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quarta-feira, 20 de julho de 2016

ISSO É ROCK IN ROLL!

Interrompo aqui minhas férias para fazer um registro de um evento realizado pelo Partage Shopping em comemoração ao dia do rock, no último domingo (17). Evento de altíssimo nível que lotou a Praça de alimentação do Partage Shopping e fez o público vibrar com muito entusiasmo. Enfim, tive o privilégio de ouvir música de verdade em plena noite de domingo. E ainda dizem que o povo de Parauapebas só gosta de sertanejo, brega e funk.

Surpreendeu-me a qualidade da banda Som de Bar. Ainda não a conhecia, mas tive o privilégio de curtir ao vivo uma rapaziada empolgada e afinada tocando puro rock in roll de todos os estilos. O jovem Danilo Botelho no comando do repertório fez o público cantar junto com a banda e fez bonito. Posso afirmar que a banda Som de Bar não fica devendo em nada para as bandas que já assisti pelos barzinhos desse brasilzão a fora. E olha que nesse campo sou viajado!

Aqui vai um resumo da história do Rock feito por um dos organizadores do evento, o empresário Waldemir Oliveira.

História do Rock


Década de 1950

O "pontapé inicial" do rock no Brasil foi Nora Ney (conhecida cantora de samba-canção) quando gravou o considerado primeiro rock, "Rock around the Clock", de Bill Haley & His Comets (trilha do filme Sementes da Violência), em outubro de 1955, para a versão brasileira do filme. Em uma semana a canção já estava no topo das paradas (mas Nora Ney nunca mais gravou nada no gênero, tirando a irônica "Cansei do Rock", em 1961). Em dezembro, a mesma canção recebia versão em português, "Ronda das Horas" (por Heleninha Ferreira) e outra gravada por um acordeonista, não tão bem sucedidas quanto a "original".

Em 1957, foi gravado o primeiro rock original em português, "Rock and Roll em Copacabana", escrito por Miguel Gustavo (futuro autor de "Pra Frente Brasil") e gravada por Cauby Peixoto.

O cantor foi acompanhado pelo grupo The Snakes, formado por Arlênio, Erasmo Carlos, Edson Trindade e José Roberto (o "China"), no filme "Minha Sogra é da Policia" (1958). O grupo acompanhou Cauby na canção That's Rock, composta por Carlos Imperial.

Entre 57 e 58, diversos artistas gravaram versões de músicas americanas, como "Até Logo, Jacaré" ("See You Later, alligator"),"Meu Fingimento" ("The Great Pretender" dos The Platters) e "Bata Baby" (Long Tall Sally de Little Richard).

Embora em 57 o grupo Betinho & Seu Conjunto, de "Enrolando o Rock" (também gravada por Cauby Peixoto) tenha alcançado grande fama, os primeiros ídolos do rock nacional foram os irmãos Tony e Celly Campelo que, em 1958, lançaram o compacto Forgive Me/Handsome Boy, que vendeu 38 mil cópias. Tony gravaria mais dois singles até seu álbum em 1959, e Celly estourou em 1959 com "Estúpido Cupido" (120 mil cópias vendidas), chegando a ter boneca própria (com a qual aparece na capa de seu LP "Celly Campello, A Bonequinha Que Canta").

Os Campello também apresentariam Crush em Hi-Fi na Rede Record, programa totalmente voltado para a juventude, que revelou diversas bandas.Outros programas também surgiram para aproveitar a "febre" como Ritmos para a Juventude (Rádio Nacional-SP), Clube do Rock (Rádio Tupi -RJ) e Alô Brotos! (TV Tupi). Em 1960, surgira até a Revista do Rock. 

Década de 1960

O começo da década foi marcado pelo surgimento de grupos instrumentais como The Jet Blacks, The Jordans e The Clevers (futuros Os Incríveis), e do cantor Ronnie Cord, que lançaria dois "hinos": a versão "Biquíni de Bolinha Amarelinha" e a rebelde "Rua Augusta".

Até que surge um capixaba que se tornaria o maior ídolo do Rock Nacional dos anos 60 e, posteriormente, o maior nome da música brasileira: Roberto Carlos, que emplacou dois hits em 1963: "Splish Splash" e "Parei na Contramão". No ano seguinte, obteve mais sucessos como "É Proibido Fumar" (mais tarde regravada pelo Skank) e "O Calhambeque". Aproveitando o sucesso, a Rede Record lançou o programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto ("Rei"), seu amigo Erasmo Carlos ("Tremendão") e Wanderléa ("Ternurinha"). Só nas primeiras semanas, atingira 90% da audiência.

Seguindo o sucesso do programa Jovem Guarda , surgem outros artistas, Renato e seus Blue Caps, Golden Boys, Jerry Adriani, Eduardo Araújo, Ronnie Von e Dick Danello, que tinham seu som inspirado nos Beatles (o gênero apelidado "iê-iê-iê") e no rock primitivo (rock and roll e rockabilly). A Jovem Guarda também levou a todo tipo de produto e filmes como Roberto Carlos em Ritmo de Adventura (seguindo a trilha de A Hard Day's Night e Help! dos Beatles).

