COMO TUDO COMEÇOU
Em 2012
Parauapebas teve a eleição mais inusitada e estranha desde a primeira eleição
para Prefeito em 1988. Já estávamos acostumados com o clima quente e a
participação passional da população que nunca se escondeu, ao contrário, foi
para as ruas, carregou a bandeira, enfeitou sua casa, lotou comícios e até
brigou. Eleição sempre foi um espetáculo bonito de se ver aqui em Parauapebas,
melhor até do que copa do mundo - uma vez que a seleção não tem nos dados
muitos motivos de festa. Quem não se lembra das eleições de 2004 e 2008? 2004:
Darci X Faisal; 2008: Darci X Bel. Ninguém se escondia e dava para prever
claramente o resultado pelas cores das bandeiras ostentadas nas casas.
Em 2012 foi
diferente. Havia algo estranho no ar. Aquele comportamento frio, desapegado do
eleitor não correspondia à nossa realidade.
Estaria o povo desiludido? Estaria amedrontado com a atuação ríspida e
exagerada do juiz novato? Talvez um dia farei uma análise conjuntural dessa
eleição que daria uma tese de doutorado, mas no momento vou tentar resumir os
fatos. Na realidade, o povo não queria Valmir como prefeito de Parauapebas. Ele
não conseguiu chamar a atenção do apaixonado eleitor, não despertou simpatia e
empatia. Seus comícios eram frios, sem público e sem empolgação; suas passeatas
davam pena de se ver: 20, 30 militantes acompanhavam na rua com ar de
constrangimento um candidato cansado, desanimado e sem o vigor necessário para
o cargo que pretendia. E não estou falando aqui da idade do seu Valmir. Sempre
fui contra a essa história de velhote, pois independente da idade, um homem
pode ter a vitalidade para qualquer função pública.
Por outro
lado, o candidato Coutinho demonstrava mais fôlego na corrida. Talvez por ser
um candidato governista, apoiado pela pesada máquina que é a PMP, mas há
controvérsias. Talvez isso tivesse mais peso contrário do que a favor, já que
carregava o peso de 16 anos de mandato (08 de Darci e 08 da Bel).
Mesmo assim, era notada uma grande diferença nos comícios e passeatas da
coligação liderada pelo PT. Ninguém entendia nada, pois acompanhando um evento
do Coutinho dava para perceber que ganharia a eleição de lavada, mas as
pesquisas diziam o contrário. O que acontecia com esse povo que não se
manifestava, não mostrava a cara nos eventos do 55? Em uma conversa com meu
amigo Zé Omar (hoje Chefe de Gabinete) ele me falou que esse esvaziamento se
dava pela falta de recursos, pois o povo só ia a comícios quando tinha
motivação financeira. Não concordei é claro, pois do outro lado também não
tinha essa motivação.
O fato meus
caros, é que o povo não queria o Valmir, mas também não queria o candidato do
Darci. É voz corrente que a coligação com a Bel trouxe um enorme prejuízo e
entregou de bandeja a eleição para a galera do 55. Nem um outro candidato
apareceu com força para ser uma terceira via. O Adelson que poderia ser a bola
da vez usou uma tática errada. Com um discurso fraco e indeciso não foi capaz
de seduzir o eleitorado. Aí sobrou para o Valmir que nadou de braçadas. Essa grande diferença de votos a favor do seu
Valmir não corresponderam à confiança do povo, e sim a uma resposta clara que
queria mudança, que queria sangue novo na prefeitura, que queria inovar.
Baseado em que eu digo isso? Vou mostrar alguns fatos e me darão razão.
Fato 1 – Qualquer prefeito inicia seu mandato com total apoio
do povo e naturalmente é bastante assediado por lideranças e população em
geral. Com a votação expressiva que seu Valmir obteve então seria tratado como
pop star. Lembra no primeiro mandato do Darci como era? Onde quer que ele
chegasse seria um grande acontecimento. Não foi isso o que presenciamos com
Valmir. Logo após as eleições sempre foi tratado com frieza. Sua presença
passava despercebida, coisa muito estranha para um prefeito. Na posse e na
sessão solene da Câmara, não havia entusiasmo, assédio e nem um frisson. Parece
que o seu eleitorado já o via com certa desconfiança;
Fato 2- Qualquer prefeito, por mais desastroso que seja o
início do seu governo, terá a compreensão, a paciência e a tolerância do povo
no primeiro ano de mandato. Há sempre aquela desculpa de estar arrumando a
casa, da herança maldita que recebeu, blá, blá, blá... As cobranças e críticas
costumam vir a partir do segundo ano. Com seu Valmir, não foi assim. Com apenas
45 dias de governo em plena sessão solene de abertura dos trabalhos da Câmara
foi vaiado efusivamente. Eu estava presente e não entendi nada. Até fiquei
constrangido. Nas redes sociais, na imprensa, nas ruas o que vemos é uma
uníssona voz de contrariedade, de decepção, de arrependimento.
Poderia
citar aqui outros fatos que demonstram que o povo não queria Valmir, mas esse
texto ficaria muito longo. Continuarei amanhã comentando sobre os primeiros
dias de governo, com seus erros e acertos.
Parabens Professor Luiz Vieira Pelo Blog e pela real transparencia das noticias.
ResponderExcluirestarei acompanhando diariamente suas informações, como seguidor, peço apenas que não faça como muintos blogueiros de parauapebas, não si venda pro governo, e nos passe as noticias quentinhas :) rsrsrs parabens
Excelente matéria, em minha opinião, a vitória do Valmir se deu mais por uma falta de opção do que por uma escolha do povo, que por sua vez não sentiu firmeza na candidata a Vice-Prefeita do Coutinho "Bel Mesquita".
ResponderExcluirRealmente atípica. Postei várias fotos dos comícios do Valmir. Pouca gente.
ResponderExcluirAlípio
Pelo que tenho percebido, não dá para falar em "governo Valmir". O que se vê é um monte de espertalhões e espertalhonas tentando (e pelo visto conseguindo) tirar proveito de uma administração falida, (des)coordenada por um senhor perdido no meio de tanto embróglio. E uma Câmara inoperante - como um "balaio de gatos" à deriva.
ResponderExcluirAnônimo.
A idéia da proposição (100 dias...) é boa, mas falta tocar no assunto. O que de fato aconteceu nestes 100 dias?
ResponderExcluirBrilhante matéria!
ResponderExcluirTeste
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