Recebi essa mensagem na caixa de comentário. Achei sensacional! Muito bem escrita e coerente, digna de ser compartilhada com meus leitores. Grande Aderbal. Acho que vou convidá-lo para assumir uma coluna semanal nesse Blog.
(Notícia quentinha – fumegante)
Aderbal da Silva –
Parauapebas, Pará. 13.08.2013.
A Clean (empresa PRIVADA, responsável pela
limpeza pública de Parauapebas) está em greve (greve, a Clean?). Isto mesmo, a
Clean, não os trabalhadores da Clean; a Clean mesma.
Esta notícia me chegou através da Rádio
Visão (sabe aquela rádio que você não precisa escutar? É só olhar – e
cheirar -; até cego... sente).
Motivo da greve? É que desde o dia
primeiro de janeiro de 2013 a prefeitura não paga por este precioso serviço
prestado por esta prestimosa empresa (tadinha dela! – da empresa). Acontece que
o poço secou; e não tendo como honrar os seus compromissos patronais com os
nobres trabalhadores (coletores e transportadores da nossa sujeira) – quem trabalha
precisa receber, porque tem contas a pagar -, a Clean deu férias coletivas, sem
remuneração, é claro, e aí já sabe né? É sujeira prá todo lado (menos em frente
à casa do precioso prefeito – magina!). Parauapebas virou, literalmente, “o
lixão”.
Mas uma coisa boa (muito boa) a
administração (Valmir-doido e Cia.) providenciou para nós: como agosto é mês de
cachorro louco e, preocupado com a nossa saúde e segurança, o prefeito mandou
recolher das vias públicas todos os vira-latas – aqueles bichinhos famintos e
indefesos, abandonados pelos seus donos, que vagam pelas ruas em busca de um
mata-fome e por isto rasgam a dentadas e patadas os sacos de lixo que encontram
pelas calçadas à espera do caminhão que nunca chega. Boa, seu prefeito, saúde é
o que interessa; e lugar de cão é no canil, ou então vai virar sabão – para
limpar a sujeira, só do Palácio do Morro dos Ventos.
Mas, voltando à vaca fria, ou à
lixeira gigante da prefeitura sem a Clean, a coisa está fedendo mesmo. Em todas
as ruas - de ponta a ponta - os sacos de lixo, ainda intactos – para nossa
sorte e azar dos cães -, se acumulam nas calçadas desde a semana passada
(supostamente o período em que a pobre Clean resolveu radicalizar). Problema?
Nenhum. Não tem cachorro prá rasgar Mesmo! A coisa fica feia mesmo, quer dizer,
fedorenta, é no perímetro da Feira do Produtor e no Mercado do Peixe.
É comum, em dias de feira, uma grande
multidão de pessoas circular pelo Mercado do Produtor e circunvizinhança em
busca de alimentos frescos, saudáveis e mais baratos. Ultimamente o que se
percebe é um esvaziamento deste espaço coletivo tão democrático. As pessoas não
têm mais prazer em sair de casa cedinho para se misturar à multidão, ouvir e
participar da muvuca gostosa da feira; encontrar amigos, conhecer pessoas,
ouvir histórias engraçadas; fofocas, brigas e outras coisas boas que a feira
nos proporciona. Aliás, nem os feirantes estão mais vindo trazer os seus
produtos com o mesmo entusiasmo de antes. Crise econômica? Nadinha nadinha! É
descaso mesmo. É falta de respeito das autoridades para com a população. É
falta de caráter de um prefeito senil que teve a confiança da
maioria absoluta da população e agora joga todo mundo nos sacos e latões de
lixo que se esparramam pela cidade.
Se na Feira do Produtor não tem mais
quase ninguém, imaginem no Mercado do Peixe e de Carnes! E o comércio ao redor?
Os comerciantes estão perdendo fregueses porque, se não bastassem os ditos “pés
inchados” que aumentam a cada dia - com jovens (homens e mulheres,
daqui a pouco têm crianças também), bebendo cachaça, usando e vendendo drogas,
incomodando e ameaçando passantes e comerciantes -, agora, com a greve da
Clean, os containers, que comportam todo tipo de lixo, também não são
recolhidos e a fedentina é insuportável (e os pés inchados, que já fizeram
daquela área a sua moradia, fazem a festa! – cantam, gritam, batem lata e, de
vez em quando, para quebrar a monotonia e espantar o tédio, porque pé inchado
também fica entediado, um dá uma cutucada de peixeira no outro – só prá ver
sangue). Os bravos comerciantes são obrigados a baixarem as portas dos seus
estabelecimentos mais cedo do que o normal, para fugir da fedentina e evitar
problemas com os pés inchados – afinal, eles, os pés inchados, são intocáveis,
imexíveis, como disse um certo ministro colorido.
