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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

SESSÃO DE 25 DE NOVEMBRO - O IMPÉRIO DA TRISTEZA

Os discursos proferidos pelos nossos vereadores (principalmente os da oposição) estão cada vez mais repetitivos, previsíveis e carregados de "tristeza". Ao ouvi-los fico a pensar: "será que vale a pena ser vereador? Por que insistir nessa 'sofrência'"? A vereadora Eliene vem repetindo seguidamente as expressões "estou triste", "fiquei triste", "isso me deixa triste". Por duas sessões seguidas disse que "vereador não faz obras e que se ela tivesse o poder de fazer obras Parauapebas estaria um canteiro de obras". Outros vereadores seguem a mesma ladainha. Reclamam de emendas que foram ignoradas pelo Prefeito, de Projetos de Lei que foram engavetados, de ruas que continuam esburacadas, etc. etc. Parece que nossos vereadores estão com mãos e pés amarrados, e por enquanto só lhes restam a boca para falar. Pelo jeito que a coisa anda, daqui uns dias nem bocas terão mais, pois a mordaça já está sendo preparada. 

Diante desse quadro, podemos afirmar que o Poder Legislativo é uma mera peça de ficção em Parauapebas. Quem manda mesmo e do jeito que quer é o Prefeito com poder e grana. Outro dia o ex-vereador Faisal deu uma polêmica entrevista na Rádio Arara Azul e propôs o fim da Câmara de Vereadores. Disse que com esse modelo que está aí, ela é desnecessária e nunca cumprirá sua função que é de legislar. 

De fato Faisal tinha razão. O modelo a que ele se referia e que não funciona é o balcão de negócio que se estabeleceu entre o Legislativo e o Executivo. Funciona assim: o Prefeito distribui secretarias aos vereadores para chamarem de suas. Esses vereadores perdem completamente sua autonomia, pois qualquer pisada na bola (ou nas bolas do Prefeito) é ameaçado de perder sua galinha dos ovos de ouro. E ainda tem gente tão ingênua que acredita que isso não tem nada a ver. Tem vereador que jura de pés juntos que mesmo estando no comando de uma secretaria faz seu papel de vereador com independência. Será que acham que o povo é tão estúpido assim? O pior é que quem está fora desse esquema (vereadores da oposição) está querendo entrar. Recentemente a bancada do PT só não foi para os braços do Valmir em troca de secretarias porque esse não quis. Primeiro o Prefeito os seduziu e depois deu um pé na B... com direito a gargalhadas e chacotas.

Por falar em Faisal, ontem ele estava por lá assistindo a sessão. O protocolo da Câmara sugere que sempre que tiver uma autoridade ou ex-autoridade na casa, deverá ser convidado para a tribuna de honra, mas não foi o que aconteceu. Faisal observava atentamente os discursos dos vereadores e deve ter ficado intrigado com o que ouvia. 

Vereador tem algum poder?


Teria, se tivesse independência e vontade. Esse blá, blá, blá de que vereador não pode fazer nada além de falar é apenas síndrome de vítima. Vereador tem poder de fazer acontecer. Ele é um legislador, um fiscal, um representante do povo. Tem o poder de cassar o Prefeito e de exigir que os recursos sejam aplicados com transparência. Então por que não faz acontecer? Porque está amarrado e comprometido com o esquema imposto pelo Prefeito. E está amarrado por livre vontade. Está preso voluntariamente na "gaiola de vidro", no "pântano dourado".

Veja um exemplo:


Na sessão do dia 26 de agosto o Presidente da Câmara Josineto Feitosa denunciou os "buracos do Gesmar". Disse que o SAAEP abriu valas no asfalto do seu bairro para colocar água. Deixou o bairro intrafegável e sem água. O serviço que era apenas para angariar votos ficou abandonado. Sabe que providências foram tomadas? Nenhuma. Estamos no final do ano e o bairro continua sem água e com as valas abertas. O que fez o vereador? Esqueceu e aprendeu a conviver com os buracos. O que deveria fazer? Exigir medidas de reparo e continuidade da obra. Deveria mobilizar o povo para fazer acontecer como fazia muito bem antes de ser vereador, e em último caso, deveria representar contra o Gesmar e contra o Valmir no Judiciário. Simples assim. Esse seria o verdadeiro papel do Vereador.

Na sessão do dia 09 de setembro do corrente o vereador Arenes, durante seu discurso falou uma verdade desconcertante. Disse o seguinte: "Se um único Vereador fizer bem o seu trabalho, bota o Prefeito de joelhos". Será que vai aparecer esse vereador? Estamos na torcida. Só "unzinho" haverá de aparecer.

