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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O PT vai integrar o governo Valmir da Integral?

Alguém já falou que política é a arte de juntar inimigos e separar amigos. Essa é uma verdade que tenho vivenciado nos últimos anos. Afinal de contas, a prática de fazer alianças, fazer acordo, tão natural no campo político vem sendo feito de forma exagerada e ultrapassando barreiras éticas.

Para início de conversa, quero deixar claro que não sou contra as alianças políticas. Na democracia isso é a coisa mais natural e até salutar. As pessoas se unem em torno de algum interesse, que espera-se que seja de caráter coletivo e visando o bem comum. Espera-se, pois nem sempre é assim. Esses interesses estão cada vez mais se distanciando dos princípios norteadores da política sadia e descambando para princípios e interesses nada nobres. O conceito de ética, de honestidade, de coletividade estão cada vez mais se distanciando nas alianças políticas.

Veja um exemplo mais recente: em Parauapebas o PT e PMDB eram como água e óleo. As campanhas de  2004 e 2008 deixaram marcas profundas e criaram barreiras que pareciam intransponíveis. Em 2012 tudo isso se diluiu com a aliança entre Bel e Coutinho. Veja bem: eu falei Bel e Coutinho, pois os partidos (na esfera municipal) só foram comunicados da decisão. Isso jamais poderia dar certo. Os militantes de ambos os partidos não iam esquecer tão rapidamente as feridas abertas nas campanhas anteriores. O clima de disputa e animosidade não iam se apagar assim como num passe de mágica. E aí, deu no que deu.

Agora a bola da vez é a aliança PT e PSD. O argumento principal é de que esses partidos serão aliados em nível nacional em torno da reeleição da Dilma. Porém, aqui em Parauapebas, essa sigla PSD nem existe na cabeça dos eleitores. O que existe mesmo é um relacionamento hostil, uma disputa acirrada, uma disparidade, uma relação de adversários entre os eleitores de Valmir e os eleitores do PT criada na última campanha.

Alguns petistas porém, (veja, alguns) após passar 8 anos no governo gostaram tanto da relação com o poder que simplesmente se esqueceram de como é ser oposição. Mudaram completamente a forma de pensar e de agir que agora se sentem incomodados sem o poder e fazem qualquer coisa para conquistar nem que seja uma pequena migalha do poder. No início, apenas o Euzébio apoiava essa ideia. Depois de ser descartado como candidato a presidência da Câmara pegou sua bola e correu para o time do Valmir. E fez isso gratuitamente, apenas pelo prazer de não ter que se comportar como oposição e de receber de vez em quando um afago do Valmir. Dizem até que recebeu como prêmio a garantia de emprego do seu ex-inimigo e atual tutor Wanterlor Bandeira.O Diretório do PT chegou a chiar e ameaçar o rapaz de expulsão, mas depois de alguns esperneios e alguns "olha que eu sei de muita coisa", resolveram deixar pra lá.

Porém, parece que o Euzébio já não é mais o único vereador que está querendo oficializar esse namoro com o Valmir. Temos até membro da executiva que está convicto que a melhor saída é embarcar de vez na canoa do Valmir. Um assessor do gabinete do prefeito me informou que a SEMPROR está prontinha e com o secretário devidamente fritado. Basta o PT dá o ok para assumir a pasta e "ser feliz".

Qual seria a lógica dessa aliança? Vamos especular algumas hipóteses:
  •  O PT iria se unir de fato ao Valmir e se comprometer com sua reeleição?
  • O PT assumiria algum espaço no governo Valmir, tiraria proveito da máquina e às vésperas das eleições chutaria a barraca e lançaria candidato próprio em oposição ao prefeito?
  • O PT estaria mesmo convicto que a aliança é a melhor alternativa para ajudar no desenvolvimento de Parauapebas?
  • As pessoas que defendem essa aliança estariam apenas pensando que sem a estrutura da máquina ficaria difícil reeleger os atuais vereadores?
  • Estaria essa ala alianciata imbuída dos melhores propósitos e acreditando que o Valmir é um excelente prefeito, por isso vale a pena compor com seu governo?
  • Ou acreditam que o Valmir está perdido, que Parauapebas está num grande buraco e que só o PT poderia salvar a pátria?
  • Ou estariam os defensores dessa aliança desiludidos com a política e com o povo e acreditam que tem mesmo é que tirar proveito do que ainda resta do mandato?
Não estou aqui para julgar os motivos e o resultado dessa aliança. O fato é que os filiados deveriam ser ouvidos com transparência e honestidade e não serem levados a reboque como boiada. Esse é um tema que tem que ser debatido com seriedade e cautela, pois pode ser uma pá de cal na história do Partido dos Trabalhadores em Parauapebas que já anda bem cambaleante.

4 comentários:

  1. O PT, em sua origem, sempre buscou ouvir os seus filiados e simpatizantes - suas necessidades, seus anseios e seus direitos sempre negados; e aí montava o seu plano de ação. Enquanto agiu dessa maneira, deu certo e o povo sempre apoiou. Uma vez no poder, seja no legislativo, seja no executivo, o partido vira apenas suporte e os eleitos se burocratizam, igualam-se aos outros e a militância perde a credibilidade no partido - começa a ganhar força o senso comum: "é tudo igual". Na verdade, agindo dessa maneira, aliando-se aos Barbalhos e Sarneys da vida, o que o faz diferente? E como ignorar a voz do povo? Alguém precisa fazer alguma coisa se há algo a ser salvo, e já está passando da hora, se não a coisa vai ficar na base do salve-se quem puder.

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  2. Até esse momento excluí 21 comentários a esse post. Não que eu queira censurar alguém. Tenho publicado aqui quase todos os comentários, inclusive os negativos ao Blogger. Nesse caso, sou obrigado a fazer diferente, pois estou fazendo uma análise crítica ao meu partido. Todos os comentários que excluí fazem referências muito pesadas aos membros do Diretório, da Executiva e, principalmente dos vereadores petistas. Confesso que concordo com a maioria dos comentários, mas se publico ficaria numa situação delicada. Assim peço desculpas pela censura. Esse comentário acima foi bem relevante, pois faz uma crítica de ordem política.

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  3. Valeu por ter publicado "o comentário acima"; Mas pelo que você diz, a coisa anda muito feia para os "nossos companheiros" hein? A que ponto chegamos!

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  4. Enterra logo esse partido de vez enquanto não sobra para Lula e Dilma. Em Parauapebas é vergonhosa a situação do nosso partido. Um grupo de bandidos se apossou da direção e virou uma quadrilha.

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