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segunda-feira, 15 de abril de 2013

CEM DIAS DO GOVERNO VALMIR (PARTE IV)


COMPOSIÇÃO POLÍTICA DE VALMIR NA CÂMARA DOS VEREADORES


            Logo após vencer a eleição de 2012, Valmir e sua equipe partiu para a estratégia de compor a Câmara Municipal e tentar construir a maioria para garantir certa tranquilidade no início do seu governo. O resultado eleitoral no legislativo foi trágico para ele. O povo de Parauapebas tem uma sabedoria que é de dar inveja a qualquer cientista político. Por um lado elegeu seu Valmir com uma diferença folgada e por outro lado votou nos vereadores da oposição. O mapa da Câmara ficou assim: o bloco de oposição saiu com 11 vereadores contra apenas 04 da base governista, sendo 04 do PT (Zé Arenes, Miquinha, Euzébio e Eliene), 03 do PPS (Devanir, Bruno e João do Feijão) 01 do PMDB (Odilon), 01 do PDT (Brás), 01 do PSC(Irmão Maridé) e 01 do PV (Irmã Luzinete). Essa última, apesar do seu partido estar na coligação do Valmir, fez a campanha na coligação do Couto e estava vinculada diretamente a base governista, pois segundo ela “não poderia se misturar a bandidos”.  11 X 04 seria demais para o seu Valmir, por isso sua trupe entrou em campo para tentar por em prática a operação financeira apelidada popularmente como RATOEIRA. De cara essa operação foi um sucesso, pois adversários que chamavam seu Valmir de caloteiro, de bandido, de velhaco, passou a lhe tratar como o salvador da pátria. Ele foi transformado da noite para o dia de demônio a santo. O primeiro a morder a isca foi João do Feijão. Depois foi Luzinete, Irmão Maridé e o Braizinho. Agora o circo estava armado. Seu Valmir já garantira a maioria. Agora só restava decidir quem seria o presidente para o primeiro biênio.
            Dizem que política é igual futebol. Você não pode confiar no resultado armado antes do apito final. Começou no grupo do Valmir uma briga interna pelo poder na Câmara, uma verdadeira fogueira das vaidades. Do lado da oposição, tentaram construir um blocão com possibilidade de levar a presidência da Câmara e o PT como a maior bancada, naturalmente encabeçaria esse bloco. Só que aqui também a fogueira da vaidade chamuscou um de seus membros. O Vereador Euzébio tentou se impor como Presidente, e, não conseguindo, tentou impor seu tutor Wanterlor Bandeira como Diretor Administrativo. Como sua proposta foi rechaçada por todos, pois seria o mesmo que colocar a raposa para tomar conta do galinheiro, o Vereador Euzébio saiu do grupo e foi com o Wanterlor beijar os pés do seu Valmir. Isso desintegrou o grupo e deixou a turma do Valmir sorrindo de orelha a orelha.
            Diante dessa turbulência e instabilidade política a oposição teve uma sacada de mestre. Atraiu o vereador governista Josineto com a promessa de abençoá-lo como Presidente da Câmara. No dia da sessão de posse e eleição da Mesa da Câmara os vereadores governistas tiveram a maior surpresa de suas vidas e a população que esteve presente na festa presenciou a cena mais grotesca de toda a história daquela casa, digno de um filme de cangaço. “Vereador Odilon, Vossa Excelência é um ditador, mas não manda mais nessa casa”, bradou o Vereador Braz; “não calo a boca não, vou falar sim senhor, porque agora nessa casa tem ‘HOMI’, esbravejou o Vereador Major da Mactra. Fiquei pensando: uai, e antes não tinha não, é? Não continuarei mostrando as falas para não ter meu blog censurado, mais o que vimos foi um verdadeiro atentado à democracia. Tudo porque o grupo do Valmir descobriu o golpe na hora da eleição da mesa e percebeu que toda sua estratégia fora pelo ralo. Josineto presidente da Câmara e a oposição dominando toda a mesa diretora! Quem seria capaz de imaginar tal cenário! Nem a eleição do Papa Francisco surpreendeu tanto.
            Esse episódio serve para demonstrar como a banda toca em Parauapebas. Seu Valmir mais uma vez cometeu um erro ao tentar compor o Poder Legislativo na base do troca-troca. Não teve habilidade política e prometeu absurdos para os vereadores da oposição em troca de apoio político. Conseguiu atrair a maioria que foi seduzida pelas promessas de vantagens no seu governo, mas não levou a Mesa Diretora. Infelizmente, essa é uma prática perniciosa que se repete em Parauapebas e prejudica muito o verdadeiro espírito político republicano. Alguns vereadores depois de eleitos usam seus cargos apenas para negociatas em proveito próprio e esquecem-se do compromisso de campanha. Veja o exemplo do Brás: era um opositor ferrenho ao seu Valmir e só lhe tratava como velhote caloteiro. Após a eleição passou a ser o principal defensor do prefeito desde criancinha. Essas atitudes são lastimáveis, pois seria bastante salutar uma Câmara de oposição para equilibras as forças no poder. Vereadores livres seria uma garantia de fiscalização dos recursos públicos, de transparência, enfim, seria benéfico para a população.
            Com cem dias de governo seu Valmir ainda não conseguiu estabelecer uma relação de respeito, autonomia e independência com a Câmara. Ainda se ressente do golpe que sofreu no episódio do dia 1º de janeiro e vez por outra tenta se vingar, quando marca reunião com os edis e simplesmente não aparece.  Seu apoio no Poder Legislativo é frágil e insustentável, pois não se baseia em acordo político, e sim em promessas de benefícios pessoais que nunca são cumpridas. Vez por outra já presenciamos vereadores governistas se rebarbando na tribuna.  Enquanto isso, continuamos sonhando com uma Câmara livre formada por vereadores independentes que cumpram seu papel constitucional de fiscalizar o poder executivo e representar o povo.

P.S. Amanhã dia 16 discorrerei sobre as realizações do seu Valmir nos cem dias de governo.
            

5 comentários:

  1. Parabéns pela análise. Realmente é o que eu gostaria de falar e gostaria que o povo ouvisse. A velha política do troca-troca tem que acabar. Nós merecemos mais respeito por parte dos nossos vereadores que se comportam como mercadorias baratas. Não falo de todos. Temos bons exemplos lá como o Bruno.

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  3. Concordo! Se esta camara tivesse pelo ao menos mais 7 Vereadores com a dignidade e honra que tem esse Vereador Bruno Soares nosso povo estaria bem melhor representado.

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  4. Luiz Vieira, estou gostando muito da coerência dos seus textos. Estava esperando que esse blog fosse um muro das lamentações só para esculachar o governo. Mas vejo que está coerente e imparcial. Infelizmente tenho que concordar com você. Digo infelizmente porque votei no Valmir.

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  5. Caramba, então era verdade o lance do Euzébio com o Vanterlor? Não estou entendendo mais nada. Eles ainda são do PT?

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