Pesquisar este blog

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Até quando a mídia vai blindar Aécio?



Por Miguel do Rosário, no blog Tijolaço:

Os escândalos de Aécio tem sido sistematicamente varridos para debaixo do tapete, como aliás acontece com todo escândalo tucano.

É só aparecer um tucano na história que as rotativas, misteriosamente, param de funcionar.

Os satélites pifam.

Na campanha eleitoral, quando Aécio foi posto sob os holofotes nacionais, vieram à tona histórias estranhas sobre tráfico de drogas em Claudio, aeroportos construídos em terras do tio, helicópteros cheios de pó, ossada humana em fazendas de Claudio, milhões de reais de verba pública aplicado em rádios da família, denúncias de policial civil.

Com exceção do aeroporto, que não conseguiu esconder, a mídia não deu nada.

Aécio perdeu a eleição, mas permaneceu com a imagem imaculada de santo.

Dilma ganhou o pleito e seus adversários a chamam de “bandida”, apesar de não existir, mesmo após anos de perseguição, um fio de cabelo contra ela.

Se Dilma mandasse construir, com verba pública, uma casinha de cachorro no quintal de sua casa em Belo Horizonte, seria vendido pela mídia como o maior escândalo político desde a invenção do fogo.

Mas vocês sabem como é o Brasil: tucano pode tudo.

Leiam o post abaixo, do Nassif. Ele fala de mais um escândalo cabeludíssimo envolvendo a família Aécio.

Por ser um escândalo de bico grande, a Globo não vai inclui-lo sob o chapéu “escândalos em série”…

Então, peço-lhes que leiam com atenção e me digam o que acham disso. Nós, do blogs, não temos os exércitos de repórteres amestrados da grande imprensa, mas temos uma legião de milhares de internautas insaciavelmente curiosos, e particularmente famintos por aquilo que a mídia nega a seus leitores: ensopado tucano.

*****

A pá de cal na carreira política de Aécio

SEX, 02/01/2015 – 12:15 - ATUALIZADO EM 03/01/2015 – 15:28

Luis Nassif, no jornal GGN.

A carreira política de Aécio Neves – ou ao menos suas pretensões de voltar a se candidatar à presidência da República – terminará nos próximos dias.

Sua declaração recente, apresentando o governador de São Paulo Geraldo Alckmin como o próximo candidato do PSDB, foi mais que um gesto de elegância: respondeu a uma avaliação realista do que o espera pela frente.

Não se sabe bem o que virá da Lava Jato.

Autoridade com acesso integral ao inquérito informa o seguinte:

Não há como conter vazamentos, que partem dos advogados, delegados e procuradores e do próprio juiz, que está dando publicidade a todos os depoimentos. Especificamente no caso da capa da Veja, o vazamento foi do advogado do doleiro Alberto Yousseff.

Até agora, os vazamentos foram seletivos, aliás “completamente seletivos”, diz ele. Quando o inquérito total vier à tona, haverá “bombas de hidrogênio”, supõe que envolvendo próceres da oposição. Não avançou sobre quem estaria envolvido, portanto não se sabe se a bomba atingirá Aécio ou não.

Mesmo que não atinja, o fantasma que persegue Aécio atende pelo nome de “ação penal 209.51.01.813801-0″.

Em 8 de fevereiro de 2007 foi deflagrada a Operação Norbert, visando apurar denúncias de lavagem de dinheiro na praça do Rio de Janeiro. Conduzida por três jovens brilhantes procuradores – Marcelo Miller, Fabio Magrinelli e José Schetino – foi realizada uma operação de busca e apreensão nos escritórios de um casal de doleiros do Rio de Janeiro.

No meio da operação, os procuradores se depararam com duas bombas.

A primeira, envolvia o corregedor do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Carpena do Amorim.

Carpena foi peça central no assassinato de reputação da juíza Márcia Cunha, trabalhando em parceria com a Folha de S. Paulo no período em que o jornal se aliou a Daniel Dantas. Coube a Carpena endossar um dossiê falso preparado por um lobista ligado a Dantas, penalizando uma juíza séria.

Ao puxar o fio da meada de uma holding, os procuradores toparam com Carpena. O caso foi desmembrado do inquérito dos doleiros, tocado pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e resultou na condenação do ex-juiz a três anos e meio de prisão.

O segundo fio foi puxado quando os procuradores encontraram na mesa dos doleiros uma procuração em alemão aguardando a assinatura de Inês Maria, uma das sócias da holding Fundação Bogart & Taylor – que abriu uma offshore no Ducado de Lichtenstein.

Os procuradores avançaram as investigações e constataram que a holding estava em nome de parentes de Aécio Neves: a mãe Inês Maria, a irmã Andréa, a esposa e a filha.

Como o caso envolvia um senador da República, os três procuradores desmembraram do inquérito principal e encaminharam o caso ao então Procurador Geral da República Roberto Gurgel. Foi no mesmo período em que Gurgel engavetou uma representação contra o então senador Demóstenes Torres.

O caso parou na gaveta de Gurgel.

No próximo mês deverá ser apreciado pelo atual PGR Rodrigo Janot. Há uma tendência para que seja arquivado. Alega-se que Aécio não seria titular da conta – que está em nome de familiares – mas apenas beneficiário. Certamente não se levantará a versão jabuticaba da “teoria do domínio do fato”, desenvolvida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Arquivado ou não, certamente será a pá de cal nas pretensões políticas de Aécio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário