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quinta-feira, 18 de maio de 2017

A MALDIÇÃO DE DILMA E O GOLPE QUE CUSTOU A RUÍNA DA REPÚBLICA

Outubro de 2014 - Dilma vence a eleição mais disputada e polarizada da história do Brasil. Mas antes disso, um misterioso acidente de avião no dia 13 de agosto de 2014 tira do páreo o Eduardo Campos, que vinha crescendo nas pesquisas e era a principal ameaça eleitoral para os planos de Aécio polarizar com Dilma. O oponente, senador Aécio Neves (PSDB) que dava a vitória como certa, não se conformou e montou, junto com seus aliados um esquema para derrubar a presidente eleita. Seus adeptos, também inconformados, entraram na sua pilha e iniciaram um movimento radical que dividiu o povo brasileiro. O primeiro ato de Aécio pós eleição foi pedir auditoria nas urnas e nenhuma irregularidade foi encontrada.

1º de fevereiro de 2015 - Michel Temer (PMDB), vice-presidente eleito na chapa de Dilma para o segundo mandato, prepara secretamente um plano para derrubar o governo. Secretamente, incentiva sua base a articular a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB) para a presidência da Câmara. Mesmo o PT indicando o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para o cargo, houve a primeira traição do principal partido aliado do governo. No dia primeiro de fevereiro, o Cunha surpreende o governo e consegue se eleger no primeiro turno. Uma luz vermelha se acende na base petista que sente o golpe da traição.

Pauta bomba - Como parte de uma grande estratégia do PMDB aliado com o DEM e PSDB, o Eduardo Cunha impõe no congresso uma pauta bomba com o claro objetivo de desgastar a presidente Dilma e engessar o governo. Mas o que é pauta bomba? São medidas e projetos de leis aprovados no congresso, mesmo com a consciência dos deputados e senadores de que eram impraticáveis. Exemplo: aumento para os funcionários federais muito acima do que o orçamento poderia suportar, aumento exorbitante para o judiciário, entre outras medidas. Sem ter como praticar, caberia à Dilma vetar tais projetos, causando revolta e ódio na sociedade. Enquanto isso, o Michel Temer dava piti na mídia para encontrar um motivo para o rompimento.

02 de dezembro de 2015 - O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha anuncia que aceitou o pedido de impeachment contra a presidente Dilma, apresentado em setembro do mesmo ano por Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo. A principal alegação era de que a presidente Dilma teria praticado as chamadas "pedaladas fiscais", uma prática muito comum em todos os governos e que nunca foi questionada. É importante ressaltar que durante todo o processo, nenhum ato de corrupção foi encontrado contra a Dilma.

17 de abril de 2016 - O plenário da Câmara decide pela abertura do inquérito. Numa sessão histórica e bizarra no plenário da Câmara, 367 deputados votaram a favor do processo. Deputados envolvidos em corrupção votaram repetindo o bordão: "pela minha sogra, pelo meu marido, pelo meu cachorro, pela minha tia... eu voto sim senhor presidente!".

11 de maio de 2016 - Aprovado na Câmara, o processo foi enviado ao Senado que também decide pela abertura do inquérito. Foram 55 votos a favor e 22 contra. Nessa etapa, a presidente é afastada até o final do inquérito e assume interinamente o vice Michel Temer.

31 de agosto de 2016 - Presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, 61 senadores votaram a favor da perda definitiva do mandato da presidente Dilma. O mais intrigante é que mesmo sendo cassada, não perdeu seus direitos políticos. Numa espécie de alívio da consciência, apenas 42 senadores votaram pela sua inabilitação. Seriam necessários 54 votos para que Dilma ficasse inelegível por oito anos. 

Temer toma posse imediatamente como presidente definitivo para o mandato que iria até dezembro de 2018. Seu governo foi marcado por escândalos e denúncias de corrupção. Nos primeiros seis meses de governo, seis ministros caíram.

19 de janeiro de 2017 - mais um acidente aéreo misterioso em Paraty, tira a vida do relator da Lava-jato no STF, ministro Teori Zavascki. Teori estava concluindo o relatório que prometia balançar o cenário político do Brasil com envolvimento de figuras graúdas da república.

