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terça-feira, 25 de dezembro de 2018

NATAL E JESUS

Jesus Cristo não nasceu em 25 de dezembro. Não nasceu em Belém. Não descendia de Davi.

O Natal era, na verdade, uma festa pagã, uma comemoração daqueles que, na antiga Roma, não eram batizados ou eram adeptos de religiões que não tinham batismo. Isso acontecia cerca de 1688 anos atrás, por volta do ano 330 de nossa era, ou seja, trezentos anos depois de Jesus Cristo ter sido crucificado.

O 25 DE DEZEMBRO PAGÃO - A festa dos pagãos homenageava o Sol. Como quase tudo antigamente, o calendário, as festas, as comemorações e homenagens baseavam-se nas leis da natureza. E o dia 25 de dezembro, naquela época, era o dia imediatamente posterior ao solstício de inverno, isto é, quando o Sol, no seu movimento de declinação, ficava na posição mais baixa, mais próxima do planeta Terra. Registros atuais informam que, hoje, o solstício de inverno ocorre em 23 de dezembro.

Os pagãos não gostavam daquela excessiva aproximação do Sol à Terra, mas o fato disso ocorrer significava que o astro-rei já estava reiniciando sua trajetória de retorno. Era algo como: “depois da tempestade, a bonança”, ou seja, após o solstício, o Sol voltava a subir para a parte mais alta do céu, e dali, de uma saudável distância, continuava a emitir seus raios, agora bem mais amenos e benfazejos para todos.

Essa festa era chamada de “Solis Invictus” (“Sol Invencível”) e o 25 de dezembro era considerado “o dia natalício do Sol Invicto”.

O 25 DE DEZEMBRO CRISTÃO - Os cristãos (portanto, pessoas que receberam o batismo) não gostavam nadinha daquele festival dos sem-batismo, os pagãos. Afinal, só Cristo, somente Deus deveria ser razão para tais homenagens. Tentaram, os cristãos, acabar com a festa, mas ela já estava muito arraigada nos costumes, era parte das tradições.

Então, como quem não pode com o inimigo deve se juntar a ele, os cristãos começaram a comemorar, também em 25 de dezembro, o dia natalício, o dia de nascimento do “verdadeiro Sol, a Luz do Mundo” -- Jesus Cristo. À medida que o Cristianismo se ia fortalecendo, com o aumento do número de cristãos e a ampliação do poder da Igreja, não teve jeito: os cristãos se apropriaram da festa e deram-lhe outro significado, mais espiritual. Agora, só os livros de curiosidades históricas guardam o que era o Natal... antes do Natal.

OS PRESENTES - Como sempre fica algo da antiga cultura, a absorção da festa pagã pelos cristãos não conseguiu extinguir um costume: o dos presentes. Na festa do “Sol Invencível”, nos idos de 330, os escravos tinham uma espécie de dia de alforria: podiam sentar-se à mesa com os seus senhores e destes recebiam presentes.

Hoje, o capitalismo, que só considera cidadão quem for consumidor, transforma o período de Natal no mais fértil momento de vendas de todo o ano. É o lado pagão da festa, pois, normalmente, os presentes têm em vista os próprios filhos (...e não o Filho de Deus) e os próprios pais na terra (...e não o Pai Eterno).

NASCIMENTO E MORTE - Voltando às primeiras palavras deste artigo, esclareça-se que tanto o nascimento quanto a morte de Jesus Cristo não têm data certa. De certo sabe-se que Cristo nasceu... antes de Cristo. Pois é: em função dos cálculos das sucessivas mudanças no calendário ocidental, sabe-se, hoje, sem nenhuma margem de erro, que Jesus Cristo não nasceu no ano da era que leva seu nome (Era Cristã). Jesus teria nascido pelo menos quatro ou até oito anos antes.

Estudos mais recentes dão conta de que o Salvador nasceu há 2023 ou 2024 anos, portanto, seis ou sete anos antes da Era Cristã. Neste caso, o próximo ano não seria 2019; deveria ser 2025 ou 2026. No mínimo, 2018. Como calendários são convenções, isto é, feitos e aceitos pelas pessoas, ninguém cogita de fazer o acerto pelo que reza a Ciência e a História. Assim, “la nave va”, e vai-se vivendo.

