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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

PARAUAPEBAS AMANHECE DE RESSACA

Inacreditável! A nossa rica Parauapebas, a cidade mais rica do Pará, a capital do minério, o município que mais contribui com a balança comercial do Brasil está sem representação na Assembléia Legislativa. O povo sonhava em eleger dois deputados estaduais e um federal, o que seria facilmente possível num colégio eleitoral de mais de 135 mil eleitores, mas se frustou com o resultado pífio dos nossos candidatos. O que teria acontecido para provocar esse desastre eleitoral?

Governo dividido e sem autoridade


O Governo Valmir da Integral enfrenta sua maior crise. Denúncias de prática escancarada de corrupção, CPI's na Câmara, investigação da Polícia Federal, cidade em crise por falta de circulação de dinheiro, falta de coleta de lixo, obras de saneamento abandonadas, sinais ostensivos de enriquecimento ilícito de membros do governo, entre outros fatores contribuem para o inferno astral do prefeito Valmir. 

Outro grande problema, que já destaquei aqui várias vezes é a falta de pulso e de autoridade do prefeito. Desde a composição do governo em 2013 já se notava essa confusão. Para cumprir promessas de campanha, o Valmir teve que lotear o governo entre aliados de última hora e distribuiu cargos para quem não confiava e, nem sequer tolerava. Assim nasceu um governo cheio de intrigas e constante instabilidade. Com um numero de demissões jamais vista foi criando um clima de desconfiança e de "salve-se quem puder". A consequência disso é a criação de várias prefeiturinhas: cada secretário cuida do seu espaço como se fosse uma prefeitura particular sua e cria grupos de sustentação e defesa e acabam se entrincheirando nesses feudos. A palavra de ordem é se proteger das loucuras do chefe (prefeito).

Com esse cenário o Valmir não teve força para unificar sua base em torno de um nome como geralmente acontece nas prefeituras. Nada menos do que 5 candidatos disputaram votos para Deputado Estadual dentro da base do governo. Para federal teve 3 candidatos, inclusive uma candidata é sua ex-mulher. Isso sem contar com membros de sua base que fez campanha para "forasteiros" e outros que fizeram corpo mole. 

Valmir perdeu em todas. Perdeu para presidente, para governador, para senador, para deputado federal e estadual. Apesar de ter escancarado a máquina e utilizado acintosamente a serviço dos seus candidatos, o resultado foi um fracasso. Isso demonstra a insatisfação do eleitor com o seu governo e demonstra ainda que só o dinheiro nem sempre adianta numa eleição.

Outra coisa que percebemos nessa eleição foi o alto numero de abstenções. Para deputado estadual e federal chegou a 22,60%. Esse é o retrato de um eleitorado descrente e desiludido com a política. É o povo que já se cansou dos maus políticos, que já não tem mais estímulo e interesse para comparecer às urnas para dar um voto a quem quer que seja. Isso é trágico para nossa democracia. 

Veja a performance dos candidatos em Parauapebas e no Estado:

                               Fonte: Blog Sol do Carajás.

Veja que para Deputado Estadual a base do prefeito junta (incluindo a vice-prefeita) conseguiu 55,546 votos. Fora os candidatos de fora que foram bem votados graças ao apoio de membros do governo.

Isso é inacreditável! Membros do governo com secretarias para chamarem de suas peitaram o prefeito e se lançaram candidatos enterrando assim as pretensões do Valmir. Esse cenário não poderia ser mais catastrófico para todo o governo e para a população que está órfã de representação política. Até o pequeno município de Curionópolis com menos de 20 mil eleitores elegeu seu deputado estadual que por sinal é o pai do atual prefeito.

O que fará o governo Valmir? Juntará os cacos e reconstruirá seu governo? Fará uma limpeza exonerando os rebeldes e mostrando quem manda? Recomporá seu governo com novos aliados? Se recolherá ao ostracismo humilhante e ficará aguardando o seu mandato acabar? Acho que só teremos essas respostas após o 2º turno. Por enquanto o Valmir vai tentar minimizar a derrota e tentar eleger seu governador Jatene, que não está fácil.

Por isso, Parauapebas amanheceu de ressaca. Ressaca moral e ressaca política. Ao invés dos tradicionais foguetes, muito choro e desnorteamento dos candidatos do Valmir. Ao invés de festa na mansão do Gesmar, silêncio e portões fechados. Movimentação mesmo só na frente do seu Comitê Eleitoral que está sitiado por cabos eleitorais cobrando as contas que não receberam como combinado.

E assim ficamos nós sem um representante na ALEPA (Assembléia Legislativa do Pará). E tudo por conta da incompetência de um grupo político se se arvorou a ser "A MUDANÇA". Por enquanto, a mudança fica adiada para 2016.

10 comentários:

  1. Pelo que se deduz da votação do Milton Zimmer, parece-me que ele trabalhou mais pelo outros municípios, pois sua votação aqui reflete bem o que ele não fez por Parauapebas. É o retrato dos políticos de nossa região.