O ministro Edson Facchini assume a relatoria e promete dar continuidade a linha de investigação do colega morto. 

O início do fim


Eduardo Cunha acusado de corrupção e de manter contas secretas no exterior, foi denunciado, investigado e processado graças à intervenção do ministério público da Suíça. As denúncias foram tão graves que não restou à justiça brasileira outra alternativa senão condenar a 15 anos de prisão em apenas um dos processos que responde. Cunha está preso em Curitiba desde o dia 19 de outubro de 2016.

Sérgio Moro protege Temer


Cunha preso e abandonado pela sua base, ameaça contar tudo o que sabe. Agora, o "malvado favorito" usado para arquitetar e executar o golpe contra Dilma é uma testemunha inconveniente. Várias denúncias dão conta de que mesmo preso, ele continua dando as cartas no governo Temer. Sua defesa arrola o presidente Temer como testemunha, mas o juiz Sérgio Moro veta 21 perguntas de Cunha a ele, alegando que o preso queria constranger o presidente. 

Na operação Lava-jato, além de Temer, o senador Aécio Neves também é protegido. O ex-presidente da Odebrecht  Benedicto Junior cita em delação o senador Aécio Neves que teria recebido doação de $ 9 milhões para campanha em 2014 oriundo do caixa dois. O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin determinou que sejam colocadas tarjas nas citações que envolvem o nome de Aécio.

17 de janeiro de 2017 - a casa caiu


Veio a tona o maior esquema de corrupção da república através da divulgação das conversas gravadas com autorização do ministro Facchini - relator da Lava-jato. O presidente da Friboi, Joeslei Batista, preso na Operação Lava-jato, em acordo de delação premiada, gravou conversa com o presidente Temer e com o senador Aécio Neves. Na conversa com Temer, ficou provado que o presidente autorizou o pagamento de uma mesada de 500 mil reais por mês em troca do silêncio de Cunha na prisão. E esse esquema acontecia dentro da carceragem de Curitiba, na cara de Sérgio Moro.

No grampo com o senador Aécio Neves, o mesmo foi flagrado pedindo $2 milhões para Joeslei Batista para pagar despesas de sua defesa na Lava-jato.

Tem que ser um que a gente mata


Na conversa grampeada, o senador Aécio Neves ao ser perguntado quem seria o responsável para receber o dinheiro da propina, responde de forma fria: "Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação". Essa frase fez acender a luz vermelha e trazer de volta a teoria da conspiração sobre a queda dos aviões que mataram Eduardo Campos (candidato a presidente em 2014) e o ministro Teori Zavascki (relator da lava-jato no STF).

Moro terá muito o que explicar


Essa delação e o grampo do Joeslei da Friboi colocam em cheque o caráter e a seriedade do juiz Moro. Ao autorizar o grampo, ao filmar entrega de malas de dinheiro, o ministro Facchini quebrou o esquema da Lava-jato com seus procuradores amadores e nada imparciais. Gente que era protegida, foi exposta de forma inquestionável. Facchini, ao contrário do Dallagnol - o procurador de Curitiba que apresentou um PowerPoint amador contra o Lula e disse que não tinha provas mas tinha convicção - investigou como deve ser feito: usou gravadores profissionais, mandou a polícia federal acompanhar a movimentação e filmar entrega de dinheiro, chipou mochilas usadas na entrega, controlou o numero de série das notas e rastreou até chegar na conta do parceiro do Aécio - senador Perrela (PSDB - aquele do helicóptero com 500 kg de coca, lembra?

Quem sabe se o juiz Moro deixasse de atuar como um garoto propaganda vaidoso premiado pela Globo, e passasse a atuar com o mesmo profissionalismo do Facchini, reunindo provas concretas, ele não descobriria onde está a fortuna do Lula? Aí ele seria preso fácil, fácil. 

Mas por enquanto, o Moro terá que explicar o por que não permitiu que o Cunha fizesse as perguntas ao presidente Temer (arrolado no processo como testemunha), e como ele conseguia articular de dentro da cadeia em Curitiba a quadrilha e movimentar uma fortuna em propina.





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