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segunda-feira, 29 de abril de 2013

LENDA URBANA


     ERA UMA VEZ...
       Recebi esse conto de um leitor que não quis se identificar. Achei bem interessante e resolvi publicar nesse espaço. Espero que gostem. Se tiver algum é só mandar para o e-mail luizvieira.45.lv@gmail.com. Após análise e moderação terei o maior prazer de compartilhar com os leitores desse Blog.
 

Era uma vez, uma cidade do interior do Pará, não se sabe ao certo qual. Não obstante, alguns acreditam que era um lugar muito rico em minério.
Tamanha riqueza não lhe propiciava, em mesma proporção, entretenimento para seus moradores.
Mas havia muita gente boa na cidade, homens de grandes ideias. Dentre eles, um que tinha muito poder, e até se preocupava com o bem-estar de todos. Queria propiciar alegria para o povo, mas não sabia como.
Um dia, ao acordar de uma gostosa noite de sono, lá pras dez e meia da manhã, ao sentar diante do seu banquete matinal, teve uma ideia genial: ele próprio construiria um lugar para entreter o seu povo.
Nada mais justo do que usar o dinheiro público para fazer bem à coletividade, pensou. Faltava-lhe, porém, um sócio. Projeto de tamanha grandeza não poderia ser executado só.
Como um anjo vindo do céu, lhe apareceu um executivo que topou pôr a ideia em prática. E já até tinha como começarem: o sócio tinha um enorme terreno para darem o pontapé inicial ao empreendimento. Faltava o dinheiro, o que não seria problema para o dono da ideia, homem tão poderoso, que controlava um orçamento gigantesco do Poder Legislativo da cidade.
Uma quantia irrisória fora tirada da gaveta do benfeitor, cem mil reais, e entregue ao futuro sócio. Feito isto, começaram a esmiuçar o plano. Divergiam de que deveria consistir o gênero do clube.
O executivo queria que fosse um centro de lazer para a elite; o autor da ideia pensava em popularizar o ambiente, e sonhava além: queria transformar o recinto num lugar para se praticar Umbanda ou mesmo Olodum.
A reunião de discussão do projeto terminara sem sanarem o impasse. Marcaram para o dia seguinte um encontro para resolverem “um probleminha tão simples”. O mais importante para o momento seria começarem a construção. Despediram-se.
No dia seguinte o autor da ideia estava ansioso, feliz com o seu empreendimento que seria capaz de fazer o seu povo divertir-se. Mas na hora marcada para o encontro, seu sócio não apareceu. Também não lhe atendeu as milhares de ligações. Sumiu com os cem mil reais. Não lhe deu nenhuma explicação.
Mas foi gentil a ponto de mandar um recado: diga àquele moço que eu desisti de prosseguir no empreendimento que ele me propôs. Eu não quero que ele fique chateado comigo, posto que lhe desejo toda a sorte do mundo. Mas também não poderei e também não quero devolver os cem mil reais que me adiantara.
E também lhe mandou uma sugestão: caso ele não concorde comigo, diga a ele que vá à delegacia me denunciar por ter ficado com o dinheiro. Mas diga a ele que lá, eu também vou querer que ele explique de onde ele tirou essa quantia.
O autor da ideia recebeu o recado. Ficou triste, mas nunca deu resposta. O povo da cidade ficou sem o clube que lhe propiciaria tanta felicidade, e sem os cem mil reais que saíra de sua conta.
Mas ainda assim tem muito a comemorar: transformou-se no berço de um dos ditados mais populares do mundo: ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.


O Céu e o Inferno

Observação: essa é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com a realidade será mera coincidência.

2 comentários:

  1. Epa, isso não é ficção. Eu conheço essa história.

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  2. chato eh nao saber de quem se trata.. acredito na sinceridade do luiz vieira ele foi nosso secretario.. mas queria saber pelo menos uma pista..rsrs

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