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  2. Ao meu ver, caro amigo Luiz, mesmo derrotados, Gesmar e Catalão saíram vitoriosos! Gesmar conseguiu, em Parauapebas, o dobro de votos de Valmir nas eleições de 2010. Catalão obteve 7 mil votos a mais, nesta eleição, que Bel Mesquita em 2010 para deputado federal.

    Milton sai derrotado de Parauapebas, mas mostra força no estado.

    Isto mostra, que mesmo com todos os problemas que você mencionou, o velhote, ao conseguir 20 mil votos para o Gesmar, ainda está vivo e aposta nele como um futuro sucessor ao cargo de prefeito.

    Mas, concordo contigo em vários pontos. Principalmente quanto à falta de comando e liderança do prefeito. Se ele tivesse pulso, comando, planejamento e organização, Gesmar teria sido eleito.

    Venhamos e convenhamos: 20 mil votos para deputado estadual não são pouca coisa não! São quase os mesmos números conseguidos por Milton Zimmer quando eleito deputado estadual em 2010.

    Surpreendente foram os 23 mil votos (entre brancos e nulos) para deputado!

    Como você analisa isto?

    Alípio Ribeiro

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  3. Alípio, concordo em parte com sua análise. Porém há de se observar o grande aumento do colégio eleitoral. Veja em percentuais a votação de Gesmar comparada com a do Milton em 2010. Acho que não houve avanço. É certo que esse numero de votos é expressivo e não é de se desprezar. E essa quantidade de votos terá utilidade para quem estiver na oposição, como foi o caso de Valmir em 2010. O Catalão poderia ser o grande beneficiado nessa eleição, pois ousou e soube aproveitar o momento onde a conjuntura era propícia. Poderia! Numa eleição para prefeito acho que ele não teria o perfil para representar esse mesmo grupo que o apoiou para deputado. Ou teria?

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  4. E a irmã Luzinete, o que será que aconteceu? ela dizia que Deus garantiu a ela que seria deputada. Será que ela entendeu errado o recado de Deus? Depois que foi apanhada extorquindo o Boi de ouro agora foi apanhada tentando comprar voto. Que feio irmã! assim você não vai para o céu. Já basta ter se elegido trocando votos por lote.

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  5. Discordo de Alípio, o velhote não tinha uma máquina poderosa em seu favor derramando o orçamento público afim de eleger o tal Gesmar, o que vejo é um grupo político sem expressão de voto que só estão no poder por falta de atitude do ex prefeito Darcy, mas 2016 tiraremos a prova dos nove!

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  6. A análise não pode deixar de lado o custo de cada campanha. Se fosse possível poder-se-ia fazer um comparativo financeiro do voto de cada candidato, aí sim, seria demonstrada a realidade dos fatos... Por exemplo, dizem que o velhote gastou 5 milhões com o candidato dele, e os demais?

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  7. Luiz: lembro-me de nossa conversa sobre os milhões que foram para as ruas em julho de 2013! Os políticos ficaram meio temerosos com tanta gente nas ruas. Depois, perceberam que tudo aquilo era “fogo de palha”!

    Lembro que você disse que aquilo era coisa passageira, que não influenciaria nas eleições... Pelo jeito, parece que não! Mas, haverá algum respingo do "Vem pras ruas" em Parauapebas?

    Os jovens foram para as ruas pedir o fim da corrupção, para cancelarem a copa, pedindo saúde, segurança! E aí? A copa aconteceu, nenhuma conta foi prestada sobre os bilhões gastos, os corruptos foram eleitos, a saúde está doente e a segurança foi mostrada nos vários ataques, feitos por bandidos, em Santa Catarina e Rio de Janeiro!

    Inventaram o "vem pras urnas"... Parece que o povo esqueceu!

    Ninguém vai pra rua mais...

    Alípio

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  8. A máquina deu um punhado de dinheiro ao Gesmar e disse, se vira. Os secretários das maiores pastas nao estiveram com o egocentrico e mimado candidato em virtude de sua arrogancia e falta de trato com o povo. Gesmar perdeu porque foi incompetente politicamente, se fechando com algumas supostas lideranças politicas locais que na maioria das vezes nao tem nem o voto dos parentes. Deu no que deu. Milhões jogados fora com um candidato que se eleito, assim como o agua com açucar do Zimmer, pouco acrescentaria ao cenário político de Parauapebas. Melhor assim, uma cobra a menos na Alepa.

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  9. Estou curioso: em 2016 o PT terá candidato a prefeito em Parauapebas? Quem será? Quem quer que seja, terá chance de vitória? Vai dizer o quê para o povo?
    Verdade, estou curioso.

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  10. Ao que me parece nas próximas eleições não teremos muitas opções. ..um atual governo administrando para o enriquecimento próprio. ...e um outro que quase quebra o município na gestão retrasada no comando da Sefaz. ..o que será de nós? ??

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