SESSÃO DE 08 DE MARÇO - O CORVO E A HIENA

Nada de novo. Ultimamente as sessões estão mais sem graça do que salada de chuchu. Ontem, novidade mesmo foi só uma sessão especial em homenagem às mulheres. O resto, foi tudo a mesma ladainha de sempre. Nem vale a pena descrever.

Para não passar batido, ofereço aos leitores uma crônica. Mas vou logo avisando aos maliciosos:  não tem nada a ver com nossos vereadores.

O corvo e a hiena

O marido chega em casa depois de um dia cansativo de trabalho e flagra sua mulher na cama com outro homem. E para piorar, trata-se do seu pior inimigo. Desesperado ele filma tudo e, para se vingar, espalha as imagens em todas as redes sociais. Agride a esposa e bota-a para fora de casa. Além da exposição nas redes sociais, o marido traído faz uma ampla campanha negativa contra a esposa, atribuindo a ela os piores adjetivos e qualidades. Essa, suportava a humilhação calada enquanto planejava uma vingança.

Tudo vai bem até que os cheques, faturas de cartão e outras contas começam a voltar. Sem entender, vai até o banco verificar o que estava acontecendo. Tal foi a sua surpresa ao ver sua conta zerada e com o limite estourado. Sua esposa tinha sacado até o último centavo do limite e ainda fez compras usando seus cartões de crédito. Só aí o nosso amigo traído percebeu a burrada que havia feito. Como teve problemas com o fisco, havia colocado sua conta e todos os seus bens  em nome da esposa.

Desesperado chamou a mulher para tentar um acordo para salvar a situação. Compenetrada e com toda frieza, ela impôs sua única condição para devolver a vida ao marido, que foi a seguinte: ela continuaria com tudo em seu nome, mas retornaria para sua casa e voltariam a ser um casal unido e próspero como antes. Porém, ele teria que implorar insistentemente o seu perdão e seu retorno nas mesmas redes sociais que usara para denegrir sua honra. Teria que aceitar o seu amante e até se tornar amigo dele e, ainda promoveria uma festa com todos os seus amigos para anunciar o retorno do casamento.

O pobre marido traído sem ver outra alternativa, teve que aceitar todas as condições da ingrata infiel, e assim fez. Dizem que nunca mais foi o mesmo. Perdeu o respeito dos amigos e conhecidos. Perdeu aquele brilho no olhar e até aquela verve que era-lhe peculiar. E viveu o resto de sua vida numa profunda depressão e ainda tendo que fingir que estava feliz. Para disfarçar sua desgraça e vergonha sempre entrava no seu trabalho cantarolando, sorrindo e dando tapinha nas costas de todos que passavam pelo corredor. Todos apontavam-lhe o dedo e diziam: - lá vai um corno feliz.