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quarta-feira, 3 de agosto de 2016

O DOCE VENENO DA ARANHA

Leitura proibida para menores de 18 anos. Caso você se encaixe nessa faixa etária, não leia esse texto. Caso tenha problemas cardíacos, também não é recomendável a leitura. Grato!

Para quebrar um pouco esse clima sisudo que a nossa política nos impõe, ofereço aos meus leitores esse conto que destoa completamente da linha editorial desse blog. Essa é uma história de ficção e qualquer semelhança com a realidade será mera coincidência.


By Luiz Vieira


Já eram 22h. Paulo estava deitado em sua cama com a Tv ligada, mas nem prestava atenção na programação. Ouvia o barulho da água caindo do chuveiro e sentia o cheiro gostoso do ambiente. Com os sentidos aguçados imaginava o sabonete deslizando devagar sobre as curvas do corpo de Tereza e chegou a sentir um arrepio. De repente, o barulho de água encerra. Contou cinco minutos e imaginou-a no ritual de passar creme no corpo. Um perfume gostoso e suave invadia todo o quarto deixando Paulo com a imaginação mais aguçada.

De repente, Paulo escuta o barulho da maçaneta. A porta do banheiro se abre e ele fica extasiado com o que vê. Já tinha visto aquela imagem tantas vezes, mas é como se fosse a primeira vez. Eis que surge Tereza completamente nua exibindo um corpo escultural e cheiroso. Seus seios firmes e volumosos pareciam apontar para o teto. Suas coxas torneadas eram uma combinação perfeita com uma bunda firme e arredondada que era um convite permanente para ser admirada. Como era bela Tereza!

Paulo estava tão extasiado com aquela visão que nem conseguiu responder a pergunta jocosa de Tereza: “O que foi, nunca viu uma mulher gostosa não?” Tereza se aproxima devagar com seu corpo molhado e lambuzado de creme e se joga sobre Paulo. Seus negros cabelos compridos molhados deslizando sobre seu corpo são como um bálsamo erótico. Maliciosamente ela vai deslizando seu corpo sobre o dele enquanto beija-o devagar. Paulo já não aguenta de tanto desejo e agarra sua linda Tereza. Os movimentos vão acelerando e os beijos lentos vão sendo substituídos por lambidas e mordidas. Num movimento brusco, Tereza arranca a cueca de Paulo e atira para longe. Ele agarra-a pelos cabelos e puxa com força de encontro ao seu corpo. Agora são apenas um, num movimento frenético cheio de volúpias, gemidos e palavrões. 

De repente, Paulo é arrancado do transe erótico com o brusco barulho da porta do banheiro se abrindo. Abre os olhos e vê Tereza saindo do banho coberta com um roupão de banho e uma toalha enrolada na cabeça. Mesmo assim ainda era bela e cheirosa. Sente saudade do que agora era só pensamento, só devaneios. Já faziam uns dois anos que Tereza não era mais a mesma loba faminta que sempre fora na cama. Enquanto Paulo pensa nos bons tempos, observa o ritual de sua esposa que se prepara para dormir. Tereza caminha até o armário e pega o secador de cabelos. Fica na frente do espelho secando-os por uns dez minutos. Depois volta ao banheiro e fica escovando os fios devagar. Retorna ao quarto e vai para o guarda roupas. Sem deixar seu corpo a mostra como se quisesse esconder algo, veste uma calcinha grande cor bege que mais parece a calçola da vovó. “Que saudade daquela micro calcinha preta transparente com rendas”, - pensava Paulo. Em seguida veste uma camisola amarela que mais parece uma capa protetora de castidade. “Que horror!”. Em seguida, Tereza pega um livro, coloca seus óculos e fica na poltrona lendo por horas, talvez esperando o Paulo dormir para não ter nenhuma chance de ter que transar naquela noite. Paulo fecha os olhos e simula um leve ronco. Tereza apaga as luzes e se deita no lado extremo da cama virada de costas.

Com insônia, Paulo pensava nos tropeços do seu casamento nos últimos anos. Já estava casado há 20 anos com Tereza e sentia-se angustiado com os rumos que sua vida estava tomando. Seu casamento parecia o casamento ideal visto de fora e aparentavam sempre ser um casal feliz e bem sucedido. Mas a realidade era bem diferente.

