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quarta-feira, 10 de abril de 2013

100 DIAS DO GOVERNO VALMIR:O QUE HÁ A COMEMORAR?


COMO TUDO COMEÇOU

            Em 2012 Parauapebas teve a eleição mais inusitada e estranha desde a primeira eleição para Prefeito em 1988. Já estávamos acostumados com o clima quente e a participação passional da população que nunca se escondeu, ao contrário, foi para as ruas, carregou a bandeira, enfeitou sua casa, lotou comícios e até brigou. Eleição sempre foi um espetáculo bonito de se ver aqui em Parauapebas, melhor até do que copa do mundo - uma vez que a seleção não tem nos dados muitos motivos de festa. Quem não se lembra das eleições de 2004 e 2008? 2004: Darci X Faisal; 2008: Darci X Bel. Ninguém se escondia e dava para prever claramente o resultado pelas cores das bandeiras ostentadas nas casas.
            Em 2012 foi diferente. Havia algo estranho no ar. Aquele comportamento frio, desapegado do eleitor não correspondia à nossa realidade.  Estaria o povo desiludido? Estaria amedrontado com a atuação ríspida e exagerada do juiz novato? Talvez um dia farei uma análise conjuntural dessa eleição que daria uma tese de doutorado, mas no momento vou tentar resumir os fatos. Na realidade, o povo não queria Valmir como prefeito de Parauapebas. Ele não conseguiu chamar a atenção do apaixonado eleitor, não despertou simpatia e empatia. Seus comícios eram frios, sem público e sem empolgação; suas passeatas davam pena de se ver: 20, 30 militantes acompanhavam na rua com ar de constrangimento um candidato cansado, desanimado e sem o vigor necessário para o cargo que pretendia. E não estou falando aqui da idade do seu Valmir. Sempre fui contra a essa história de velhote, pois independente da idade, um homem pode ter a vitalidade para qualquer função pública.
            Por outro lado, o candidato Coutinho demonstrava mais fôlego na corrida. Talvez por ser um candidato governista, apoiado pela pesada máquina que é a PMP, mas há controvérsias. Talvez isso tivesse mais peso contrário do que a favor, já que carregava o peso de 16 anos de mandato (08 de Darci e 08 da Bel). Mesmo assim, era notada uma grande diferença nos comícios e passeatas da coligação liderada pelo PT. Ninguém entendia nada, pois acompanhando um evento do Coutinho dava para perceber que ganharia a eleição de lavada, mas as pesquisas diziam o contrário. O que acontecia com esse povo que não se manifestava, não mostrava a cara nos eventos do 55? Em uma conversa com meu amigo Zé Omar (hoje Chefe de Gabinete) ele me falou que esse esvaziamento se dava pela falta de recursos, pois o povo só ia a comícios quando tinha motivação financeira. Não concordei é claro, pois do outro lado também não tinha essa motivação.


            O fato meus caros, é que o povo não queria o Valmir, mas também não queria o candidato do Darci. É voz corrente que a coligação com a Bel trouxe um enorme prejuízo e entregou de bandeja a eleição para a galera do 55. Nem um outro candidato apareceu com força para ser uma terceira via. O Adelson que poderia ser a bola da vez usou uma tática errada. Com um discurso fraco e indeciso não foi capaz de seduzir o eleitorado. Aí sobrou para o Valmir que nadou de braçadas.  Essa grande diferença de votos a favor do seu Valmir não corresponderam à confiança do povo, e sim a uma resposta clara que queria mudança, que queria sangue novo na prefeitura, que queria inovar. Baseado em que eu digo isso? Vou mostrar alguns fatos e me darão razão.
Fato 1 – Qualquer prefeito inicia seu mandato com total apoio do povo e naturalmente é bastante assediado por lideranças e população em geral. Com a votação expressiva que seu Valmir obteve então seria tratado como pop star. Lembra no primeiro mandato do Darci como era? Onde quer que ele chegasse seria um grande acontecimento. Não foi isso o que presenciamos com Valmir. Logo após as eleições sempre foi tratado com frieza. Sua presença passava despercebida, coisa muito estranha para um prefeito. Na posse e na sessão solene da Câmara, não havia entusiasmo, assédio e nem um frisson. Parece que o seu eleitorado já o via com certa desconfiança;
Fato 2- Qualquer prefeito, por mais desastroso que seja o início do seu governo, terá a compreensão, a paciência e a tolerância do povo no primeiro ano de mandato. Há sempre aquela desculpa de estar arrumando a casa, da herança maldita que recebeu, blá, blá, blá... As cobranças e críticas costumam vir a partir do segundo ano. Com seu Valmir, não foi assim. Com apenas 45 dias de governo em plena sessão solene de abertura dos trabalhos da Câmara foi vaiado efusivamente. Eu estava presente e não entendi nada. Até fiquei constrangido. Nas redes sociais, na imprensa, nas ruas o que vemos é uma uníssona voz de contrariedade, de decepção, de arrependimento.
            Poderia citar aqui outros fatos que demonstram que o povo não queria Valmir, mas esse texto ficaria muito longo. Continuarei amanhã comentando sobre os primeiros dias de governo, com seus erros e acertos.

7 comentários:

  1. Parabens Professor Luiz Vieira Pelo Blog e pela real transparencia das noticias.
    estarei acompanhando diariamente suas informações, como seguidor, peço apenas que não faça como muintos blogueiros de parauapebas, não si venda pro governo, e nos passe as noticias quentinhas :) rsrsrs parabens

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  2. Excelente matéria, em minha opinião, a vitória do Valmir se deu mais por uma falta de opção do que por uma escolha do povo, que por sua vez não sentiu firmeza na candidata a Vice-Prefeita do Coutinho "Bel Mesquita".

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  3. Realmente atípica. Postei várias fotos dos comícios do Valmir. Pouca gente.

    Alípio

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  4. Pelo que tenho percebido, não dá para falar em "governo Valmir". O que se vê é um monte de espertalhões e espertalhonas tentando (e pelo visto conseguindo) tirar proveito de uma administração falida, (des)coordenada por um senhor perdido no meio de tanto embróglio. E uma Câmara inoperante - como um "balaio de gatos" à deriva.
    Anônimo.

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  5. A idéia da proposição (100 dias...) é boa, mas falta tocar no assunto. O que de fato aconteceu nestes 100 dias?

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