COXINHAS X PETRALHAS

Em primeiro lugar, vamos às definições:

Coxinhas: pessoas que, independente da classe social ou econômica, mantêm uma cabeça elitizada. São alienadas politicamente e geralmente são influenciadas pela mídia (preferencialmente a Rede Globo). Assim, estão sempre defendendo idéias elitizadas e são contra qualquer avanço social que inclua a classe pobre. Espalham idéias que não são suas e difundem o ódio e a intolerância contra partidos de esquerda. São capazes de preparar ataques raivosos a líderes em portas de restaurantes ou hospitais. Geralmente são apaixonados pelos partidos de direita (principalmente PSDB/DEM), mas juram que são apartidários. Adoram repetir o jargão: "vá pra Cuba!"

Petralhas: pessoas que se filiam ao partido dos trabalhadores e usam a política para roubar, mentir, manipular e praticar todo tipo de crime. (Dizem até que comem criancinhas). Essas pessoas são seguidoras fiéis ao ser mais corrupto e sanguinário que já houve no Brasil: LULA. Esse, inventou a corrupção na política e todos os membros de sua gangue ficaram milionários. Mesmo que o patrimônio não apareça, mesmo que não sejam descobertas contas em paraísos fiscais, continuam sendo ladrões. Não importa falta de provas, pois está aí estampado na imprensa para todos verem e só não vê quem não quer.

Exagero a parte, mas esse é o espírito que tomou conta da nossa sociedade desde a última eleição presidencial. Um clima de insanidade e uma espécie de histeria coletiva apossou-se do povo de forma que a razão virou um artigo de luxo.

De um lado, alguns agridem os petistas com adjetivos desrespeitosos e cometem o erro grosseiro da generalização, do tipo: "todo petista é bandido", "se é do PT é porque é corrupto", são um bando de loucos fanáticos", "só os burros votaram na Dilma", "bando de nordestinos ignorantes e preguiçosos que vivem de bolsa esmola", etc. Acontece que o PT - como os demais partidos - é formado por homens e mulheres que na sua maioria são íntegros e acreditam numa alternativa mais justa para o Brasil. Como sentem-se ofendidos na sua integridade, usam o primeiro expediente que é chamar os agressores de coxinhas. O termo Coxinha parece menos ofensivo e de certa forma, uma maneira irreverente de responder as agressões sem rebaixar ao mesmo nível das agressões.

Temos que usar a inteligência e sair desse círculo vicioso que eu chamo de corrida dos ratos. O Brasil não pode ser dividido entre Coxinhas e Petralhas. Existe muito mais possibilidades nesse horizonte. Creio que temos que ficar mais atentos aos movimentos da história e ter conhecimento de causa sem cair no simplicismo e sem virar fantoches dos que brigam por interesses escusos. Assim, convido a todos a dar uma relida em alguns períodos de nossa história como: Inconfidência Mineira, Crise política na era Vargas, Período JK, Governo João Goulart e o golpe militar, Ataques imperialistas a Petrobras. E o nosso judiciário? Recomendo também uma análise das práticas dos nossos juízes antes de sair por aí criando super-heróis. Uma rápida leitura e você vai ficar estarrecido com a prática da maioria dos nossos juízes. Lembram do japonês da federal? Foi a máscara mais vendida no carnaval. Foi o "herói" mais amado dos brasileiros. Na quarta-feira de cinzas o Brasil descobriu que era um bandido processado por dar suporte a contrabandistas e está sendo acusado atualmente do crime de vazar informações da PF.  

Somente a informação limpa, cristalizada, isenta de emoções e fanatismo será capaz de criar um país que não seja nem de petralhas, nem de coxinhas. Saia da rede social por um momento e convide seus amigos para um debate cara a cara baseado em fatos e dados históricos. Isso pode ser muito bom para a saúde mental e evitar que saiamos por aí gritando palavras de ordens como: "Polícia Federal, orgulho nacional!", "Vá pra Cuba!", "Só a volta dos militares pode salvar o Brasil", "Viva Moro, viva Joaquim Barbosa! os salvadores da pátria" e outras sandices a mais.