Aos que não têm sono e sobra paciência.
Por José O. Zelão V. Reis
Gostaria de aproveitar este espaço para comentar sobre o último debate dos presidenciáveis realizado na noite do dia dois, promovido pela Globo. Fiquei pensando: como o Brasil é mesmo "o" país das diversidades e também das contradições! Por um lado isto é bom. Vejam só: diversidade cultural, de raça, de cor, de religião, de sotaques, de cheiros e sabores, de vestimentas, de musicalidade... Agora, quando a coisa é política e eleição, aí preocupa! É bem verdade que num país como o nosso, com dimensões continentais, de regime democrático (OI?), já pensou se existisse só a torcida do Flamengo? Ou só a do Corinthians? Como os outros times sobreviveriam? Mas também, criar um "bando" de times ao gosto do bolso de alguns poucos e ricos privilegiados, só porque não gostam da torcida do Flamengo ou da do Corinthians, só para avacalhar,,, me desculpem, isto não é democracia, é, com licença da palavra, sacanagem mesmo!
Fiz questão de ficar acordado para assistir ao debate, não porque o que A ou B dissesse ou apresentasse fosse mudar a minha convicção ou influenciar na minha decisão (isto já está definido há anos e se você quiser eu posso até lhe dizer, mas se você for um bom leitor, nem vai ser preciso), aliás, eu duvido que alguém de bom senso e de convicções político-partidárias tenha mudado a sua intenção de voto pelo que disseram alguns candidatos que se dizem do "novo", muito menos dos que se declararam abertamente contrários ao povo e favoráveis à homofobia e ao regime de segregação (para não usar o termo fascista).
Vou citar alguns fatos: primeiro, a bola da vez era a Presidenta Dilma Roussef - a madame estava na berlinda (é a onda do Círio de N. S. de Nazaré aos avessos). Um candidato enrolava sobre um determinado assunto em vez de fazer uma pergunta e o oponente em vez de responder, falava mal da administração do PT. O Aécio (O PSDB deu a sua última cartada e o tiro saiu pela cuuuulatra - levou para a platéia o seu chefe FHC e o pobre do velho perdeu a oportunidade de ter dormido mais cedo), sempre moleque, seria bem sucedido e muito aplaudido se estivesse num show de stand up - nunca vi tanta molecagem e piada de mau gosto! Pobre Danilo Gentilli, perdeu!!! A Luciana Genro (que, ao que parece, nunca vai ser sogra), como não tem nada a perder e muito menos o que ganhar, sentiu-se muito à vontade para exercer o ofício - e isto ela o faz com maestria - de fanco-atiradora; foi bala pra todo lado, não sobrou ninguém; foi tanto disparo que conseguiu tirar o bom humor do moleque-brincalhão Aécio: "Luciana, não seja leviana" (disse ele, apontando-lhe o dedo em riste - não sei se fazia parte da brincadeira num momento de mau humor, mas rimou). O Levi foi Fidélix ao reafirmar a sua postura de general da mais ferrenha ditadura; se estivéssemos no tempo do nazifascismo ele seria o número um dos comandantes de Hitler. Pastor Everaldo idem, porém no estilo “gato que dá o tapa e esconde as unhas”; faz cara e pose homem manso, mas revela, em suas palavras, que é o mais direitista dos direitistas (depois do Fidélix, claro) e faria e daria tudo pela volta da ditadura (Deus nos livre!). O Eduardo (não o salve, Jorge!) me parece mais coerente em suas posições, defende umas causas nobres - outras nem tanto -, mas se coloca à margem do contexto socioeconômico mundial e destila a sua raiva contra o PT, atitude típica de quem não teve espaço no seio do partido e acha que agora é o único capaz de salvar o mundo (Ô seu Eduardo, o Seu Messias ainda não chegou, e você é fraquim...). E a Marina hein? Esta sim, já se sente eleita, desbancou todo mundo e se autodeclarou "a" presidenta do Brasil. Você está me acompanhando? Está entendendo agora o porquê desta estar em queda livre tal qual foi o vôo que ela deixou de tomar (será que não sabia?) e que matou o outro Eduardo? Ela é falsa, petulante, sem firmeza de posição, fundamentalista - é também homofóbica como o Levi e o Everaldo. Agora pense: o que seria do Brasil, depois de tantos avanços e conquistas sociais, cair nas mãos de um destes iniciantes, aprendizes de aventureiros? Bem, aventuras à parte, a Presidenta Dilma, a madame da berlinda, não se abalou com os ataques - como fez o humorista mau humorado; aguentou as pancadas e disse apenas porquê quer continuar a governar o Brasil (não vou repetir, porque você já sabe); aliás, a única vez que tentou se defender, porque foi atacada como Presidenta e não como candidata, foi-lhe negado o direito - em nome da produção... ora Bonner, não me venha com esta! - foi de cabeça erguida para as considerações finais, e só aí, em menos de dois minutos, teve a tranqüilidade e a serenidade para mostrar por que ela é Presidenta e por que ela quer continuar governando o Brasil.
Depois de tudo que eu vi e ouvi, de um show de piadas de mau gosto, com uma pessoa equilibrada no meio do tiroteio desnecessário, tentando manter o nível, tive uma certeza e quero compartilhá-la com a maioria dos brasileiros: posso dormir tranqüilo, porque o Brasil não quer o atraso e nem o retrocesso, muito menos ser governado por aprendizes de aventureiros.
Parauapebas-Pa. 03.10.14.
um dos textos mais inteligentes que li nos ultimos tempos.
ResponderExcluirvaleu zelao,por dar leveza a um tema que deveria ser discutido por todos com o olhar de ser social e nao de um bando, que ao som do berrante mais bonito,deixa-se levar.
É Luiz Vieira, eu assistir esse debate, ou terá sido um embate, já que os presidenciáveis não apresentavam nenhuma proposta, pois o que eu pude perceber era uma luta desigual onde 5 atiravam em um que tentava de todas as formas se manter de pé, então chego a uma conclusão, não temos nenhum candidato à altura para assumir um posto de tamanha relevância, que é a presidência desse país, por isso, a nossa escolha, não será pelo melhor, mas, o menos pior! lamentável!
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