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domingo, 16 de novembro de 2014

A guerra fria da PF contra o PT





Coincidências acontecem, mas …

Mas a superoperação da Polícia Federal no caso Petrobras nesta manhã de sexta feira parece feita sob medida.

O estardalhaço tende a desviar as atenções das denúncias – frescas e de alta relevância — sobre o comportamento brutalmente partidário dos delegados encarregados das investigações.

As informações sobre o antipetismo estrondoso dos delegados da PF colocaram uma sombra copiosa de dúvida sobre a qualidade das apurações da PF.

Ódio partidário influencia qualquer investigação. Inimigos são tratados com extremo rigor e amigos podem ser convenientemente engavetados caso alguma coisa comprometedora apareça.

O caso do Helicoca é exemplar: como a PF conseguiu não apurar nada, com tantas evidências? Como a ligação com os Perrellas, os donos do helicóptero, foi tão rapidamente descartada?

Aparentemente, a nova fase da operação Lava Jato assinala uma guerra fria entre a PF e o PT.

Há similitudes no comportamento da PF e da mídia. Grandes organizações jornalísticas, quando alguém as aborrece, costumam promover uma retaliação imediata na qual não são poupados os feridos.

A Globo é mestra nisso, mas está longe de ser um caso único.
Num mundo menos imperfeito, as coisas não seriam assim. Mas, no Brasil 2014, são.

A PF tem que ser reinventada. Tanto a PF como as polícias militares são, para usar a grande expressão de Brizola, filhotes da ditadura.

A mentalidade dominante ali é aquela segundo a qual a esquerda come criancinhas.

É o tipo de pensamento com o qual a imprensa, a Globo de Roberto Marinho à frente, intoxicou mentalmente os brasileiros na época dos militares.

As polícias brasileiras são dominadas por uma cultura, ou falta de cultura, de extrema direita.

É esta cultura que tem que ser enfrentada com disciplina, método – e rapidez.

Ou teremos sempre, na PF, investigações partidarizadas – e por isso suspeitas — quando, como no caso da Lava Jato, políticos estiverem de alguma forma envolvidos.

Um comentário:

  1. O que percebo nesta onda de denuncismo e investigações partidarizadas, é que a direita apostou alto no retorno ao poder (inclusive clamando pelo retorno do regime militar: "Estamos contigo Aécio" - Clube dos Oficiais. Não se sabe qual dos clubes) e está extremamente insatisfeita com o seu erro de estratégia e com o seu fracasso eleitoral. A classe dominante - que domina sem estar no comando do país - entrou na onda do "vale tudo"; qualquer coisa que seja contra o PT está valendo.
    É verdade que as polícias precisam ser reinventadas; mas quem tem a grande oportunidade de ser reinventado é o PT. Se o PT quiser, sob o comando de uma forte liderança (e nem precisa ser o Lula), acaba com a sujeira interna a toque de vassoura. Varre-se toda a lama para o esgoto, faz-se uma limpeza geral, passa-se uma boa demão de tinta (nem precisa ser vermelha) nas paredes que restarem de pé e aí a direita não vai ter mais o que falar. Fazendo isto o PT estará se reinventando, se reconstruindo, retornando às suas raízes - sem perder de vista o "hoje" e nem o "amanha", e o que é melhor, com o apoio maciço de toda a sua militância aguerrida, mais da sociedade que verá o novo brotando e florescendo de novo. Como a direita está perdida e atirando para todos os lados, o PT tem nas mão a grande oportunidade de se recompor e voltar a ser "o Partido" - o único que propôs e promoveu verdadeiramente mudanças sociais e estruturais. O momento é único, é a cereja do bolo. Se perdê-lo, perde o bonde da história, e aí, adeus PT. Se aproveitá-lo, entra para a história, e aí, adeus direita.
    "É preciso se reinventar para não perder o bonde da história".

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