ERA PARA SE CONFERIR
No dia 24.08.2013, aconteceu nas
dependências do CEUP (Centro Universitário de Parauapebas), o I Fórum Municipal
da Educação de Parauapebas.
Era para ser uma Conferência, como
manda o figurino. Primeiro, em função da CONAE (Conferência Nacional de
Educação) que acontecerá em Brasília – fevereiro de 2014. Segundo, em função do
Plano Municipal da Educação do Município que precisa ser revisado. Mas, devido às
trapalhadas do prefeito, com sua ex-secretária, o tempo foi passando e os prazos se esgotaram. Finalmente, com a chegada
da Juliana para a SEMED e, dizem, com as cutucadas do COMEPA (Conselho
Municipal de Educação), a Coordenação do Fórum Estadual concedeu ao Município,
a realização de um Fórum Municipal, com direito a apresentação de propostas e
escolha de delegados para a Conferência Regional Carajás, que acontecerá em
Marabá, nos dias 20 e 21 de setembro próximo.
VAMOS
AOS FATOS.
Tudo parecia muito bem organizado. Mesa
para recepção de inscrições e credenciamentos, escolha do tema para os Grupos
de Trabalho (GT), entrega de crachá, bloco para anotações, caneta para enfeitar
os dedos e as orelhas... até folder teve. E o horário?
É de praxe em eventos dessa
natureza, acontecer um pequeno atraso; o brasileiro até já instituiu um tempo
limite de tolerância de quinze minutos – até aí tudo bem. Então a programação
estava assim, segundo o folder: 07h30 às 08h30 = inscrição e credenciamento; 08h30
= abertura. Ao depender do trabalho da mesa receptora, as oito e meia o
auditório estava lotado, com mais de duzentas inscrições; todos servidos de
água, chá de canela e cafezinho e apostos para começar. O Professor Roberto da
UFPA, palestrante convidado para este evento, começava a se impacientar e suava
feito um condenado em “galera”, apesar do frio que fazia no auditório. Enquanto
esperava a chamada para o cerimonial de abertura, o público presente se
deliciava com a Claudinha, no seu melhor dia, tocando e cantando o melhor da MPB.
De vez em quando, um velhinho simpático, que mais tarde fiquei sabendo que é o
Mestre de Cerimônia do Gabinete, interrompia a música para pedir paciência ao
público, pois “estamos aguardando a chegada do prefeito”. O tempo ia passando,
o Professor Roberto continuava suando e nada do prefeito – ainda bem que a
Claudinha estava inspirada. Na última chamada do MC (Eme Ci, na linguagem dos
fanqueiros - funkeiros) para falar sobre o prefeito, ele disse: “o prefeito já
saiu de casa, mas está acontecendo uma cavalgada na cidade e ele deve estar
preso em algum lugar”. Ora vejam. Isto já era prá lá de nove e meia... Por que
o prefeito não levantou cedo como todo o povo que ali se encontrava desde as
sete e meia? Mais tarde eu pude constatar que a tal da cavalgada era na verdade
uma ‘cavalreata’
– uma espécie de mistura de cavalgada com carreata. Pronto, chegou a autoridade
máxima. Vamos às formalidades: Composição da mesa – conforme a hierarquia do
cerimonial: V Exª o Sr. Prefeito, Valmir Mariano; V Exª o Sr. Josineto Feitosa,
Presidente da Câmara; Srª Juliana Souza,
Secretária de Educação; Sr. Rui Amorim, Sec. Adjunto de Educação; Srª Osvaldina
Matos, Presidente do Conselho Municipal de Educação; Srª Tereza Cristina,
Diretora Pedagógica – aplausos a cada anúncio. Início das falações: dez horas e
cinco minutos – foi-se o lanche que estava marcado para as dez.
-
Osvaladina: discurso de boas vindas – bem articulado, conforme o script;
-
Juliana: valorização do empenho do COMEPA e da Comissão Organizadora do Fórum;
-
Tereza Cristina: sem querer querendo – falou; esbanjou charme e simpatia;
-
Josineto: quer voltar prá sala de aula (será? Quando?) –“A SEMED está regredindo com suas ações”. Discurso articulado e crítico;
-
Prefeito: gentileza nos cumprimentos, parabéns ao Josineto pelas suas palavras,
e, mea-culpa
pelas suas... (entenda o que quiser) referindo-se à Ciza. Quer dar o passo
maior que as pernas. Disse que “educação é um sacerdócio”. Disse também que vai
eliminar os anexos até o final de 2013; e até o fim do seu mandato vai eliminar
o turno intermediário (fim do mandato...). Quer implantar, em Parauapebas, a
experiência (???) dos países asiáticos. Falou da sua vida de trabalhador e
estudante universitário, de dar pena aos menos avisados. Por fim reconheceu que
“o professor é quem ganha menos”, mas não disse como pretende melhorar o
salário dos mesmos. Aplausos apenas por educação. Ao se desfazer a mesa do
cerimonial de abertura, a Presidente do Conselho Osvaldina Matos fez a
declaração de abertura oficial do Fórum, às 10h35. A leitura e aprovação do
Regimento foi até as 11h30, seguida da palestra do Professor Roberto – muito
técnica e sem objetividade – até as 12h10.