Os Evangelhos são relatos de Mateus, Lucas, João e Marcos, todos quatro, acredita-se, com convivência pessoal com Jesus. (Existem também os Evangelhos de Pedro e Tomé, ainda não considerados pela Igreja). Esses quatro livros bíblicos foram escritos entre os anos 70 e 100 do século 1, ou seja, pelo menos cerca de 40 a 70 anos após a morte de Cristo. Embora haja contradições entre si em alguns dados, os evangelistas que mais trataram da infância de Jesus (Mateus e Lucas) são unânimes em um fato: que o nascimento de Jesus deu-se ainda no reinado de Herodes Magno (não confundir com os filhos deste, de mesmo prenome: Herodes Antipas e Herodes Felipe). Portanto, como Herodes morreu quatro anos antes do ano 1 da Era Cristã, Jesus, quando foi crucificado, poderia ter até perto dos quarenta anos, e não apenas os 33 anos tão falados e anunciados (“33, idade de Cristo” – dizem, profanamente, os cantadores de bingo).

Portanto, Cristo nasceu entre 8 a.C. e 4 a.C., na cidade de Nazaré, da Galiléia, e não em Belém, da Judéia. Não é sem motivo que Jesus era e ficou mais conhecido como “nazareno” (lembrando a cidade natal) ou “um certo galileu” (lembrando a província). Nazaré teria de 2 mil a 3 mil habitantes. A versão de que José e Maria, grávida, foram a Belém por causa de uma contagem de população já foi descartada pelos historiadores atuais, embora ainda subsista na mente de quase todos os cristãos, fixada pelas músicas, conversas e, modernamente, pelos meios de comunicação, livros, cinema etc. Como Belém era a cidade de Davi, e como queriam ligar Jesus à descendência de Davi, forçaram a barra e construíram o roteiro e o motivo da viagem de José e Maria.

O nome “Jesus” (que em aramaico significa: “Javé é a salvação”) é uma variação de “Josué”, nome, por sua vez, muito comum entre os judeus -- tanto que o primeiro nome de Barrabás também era Jesus. “Cristo” não era um nome, mas um título, que em aramaico (a língua natal de Jesus) significa “o ungido”, “o messias”, o consagrado.

Adulto, Jesus tinha 1,80 m e 79 kg, altura e peso médios dos judeus da época. Esses números coincidem com os dados extraídos da imagem do sudário de Turim (Itália). Esse sudário, como se sabe, seria uma espécie de lençol com que fora coberto o Cristo morto, que deixou suas marcas no pano através de um processo ainda não explicado (radiação?), quando da sua ressurreição.

Pesquisadores e historiadores estão convencidos de que Cristo morreu com a idade de 33 a até 39 anos. Estudiosos respeitados calculam até a data precisa: ou 7 de abril de 30 (portanto, há 1988 anos), ou 30 de março de 36 (1982 anos atrás). Vale observar a diferença de mais ou menos uma semana no dia e de até sete anos no ano.

CRISTO: PARA OS QUE TÊM FÉ, OU A PROCURAM - Os fatos sobre Cristo são assim mesmo. Os evangelistas não eram historiadores, eram seguidores, admiradores, homens de fé. Não dispunham de instrumentos materiais ou metodológicos para relatar os fatos. Não é de estranhar, portanto, os erros, as contradições, as omissões. Talvez sequer soubessem os evangelistas que estavam fazendo história, como personagens e autores, biógrafos do próprio tempo.

Desse modo, os Evangelhos são para crer, não para ver. Eventualmente, o que neles está escrito pode servir de “pista” para os arqueólogos do saber, os desenterradores do passado, no belo ofício de buscar respostas e clarificar obscuridades. Pois todos queremos luz, seja no passado em que não vivemos, seja no futuro para onde, pós-morte, iremos.

