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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

RETROSPECTIVA POLÍTICA - (PARTE II)

Um Começo Desastroso


O que levaria um prefeito que foi eleito com quase 55% dos votos numa eleição disputadíssima a levar uma sonora e estridente vaia no dia da posse?

A resposta não é tão simples assim. Temos que fazer uma análise cuidadosa voltando ao tempo da campanha. A campanha do Valmir começou mal. Para quem se lembra, até agosto de 2012 quase não se via carro de som ou qualquer instrumento de propaganda da turma do 55 nas ruas. A campanha do candidato governista Coutinho dominava o cenário político. O grande problema é que Valmir não tinha grana e os empresários o viam com desconfiança. Sei de um episódio sobre um empresário de São Paulo que veio a Parauapebas para investir 7 milhões no Valmir em troca da garantia do contrato da coleta de lixo. Um conhecido empresário local que apoiava o Coutinho e depois se tornou o grande financiador da campanha do Valmir convenceu o empresário paulista a desistir da empreitada e voltar para São Paulo. "Isso não tem futuro. O velho não vai ganhar a eleição e além do mais não tem palavra", teria dito o empresário de Parauapebas.

Valmir estava em condições nada favoráveis. Com inúmeros cheques sem fundos na praça e com sua empresa falida, os cobradores o cercavam e os apoiadores fugiam dele. Os candidatos a vereadores o pressionavam e impunham prazo sob ameaça de deixar a campanha. Um importante candidato -vereador Faisal- jogou uma par de terra na campanha do Valmir. Foi para a rádio Arara Azul e anunciou que estaria abandonando sua candidatura. Falou claramente que o Valmir tinha loteado o futuro governo e estava rodeado de gente interesseira, e caso se elegesse o seu governo seria um fracasso. Parece que o experiente Faisal estava profetizando.

A campanha de Valmir foi para as ruas se arrastando somente em setembro. Um grupo de empresários de Parauapebas liderados pelo Zé Rinaldo resolveu por as mãos na massa. O Comitê Eleitoral que era uma bagunça, começou a funcionar em ritmo empresarial. As contas começaram a serem pagas ou negociadas. A agência publicitária que foi contratada ainda não tinha recebido um centavo. Prendia o material publicitário e ameaçava entregar tudo para o Coutinho e ir embora. Com a primeira parcela do acerto resolveu trabalhar mas com uma condição: a garantia de que pegaria o rico contrato de publicidade da prefeitura. E assim aconteceu.

A campanha do Valmir nasceu assim. Em meio a desastre, a chantagens, a promessas e traições. Valmir teve que lotear todo o governo como afirmara Faisal. O problema maior é que ele comprometeu o mesmo espaço com várias pessoas. Um exemplo foi a Secretaria de Educação que ele prometeu para três pessoas. Teve gente que até escolheu sua equipe de diretores e depois ficou a ver navios. Você, caro leitor, acha que isso poderia dar certo? E deu no que deu. O Prefeito se elegeu após uma campanha que não empolgou ninguém. Seus comícios eram vazios e suas passeatas mais pareciam cortejo fúnebre. As carreatas que já se tornaram tradição em Parauapebas ficavam só na promessa: "semana que vem faremos uma para arrebentar", prometiam seus correligionários, e sempre ficava para depois e nada de acontecer. 

Valmir ganhou a eleição fácil. Aí começou seu inferno. Os apoiadores começaram a lhe procurar para cobrar as promessas. Quando ele começou a anunciar seu secretariado descobriram que caíram no maior calote eleitoral da história. Foi a maior fraude eleitoral nunca vista em Parauapebas. Não deu outra. O que era festa e esperança se transformou em ódio e revolta. Isso explica o clima e as vaias que Valmir tomou em plena festa da posse.

Pobre Parauapebas! A mudança prometida e tão alardeada ficou para o futuro.

(A Retrospectiva -Parte III- continua no dia 06 de janeiro de 2014. A maldição do 13 na vida de Valmir)

5 comentários:

  1. Luiz, concordo em parte com sua análise. Você só emitiu uma informação importante: o Darci colaborou para a eleição do Valmir. Basta olhar a quantidade de obras que ele não concluiu de propósito. A água pires exemplo, o estar não fez nada além de fazer funcionar o sistema construído película Darci

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  2. Acho que você está é com dor de cotovelo por ter perdido essa boquinha. Deixa o homem trabalhar

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  3. Da missa você não sabe um terço. Muita coisa aconteceu na campanha do velhote que ninguém vai ficar sabendo. Tinha gente muito importante, gente da lei manobrando a favor do Valmir, fora o aparato do Estado.

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  4. O problema é que Valmir disse sim para todos. Vendeu a alma ao diabo para ganhar a eleição. Depois teve que dar um cano nos aliados para agasalhar os inimigos. Botou um bando de incompetentes e depois teve que chamar a gang do PT para comandar.

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  5. Muito bom o seu texto Vieira. Só ficou devendo uma retrospectiva sobre a Câmara.

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