Não é brincadeira de criança, é molecagem de gente grande mesmo.
Sugerido por José O. Zelão V.
Reis.
Quando parte do poder da República
instalada no Congresso Nacional é composta por moleques, alguém precisa pôr
ordem na casa. Vejam o que disse o jornalista Fernando Brito sobre a postura de
alguns parlamentares com pose de oposicionistas, sobre a presença da Presidenta
Dilma no Congresso por ocasião da abertura do ano legislativo. E tirem as suas
próprias conclusões.
Por Fernando Brito, do Tijolaço –
em 03 de Fevereiro de 2016
Em 1991, só alguns dias depois de tomar
posse no Governo do Rio de Janeiro, Leonel Brizola compareceu a uma assembleia
do Sepe – o sindicato dos professores do Estado – para discutir a pauta de
reivindicações da categoria diante do caos financeiro deixado por Moreira
Franco, inclusive com uma cabulosa “confissão de dívida” com as empreiteiras do
Metrô.
Mal ele entrou na Concha Acústica da
UERJ, o grupo mais radical da militância sindical explodiu numa sonora vaia.
Brizola ouviu, sorriu, deu meia volta e
foi embora.
Depois, explicou aos repórteres: o
problema não eram as divergências que surgissem do diálogo que, abertamente,
estava disposto a travar, numa atitude – salvo engano meu – inédita entre os
governantes: ir a uma assembleia de servidores tratar de suas reivindicações. O
problema, dizia ele, era o método: que vaiava antes de sequer ouvir, não queria
nem ouvir, nem falar, apenas debochar.
Era inevitável que a cena me viesse à
cabeça hoje, com a grosseria dos tucanos e de seus aliados ao vaiarem Dilma
Rousseff em sua ida ao Congresso para a abertura do ano legislativo.
Com a diferença que são parte de um
poder da República.
Não querem ouvir, não querem falar,
querem apenas debochar, enquanto o país se debate em dificuldades terríveis.
As cenas são fartas em mostrar
deputados amolecados, de bonequinhos infláveis, num comportamento de fazer
corar adolescentes.
É o “efeito Aécio” que se espalhou na
política.
No Congresso e na mídia, estamos
reduzidos à estatura de moleques.
Os jornais parece que se regem pelos
hidrófobos frequentadores de seus portais.
A Folha investiga um bote de lata.
O Globo, uma cota de um “pombal” no
Guarujá.
O Estadão virou um boletim oficial dos
vazamentos,
Ignoram que, se desonesto, Lula poderia
ter estalado os dedos, tamanho era seu prestígio, e feito aparecer apartamentos
e lanchas quanto os quisesse.
Todos se lixam para o fato de que o
país e o mundo estão em grave crise e que isso significa que todos os dias
gente perca o emprego e as condições de sustentar suas famílias.
Tentam ridicularizar – e há meses –
qualquer tentativa do governo de dialogar.
O diálogo é bom, positivo e civilizado
em quase todas as circunstâncias, exceto numa.
Quando o desejo de fazê-lo torna
excessivamente tímido, além do aceitável, o exercício de fazer o que é o dever
de quem tem a delegação do poder popular.
Descobrimos que Kim Kataguiri, em
espírito, foi alçado não apenas a colunista da Folha, mas a líder da oposição
parlamentar.
Não surpreende que outra manobra tenha
levado à estaca zero o processo disciplinar de Eduardo Cunha num parlamento
assim.
É mais um poder da República que
desanda para a molecagem e para brincadeiras de marketing.
Belíssimo texto Zelão! Parabéns. hoje diante de tantas crises considero mais grave a crise ética e de caráter em que se prolifera na esfera política por meio dos que se dizem representantes do povo. A banalização do discurso e da ação nos deixa desacreditado, desanimado para adentrar ao debate das ideologias e das lutas.
ResponderExcluirLuiz Vieira, por que você não está mais escrevendo nada. Será que já se vendeu também como os outros? É triste mas vejo que o dinheiro fala mais alto. Você é o Lindolfo era os únicos que eu achava que nunca ia se vender. Me enganei.
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