Pesquisar este blog

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

POBRES BANCOS

SE UM BANQUEIRO PULAR DO ALTO DE UM PRÉDIO, SIGA-O: ISSO DEVE DAR DINHEIRO...

Neste 31/01/2019, o banco Bradesco acaba de divulgar seu lucro líquido apenas nos três últimos meses de 2018 (outubro, novembro e dezembro). 

Pois bem: no quarto e último trimestre o lucro líquido (isto é, depois de descontadas todas as despesas, inclusive folha de pagamento dos funcionários) foi de R$ 5 BILHÕES E 830 MILHÕES, em números redondos, TREZENTOS MILHÕES DE REAIS a mais do que previam os analistas do mercado.

Por sua vez, o banco Santander anunciou lucro líquido, no mesmo período, de R$ 3 BILHÕES E 405 MILHÕES, mais de DUZENTOS MILHÕES DE REAIS a mais do que os analistas esperavam.

Já o banco Itaú, de janeiro a setembro de 2018 (três trimestres), já havia lucrado (lucro líquido) nada menos do que R$ 19 BILHÕES E 047 MILHÕES.

O Banco do Brasil, do Governo Federal, teve lucro líquido de R$ 9 BILHÕES E 470 MILHÕES DE REAIS nos primeiros nove meses de 2018 (1º, 2º e 3º trimestres).

A Caixa Econômica Federal, nos primeiros nove meses de 2018, teve lucro líquido de R$ 11 BILHÕES E 513 MILHÕES. Este valor já é quase igual a todo o lucro da Caixa em 2017, que foi de R$ 12,5 bilhões.

O Banco do Nordeste do Brasil, instituição financeira regional também do Governo Federal, teve lucro líquido de R$ 332 MILHÕES E 470 MIL de abril a setembro (2º e 3º trimestres) de 2018.

Alguém já escreveu que fundar ou afundar um banco, não importa: dá lucro.

Por outro lado, um provérbio da Suíça chega ao extremo de recomendar (simbolicamente, claro) que, se um banqueiro pular do alto de um prédio, deve-se segui-lo, pois isso com certeza dará dinheiro...

Enfim, se você quiser pegar mesmo em dinheiro, seja caixa ou dono de banco... 

Pois, pelo visto, não importa o tamanho da crise, o lucro das instituições financeiras será maior.

EDMILSON SANCHES 
edmilsonsanches@uol.com.br

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

FAKE NEWS - SINAL DE DEFORMAÇÃO DA PERSONALIDADE

"...a boca fala do que está cheio o coração". (Mateus 12:34).

Com a tragédia recente de Brumadinho, ficou claro como boa parte da população brasileira é sensacionalista e adora tragédias. Um dos sinais disso é o grande número de fake news que circula pela internet. E tem para todos os gostos: vídeo mostrando o momento exato que a barragem estourou, foto de mulher grávida na lama, foto de um homem sujo de lama abraçando um bombeiro, foto dos soldados israelenses chamando os bombeiros brasileiros para orar (essa foi foda), e outras bobagens a mais. Parece que as pessoas sentem uma necessidade mórbida de dar a notícia de qualquer jeito e a qualquer custo e sai compartilhando tudo o que vê pela frente.

Como nasce uma fake news?


Geralmente nasce de uma mente doentia e carente que sente a necessidade de espalhar mentira simplesmente pelo vício de mentir e/ou para ganhar likes na internet. Essa prática pode até render um bom dinheiro para essas pessoas. Assim, esses "gênios" do mal ficam horas construindo as notícias falsas e pesquisando a melhor forma de deixá-las atrativas. Geralmente elas começam com o termo "Bomba" ou outra expressão sensacionalista, e terminam com a ordem "compartilhem...".  Porém, essas notícias falsas precisam ser viralizadas, senão não cumprirão seus objetivos. E quem são os responsáveis pela viralização?  Quem são os agentes que se encarregam pela disseminação das notícias falsas? Infelizmente são a maioria absoluta dos brasileiros. Uma pesquisa recente publicada no Jornal Folha de São Paulo mostra que 90% dos eleitores do presidente eleito acreditam em fake news. Confira aqui. Isso é trágico e desesperador e demonstra o quanto nossa sociedade precisa rever seus conceitos.

Qual o perfil de quem espalha fake news?


