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quinta-feira, 17 de setembro de 2015

COLUNA DO LEITOR - Dilma e a corrupção na Petrobras.


O título é bem sugestivo, e por assim o sê-lo sugiro também a leitura do texto a seguir, com muita atenção, para entender de onde vem a nossa história e/ou quando e onde tudo começou - “se for possível...” (Zelão).
(Artigo extraído do Yahoo)



*Por Jorge Furtado – de Porto Alegre – em15.09.15.


Se for possível, esqueça por alguns minutos todos os adjetivos e piadinhas, toda indignação seletiva dos que governaram o país por décadas e o transformaram na sociedade mais desigual do planeta, todas as manchetes escandalosas, esqueça as frases de efeito dos jornalistas que garantem seus empregos pensando exatamente como o patrão manda, os comentários dos seus amigos e colegas ressentidos pela ascensão social dos mais pobres.
Esqueça por alguns segundos o nosso racismo, nossa centenária indiferença com os miseráveis, nossa cordial tolerância com as injustiças sociais, nossa cômoda aceitação da existência de uma multidão de pobres dispostos a fazer o trabalho pesado por salários irrisórios, deixe de lado nossa ancestral complacência com a corrupção – que começa com a carta de Pero Vaz de Caminha pedindo ao rei um emprego para um parente e vem até ontem, quando você aceitou pagar menos por um serviço sem recibo ou ofereceu um troco (ou um milhão) para o fiscal não lhe multar –, esqueça tudo isso por um breve instante e pense nos fatos.
O golpe civil-militar de 1964, que jogou o Brasil numa ditadura cruel que durou 25 anos e foi planejado e executado (hoje todos sabem) pelo governo norte-americano e segundo interesses das grande empresas norte-americanas, foi apoiado por pessoas de bem como você, que acreditavam no que diziam os jornais da época (os mesmos de agora), e queriam combater a corrupção na Petrobras e impedir as práticas comunistas do governo eleito.
Em 1989, ano que marca a volta da democracia com eleições diretas para presidente, o jornalista Ricardo Boechat foi premiado por denunciar a corrupção na Petrobras.
Em 1995 o jornalista Paulo Francis denunciou a corrupção na Petrobras e, por isso, foi processado.
Em 1997, o presidente Fernando Henrique Cardoso acabou com o monopólio da Petrobras na exploração do petróleo brasileiro e criou o sistema de concessão, que favoreceu as grandes petroleiras norte-americanas. FHC também editou a Lei n° 9.478, que autorizou a Petrobras a se submeter ao regime de licitação simplificado, na prática permitindo que a empresa contratasse fornecedores sem fazer concorrências públicas. Para o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello, esse foi o momento em que “o governo Fernando Henrique colocou o galinheiro ao cuidado da raposa”.
Segundo o depoimento dos delatores premiados da Lava Jato (Pedro Barusco e outros) e segundo a denúncia do Ministério Público, foi em 1997 que esta quadrilha (Paulo Roberto Costa, Youssef e turma) começou a roubar a Petrobras.
Durante o segundo mandato de FHC, o ministro da Justiça – e, portanto, chefe da Polícia Federal – era Renan Calheiros (PMDB).
Em 2009, com a descoberta das gigantescas reservas do pré-sal, o governo Lula anunciou mudanças na lei de exploração do petróleo, favorecendo a Petrobras. As petroleiras norte-americanas, Chevron, Shell, Exxon e a inglesa BP, ficaram de fora. Em telegramas revelados pelo Wikileaks e publicados pela Folha de S. Paulo, o candidato tucano José Serra garantiu aos representantes da Chevron que, se eleito, voltaria ao sistema anterior. Desde então Serra e o PSDB vêm defendendo o modelo de concessão e os interesses norte-americanos no petróleo brasileiro.
A quadrilha de Youssef e Paulo Roberto Costa começou a roubar em 1997, roubou a Petrobras durante o segundo mandato de FHC, durante todo o governo Lula e nos primeiros anos do governo Dilma. Entre os beneficiados com o esquema milionário estão empresários e políticos de todos os partidos, especialmente do PP e do PMDB, mas também do PT, do PSDB, do PSB e outros.
Em 2013 Dilma sancionou a lei 12.846 que definiu como corruptores tanto as pessoas físicas como as pessoas jurídicas. Graças a esta lei, pelo menos oito empresas tiveram executivos presos: Camargo Corrêa, Odebrecht, OAS, UTC, Engevix, Iesa, Queiroz Galvão e Mendes Júnior. A lei sancionada por Dilma pode render a condenação criminal dos sócios e executivos e pune as empresas com multas que variam de 0,1% a 20% sobre o seu faturamento. Foi com este temor que os milionários presos fizeram suas delações premiadas.
Dilma indicou e reconduziu ao cargo o procurador-geral Rodrigo Janot, que investiga a corrupção na Petrobras e já indiciou muitas pessoas (bem diferente do que fazia o engavetador geral da República no governo FHC).
A Polícia Federal, durante o governo Dilma, levou a cabo a Operação Lava Jato, que prendeu e desbaratou a quadrilha de Youssef e Eduardo Costa, que roubava a Petrobras desde o governo de FHC, atravessou o governo Lula roubando e bateu no poste no governo Dilma. Entre os investigados, com fortes indícios de terem recebido dinheiro sujo, estão Renan Calheiros (ministro da Justiça e chefe da Polícia Federal de FHC) e Eduardo Cunha (PMDB), atual presidente da Câmara, com um longo histórico de envolvimento em falcatruas de toda espécie.
A corrupção na Petrobras é antiga, no Brasil é ancestral, e os ladrões de dinheiro público, de qualquer partido ou governo, devem ser severamente punidos e, isso é importante, devem devolver o dinheiro que roubaram aos cofres públicos, mas repassando esta lista de fatos, todos incontestáveis, você ainda acha que há algum sentido em pedir, com o pretexto de combater a corrupção na Petrobras, a saída de Dilma para entregar o governo a Renan Calheiros e a Eduardo Cunha?
Você não acha bem mais provável que, sob o pretexto de combater a corrupção, essa turma queira que a Dilma saia para atender interesses poderosos e voltar a roubar, como sempre fizeram?

*Jorge Furtado é Diretor e roteirista.

3 comentários:

  1. nao entendi o texto, sera que o nobre escritor esta querendo defender a corrupção na petrobras no governo Dilma???

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    1. Realmente você não entendeu nada. Nem vou recomendar que releia novamente. Recomendo que comece com algo mais básico, tipo um gibi da turma da Mônica, Mickey, ou algo semelhante.

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  2. kkkk. Boa indicação para esse "Maria vai com as outras". No caso dele, O Pequeno Príncipe já seria demais.

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