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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Estou voltando

Após minha odisséia no Caminho de Santiago resolvi dar um tempo para reflexão. Baterias recarregadas, juízo no lugar, coração ardente e muita motivação. Estou voltando para a pauta política para alegria de uns e preocupação de outros. A sessão na Câmara do dia 25 me deixou inspirado.
Não se preocupem, agora sou um cavalheiro templário com espada e tudo!

4 comentários:

  1. Eu já estava até preocupado; pensei que o blog tinha saido do ar. Mas tudo bem, vamos em frente.

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  2. É BONITO DE SE VER! (A Rua é o Palco do Povo)

    Parauapebas, junho/13.


    Como dizem os adolescentes na sua linguagem própria: "demorou!”
    Estava demorando mesmo. Depois do movimento "Fora Collor", este é o maior movimento da nossa história mais recente, de caráter popular e (quase) espontâneo.
    Vinte centavos parece pouco, mas faz diferença sim; só que isto foi apenas o estopim de uma bomba que há muito tempo vinha se aquecendo. Junte-se a isto a corrupção escancarada em todos os níveis de poder (inclusive no judiciário); o descaso com a saúde pública (e privada também - para quem paga plano de saúde); a falta de segurança pública (a impunidade para assaltantes e assassinos confessos e punição para inocentes e quem procura fazer justiça); o aumento de salário dos políticos que não trabalham em benefício da população (super salários) e o baixo salário dos trabalhadores, inclusive dos professores; a péssima qualidade dos serviços destinados à população, inclusive o transporte coletivo urbano que se tornou o carro chefe deste movimento que se expandiu com a mesma força para todo o Brasil e está chegando ao interior. E é bonito de se ver. O povo nas ruas, caminhando e cantando, pedindo justiça e direitos respeitados. É isso aí, a praça é o palco do povo.
    Agora, quando alguns mais exaltados destoam do ritmo da canção, a coisa fica feia. É difícil, no meio de uma multidão, não aparecer alguém mais eufórico (ou mal intencionado mesmo); e basta um grito de guerra, uma palavra de ordem e pronto: a festa começou - festa macabra!
    Infelizmente a polícia não foi treinada para fazer gentilezas - até aí dá para compreender - mas receber pedradas... eu penso que é realmente coisa de gente má intencionada mesmo, pedindo uma reação violenta para depois criar um fato na mídia. Ah, como a mídia gosta disso! Longe de mim defender a ação violenta da PM. Sou contra a violência, venha de onde vier - se é de paz, tô dentro.
    Depois da quinta de terror em São Paulo, a manifestação de segunda foi pacífica e bonita - coisa de gente civilizada (apesar de alguns afoitos tentarem invadir a sede do governo); em Brasília os manifestantes tentaram tomar o Congresso, mas não houve violência (pelo menos não explicitamente); No Rio e em Belo Horizonte a coisa ficou feia - foi pauleira mesmo - zero prá quem deu o pontapé inicial pros tumultos. Em Belém (não é porque sou daqui) talvez tenha sido a mais tranqüïla e bonita de todas - promete continuar assim - viva nós!
    Em Parauapebas será nesta quinta, dia 20.06 e em Marabá dia 28. Vamos todos - parauapebenses e marabaenses, seguir o exemplo de Belém e fazer bonito - prá ser bonito de se ver.
    A nossa pauta (de Parauapebas) deve ser: quem é o prefeito desta cidade? Por que a educação parou? Quem manda no quê e em quem? A sua saúde, como vai? E, quem regulamenta o transporte coletivo de Parauapebas?
    Não deve ser apenas uma manifestação de protestos contra os desmandos administrativos no nosso município; deve ser uma pauta permanente de discussões, num fórum suprapartidário que busque e ganhe apoio e respaldo de toda a sociedade local e circunvizinha.
    Parauapebenses e vizinhos, acordemos enquanto é cedo! A hora é agora! As ruas são o nosso palco! Os direitos são nossos e devem ser respeitados porque merecemos respeito!
    Vamos à luta!

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  3. “INTELIGÊNCIA RARA”
    Aderbal da Silva.

