Pesquisar este blog

domingo, 14 de julho de 2013

A MAGIA DE SER PAI


Ao meu filho Leonardo Figueiredo Vieira


O ano era 1998.  15 anos atrás. Lembro-me como se fosse hoje. Era uma segunda feira como outra qualquer. Estávamos em plena copa do mundo e em plena campanha para Presidente da República.  Minha mulher estava grávida e já sabíamos que seria um menino. O dia previsto pela médica era lá pelo dia 17 ou 18. Edite sentiu vontade de comer uma macarronada e lá fui eu para a cozinha atender o desejo de uma grávida. Macarronada sempre foi o meu forte e nesse dia eu caprichei.
Não era um pai de primeira viagem. Já era o pai da Lúa que havia nascido em setembro há quatro anos antes, também na época da copa e das eleições presidenciais. A Lúa havia preenchido um grande espaço em minha vida, mas faltava algo. A primeira vez desejei como nunca ser pai de uma menina e tive o privilégio de ter meu desejo atendido. Agora faltava um varão. Acho que todo pai quer ter um filho homem. É uma espécie de garantia de continuísmo, de perpetuação da raça, de garantia de permanecer eterno. Um companheiro para assistir ao futebol, para falar sobre coisa de macho, enfim, um parceiro para seguir nossos valores.  Nos dias atuais isso é muito complicado, pois a sociedade anda meio conturbada. Os valores estão totalmente invertidos, de maneira que se torna difícil você imprimir seus valores nos seus filhos. A concorrência é muito desleal. Competimos com a televisão que quer a qualquer custo impor seus costumes e hábitos na nova geração; competimos com o excesso de informação disponível na internet; competimos com o excesso de consumismo, enfim, quase não temos mais oportunidade de influenciar nossos filhos.
Mesmo assim vale a pena correr o risco e assumir a nobre tarefa de educar um filho. Pela segunda vez tive o privilégio de ter meu desejo atendido. Queria muito ter um filho homem. Planejei isso detalhadamente. Fiz questão de escolher uma clínica que permitisse que eu acompanhasse o parto, pois na época da Lúa fiquei frustrado por não terem me permitido isso.  Mas deixa isso pra lá. Voltemos à macarronada do dia 13 em que atendi ao desejo de uma grávida. Preparei um espaguete ao molho de tomate com calabresa defumada. Comemos –principalmente a Edite- como se fosse o último banquete. Após o jantar a Edite cisma de sentir umas dores estranhas. Ligamos para a médica que ordenou que ela fosse imediatamente para a clínica. Mantive a calma e fiz tudo como manda o figurino. Eu próprio a conduzi no meu carro até a clínica indicada pela médica. Primeiros exames e a confirmação: a qualquer hora nasceria meu filho tão esperado.
Na madrugada do dia 14 de julho sob o meu testemunho nascia o meu filho. Tive o privilégio de assistir calmamente toda a cesariana e posso afirmar que foi a cena mais bonita que presenciei em toda a minha vida. De repente surge aquele ser cheio de vigor. Mal saiu do ventre e chorava a plenos pulmões. Nem parecia o choro de um recém- nascido. Pensei: eis aí um campeão, um vencedor predestinado a grandes batalhas e muitas glórias. Enquanto a médica fazia a assepsia conferi cada detalhe do seu corpo. Contei os dedos das mãos, dos pés, observei os olhos que se pareciam muito com os meus. Certifiquei de que era mesmo um macho e conferi até o tamanho do pinto (coisa de pai). Era um menino perfeito com 53 centímetros e pesando  4,650k. Impressionante como o seu rosto já era conhecido. Era exatamente igual como pensei.
Hoje, 15 anos depois desse momento mágico me sinto realizado e orgulhoso. Meu filho que amei mesmo antes da concepção só tem me dado motivos para comemorar a cada ano que passa. Não sei se fiz tudo o que devia, mas tenho certeza que dei o melhor de mim. Mesmo com todas as dificuldades de criar um filho nos dias de hoje, sinto que fiz minha tarefa e venci os desafios que a sociedade impõe. Procurei seguir o exemplo do meu pai e fui me adaptando aos meios atuais. Muitas vezes estive por perto, em outras, propositalmente me afastei. Algumas vezes fui rigoroso, outras fui permissivo. Acho que consegui imprimir minha marca na formação do seu caráter. Meu filho já é um homem pronto. Bom caráter, inteligente, solidário, persistente, batalhador, e acima de tudo um bom filho.
Hoje estou comemorando mais essa vitória em minha vida. Consegui vencer o mundo e ofereço à sociedade um homem de bom caráter, de boa índole e, que com certeza vai fazer a diferença na sociedade que todos almejam.
Deixo-lhe aqui alguns lembretes para que possa levar por toda a sua vida:
1.      Aconteça o que acontecer acredite sempre no poder da justiça e da solidariedade;
2.      Confie sempre na bondade humana, mas tenha sabedoria para se esquivar das maldades dos homens;
3.      Lembre-se sempre que a gratidão é a rainha das virtudes;
4.      Acredite sempre no seu potencial e seja positivo;
5.      O mundo não tolera os fracos e as vítimas. Procure sempre ser um vencedor, mas em caso de derrota procure usar como lição e se fortaleça;
6.      As vitórias não são definitivas e as derrotas são passageiras.
7.      As pedras no caminho podem servir de tropeço para os fracos bem como podem servir para fortalecer o alicerce dos sábios;
8.      Escolha sempre o caminho mais prudente e não o mais fácil;
9.      Beba bastante água e ouça sempre os conselhos dos mais velhos;
10.  Procure seguir os bons exemplos do seu pai e delete o que não é bom.

J. Luiz B. Vieira

Um comentário:

  1. poxa luis, terminei de ler chorando , muito lindo esse amor,e uma pena que poucas pessoas possam expressar essas qualidades dos seus filhos.hje são raros pais declarar algo muito bonito, parabens pelo teu gatinho, fiquei muito emocionada

    ResponderExcluir