*Por Anderson Carvalho dos Santos
Atualmente, por motivo de estudo, estou
morando na cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás. É uma cidade muito
bonita, boa para se viver e para estudar. Em apenas um ano já me apaixonei
tanto pela cidade quanto pelo povo goiano que é atencioso e acolhedor. Porém,
mesmo com toda essa paixão, meu coração continua ligado ao meu lindo
estado, Pará, "terra de ricas florestas fecundadas ao sol do
Equador" e à minha cidade, Parauapebas, "terra de cerrados e densas
florestas onde habita um povo varonil". Foi aí que cresci, que
comecei a trabalhar. Foi aí que iniciei a minha carreira acadêmica.
Todos os dias, logo pela manhã, sou impelido
por essa paixão a buscar as notícias do meu estado e da minha cidade. Bendita
seja a rede mundial de computadores (Internet) que nos permite estar
"perto", mesmo estando longe.
INFELIZMENTE, dias atrás, antes mesmo
de ler as notícias sobre o Pará e Parauapebas, fui abordado por uma colega que
me disse a seguinte frase: "Tua
cidade está na mídia". Pensei comigo mesmo: Ela deve ter ouvido sobre
o potencial econômico do meu município, mas, infelizmente pensei errado, não
somos mais essa potência... O caso era mais sério e de caráter extremamente
negativo. Um “excelentíssimo” vereador de Parauapebas, direto da tribuna da
casa de leis, despeja um discurso vergonhoso que viralizou na internet e logo
chegou aos maiores noticiários nacionais.
Deslize? Falta de vergonha? Irresponsabilidade?
Babaquice? Há algo que justifique um discurso que afirma ser impossível viver
com mais de dez mil reais? E não para por aí, continuei lendo as notícias em
sites e blogs do Município e poucos dias depois me deparei com a notícia de que
o Ministério Público estadual havia
desembarcado em Parauapebas para
desarticular uma quadrilha que desviava dinheiro público em um esquema imoral.
Câmara de vereadores invadida, documentos apreendidos, vereadores presos,
escutas telefônicas comprometedoras, foi “um deus nos acuda”. Até a prefeitura
foi alvo da operação.
Diante de todos esses fatos, o que
posso dizer? Há algo a dizer? Que sensação de impotência! E o povo? Ah, o povo!
A vontade soberana, como diz Rousseau, é deixada de lado. Os representantes
eleitos não respeitam a população, e muito menos se dão ao respeito. Os demais
vereadores se calam, as sessões da câmara são vazias.
Sabe; ainda tenho orgulho do meu
município, não sinto vergonha de dizer
de onde sou, no entanto eu me envergonho da “política” e dos “políticos”
desse município. As palavras estão entre aspas justamente para mostrar que, no
meu ponto de vista, ISSO que alguns por aí andam fazendo não é política no
sentido real do termo; pode ser qualquer outra coisa, MENOS POLÍTICA. Ah, quem
dera conseguíssemos imitar os gregos, ou pelo menos seguir mais de perto as
teorias políticas propostas por grandes pensadores.
A política, acima de tudo, deve
procurar o bem do povo, deve estar intimamente ligada à moral para formar um
estado virtuoso. Caso isso não aconteça e os representantes do povo vierem a sucumbir
diante da força dos vícios e da imoralidade, infelizmente o corpo político
definha e morre. Para o bem do CORPO POLÍTICO, os membros que não fazem o seu trabalho devem ser
cortados e jogados fora. Próximo ano é ano de eleição, é o ano do povo, com sua
foice, cortar o que é inútil, para, quem sabe, um novo ramo possa brotar saudável
e dar bons frutos.
*Graduado em Filosofia (UFPA)
Mestrando em Educação (UFG)
ótimo post
ResponderExcluirComo dizia um certo palhaço: "sorrir tá difícil". Não dá pra competir.
ResponderExcluirMeus parabéns pelo excelente texto que retrata com fidelidade a atual situação de Parauapebas, por outro lado, estou muito decepcionado com tudo que está acontecendo em minha cidade, amo Parauapebas, amo o Pará, espero que a justiça seja feita.
ResponderExcluirMoro em Parauapebas há dez anos, parece que foi ontem que cheguei a este lugar, digo isso porque diante de muitos não passo de um forasteiro, mais um que veio para esta terra em busca de refúgio profissional, de honra pelo sustento e pelo trabalho, acima de tudo honesto. É isso! Vim pelo simples caráter de honestidade que deveria ser inerente de qualquer ser humano, pelo chegar em casa a noite cansado e perceber que venci mais um dia, vim para ver a minha família ficar bem sob a minha guarda e não deixar faltar o essencial para a nossa sobrevivência. Mas depois de um tempo comecei a perceber o quanto este lugar era mais do que uma terra de bons frutos e passei a amar Parauapebas como se fosse natural daqui e é perfeitamente normal defendermos o nosso lugar, e, é justamente por isso que não entendo por que esses senhores fazem o que fazem com a nossa cidade, muitos deles praticamente fundaram Parauapebas e a viram nascer, emancipar, crescer, "explodir" e agora simplesmente a estão matando, parasitando-a, sugando-a como sanguessugas, como usurpadores sem escrúpulos que degradam o bem com o mal... e se dizem políticos esses senhores, os condutores da boa funcionalidade, do progresso e do bem estar público... como podem fazer mal a quem os fez tão bem???
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