    Gente é mesmo um bicho muito esquisito. Outro dia sugeri a uma trabalhadora na área de educação (não necessariamente em sala de aula – para sorte dos nossos filhos) a leitura de uma crônica do José Orlando (que achei interessante – Cabana do Mel). A dita funcionária pública que, por ser mãe presumi ser uma autêntica educadora (que engano!), sequer se deu o trabalho de olhar o texto; e ainda teve o desplante de dizer que não gosta desse tipo de texto (como assim, se ela nem sabia do que se tratava?!), que ela já lê muito (ah, tá, acredito!), que ela lê a Bíblia e que é evangélica (e ainda por cima a comadre é preconceituosa – ô bicho bruto!).
    São essas as pérolas da nossa educação. Não importa se é professor, coordenador, diretor ou secretário. Educar é um ato humano; portanto, quem não educa...
    É, minha comadre, eu penso que a senhora está no lugar errado; e quem te colocou aí está (muito) mal intencionado.
    Esta moça é uma daquelas pessoas que se pode chamar de “inteligência rara”. Salve salve educadores do meu país!
    Parauapebas, Pará. Junho, 2013.

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  4. FUI...
    Depois de tanta notícia ruim, imagens de guerra mostradas ao vivo pela televisão, uma pausa para a cultura - recarregar as baterias.
    No dia 20.06 a Praça de Eventos (Parauapebas) foi palco de manifestações populares, seguindo a onda de protestos pelo Brasil a fora. Na portaria de acesso à Flona de Carajás um grupo menor - mas não menos barulhento - em protesto contra a Vale, queimou uma van que tentou furar o bloqueio e foi dispersado pela polícia que usou bombas de efeito (i)moral e gás lacrimogêneo.
    No dia 21.06, sob a bênção de São Jorge e a claridade da LUA, a Praça de Eventos voltou a ser palco de grande manifestação, desta vez cultural. A praça estava cheia, lotada - como se diz na gíria: era gente saindo pelo ladrão. Nunca imaginei ver tanta gente reunida para ouvir o mestre Tom Jobim - ele merece.
    O que vi?
    Vi jovens, adultos e (quase) velhos. Vi Zé Renato, Roberta Sá, Zelia Duncan e João Bosco cantando as mais belas canções de Antônio Brasilleiro Jobim. (Cheguei atrasado ou saí mais cedo, por isso não vi Adriana Calcanhoto). Vi Zelia Duncan fazer um belo discurso à liberdade e expressar a sua curiosidade e o seu encantamento por nossa terra, nossa gente e "nossa" lua. Vi João Bosco dar o seu famoso "boa noite geeeente! e Murilo Rosa cheio de cuidados e com palavras meticulosamente bem treinadas, derramar elogios e pedir a todo instante aplausos prá nos - e merecidamente nos aplaudíamos.
    Vi alguns jovens estudantes (tipo meia dúzia de gatos pingados) empunhando cartazes com frases do tipo "Carajás e Tapajós" . Eram poucos, mas estavam lá, marcando presença. Usavam uma mordaça preta, o que despertou a minha curiosidade; quis perguntar o porquê, mas cautelosamente pensei que pudesse ser tomada como uma provocação. Até que um desses jovens passou por mim e eu perguntei-lhe se podia perguntar. Mediante o seu consentimento eu perguntei: "por que a mordaça?” E ele prontamente: "por causa da confusão de ontem". Pronto, estava explicado - era um protesto silencioso.
    Ah, polícia tinha também; nem era necessário, mas estavam lá, como praxe.
    O que ouvi? Nem é preciso dizer. Só ficava me perguntando: por que se vende tanto breganejo, forró malicioso, tecnobrega e outros besteiróis, quando temos tanta coisa boa prá curtir? Ora cacete, é porque tem gente que gosta; então cada um com o seu cada um.
    Mas de uma coisa eu tenho certeza, a praça estava mesmo superlotada e eu divido o público da seguinte maneira:
    1. Público adulto que foi curtir uma boa, boníssima MPB;
    2. Público que foi sem saber que era um show em homenagem a Tom Jobim e queria ver Zelia Duncan interpretando Zelia Duncan, Adriana Calcanhoto interpretando Adriana Calcanhoto e assim por diante;
    3. Público infanto-juvenil, em sua maioria feminino, que queria ver Murilo Rosa; e
    4. Público que não tinha nada prá fazer, foi prá praça fazer número - afinal era sexta-feira de noite enluarada.
    Foi bom, foi muito bom. Gostei demais. Podem trazer os sertanejos, os forrozeiros, os bregueiros - o povo gosta, mas levem tudo lá prá FAP. Quando for cultura desse gênero que acabamos de curtir, tragam todos para a Praça de Eventos e nós ficaremos muito gratos.
    Pausa para a guerra. Ponto para a cultura.
    Viva Tom Jobim.
    Aderbal da Silva. Junho/2013.

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