Cristo, talvez, não seja para decifrar -- é para amar.

Talvez não tenha nascido para a História -- mas para a memória.

Talvez não tenha nascido para a Ciência -- mas para a consciência.

Muito mais espiritualidade, não apenas historicidade -- nem, muito menos, materialidade.

Feliz Natal.

EDMILSON SANCHES
esanches@jupiter.com.br

BIBLIOGRAFIA: "Vida de Jesus" (Ernest Renan, Ed. Martin Claret, SP, 1995); "Dicionário Bíblico" (John L. MacKenzie, SP, Ed. Paulinas, 1983); "Um Santo Para Cada Dia" (Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini, SP, Ed. Paulus, 1996); "Os Santos de Cada Dia" (J. Alves, SP, Ed. Paulinas, 1990); "Guia dos Curiosos" (Marcelo Duarte, Ed. Cia. das Letras, SP, 1995); revista "Galileu", n° 113, dez./2000, Ed. Globo, RJ; revista "IstoÉ", n° 1629, 20/12/2000; “Houaiss Eletrônico”, versão monousuário 3.0 (Instituto Houaiss/Editora Objetiva, 2009).

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

TRENZINHO DA TIA VIVÍ É A NOVA SENSAÇÃO DE PARAUAPEBAS

Sabe aquele momento em que dá vontade de voltar a ser criança? Ou aquele momento que dá vontade de fazer uma programação de lazer com a família e esquecer os problemas da vida? Ou simplesmente se entregar a uma brincadeira inocente e deixar a alma voar levemente pelo universo da felicidade? Não sabe? Então está na hora de mudar os seus conceitos, pois talvez esteja se deixando envelhecer antes do tempo. 

Um passeio de trem inevitavelmente desperta o que
há de melhor em nossa lembrança. E quando esse passeio é feito em plena rua, sem trilhos, a bordo de uma locomotiva sobre rodas, cheio de luzes, cores, música e um astral contagiante, aí fica melhor ainda. Pois saiba que agora em Parauapebas já existe essa programação para toda a família.


Essa gostosa fonte de lazer e diversão já está disponível em Parauapebas. Um passeio de "trenzinho" que você só encontrava em pouquíssimas cidades turísticas do Brasil, agora está a nossa disposição aqui mesmo em nossa cidade. O blogger juntamente com um seleto grupo de amigos teve  o privilégio de participar do passeio de pré-inauguração nessa terça-feira a noite. E posso atestar que é muito bom e vale a pena. Uma diversão leve, saudável, e despretensiosa que nos faz enxergar a cidade sob uma nova óptica.

O casal Valamiel - donos do empreendimento - confere ao passeio um toque especial. O motorista sempre fantasiado com um personagem diferente esbanja simpatia e posa para fotos antes e depois do passeio. A Viviane que além de professora e psicopedagoga, assume o papel de "ferromoça".  Também se apresenta fantasiada e anima o passeio do início ao fim, sem descuidar da segurança da criançada. A música é uma atração a parte. Durante o passeio de apresentação, o trenzinho foi sensação por onde passou e foi recebido pela população com aplausos, acenos e muitas fotos. 

O que você está esperando para embarcar nessa emoção  com sua família e amigos?

A partir dessa quinta, as 19 horas, o trenzinho estará te esperando em frente ao mercado municipal do Rio Verde para um super passeio. Programa ideal especialmente para as pessoas de 02 a 100 anos. O passeio dura cerca de cinquenta minutos e custa $10,00 por pessoa. 

