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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ADESÃO DO PARÁ: O FERIADO DA VERGONHA

Hoje, 15 de agosto de 2013 completamos 190 anos de Adesão do Pará à Independência do Brasil. Mas o que isso significa? Apesar de ser um feriado paraense desde 1922 quando o historiador João de Palma Muniz propôs a criação do feriado para o Instituto Histórico do Pará em comemoração ao centenário da Independência, pouca gente sabe o significado histórico desse feriado.
Após o grito de independência do Brasil em 07 de setembro de 1822, algumas províncias preferiram continuar fiéis a Coroa Portuguesa. Não deram a mínima para o Imperador D. Pedro I e continuaram agindo como se nada tivesse acontecido.

A mando de Dom Pedro I, o almirante John Grenfell obrigou os Estados que não aderiram à Independência a aceitar a separação entre o Brasil e Portugal. Em Belém, Grenfell armou um blefe para convencer os responsáveis pelo Estado a aceitar a adesão, convencendo-os de que havia uma esquadra estacionada em Salinas pronta para bloquear o acesso ao porto da capital, isolando o Pará do resto do Brasil. Acreditando na história, restou aos governantes da época se render, proclamando a adesão ao restante do País. Quando a elite paraense descobriu que não havia esquadra nenhuma já era tarde demais. O documento de "adesão" já havia sido assinado.

A Província do Grão Pará foi a última a ser incorporada ao Império após a independência do Brasil. Isso aconteceu em 15 de agosto de 1823, onze meses após o Grito de Independência às margens do Rio Ipiranga, e na verdade nem foi adesão e sim "anexação". 
“Contudo esta tomada de decisão não mudou muita coisa na vida dos paraenses, especialmente na vida dos mais pobres e dos escravos, dos povos indígenas e dos mestiços. Deixamos de pertencer ao império português e passamos a pertencer ao império brasileiro. Havia uma expectativa de mudanças, especialmente entre os paraenses natos. Todavia nada disso ocorreu e rapidamente eclodiram revoltas, aponta a historiadora Magda Ricci - Professora da Faculdade de História da UFPA.
O processo de adesão no Pará foi complexo e delicado, já que bastava assinar um documento e jurar fidelidade ao novo monarca para ser considerado brasileiro e manter seus títulos e poderes no Estado. Essa situação revoltou parte da população paraense.
Três meses após a adesão, uma revolta das tropas paraenses foi duramente reprimida. Exatos 256 paraenses que lutavam por cidadania e direitos iguais aos dos portugueses que aqui viviam foram confinados no porão do Navio São José Diligente e morreram asfixiados, sufocados ou até mesmo fuzilados. Este episódio marcou um momento de consciência política e de identidade local. Nasceu ali um forte sentimento de identidade paraense que irá explodir mais tarde em outras revoltas, como na sangrenta Cabanagem, que explodiu em 1835.
 Entendeu por que eu chamo de FERIADO DA VERGONHA? Primeiro porque nasceu de um blefe, da covardia dos governantes paraenses a época; segundo porque somente após quase um ano o Pará "decidiu" sair dos domínios da Coroa Portuguesa e "aceitar" a "Independência". Retardatários. Ou seria retardados?


5 comentários:

  1. Blog é cultura. Eu era um que não sabia. Perguntei pra minha professora de história e ela enrolou e não respondeu. Obrigado fessor Vieira

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  2. Achei visceral essa matéria... Acho que devia ter um pouco de respeito ao povo paraense e ate quem escolheu aqui para viver.
    Gosto do seu blog... Mas achei mau gosto e pejorativo.

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    1. Acho que o anonimo das 23h não entende nada de historia. Não se pode esconder a realidade com hipocrisia, com fobismo. Amo o Pará, sou paraense mas não ignoro a história.
      Cada dia mais fã do blog.

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  3. Pobre Pará. Poderíamos ser um pais independente e hoje somos apenas uma província governada por baralhos, carepas, jatenes, gabrieis. Pobre Estado rico.

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