Juntos, já haviam enfrentado muitas dificuldades e venceram todas. Construíram uma família sólida e tinham tudo para seguir em frente colhendo os frutos que haviam plantado. Tinham três filhos perfeitos e inteligentes, sempre viajavam de férias para os lugares mais inusitados no Brasil e no exterior, a empresa familiar estava em plena ascensão, e, assim aparentemente tudo ia as mil maravilhas. Exceto por um pequeno detalhe: Paulo se sentia cada vez mais solitário dentro de sua própria casa e percebia claramente que Tereza estava mudando. Nos últimos anos sua relação estava morna e esfriava cada vez mais. Tereza parecia cada vez mais irritada e angustiada. Os momentos de mau humor deixaram de ser coisa do período da TPM e passaram a dominar sua personalidade. Ela sempre reclamava de tudo e nada do que Paulo fizesse parecia ter importância ou agradava a ela. 

Tereza cultivava uma beleza natural aos 43 anos de idade. Seu corpo esbelto e sempre bem cuidado continuava atraindo a atenção de Paulo e era motivo de elogio constante. “Como é que alguém consegue ter um corpo desse depois de 3 filhos?” – indagava uma amiga. Era realmente um fenômeno da natureza, pois Tereza não era dada a excesso de vaidade, não era frequentadora de salões de beleza, tampouco frequentava academias. Mas toda essa beleza era ofuscada com aquele ar de tristeza e o mau humor constante. 

Paulo tentava desesperadamente descobrir o motivo dessa mudança de comportamento de Tereza. Já havia desistido de perguntar, pois sempre que fazia ela respondia de forma hostil. “Amor, o que está acontecendo com você? Fiz algo errado?” “Nada. Isso é coisa de sua cabeça. Estou bem”, - respondia de cara amarrada. “Alguma coisa errada com você?” “Não! Por que?” “Você está com uma cara estranha!”. “Essa é a única cara que tenho”, - respondia virando as costas e encerrando o diálogo.

Quando Paulo tentava uma conversa mais profunda ela dizia: “Já vem você de novo com essa “DR!”. E assim, Paulo decidiu não falar mais sobre o seu relacionamento. Optou por investigar silenciosamente. Será que Tereza estava tendo um caso? Será que não o amava mais? Passou a considerar todas as possibilidades. 

Paulo pensou em várias alternativas. Pensou em se separar, mas desistiu. Amava muito a Tereza e não se imaginava vivendo sem sua família. Pensou em arrumar uma amante para compensar a falta de atenção em casa, mas também desistiu. Em tempos atrás, essa possibilidade até que seria viável, mas no momento, Paulo estava com o juízo no lugar e jamais conseguiria levar esse plano adiante. A única alternativa no momento era se manter afastado de Tereza. Passou a retribuir sua falta de afeto e seu distanciamento. Mas estava sendo uma barra difícil de suportar. Sentia-se cada vez mais isolado, desestimulado e solitário. Sua casa passou a ser um lugar enfadonho, triste e insuportável, de maneira que ele passou a frequentar mais as casas dos amigos, os bares, a viajar mais, e até a ficar circulando pela cidade por horas antes de voltar pra casa. 

Em casa Tereza mantinha a rotina. Continuava sendo uma mulher cuidadosa, uma supermãe, muito organizada e não descuidava da atenção com o marido. Nisso, Paulo não tinha do que reclamar, pois até sua comida preferida ela preparava. Mas isso não bastava. Queria algo mais. Queria uma mulher que lhe desejasse ardentemente como outrora; queria uma mulher apaixonada, voraz e que lhe comesse com os olhos. Queria amor com volúpia, com desejo, com paixão. Definitivamente, não queria mais aquele sexo mecânico e frio com Tereza. Era realmente broxante.

... (Continua amanhã, 4).

2 comentários:

  1. Puxa. ..deixou o leitor com água na boca...parar a foda no ápice do gozo é sacanagem ...estou me sentido na época em que as novelas eram impressas em periódicos manuais e os leitores assíduos ficavam ansiosos pelo próximo capítulo. .assim estou..aguardo o próximo passo....

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  2. Uau!!! Estou quase sem respirar. Pior que essa história se parece muito com a minha Luiz. No meu caso, é meu marido que está esquisito.
    Super amei. Ansiosa pelo segundo capítulo.

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