Apesar disso, os artistas da MPB "declararam guerra" ao iê-iê-iê da Jovem Guarda, chegando a um protesto de Elis Regina, Jair Rodrigues, entre outros, conhecido "Passeata contra as guitarras elétricas". O programa terminaria em 1968, com a saída de Roberto Carlos.

Então, surgiria a Tropicália. Em 1966, surgiram Os Mutantes: Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, com seu deboche e som inovador. Em 1967, a dupla Caetano Veloso e Gilberto Gil faria as canções "Alegria, Alegria" e "Domingo no Parque", apresentadas no III Festival da Rede Record. No ano seguinte, o álbum Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band fascinou a dupla, levando a apresentações vaiadas em festivais de Record e Excelsior, e ao álbum coletivo Tropicália ou Panis et Circensis, com Mutantes, Gal Costa, Tom Zé, Torquato Neto, Capinan, Rogério Duprat e Nara Leão, considerado um dos melhores álbuns brasileiros da história.

Os Mutantes também criariam carreira grandiosa, com álbuns elogiados a partir de 1968 e chegando a influenciar até Kurt Cobain, do Nirvana. O grupo começaria a se desmanchar com a saída de Rita Lee, em 1973.


Década de 1970

O endurecimento do Regime militar levou Caetano e Gil ao exílio em Londres, onde viveram de 1969 a 1972. Durante o período, gravaram dois discos considerados dos seus melhores, Transa (Caetano), e Expresso 2222 (Gil).
Após sair dos Mutantes no final de 1972, Rita Lee iniciou uma muito bem sucedida carreira solo, acompanhada do grupo Tutti Frutti. É nesse período, que ela lança o seu mais memorável álbum: o Fruto Proibido de (1975), disco este, que contém os sucessos "Agora só falta você", "Esse tal de Roque Enrow" e "Ovelha Negra". Arnaldo Baptista também gravou o aclamado Loki? (1974). Os Mutantes ainda atravessaram a década convertidos ao rock progressivo, passando por várias formações e dissolvendo-se em 1978.
Em 1973, surgiram Secos & Molhados, liderados por João Ricardo, com Ney Matogrosso como vocalista, que faziam a chamada "poesia musicada", com canções muito bem elaboradas como "Rosa de Hiroshima" ou "Prece Cósmica", apesar de alguns flertes menos poéticos e mais divertidos como "O Vira". Dois álbuns e um ano depois, em 1974, o grupo com sua formação clássica (João, Ney e Gerson Conrad) se desfez.

Em 1973 surgiu outro ícone: Raul Seixas, que vendera 600.000 compactos de "Ouro de Tolo" em poucos dias e se tornaria "bardo doshippies" com músicas debochadas como "Mosca na Sopa" e "Maluco Beleza"esotéricas como "Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás" e"Gita", e as motivacionais "Metamorfose Ambulante" ( que compunha aos 14 anos) e "Tente Outra Vez".

Movimentos surgiram em outros locais do Brasil: em Minas Gerais, o "Beatlesco" Clube da Esquina, liderado por Milton Nascimento eLô Borges; e no Nordeste, a "nova onda" dos Novos Baianos, além da chamada "Invasão Nordestina": artistas que misturaram o sertanejo ao rock, como FagnerZé Ramalho e Belchior.

Mesmo com o pouco espaço na mídia, várias bandas e estilos se destacavam no circuito underground da época, como o progressivo regional de O Terço (que chegou a gravar um álbum em inglês voltado para o mercado italiano), o hard rock do Made in Brazil, orock rural de Sá, Rodrix e Guarabyra e o hard progressivo do Casa das Máquinas.
No verão de 1975 foi organizado o pioneiro festival de rock no Brasil, o "Hollywood Rock", patrocinado pela companhia Souza Cruz, no Rio de Janeiro.Participaram os grupos VimanaO PesoRita Lee & Tutti Frutti, além dos cantores Erasmo CarlosCelly e Tony Campelo e Raul Seixas. As apresentações foram registradas no documentário Ritmo Alucinante, lançado no mesmo ano.
 
... (Continua)

Um comentário:

  1. Parabéns Luiz Vieira pela iniciativa de valorizar o que há de bom e o que as pessoas de bem desta cidade tem através de muitos esforços conseguido realizar eventos de qualidade com uma programação para toda a família.

    De fato a Administração do Partage Shopping em parceria com a Blessed Boutique e através do patrocínio das lojas Carmen Steffens, Marisa, Avenida, Giovanna Calcados, Victor Moda Masculina, Belle Bijou, Coca Cola Jeans, Kibom e Chilli Beans, proporcionaram a todos os presente um belo show.

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