VAMU
CUMÊ?
Na
programação, conforme o folder, o almoço - à base de quentinha, ou
marmitex, como preferir – seria servido ao meio dia; mas como você pode
acompanhar, a palestra terminou depois das doze e, com os encaminhamentos para
a tarde, lá se vão doze e meia. O CEUP é um ótimo local para a realização
desses eventos. Tem um bom auditório, sala de videoconferência, salas de aula
para trabalhos de grupos, banheiros e espaço à vontade para circulação – dos
que vão para passear; mas no que se refere a local para alimentação, é um Ó.
Forma-se uma longa fila para um estreito corredor e aí é cada um por si e Deus nos acuda.
Se ficar em fila é ruim, imagina ficar numa fila, debaixo do sol das treze
horas, para apanhar uma quentinha! Mas isto foi só um
detalhe; a equipe de logística para a alimentação repassou para o restaurante
contratado um número de cento e oitenta refeições (digo isto porque ouvi da
própria moça do restaurante que estava servindo os marmitex); ouvi antes no
auditório o anúncio de que já havia ultrapassado o número de duzentos
inscritos/credenciados. Bom para o restaurante, se esta diferença de pessoas
tivesse-lhe sido repassada em tempo hábil. Depois dos cento e oitenta sortudos,
foi aquele corre-corre. Entra na fila; sai da fila; chega quentinha; vai buscar
mais quentinha; resultado: os Grupos de Trabalho que se formariam às 13h30, só
começaram depois das 14h00, porque no horário previsto ainda tinha gente
almoçando; sem falar nas reclamações (professor gosta de reclamar... nesse caso
com toda razão).
GRUPO DE TRABALHO X PLENÁRIA FINAL
Os Grupos de Trabalho, pressionados
pelo tempo, foram até as 16h30; uma parada para um lanche – suco de caixinha
com bolacha em pacotinho – e a plenária, reduzida em 25% dos participantes,
começou às 17h30. Como de praxe, apresentação de um grupo, esclarecimento sobre
as propostas, pedido de destaque, reconstrução do texto e votação. Salvo
algumas polêmicas, em sua maioria as propostas foram aprovadas. Duas moções
foram apresentadas, sem que ninguém desse atenção. E assim, juntando o cansaço
com a vontade de encerrar, e sem que fosse preciso a Presidente do COMEPA bater
o martelo, automaticamente o Fórum encerrou-se às 21h00. Mais quarenta minutos
para a escolha e eleição de delegados para a Conferência Regional Carajás. Aí
foi engraçado; é que nesse momento a plenária já estava reduzida a 75% dos
participantes. Parauapebas tinha direito de eleger sessenta e três (63)
delegados para a regional, inclusive com despesas pagas pelo Fórum Estadual
(foi o que me informaram). Alguém muito sagaz contou o número de pessoas que
estavam ainda por ali e confidenciou para outro, que me contou: “temos direito
a 63 delegados; tirando os membros natos, restam trinta; então não vai ser
preciso ninguém brigar por vaga, já somos todos delegados”. Não é prá rir?
Comicidade à parte, não é de se
negar que, numa administração desastrosa como está sendo esta do Valmir, a
realização deste Fórum de Educação, a elaboração de propostas e a escolha de
delegados foi um ato significante. Falhas acontecem sempre e em qualquer
evento; o importante é tirar lições e não cometer os mesmos erros. Estão de parabéns
o COMEPA, pela iniciativa, a SEMED, por entender a importância de não ficar de
fora do debate (local, regional e nacional) e principalmente a comissão, que
organizou e coordenou o Fórum. Vamos torcer para que os delegados, escolhidos e
eleitos por suas categorias, nos representem bem na Conferência Regional
Carajás em Marabá.
Parauapebas,
Pará.
Agosto,
28.08.2013.
Correspondente do Blog
É! A coisa é mais pavorosa do que eu pensava. Estive lá no chamado "Fórum da Educação", mas o que pude ver foi somente enrolação, desorganização e muita desmotivação, um vamos fazer para cumprir a exigência da Lei. Sem falar nas asneiras falada pelo prefeito tipo: professor tem que ser treinado para trabalhar bem, o ofício do professor é pesado etc. Acredito que Valmir Mariano precisa se familiarizar mais com a linguagem acadêmica atualizada e parar de flutuar como se fosse bolhas de sabão quando se refere a acabar com os anexos e o turno intermediário das escolas.
ResponderExcluirParabéns a Juliana pelo esforço na realização do fórum. Apesar da bagunça no início e no desestímulo que esvaziou a plenária, valeu o esforço. em um governo doido desse qualquer iniciativa positiva é bem vinda.
ResponderExcluir