Antes, eu afirmaria que as pessoas que compartilham notícias falsas eram pessoas ingênuas e de baixa escolaridade. Quem tem mais de 40 anos deve lembrar de quando aparecia debaixo da porta uma carta anônima com alguma mandinga (oração ou mensagem exotérica), dizendo que o receptor teria que fazer 30 cópias e enviar para 30 pessoas, senão uma desgraça aconteceria em 10 dias. Com o advento das redes sociais, isso se tornou brincadeira de criança inocente. Hoje, os fake news são responsáveis por eleição de presidente e até por assassinatos de inocentes. E já não é mais exclusividade de pessoas ingênuas e desescolarizadas. Encontramos desde o analfabeto até o doutor que pratica esse crime.

Há pesquisas que indicam que a pessoa que espalha fake news tem algum desvio de caráter. Na Bíblia Sagrada encontramos uma explicação para esse fenômeno: "a boca fala do que está cheio o coração". (Mateus 12:34). Esse versículo tem muita lógica. Uma pessoa que compartilha vídeo ou foto de criança violentada com a desculpa de que está repassando para alertar, tem grande chance de ter algum comportamento - mesmo inconsciente - de pedófilo. Quem espalha com frequência imagens de violência com aquela pérola - "Espalhe sem dó até chegar as autoridades", - geralmente tem um perfil violento. Os que espalham conteúdos com difamação contra homossexuais, por exemplo, tem grande chance de ser um homossexual reprimido e enrustido. Não me levem a mal. Essas são indicações de pesquisas sérias que publicarei aqui e não se trata de uma regra. 

Uma pessoa só compartilha uma notícia falsa quando essa notícia é conveniente com o seu pensamento. Portanto, seguramente, podemos traçar o perfil de uma pessoa pelo tipo de conteúdo que ela compartilha. Um fã do Bolsonaro por exemplo, quando depara com uma notícia negativa sobre ele, filtra a informação, julga que é falsa e, às vezes até busca as fontes e checa a veracidade, e não sai compartilhando, mesmo que seja verdadeira. Agora, se a notícia for contra o Lula, dispara a tecla de compartilhamento sem nenhuma checagem. O mesmo acontece com a maioria dos fãs do Lula.

Já escrevi nesse blog uma matéria sobre esse tema, onde batizei de "cavalo do cão eletrônico". Leia aqui. É claro que nem todo mundo que espalha fake tem desvio de personalidade ou deformação moral. Algumas notícias falsas são tão perfeitas que enganam até os mais criteriosos. Quem nunca espalhou uma, que atire a primeira pedra. Nos próximos posts deixarei algumas dicas de como se livrar dos fakes e não fazer o papel de cavalo do cão eletrônico.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

BRUMADINHO - QUANTO VALE UMA VIDA?

SILÊNCIO


Temos 26 letras e com elas já escrevemos todas as cartas de amor e todas as declarações de guerra. Com elas falamos as palavras mais suaves e também dissemos as mais ásperas. E todas essas letras e palavras são insuficientes para dizer da dor... da morte... Da tragédia que está abaixo e além da lama.

Temos 10 algarismos, do zero ao nove, e com eles fizemos todos as contas astronômicas e todos os cálculos microscópicos. Com eles construímos quantidades de fortunas pessoais, percentuais de lucros empresariais... ao lado dos números nacionais e mundiai de pobreza, fome, miséria humanas. E todos esses algarismos e números não são bastante para subtrair a morte, diminuir a dor...

Temos 7 notas musicais e com elas compusemos todas as sinfonias mais celestiais e todas as músicas-grude mais "infernais". Com essas notas musicais embalamos todas as cantigas de ninar a vida que nasce e também escrevemos em partituras todos os réquiens de chorar a vida que se (es)vai. E todas essas notas são poucas, muito poucas, para reproduzir o universo sonante e silencioso dos ais de dor de corações e almas que se partem ante a morte que vive em corpos sem vida...

Temos inúmeros modos e maneiras, jeitos e "jeitinhos", atos e atitudes, ritos e rituais para nos expressarmos ante o imponderável da tragédia, da morte, da agonia da dor, da perplexidade da perda. Mas tudo -- letras e palavras, algarismos e números, jeitos e maneiras, ritos e rituais --, tudo é nada ante a hora derradeira, o momento último, o instante extremo, o suspiro final.

Silêncio
silênci
silênc
silên
silê
sil
si
s
ssssssss! Corpos dormem... 

Deixem o silêncio gritar...

EDMILSON SANCHES
edmilsonsanches@uol.com.br