Embarque e se entregue a essa fantasia divertida. Você vai se divertir muito!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

ATENDIMENTO DAS OPERADORAS DE CELULAR É UM PESADELO EM PARAUAPEBAS

Nos últimos dias a população se mobilizou em vários municípios do Pará contra os abusos cometidos pela Rede CELPA. Agora está na hora de voltar nossas baterias contra as operadoras de celular que operam por aqui. O número de reclamação já se assemelha à concessionária de energia e os abusos cometidos contra os clientes chegam a ser inacreditáveis. 
Nas lojas das operadoras aqui em Parauapebas, nota-se um tremendo despreparo e desrespeito aos clientes. Em pleno século XXI, é inacreditável que empresa que trabalha com tecnologia, age com prática ultrapassada e arcaica, fazendo do cliente uma peça descartável. E quando o atendimento é pelo call center, aí é um Deus nos acuda. A impressão que dá é que os atendentes são treinados exaustivamente para TIMenrolar e torrar a paciência do cliente e fazê-lo desistir de qualquer reclamação ou solicitação de serviço. É uma tal de musiquinha chata, propaganda, espera, espera...OI! E isso quando a ligação não cai. É caso de polícia. E adianta reclamar na ANATEL? Essa, age como agente de defesa das empresas telefônicas. A única solução será ficar de olho VIVO e organizar mobilização dos usuários para expor os péssimos serviços e enquadrar essas empresas que insistem em desrespeitar os clientes.
Durante a próxima semana, vamos expôr aqui alguns casos, citando o nome das operadoras. Se você já teve alguma experiência negativa com sua operadora, escreva e envie pelo whatsapp (94) 991754173.
É Claro que publicaremos também elogios às empresas que se destacam pelo bom atendimento e eficiência na prestação de serviço.

domingo, 2 de dezembro de 2018

UM RESUMO SOBRE A DITADURA PARA A NOVA GERAÇÃO

Às favas com os escrúpulos
O Brasil não conta a sua história. Não fez um filme que retratasse a ditadura

