Meu segundo dia de caminhada foi desafiador. Dessa vez consegui dormir e jà não tinha a ansiedade do primeiro dia. Já me sentia um campeão por ter atravessado os alpes gelados da França. O percurso desse dia seria leve. Apenas 20km até Zubire, semlurgo montanhas geladas e com vários povoados ao longo do caminho. O primeiro desafio do dia foi o café da manhã. O albergue dispunha daquelas máquinas com tudo onde você mete moedas e ela cospe o produto que você quiser. Só tinha visto em filmes. Como um bom matuto fiquei observando outros peregrinos manusearem as geringonças, e só então me arrisquei. Fui colocando moedas de euro e digitando o código de cada produto. Tudo certo. Café com leite, sanduiche, suco de caixinha e água mineral.
Estava tão abatido que pensei duas vezes antes de pegar a estrada. Os joelhos doiam muito e a mochila parecia mais pesada. Dei uma última olhada para ver se alguém não teria colocado uma pedra dentro. Depois que você joga a mochila nas costas e começa a andar parece que é empurrado por uma força estranha. Sem perceber você já está na trilha e animado novamente. A parte da tarde é mais difícil. As pernas já não obedecem, as costas doem muito e tenho que andar na posição de corcunda para não cair para trás. Estou descrevendo o que senti, mas não reclamando. Já sabia que o Caminho de Santiago era difícil. Apesar de toda dificuldade o peregrino é recompensado com uma paisagem estonteante, deslumbrante. Além do mais, uma caminhada dura, sem nada para pensar a não ser no caminho te faz repensar toda a sua vida. Um filme vai repassando na sua cabeça e você tem a oportunidade de passar alguns trechos a limpo.
Cheguei a Zubire ainda cedo, as 16 horas. É uma cidadezinha encantadora que parece ter saído das telas de cinema. Muito limpa e bem organizada. Como os albergues estavam muito lotado me permiti um luxo. Me hospedei numa pensão. Teria um quarto só para mim por 25€. O banheiro era em frente e tinha até toalha de banho. Como estava só e podia ficar com a luz acesa, aproveitei para ler o livro que comprei no aeroporto de São Paulo. Não há dia fácil conta a história da equipe da Marinha Americana -Os Seal- que mataram Ozama Bin Lader. Depois comento sobre ele.
Dormi muito bem e até sonhei. Estava assistindo a uma sessão na Câmara. Êta sonho besta!
Realmente; pelo que (não) anda acontecendo nesta câmara, deve ter sido mais um pesadêlo. De qualquer maneira, boa caminhada e traga novidades das terras civilizadas.
ResponderExcluirAinda vou fazer esse caminho. Por isso uma força me leva a andar... deve ser massa mesmo
ResponderExcluirQue pena ser somente um sonho!!!
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