Direto de Itaituba-PA
Jota Parente - O cenário político para 2014,
em se falando de Itaituba, está muito nebuloso, em função dos agentes políticos
que compõem esse quadro, a começar pela disputa para o governo do Estado. Simão
Jatene, que deu um banho de votos em Ana Júlia na eleição de 2014, se a eleição
fosse hoje, levaria uma lavada da ex-governadora, que a priori, não é
pré-candidata ao cargo. Uma pesquisa encomendada por um empresário local ligado
à política, constatou isso. Ela ganharia fácil, de Jatene e também derrotaria
Helder Barbalho.
O motivo dessa preferência do eleitorado itaitubense, neste
momento, é simples de ser compreendido: mesmo sem ter feito muito por esta
região, Ana Júlia foi, incomparavelmente melhor do que o atual governador,
pois, além de seu governo ter sido muito mais presente, contemplando Itaituba e
outros municípios da região Sudoeste com alguns benefícios, ela esteve aqui por
algumas vezes, ao contrário de Jatene, que nunca apareceu.
O governador atual dispõe de pouco tempo para tentar
melhorar sua imagem por aqui. Apenas melhorar, porque ele não vai conseguir desfazer
toda a insatisfação que tomou conta da população de Itaituba, de empresários a
trabalhadores, de professores e profissionais liberais, e de estudantes a
sindicalistas, uma vez que em tempos de comunicação em tempo real, não há mais
clima para enganar o eleitor com a facilidade de antes.
Aliada de Simão Jatene, a prefeita Eliene Nunes sofre o
desgaste de seu próprio governo que ainda não engrenou e, de quebra, também
pode colher mais desgaste junto a opinião pública, não só porque Jatene não faz
nada por Itaituba, como ainda o defende, como no caso do início da obra do
Hospital Regional do Tapajós, que foi um compromisso de campanha assumido por
ele. Essa construção começou com o típico rótulo de obra eleitoreira, pois
embora altamente necessária, somente um ano antes da eleição é que o governo do
Estado deu a ordem para a largada dos trabalhos.
Quando o assunto é a disputa por uma cadeira na
Assembleia Legislativa, o quadro é rigorosamente indefinido, e poderia ser
totalmente favorável ao deputado estadual Hilton Aguiar. Ele deveria melhorar
sua votação do seu município de origem, e não se pode afirmar que não vá
conseguir, embora ele tenha diminuído bastante suas aparições na mídia local.
Provavelmente, em função de não ter conseguido cumprir a ladainha de promessa
que fez, confiado em que o governo do Estado as atenderia. Ainda mais agora,
que ele trocou o PSC pelo Solidariedade. Ninguém pode prever o que vai
acontecer com ele nesse novo partido.
O médico Leonard Cabral deverá ser um nome novo da
próxima campanha eleitoral para deputado estadual pelo PSB. Certamente a cúpula
de seu partido, em Belém, não vai abrir mão de um nome de respeito como o dele,
que além da vantagem da profissão que exerce, ainda conta com o suporte de um
grande hospital da cidade, além da experiência de sua mãe, a ex-vereadora
Horalícia Cabral.
Quanto a possíveis outros concorrentes para a ALEPA, o
que se sabe é que o PMDB gostaria, num primeiro instante, de ter o médico Edir
Pires como candidato, para dar suporte à candidatura do pretenso candidato a
governador pelo partido, o ex-prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho. Não se
sabe se foi por impedimento legal de Edir, que teve seu mandato de
vice-prefeito cassado pelo TRE, mas, o fato é que, de uma hora para outra seu
nome deixou de ser citado, entrando em cena o nome do ex-prefeito Valmir
Climaco.
Com referência a esse nome, existe a questão da
decretação da inelegibilidade de Valmir, por oito anos, pela juíza titular da
34ª Zona Eleitoral, Vanessa Ramos Couto, decisão da qual cabe recurso. Todavia,
como ainda falta um ano para a eleição, quem é que pode garantir que o Tribunal
Regional Eleitoral não fará o julgamento antes do período eleitoral de 2014? E
se a decisão da corte estadual for pela manutenção da sentença de primeira
instância? São perguntas que mexem com a imaginação de políticos e eleitores.
No que concerne à eleição para deputado federal, também
há mais perguntas do que respostas. O deputado federal Dudimar Paxiúba deixou o
PSDB, partido de legenda alta, ingressando no recém criado PROS. Ele terá uma
missão árdua, que será organizar e promover a sigla em Itaituba, na região de
influência deste município, e onde mais for possível. E dispõe de um tempo relativamente
curto para isso. Quanto ao que vai acontecer com seu futuro político, vai
depender do sucesso que o PROS vai ter no Pará, no processo de implantação e
divulgação, e na sua capacitação de comunicação com o eleitor.
Existe ainda, a incógnita chamada Roselito Soares, que insiste
em não sair do cenário político, porque tem claras pretensões de voltar a ser
prefeito de Itaituba, um dia, seja quando for. O ex-prefeito ensaia uma
candidatura a deputado federal, como recém filiado ao PMDB, para somar votos
para Helder Barbalho. Entretanto, o que se sabe é que ele está impedido pela
Justiça Eleitoral, por ter sido cassado pelo TRE, embora ele jure que pode,
sim, ser candidato.
Uma
possível alteração desse quadro se dará, caso se confirme a candidatura do
presidente da Câmara, vereador Wescley Tomaz, que ensaia os primeiros passos
como futuro candidato a deputado estadual. Agora, que Hilton Aguiar saiu do
PSC, o caminho ficou livre para Wescley, que conta com o apoio do deputado
federal Zequinha Marinho, que tem diferenças com Hilton. São conjecturas, e a
nós, eleitores, resta aguardar para ver se teremos boas opções para tentar
mudar essa esculhambação que é a política nacional. A paraense não é diferente. Nem a de Itaituba.
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