O Estado de S. Paulo
01 Dezembro 2018
Tudo começou com o Ato Institucional Número 1 (AI-1), baixado pela Junta Militar em 9 de abril de 1964. Cem personalidades, entre militares, deputados, governadores, economistas, políticos, jornalistas, que trabalhavam para o governo deposto, foram presos, exilados e cassados.
O País teria eleições gerais em 1965. Castelo Branco prometeu cumprir o calendário. Sabia-se por uma pesquisa do Ibope não divulgada que Juscelino Kubitschek ganharia com folga. Baixaram o AI-2: mais cassações, partidos políticos extintos e intervenção no Judiciário. Em 1966, o AI-3: eleições para governadores, prefeitos das capitais, estâncias e cidades de segurança nacional canceladas. O AI-4 revogou a Constituição de 1946 e proclamou outra. Até o golpe final, o AI-5, que faz 50 anos.
Em setembro de 1968, um quebra-quebra na UnB entre polícia e estudantes sobrou para deputados da oposição, que foram ao Congresso denunciar. Em 2 de setembro, o deputado Márcio Moreira Alves, Marcito, perguntou se Exército era um “valhacouto de torturadores?”. Foi almoçar. Voltou e, em referência a Lisístrata, de Aristófanes, que assistira no Teatro Ruth Escobar, comédia grega em que mulheres de várias cidades, cansadas de perder maridos e filhos numa guerra de mais de 20 anos, organizaram uma greve de sexo, sugeriu que brasileiras que se relacionassem com militares as imitassem.
O repórter de Brasília Rubem Azevedo Lima achou inusitada a comparação e publicou nota na Folha de S. Paulo. Deputado carioca bon vivant abriu uma crise no governo. O ministro Gama e Filho pediu que o Congresso abrisse processo contra o deputado. Em 11 de dezembro de 1968, por 216 a 136, votou contra.
O governo fechou o Congresso, e deputados tiveram que atravessar um corredor polonês de soldados com baionetas. Marcito partiu para o exílio com a mulher. Às 3 da tarde de 12 de dezembro de 1968, presidente Costa e Silva, chamado de “molengão” pelo ministro do Interior, general da linha-dura Albuquerque Lima, chegou ao Palácio das Laranjeiras e convocou o Conselho de Segurança Nacional.
Na noite de quinta-feira do dia 12 de dezembro de 1968, escutou relatos do general Garrastazu Médici, do SNI: uma luta armada estava em andamento; um sem-número de assaltos a bancos foram comandados pela ALN, de Marighella; em junho a VPR lançou um carro-bomba contra o quartel-general do 2.º Exército; na Cobrasma, em Osasco, 10 mil trabalhadores cruzaram os braços; a morte do estudante secundarista Edson Luís num confronto com a polícia provocou a Passeata dos Cem Mil; comunistas promoveram quebra-quebra no comício do governador Abreu Sodré (SP); em Ibiúna 920 foram presos num congresso clandestino da UNE.
Então, listou casos de indisciplina na tropa: em setembro, sindicância apurou que o brigadeiro Burnier usaria o Para-Sar para atentados políticos; capitães reclamaram de salários baixos e lançaram manifesto em novembro. Médici quer a decretação do estado de sítio. Costa e Silva diz: “Poder é como salame, toda vez que você o usa bem, corta só uma fatia, se usa mal, corta duas, mas se não usa, cortam-se três, e, em qualquer caso, ele fica sempre menor”.
Souberam do editorial duro escrito por Julio de Mesquita Filho, Instituições em Frangalhos, que o Estadão rodaria na madrugada. Uma operação militar foi desligar as rotativas do jornal. No dia 13 de dezembro, o jornal é impedido de circular.
À noite, Costa e Silva viu em Laranjeiras um faroeste com ministros mais íntimos. Soube que o general, comandante da Vila Militar, João Dutra de Castilho, estava rebelado. Na madrugada e durante todo o dia 13 de dezembro, no bucólico palácio, foi concebida a ditadura na ditadura, o golpe no golpe.
Na manhã do dia 13, Gama e Silva revisou as cinco páginas do AI-5. Generais foram à tarde ao QG do ministro Lira Tavares. General Muricy, chefe do Estado Maior do Exército, achava que “precisavam começar tudo de novo”. General Muniz de Aragão: “Se o presidente está vacilante, que seja atropelado”. Decidiram que Orlando Geisel, chefe do Emfa, iria a Laranjeiras expor a situação.
Geisel chegou com comandante do Primeiro Exército, Syseno Sarmento. Costa e Silva não os recebeu, subiu para o primeiro andar e se trancou. Ficou ouvindo música, esperando o vice, Pedro Aleixo. Às 16h, desceram para a reunião no grande salão e leu o AI-5. “Ou a revolução continua ou se desagrega”, disse. Pedro Aleixo discordava do ato. O ministro do Exército Lyra Tavares falou da grande tensão no País. Magalhães Pinto, chanceler, falou que o direito do cidadão deveria ser resguardado. Delfim Neto, plenamente de acordo com o Ato, disse que não era suficiente e deveria se estender para a economia. Jarbas Passarinho chamou a reunião de histórica e disse a frase que a marcou: “Às favas todos os escrúpulos de consciência”.
O locutor da Agência Nacional, Alberto Curi, o leu na TV. Lacerda, JK, Sobral Pinto foram presos, 66 professores, como Caio Prado, FHC, Florestan Fernandes, foram expulsos das universidades, Marília Pêra foi trancada num mictório de quartel, Caetano e Gil foram presos em São Paulo, tiveram suas cabeças raspadas e foram expulsos do País. Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Raul Seixas, Geraldo Vandré, os diretores de teatro Augusto Boal e Zé Celso se exilaram. O Congresso Nacional ficou fechado até 21 de outubro de 1969.
Um homem só, o general, poderia intervir no Congresso, Assembleias, Câmaras de Vereadores, Poder Judiciário, Estados e municípios, suspender os direitos políticos de qualquer cidadão, cassar mandatos eletivos, decretar o confisco de bens e o estado de sítio. Instituiu censura e o fim do habeas corpus.
Escrevi essa sinopse de um longa há três anos, baseado em Elio Gaspari, claro, e muita pesquisa. Não saiu do papel. O Brasil não conta a sua história. Não fez um filme que retratasse a ditadura, digno do Oscar, como História Oficial, Segredo dos Seus Olhos, No, Missing, Estado de Sítio, Uma Noite de 12 Anos, entre outros. Não por outra, alguns a querem de volta.

 Marcelo Rubens Paiva