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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

SOB O SIGNO DO MEDO E DA COVARDIA




Desde que cheguei a Parauapebas em 1987 escuto a mesma história: que aqui é um lugar violento, perigoso, cheio de gente poderosa que mata por nada e pistoleiros com sede de sangue que matam por cem “contos”. Ouço também que é uma terra sem lei, onde os criminosos confiam na impunidade e que as instituições de segurança são ineficientes. 

Será isso verdade? Será que vivemos em uma época de barbárie em pleno século 21? Será que temos que suportar essa situação e fingir que tudo é normal para garantir a nossa sobrevivência?

Pessoalmente sempre vivi sob o fio da navalha desde que cheguei aqui. Fui militante do Partido dos Trabalhadores numa época em que assumir essa ideologia em si já era um risco. Acabei me tornando dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação e liderei muitas lutas em prol da educação e contra a corrupção. Isso me rendeu alguns inimigos poderosos e raivosos com histórico de violência e relação íntima com a pistolagem. Até recebi muitas ameaças e algumas vezes tive que improvisar um esquema de segurança pessoal. 

O mais engraçado é que pessoas próximas, e, principalmente membros da minha família me recomendavam  largar essa “vida”, que não valia a pena correr esse risco, etc., etc. Até aqui sobrevivi. Ufa!

Quando me tornei Secretário de Meio Ambiente continuei correndo perigo. No cumprimento de minha função e para fazer cumprir as leis ambientais desagradei muita gente que insistia em querer passar por cima das normas para satisfazer seus interesses pessoais. Mais uma vez sobrevivi.

Quando estive a frente da Secretaria de Administração também sofri algumas ameaças. Dessa vez enfrentei inimigos internos: gente do meu próprio partido que não gostaram da maneira como conduzi a máquina pública acabando com alguns vícios. Cheguei a ser vítima de uma campanha difamatória que tentou me desmoralizar e me afastar de vez da vida pública. Sem contar com alguns “colegas” que viam em minhas decisões ameaças a seus interesses pessoais. Graças a Deus continuei vivo.

Atualmente quando Parauapebas vive o seu momento mais violento e sanguinário resolvi entrar na onda de blogueiro. Aqui nesse Blog escrevo textos onde exponho livremente e com responsabilidade meu ponto de vista. Ao mesmo tempo em que meus textos alcançam uma multidão de leitores que gostam do que escrevo, consigo desagradar algumas pessoas que veem no meu Blog uma ameaça. Às vezes a verdade é como faca cortante que fere até a alma. Paciência! Vez por outra recebo ameaças anônimas e levo todas muito a sério. Investigo até descobrir a origem.

Aí fico me perguntando: até onde vale a pena se comprometer com a verdade? Até onde vale a pena denunciar o que está errado? Será que temos todos que nos acovardar e deixar a iniquidade imperar? Será que temos que nos curvar aos tiranos por medo da sua violência? Será que temos que nos esconder como ratos e deixar que os abutres sobressaiam? Será que temos que nos corromper e sucumbir à violência e a corrupção?

O que sempre recomendo a amigos que vivem em igual situação é que não se escondam, não se intimidem. A melhor defesa é o ataque. A melhor tática de segurança é expor seus inimigos, até mesmo os que pareçam inofensivos. Deixe tudo registrado de tal maneira que se você sofrer um acidente, um assalto ou coisa parecida eles sejam responsabilizados. E no mais, entregue nas mãos de Deus.

Que todos nós vamos morrer um dia é a única certeza que temos. Resta saber se morreremos como homens ou como ratos. Acredito que cada um de nós tem uma missão a cumprir e nada acontecerá se não for pela vontade de Deus. Nem um fio de cabelo se perderá sem a SUA permissão. Se acreditamos no bem e praticamos o bem, o bem sobressairá. Se acreditamos no mal e praticamos o mal seremos dominados e subjugados. Assim, com a proteção de Deus vamos vivendo e combatendo o bom combate. Quando chegar a nossa hora, que não tenha sido em vão.

Vida longa aos que acreditam na justiça!

4 comentários:

  1. Luiz, concordo com seu ponto de vista. Se os bons se calam, os maus tomam conta. Temos que denunciar e nos organizar para barrar esses fascínoras que acham que são donos das vidas das pessoas. Aqui no Pebas quem se acovardou morreu. Vamos ficar de olhos abertos, pois essa turma que cerca o poder não tem limites e acreditam na impunidade.

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  2. Luiz, você já assistiu aquele filme O perigo mira ao lado?

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  3. Caro Luiz Vieira, esse é o bom combate, não se deixar intimidar é maior arma contra os covardes e a intolerância. Longa vida e muito debate em favor da justiça e da democracia Abraço.

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  4. Luis, quando falei que o perigo mora ao lado, é ao lado mesmo. Literalmente. Observe mais.

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