COMPOSIÇÃO POLÍTICA DE VALMIR NA CÂMARA DOS VEREADORES
Logo após
vencer a eleição de 2012, Valmir e sua equipe partiu para a estratégia de
compor a Câmara Municipal e tentar construir a maioria para garantir certa
tranquilidade no início do seu governo. O resultado eleitoral no legislativo
foi trágico para ele. O povo de Parauapebas tem uma sabedoria que é de dar
inveja a qualquer cientista político. Por um lado elegeu seu Valmir com uma
diferença folgada e por outro lado votou nos vereadores da oposição. O mapa da
Câmara ficou assim: o bloco de oposição saiu com 11 vereadores contra apenas 04
da base governista, sendo 04 do PT (Zé Arenes, Miquinha, Euzébio e Eliene), 03
do PPS (Devanir, Bruno e João do Feijão) 01 do PMDB (Odilon), 01 do PDT (Brás),
01 do PSC(Irmão Maridé) e 01 do PV (Irmã Luzinete). Essa última, apesar do seu
partido estar na coligação do Valmir, fez a campanha na coligação do Couto e
estava vinculada diretamente a base governista, pois segundo ela “não poderia
se misturar a bandidos”. 11 X 04 seria
demais para o seu Valmir, por isso sua trupe entrou em campo para tentar por em
prática a operação financeira apelidada popularmente como RATOEIRA. De cara
essa operação foi um sucesso, pois adversários que chamavam seu Valmir de
caloteiro, de bandido, de velhaco, passou a lhe tratar como o salvador da
pátria. Ele foi transformado da noite para o dia de demônio a santo. O primeiro
a morder a isca foi João do Feijão. Depois foi Luzinete, Irmão Maridé e o
Braizinho. Agora o circo estava armado. Seu Valmir já garantira a maioria.
Agora só restava decidir quem seria o presidente para o primeiro biênio.
Dizem que
política é igual futebol. Você não pode confiar no resultado armado antes do
apito final. Começou no grupo do Valmir uma briga interna pelo poder na Câmara,
uma verdadeira fogueira das vaidades. Do lado da oposição, tentaram construir
um blocão com possibilidade de levar a presidência da Câmara e o PT como a
maior bancada, naturalmente encabeçaria esse bloco. Só que aqui também a fogueira
da vaidade chamuscou um de seus membros. O Vereador Euzébio tentou se impor como
Presidente, e, não conseguindo, tentou impor seu tutor Wanterlor Bandeira como
Diretor Administrativo. Como sua proposta foi rechaçada por todos, pois seria o
mesmo que colocar a raposa para tomar conta do galinheiro, o Vereador Euzébio saiu
do grupo e foi com o Wanterlor beijar os pés do seu Valmir. Isso desintegrou o
grupo e deixou a turma do Valmir sorrindo de orelha a orelha.
Diante dessa
turbulência e instabilidade política a oposição teve uma sacada de mestre.
Atraiu o vereador governista Josineto com a promessa de abençoá-lo como
Presidente da Câmara. No dia da sessão de posse e eleição da Mesa da Câmara os
vereadores governistas tiveram a maior surpresa de suas vidas e a população que
esteve presente na festa presenciou a cena mais grotesca de toda a história
daquela casa, digno de um filme de cangaço. “Vereador Odilon, Vossa Excelência
é um ditador, mas não manda mais nessa casa”, bradou o Vereador Braz; “não calo
a boca não, vou falar sim senhor, porque agora nessa casa tem ‘HOMI’,
esbravejou o Vereador Major da Mactra. Fiquei pensando: uai, e antes não tinha
não, é? Não continuarei mostrando as falas para não ter meu blog censurado,
mais o que vimos foi um verdadeiro atentado à democracia. Tudo porque o grupo
do Valmir descobriu o golpe na hora da eleição da mesa e percebeu que toda sua
estratégia fora pelo ralo. Josineto presidente da Câmara e a oposição dominando
toda a mesa diretora! Quem seria capaz de imaginar tal cenário! Nem a eleição
do Papa Francisco surpreendeu tanto.
Esse
episódio serve para demonstrar como a banda toca em Parauapebas. Seu Valmir
mais uma vez cometeu um erro ao tentar compor o Poder Legislativo na base do
troca-troca. Não teve habilidade política e prometeu absurdos para os
vereadores da oposição em troca de apoio político. Conseguiu atrair a maioria
que foi seduzida pelas promessas de vantagens no seu governo, mas não levou a
Mesa Diretora. Infelizmente, essa é uma prática perniciosa que se repete em
Parauapebas e prejudica muito o verdadeiro espírito político republicano.
Alguns vereadores depois de eleitos usam seus cargos apenas para negociatas em
proveito próprio e esquecem-se do compromisso de campanha. Veja o exemplo do
Brás: era um opositor ferrenho ao seu Valmir e só lhe tratava como velhote
caloteiro. Após a eleição passou a ser o principal defensor do prefeito desde
criancinha. Essas atitudes são lastimáveis, pois seria bastante salutar uma
Câmara de oposição para equilibras as forças no poder. Vereadores livres seria
uma garantia de fiscalização dos recursos públicos, de transparência, enfim,
seria benéfico para a população.
Com cem dias
de governo seu Valmir ainda não conseguiu estabelecer uma relação de respeito,
autonomia e independência com a Câmara. Ainda se ressente do golpe que sofreu
no episódio do dia 1º de janeiro e vez por outra tenta se vingar, quando marca
reunião com os edis e simplesmente não aparece. Seu apoio no Poder Legislativo é frágil e
insustentável, pois não se baseia em acordo político, e sim em promessas de
benefícios pessoais que nunca são cumpridas. Vez por outra já presenciamos
vereadores governistas se rebarbando na tribuna. Enquanto isso, continuamos sonhando com uma
Câmara livre formada por vereadores independentes que cumpram seu papel
constitucional de fiscalizar o poder executivo e representar o povo.
P.S. Amanhã dia 16 discorrerei sobre as realizações do seu
Valmir nos cem dias de governo.
Parabéns pela análise. Realmente é o que eu gostaria de falar e gostaria que o povo ouvisse. A velha política do troca-troca tem que acabar. Nós merecemos mais respeito por parte dos nossos vereadores que se comportam como mercadorias baratas. Não falo de todos. Temos bons exemplos lá como o Bruno.
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ResponderExcluirConcordo! Se esta camara tivesse pelo ao menos mais 7 Vereadores com a dignidade e honra que tem esse Vereador Bruno Soares nosso povo estaria bem melhor representado.
ResponderExcluirLuiz Vieira, estou gostando muito da coerência dos seus textos. Estava esperando que esse blog fosse um muro das lamentações só para esculachar o governo. Mas vejo que está coerente e imparcial. Infelizmente tenho que concordar com você. Digo infelizmente porque votei no Valmir.
ResponderExcluirCaramba, então era verdade o lance do Euzébio com o Vanterlor? Não estou entendendo mais nada. Eles ainda são do PT?
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