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terça-feira, 3 de setembro de 2013

O TEMPO NÃO PARA




Oh Baby...




        

    Três (03.09) de setembro de 2013. Terça-feira, manhã de sol, clima ameno. Um dia comum de trabalho para todos os mortais em qualquer canto do mundo. Sim, um dia normal; não para os que conheceram e principalmente conviveram com Tone Reis (Antônio Reis Vieira).

            Hoje seria um dia de festa se, há exatos dezenove anos - numa tarde de domingo de 1994, em plena copa do mundo, quando o Brasil se tornaria tetracampeão -, não tivesse ocorrido um acidente. A princípio parecia uma coisa pequena, nada que não se resolveria com uma intervenção cirúrgica, o que ocorreu, mas não deu certo – Tone Reis foi embora, numa viagem para outra dimensão. Lembro-me de suas últimas palavras para mim; mandou me chamar, estava em uma maca, esperando para ser atendido e me disse: “nunca entro num hospital, quando venho é assim, arrebentado”. Não sabendo como reagir eu disse apenas: ”calma, você vai sair dessa”. Sair saiu, mas não foi como esperávamos; e como todos temos o nosso momento, aquele foi o seu.

            Hoje Tone Reis estaria completando cinqüenta e quatro anos (5.4). E não importa que seja numa terça-feira, o certo é que haveria festa, porque aniversário é para ser comemorado. Mas como tantos, ele também se foi “cedo demais”. Pela sua ausência física não temos o que comemorar, mas também não temos do que nos entristecer, porque a sua vida foi um legado de felicidade. Perto dele não havia tristeza; crianças, jovens, adultos, velhos todos gostavam das suas brincadeiras e se divertiam; por isso a cidade (Jacundá) parou para homenagear a sua “passagem”.

            Foi um poeta que, no seu único poema, profetizou a sua ida e também a sua permanência “... Se alguém perguntar por mim, diga que eu não fui, que eu estou presente”. Das músicas que tocávamos e cantávamos juntos, a que ele mais gostava era Cachorro Urubu, do Raul Seixas, que diz: ”Baby isto só vai dar certo, se você ficar perto...” e finaliza: Oh Baby, a gente ainda nem começou!!!”
 
Em maio de 1998, num momento de solidão, sem ter no que pensar, escrevi um poema e só mais tarde descobri que estava homenageando o meu irmão. Quero compartilhar esta singela homenagem, porque, como disse o poeta, “o tempo não para” e por aqui a vida continua. Salve Tone Reis!!!

 


PELO QUE VALE VIVER


Quando um dia amanheci, não acreditei; pensei que você estivesse aqui. Grande ilusão... a gente já vivia em outra dimensão.

O SOL,
              A LUA,
                             AS ESTRELAS...

Onde estão todos? Será que vale a pena perguntar?

UM DIA,
                 UMA NOITE,
                                          UMA VIDA...
Pois é.

A gente se encontra. A gente sempre se encontra.
No dia em que eu morrer, isto ficará... Sempre!
Quando te vi, eu fiquei feliz.


Zelão – 21.05.1998
Para Tone Reis (in memória)

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