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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

QUANTO VALE A PALAVRA DA VALE?

Depois da denúncia feita por um ex funcionário da Vale de que a empresa tem o hábito de espionar as pessoas que de alguma forma atravessam o seu caminho, fiquei pensando na falta de respeito que a Vale tem pela comunidade e pelo desprezo que sente pelo município de Parauapebas. Essa empresa que extrai sua principal fonte de renda do nosso subsolo, que tem aqui sua principal riqueza, que tem do nosso povo a complacência que ela não teve dos mineiros de Itabira deveria nos tratar com respeito e consideração. Ao invés disso, trata com desdém, com descaso e pratica uma política colonialista baseada na mentira e na enganação.

Vamos aos fatos:

Quando a Bel ainda era prefeita de Parauapebas fez um projeto para construir um aterro sanitário para por fim ao famigerado lixão. Após anos de estudos técnicos a área ideal foi enfim escolhida. Acontece que a Vale construiria a pera ferroviária próximo ao local escolhido, colocando por terra o projeto do aterro sanitário. Um dos dois teria que ceder. Ou a prefeitura mudava o local do aterro ou a Vale mudaria a planta da pera ferroviária. Como o interesse da prefeitura prevalecia, essa deveria notificar a Companhia a refazer seu projeto. Os diretores da Vale espertamente convenceram a Bel a abrir mão do projeto, e em troca eles construiriam um aterro modelo e entregariam a prefeitura em um ano. Os olhos da então prefeita Bel brilharam com a possibilidade de ganhar da Vale o tal aterro. Proposta aceita, documento assinado e pactuado. Agora era só esperar.

Findou o mandato da Bel e nada do aterro. Já na gestão do Darci, em 2005 o então Secretário de Meio Ambiente descobriu esse documento perdido numa gaveta e resolveu cobrar da Vale. Fizeram cara de paisagem, deram a desculpa que o gerente que fez o acordo tinha sido transferido e que nada sabiam. Essa é uma velha prática que a Vale tem para enrolar a comunidade. Enfim, se comprometeram a começar do zero e construir o tal aterro. Na época a Vale chegou a contratar uma consultoria para levantar os possíveis locais que comportaria o aterro. Depois de muita enrolação, de troca de gerências, chegou-se a um acordo mais realista: a Vale dividiria ao meio todos os custos do novo aterro. O IBAMA chegou a interditar o aterro que a Vale mantinha em plena Floresta Nacional de Carajás, coisa que é expressamente proibido. Porém, usando do seu poder conseguiu arrancar o seguinte acordo: a vale não abriria mais nenhuma célula no seu aterro e quando findasse as células existentes traria os resíduos para o aterro que construiria em parceria com a prefeitura de Parauapebas. O fato é que até hoje a Vale continua com o aterro dentro da FLONA em um flagrante desrespeito as leis e as autoridades e ninguém faz nada.

Dois mandatos do Darci se foram e nunca mais se falou disso. Pergunte a direção da Vale se alguém sabe desse acordo? Não, não foi na minha época, será a resposta possível. E assim a empresa continua com sua tática. Sempre que pressionada por alguma autoridade a cumprir alguma obrigação, eles não discutem, não discordam. Aceitam na maior cortesia e boa vontade. Quando o prazo está se findando, trocam a gerência responsável pelo acordo e o outro nada sabe, nada viu. 

Veja amanhã: a duplicação da estrada da ferrovia e a construção do teatro municipal - mais uma embromação da VALE.

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