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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

INDEPENDÊNCIA ENTRE OS TRÊS PODERES X DEPENDÊNCIA FINANCEIRA E SUBORDINAÇÃO




Certa vez fui na antiga delegacia do Rio Verde registrar uma ocorrência e após esperar por 3 horas chegou minha vez. Tive que esperar mais meia hora, pois o escrivão foi atender um rapaz que acabara de chegar trajando um uniforme da VALE. Enfim quando fui atendido reclamei da falta de respeito. Afinal, como cidadão que aguardava resignado a sua vez de ser atendido  não era justo um bacana chegar e furar a fila. O escrivão que já estava esgotado me respondeu: “eu te entendo e peço desculpas. Mas aqui é assim. Essa máquina de escrever, esses armários, esse papel é tudo doado pela VALE. Se dependêssemos do governo, nem papel teríamos para trabalhar. Então eu tenho que atendê-los na hora que eles quiserem.”

Parauapebas cresceu, evoluiu e no auge dos seus 25 anos se tornou uma próspera cidade. Porém, em alguns aspectos não mudou e insiste em se comportar como aquela velha currutela de garimpeiros. Se no Brasil a justiça é lenta, aqui parece que é coxa. O Estado continua nos ignorando e mantém aqui instituições defasadas e com estruturas ineficazes até para um atendimento medíocre. Todos os órgãos do Estado (TODOS) só funcionam aqui graças ao subsídio do município. E esse subsídio é feito de maneira informal, de acordo com a conveniência e da vontade do prefeito. Se o prefeito tirar esse subsídio, simplesmente as instituições vão fechar. Agora pense comigo: como é que vai haver a independência constitucional entre os três poderes? Como é que o Poder Judiciário vai ter a devida imparcialidade para julgar os casos que envolvem um agente público municipal (Prefeito, Secretários, etc.)? Como é que um membro do Ministério Público terá isenção para fazer uma investigação de denúncia contra o prefeito se esse mantém vínculos financeiros com a prefeitura? 

Não estou aqui tecendo qualquer crítica contra os poderes constituídos. Não estou acusando nenhum órgão do Estado que vivem sob esse regime. Estou criticando sim a ineficiência do Estado que reforça esse círculo vicioso. Cada órgão estadual presente no município deveria ter orçamento e estrutura suficiente para atender bem a população. Só assim, haveria na prática a necessária isenção e a independência entre os poderes. Não acredito em imparcialidade, em independência quando há dependência financeira. Em um município rico como Parauapebas, essa dependência é mais danosa ao cidadão. Por que será que você vê nos telejornais políticos sendo presos por 30 mil reais e aqui em Parauapebas nada acontece com denúncia de desvio de milhões?

Essa realidade só vai mudar quando a população tomar consciência dessa realidade. Quando os cidadãos começarem a cobrar das instituições mais eficiência. Deve haver parceria entre entes do Estado e Município? Entre poderes? Deve sim. Porém essas parcerias deveriam ser chanceladas por leis aprovadas pela Câmara com toda transparência possível. Se um Promotor de Justiça tem direito a qualquer benefício do município, esse benefício deveria se estender a toda a classe e em todos os municípios. A população tinha que ter conhecimento desses benefícios para poder cobrar melhores serviços. Isso evitaria muitos vícios.

6 comentários:

  1. É meu caro Luiz, disso você entende muito bem, pois isso começou com vocês do PT quando estavam no governo. e vem se perpetuado, Brasil a fora, é a maneira petista de governar. Espero que você publique professor, apesar de não comungar com as atitudes do seu partido, concordo com muitas coisas que você publica. Me desculpe se lhe ferir, mais não resisti.

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    1. Caro anônimo, não costumo responder comentários, mas achei o seu bem pertinente e merece uma resposta. em primeiro lugar obrigado por prestigiar meu Blog e concordar com muitas coisas que eu publico. E obrigado também quando não concordar. Quanto ao que você falou que isso começou no governo do PT quero discordar. Essas parcerias informais com órgãos estaduais já existia quando assumimos o poder. Concordo que o governo petista no município não conseguiu romper com esse círculo vicioso. Eu enquanto secretário de Administração tentei colocar ordem nessa bagunça e exigi do Estado a celebração de convênios. Acontece que o Simão Jatene nunca deu bolas para isso e preferiu ficar na informalidade, talvez porque soubesse que esses subsídios deporiam contra a ineficiência do seu governo. Com exceção da PM que a duras penas consegui arrancar um convênio, os outros órgãos ficaram descobertos. E aí o que fazer? Deixar fechar os órgãos estaduais e prejudicar a população? Reconheço que nosso governo não teve peito para acabar com essa ilegalidade.
      Quanto a realidade no Brasil sob o governo petista, também não fomos nós que criamos o caos. Em 10 anos o governo petista vem corrigindo as mazelas de 500 anos de governos neo liberais e elitistas. Recomendo a leitura do livro "O Príncipe da Privataria". Adianto que não foi escrito por petista e nem por simpatizante do PT.

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  2. Importante é a imparcialidade. Justiça social, independente de partido político.

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  3. Realmente essa dependência chega a ser imoral. Vá no fórum e veja quantos funcionários são da prefeitura. O mais imoral é a prefeitura pagar casa e carro para funcionários do Estado com cargos de comando, como se eles não recebessem salários. Realmente é imoral.

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  4. É. Hoje está assim. Ninguém pode agradar o Valmir que o bicho pega. Quem vai nos poderar nos defender?

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  5. Caro Luiz você vai apoiar a Eliene pra Dep Estadual.

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