Lembro-me como se fosse ontem: um dia,
alguns anos antes das eleições passadas, testemunhei uma cena digna de louvor,
altamente humanitária. O velho Valmir, que à época não era tão velho, parou com
o seu carrão bonito (lembram-se daquele carrão que ele usava – sem motorista e
sem segurança particular?) em frente ao mercado que hoje é de peixe e de
carnes; desceu, serviu marmitex (que a peãozada chama de bandeco) e suco para
os poucos pés inchados que ali se encontravam; conversou um pouco e foi-se
embora (acho que com a alma lavada pela caridade prestada). Logo depois (com
certeza, mediante um telefonema seu) chegou um caminhão da Integral; levou, de
bom grado, os pés inchados para um banho de rio. Eu vi até quando o caminhão
retornou com os moços, agora limpinhos da silva, vestidos com camisas limpas
(não novas) e calçados com sandálias de dedo. Gostei da cena, mas logo pensei:
nesse mato tem coelho; este santo quer reza; esse cara está querendo aparecer
de bonzinho para a sociedade. Não deu outra: o velho saiu candidato a deputado
estadual e não é que o diabo quase que se elege? Anos mais tarde o povo o
apelidou de “prefeito”. Pois é. Taí o prefeito da mudança que o povo tanto queria
para Parauapebas. Taí as mãos que trabalham – fazendo cagada.
Com exceção do seu grupinho, que aliás
se reduz a cada dia, nós - todos nós, o resto – não passamos de lixo – ensacado
e enlatado.
Oh
Deus, livrai-nos dos cães famintos! Que eles (coitados dos cães) virem sabão
antes que nos mordam com os seus dentes afiados e nos comam com a sua fome
voraz. AMÉM.
Sei que o seu (o seu também) Valmir,
homem tão ocupado, não vai se dar ao trabalho de ler estas besteiras (chega a
ser uma heresia – como pode, falar mal de um homem que é quase um santo?!); mas
quem sabe, o povo da imprensa, de preferência a televisão sensacionalista, não
dê uma passadinha lá pela feira do produtor, nem que seja para compartilhar com
o povo de lá o agradável odor daquele lugar! Repórter também sente cheiro. Ou
não?
VIVA
PARAUAPEBAS – VIVA! VIVA VALMIR DA INTEGRAL - VIVA! VIVA O POVO QUE O ELEGEU (e
nós também) ...
Brilhante, Aderbal. Sem palavras para elogiar a sua obra! Mas como você mesmo diz, o malucão anda mesmo muito ocupado, cuidando de questões sentimentais. Não viu a cara de fellicidade dele ao lado da sua Glau-Glau Furacão? Então, o lixo, digo, o povo que se dane!!!
ResponderExcluirAh! Que imprensa? Tão nem aí.
Parabéns pelo texto, Aderbal, gostei muito das ironias!
ResponderExcluirJá está ficando conhecido por aqui heim Aderbal?
ResponderExcluirParabéns pelo texto.
Luis, o que aconteceu com a nomeação do Wanterlor para chefe de gabinete? Eu cheguei a ver o decreto na mesa do prefeito. Agora parece que vai ser um tal de Ze de Fátima de Canaã. Confira aí.
ResponderExcluirO Valmir ta perdido. Cada troca de secretario é um desastre. O pior é que cada um que sai leva uma bolada para ficar calado. Ah se arrependimento matasse.
ResponderExcluirRrepende não fi. Tu num gostou? Agora chupa!!!
ResponderExcluirÔ Luiz, escuta esta: fiquei sabendo de fonte certa, gente de dentro, que o prefeito mandou bloquear o facebook porque os funcionários públicos estavam falando mal da administração. Bem, vindo de onde veio, pessoa de confiança, não posso duvidar. Agora, falar bem de quê? Elogiar o quê^? Nunca vi nem os seus o elogiando!!! Nem os puxa-saco!!! Tá doido é? Que besteira! E as lan-house, tão pôde? (não é assim que se diz?) E os modem? E a internet em casa? Velho besta, acha que é só através dos computadores da prefeitura que o funcionário público pde acessar a internetr e o face. Já pensou? Tô fora viu?
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