de melhor alfabetizadora do seu município.
O sonho de entrar para a universidade só veio em 2000. O seu salário não permitia sair de sua cidade para estudar fora. Até lutou junto ao sindicato para conseguir apoio do prefeito para custear a formação de professores, mas sempre ficava na promessa de campanha. Até que surgiu uma oportunidade única: um curso de Pedagogia pela UVA (Universidade do Vale do Acaraú) em Sobral (CE). As aulas eram só nas férias, dando assim condições para que Maria dos Anjos estudasse sem ter que abandonar suas duas turmas de alunos do ensino fundamental.
Em 2005, toda orgulhosa, formou-se em Pedagogia. Um curso que fez com muito sacrifício, tendo que abrir mão das férias por cinco anos, abrir mão da vida social e até do convívio familiar. Tanto sacrifício teria que valer a pena. 
Como pedagoga, a professora Dos Anjos descobriu uma triste realidade: os políticos não valorizavam diploma. Ganhava apenas R$100,00  a mais do que uma professora que só tinha o magistério. Tinha que trabalhar três turnos para conseguir pagar as despesas. A cada dia se via mais desvalorizada e desprestigiada. Gastava parte do seu salário comprando material escolar, pois a Secretaria de Educação alegava não ter fundos.
Em 2007, foi convidada por uma amiga para vir para Parauapebas. Segundo essa amiga, "Parauapebas é a terra onde corre leite e mel e tem ribanceira de cuscuz". Não pensou duas vezes. Arrumou as malas, embarcou na classe econômica do trem e veio de vez, decidida a ficar. Aqui conseguiu logo um emprego e assumiu uma turma do 4º ano numa extensão da periferia. Ficou muito animada, pois trabalhando apenas um turno, já ganhava quase o mesmo valor que ganhava em três turnos lá no Maranhão. Não precisou de muito tempo para a professora Dos Anjos cair na triste realidade. O valor que ganhava aqui, apesar de muito superior ao que ganhava antes, não dava para cobrir as despesas. Aqui tudo era muito caro, principalmente o aluguel.
Logo a Professora Dos Anjos se viu numa dura rotina, tendo que trabalhar três turnos em três escolas diferentes para conseguir equilibrar o orçamento. Para complicar ainda mais, seu marido que é braçal, fica mais tempo desempregado do que trabalhando.
A professora Dos Anjos é brasileira e não desiste nunca. Trabalha com dedicação, amor e muita superação. Passa todo o final de semana planejando as aulas das suas três turmas. À noite sempre tem trabalho extra. Muitas tarefas para corrigir, muitas provas, muitos relatórios e centenas de fichas para preencher. Sonha em poder tirar férias, em poder viajar com a família, mas por enquanto o sonho vai ficando para depois.
Ultimamente, um probleminha vem tirando o sono da Professora Dos Anjos. Percebeu um caroço no seu seio esquerdo. Depois de três meses tentando um atendimento no Hospital Municipal, ouviu apenas uma bronca ríspida do médico que lhe atendeu com pressa e nem sequer olhou para o seu rosto. 
- Quanto tempo a senhora não faz um preventivo? -Perguntou o médico carrancudo.
- Nem me lembro qual foi a última vez, doutor -Respondeu cabisbaixa.
- Isso é irresponsabilidade. Não sabe que toda mulher tem que fazer um preventivo pelo menos uma vez por ano?  Quando estão morrendo é que vocês procuram a gente e depois ainda reclamam. - Retrucou o médico mal humorado.
A professora Dos Anjos baixou a cabeça e chorou. Se sentiu impotente, a última das criaturas. Sentiu vontade de morrer. "Por que não estudei para ser médica ao invés de ser professora?" Pensou amargurada. Trabalhava tanto que negligenciou até sua própria saúde. A educação sempre estava em primeiro lugar, enquanto as outras coisas essenciais ficavam sempre para depois. Enquanto esse filme triste passava pela sua cabeça, voltou à realidade com a voz grosseira do médico. "Tome esse encaminhamento. Faça uma mamografia e volte aqui quando tiver o resultado. Próximo!" - Bradou o médico, chamando o próximo paciente.
Quatro meses já se passaram e a professora Dos Anjos ainda não conseguiu fazer a mamografia. Sempre falam que o aparelho está quebrado. Na última vez que foi ao hospital lhe deram uma esperança. O tal aparelho já estava funcionando. Agora era só aguardar a vez, pois tinha muita gente agendada. Mas a vida não para. Os alunos da professora Dos Anjos não podem esperar. Todos os dias, com chuva ou com sol, a professorinha miudinha, de passinhos rápidos e voz mansa, está lá firme e forte. Sempre sorrindo e incentivando os seus alunos a acreditarem na educação como instrumento de crescimento. Quando sente vontade de chorar, sorri com elegância. O choro fica para depois.
A professora Dos Anjos continua sonhando. "Um dia os professores vão ser tratados como médicos, como engenheiros. Um dia ainda vamos ter salário digno." "Um dia ainda vou poder trabalhar só oito horas por dia e receber um salário digno compatível com a minha missão." "Um dia os políticos ainda vão valorizar a educação e os professores, depois das campanhas eleitorais." "Um dia..."
Essa é uma história de ficção com personagens e nomes fictícios. Qualquer semelhança com a realidade será mera coincidência.
Um grande abraço a todos os professores do Brasil.