Pesquisar este blog

quarta-feira, 22 de março de 2017

CARNE FRACA X MENTE CRUA (PARTE II)

Um estado policialesco amador

Há algo muito podre no ar e não é a carne.

Em qualquer país que haja respeito com a sua economia, uma investigação como essa da "Carne Fraca" seria feita de forma discreta e os órgãos puniriam os responsáveis exemplarmente, mas preservariam as empresas. Aqui no Brasil, uma confusão de atribuições, uma briga de egos de policiais federais, de membros  do Ministério Público e alguns juízes, estão levando o país a um processo de antropofagismo. A Polícia Federal que deveria proteger nossas instituições e o povo brasileiro, age com precipitação e ao que parece, busca os holofotes e se envolve em disputa de poder político. Já que ela (PF) estava tão preocupada com a saúde do povo brasileiro, então por que esperou por dois anos para dar o alarme? No mínimo, deveria ter alertado o Ministério da Agricultura sobre os problemas. Uma investigação séria e isenta nessa área agiria pontualmente nos problemas indicados de forma rápida e tomaria as providências sem fazer alarde. Se a PF sabia das fraudes nos frigoríficos, por que deixou o povo comendo carne podre por dois anos?

Essa união nefasta entre uma imprensa irresponsável e sensacionalista com um comando policial cheio de vaidades e vícios gerou um prejuízo incalculável para o país que poderá custar milhares de empregos. E de nada adiantará as forças tarefas e as tentativas do governo de corrigir o mal feito. A confiança desse mercado que levou 20 anos para ser consolidada, ficou ferida seriamente.

Qual o limite da independência da PF e do Ministério Público?


O governo Lula foi o grande responsável por esse modelo de independência das instituições como a Polícia Federal e do Ministério Público. Antes, a Polícia Federal não tinha nenhuma autonomia e não fazia nada sem as ordens do Ministro da Justiça. Não se via ações de combate a crimes de corrupção, além de ser totalmente desestruturada. Agora, tem total liberdade, condições de trabalho e não está sabendo como usar. Por um lado, essa autonomia é positiva, mas por outro, é muito perigosa. Estão usando e abusando ao sabor dos seus caprichos e privilegiando seus próprios umbigos para posarem de heróis tupiniquins e está ficando fora de controle. 

Quando um juiz passa a usar os rigores da lei sob sua própria interpretação e atola o cabelo de gel para aparecer na mídia e se comporta como um garoto propaganda nas redes sociais, e isso o torna um pop star, esse exemplo passa a ser almejado e copiado por outros agentes da justiça. Delegados que convocam a imprensa para dar detalhes de uma operação e vaza dados estratégicos, promotores que se pavoneiam diante de câmeras apresentando slides com nível de estudante secundário dizendo que não tem provas mas tem convicção para imputar culpa, tornam-se elementos perigosos para a segurança nacional. Estamos vivendo um estado policialesco onde o poder judiciário e o poder de polícia estão suplantando os demais poderes. Esse comportamento não é natural de um país democrático e se adéqua mais a pequenas ditaduras isoladas.

A grande mídia, por sua vez, está rindo à toa, pois as empresas atacadas triplicaram seus investimentos em propagandas para tentar conter a sangria. E para os Marinhos e companhia, dinheiro é o que interessa. O resto é bobagem.

As grandes empresas do Brasil estão sendo destruídas e desmoralizadas, e, coincidentemente, esses ataques partem direto da chamada "República de Curitiba". Há algo muito podre no ar e não é a carne.

2 comentários:

  1. O Raul Seixas, no seu eterno descanso, deve estar refletindo sobre a sua célebre frase: "que culpa tem o Cabral?".
    Muito bom o artigo (as duas partes); pena que os "intelectuais" de plantão não entenderão bulhufas e continuarão fazendo eco à grande mídia e aplaudindo mais uma farsa do grupo que comandou o golpe e continua, com estas atitudes propositadamente desastradas, empurrando o Brasil ladeira abaixo e para os braços das corporações multinacionais. Isto é triste, porque o povo, que é capaz de reagir, também não está entendendo; e os movimentos sociais, sindicais e partidários de oposição estão apostando no projeto-Lula/2018 e isto não é tão a curto prazo, é tempo para os golpistas se rearticularem - o que estão fazendo, com estas operações de desmanche da economia brasileira e promovendo sequestro de jornalistas sob o nome de "condução coercitiva; aliás (segundo o deus de Curitiba), você também não é jornalista. Entendeu? Fazer o quê? Calar é pior, porque é isto que eles querem. Mentes podres!

    ResponderExcluir
  2. Carne fraca versus judiciário podre à parte, vamos aos casos de Alessandro Camilo/Ana Karine versus Bruno Fernandes/Eliza Samúdio.
    O Camilo continua preso e o caso já completam sete anos; a justiça negou habeas corpus para o assassino. Bruno foi julgado e condenado a mais de vinte anos de prisão e seis anos depois está solto, contratado para jogar numa equipe da cidade de Varginha-MG e dando autógrafo para criancinhas.
    O que há de comum e o que há de estranho em ambos os casos? De comum é que as duas moças sonhadoras com fama e riqueza estavam grávidas, foram assassinadas pelos pais de seus filhos e os corpos nunca foram encontrados - e o sonho acabou.
    De estranho é que a "justiça" é convenientemente cega; do tipo "pau que dá em Chico não é o mesmo que dá em Francisco", logo, a "justiça" mineira não é a mesma que a paraense, por isso pensam e agem de maneiras diferentes. Isto posto, em Minas o Bruno está solto por ter matado e desaparecido com o corpo da amante e no Pará o Alessandro continua preso por ter matado e desaparecido com o corpo da amante - ambas grávidas. Mas para os dois, de maneiras diferentes, o sonho continua.
    E aí a tal da "justiça" intitula uma operação desastrada de "carne fraca"? É muita podridão por trás desta venda que nada cega e tudo enxerga!

    ResponderExcluir