Veja outro exemplo de ineficiência


Foi amplamente divulgado na mídia o orçamento de 2015 enviado pelo governador Jatene à Assembléia Legislativa. Eu mesmo divulguei aqui. O Jatene se vingou de forma vil do povo da Região Carajás ao reduzir o nosso orçamento de 8,88 em 2014 para 2,68 em 2015. Uma violência que deveria ser motivo de grande mobilização por parte dos vereadores que se importam com essa região. Pasmem! Apenas o vereador Arenes na sessão de ontem tocou nesse assunto. Os demais ignoraram. Cadê nossas lideranças políticas? Cadê o Comitê Pró-Carajás? Será que só funciona durante campanhas políticas? Como diria Boris Casoy, "isto é uma vergonha". 

O que aconteceu de interessante na sessão de ontem foi a comoção pelo assassinato brutal da adolescente Barbara Lira. Todos os vereadores que usaram a tribuna expressaram sua indignação e cobraram providências. O Miquinha lembrou que na sessão de 20 de agosto denunciou o abandono da Praça da Bíblia e cobrou providências. Mesmo com orçamento para a revitalização da Praça, continuou abandonada e servindo como ponto de encontro de criminosos. Essa tragédia foi mais um efeito da omissão do Prefeito e das autoridades. 

Para finalizar, o vereador Odilom que mais uma vez foi bastante vaiado fez mais uma denúncia grave contra a Secretaria de Meio Ambiente. Disse que "nossas Áreas de Proteção Ambiental viraram Áreas de Especulação Imobiliária". A coisa é tão grave que até mesmo o líder do governo denuncia a inércia e a irresponsabilidade do Prefeito contra o meio ambiente. Alô Conselho Municipal de Meio Ambiente! Alô Instituto Chico Mendes! Alô Ministério Público! Alô...!!!

E a CPI da saúde?

Falarei sobre isso à parte no próximo post.

9 comentários:

  1. Tristezas à parte, denúncias ao vento, frases de efeito (sem eco), sem comentários - não vale a pena eu gastar o meu latim. A despeito da frase, dita como do finado Paulo Francis, a mesma é do morto-vivo Boris Casoy, que continua insistindo com o ridículo bordão, principalmente se é para falar mal das administrações PTistas. O Boris "é uma vergonha!"

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    1. Obrigado pela correção anônimo. Realmente trata-se do morto-vivo Boris Casoy. Correção feita.

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  2. Caro professor, mesmo com todo o respeito que tenho da sua pessoa e por conhecer sua história como ativista político com vinculo partidário, discordo com a forma como vossa senhoria tem desqualificado e generalizado os atos dos vereadores.
    Ainda mais quando o sr reproduziu palavras do ex Prefeito, ex Deputado, ex vereador Faisal. Essa linha de pensamento de desconstruir o construído é a rendição pública dos direitos e pilares democráticos, é esquecer das lutas e conquistas de outrora.
    Tem uma música que a Bethi Carvalho canta que diz assim:
    "Eu só peço a Deus Que a mentira não me seja indiferente Se um só traidor tem mais poder que um povo Que este povo não esqueça facilmente
    Eu só peço a Deus Que o futuro não me seja indiferente Sem ter que fugir desenganando
     Pra viver uma cultura diferente".
    Para concluir, aconselho o sr a dar sua contribuição, inclusive para a vereadora Eliene Soares, pessoa que tem boa vontade e que precisa ser norteada, assim como todos nós. Já quebrarmos alguns paradigmas, vencemos a Lei da mordaça, tipica das figuras épicas remanescentes do velho modelo, muito embora alguns neófitos tentam copiar na integralidade esse comportamento ultrapasado, estamos abrindo o orçamento para a que comunidade veja que não há plano de mudança, muito menos planejamento estratégico e ações coordenadas por parte da gestão.
    Nutrir a esperança e acreditar em dias melhores me mantém vivo!
    Atenciosamente,
    Seu amigo Vereador Bruno Soares.

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    1. Meu caro amigo Bruno Soares,
      Aceito suas críticas e refletirei sobre o assunto. No entanto quero tecer algumas considerações:
      1- Quando faço uma análise crítica sobre a atuação dos vereadores, faço na tentativa de ajudar, de oferecer alguma contribuição que possa servir de reflexão aos edis. Sou um defensor e entusiasta do Poder Legislativo e tenho interesse que esse venha a ser uma referência em Parauapebas, para o nosso bem e para o bem da democracia;
      2- Quando reproduzo um discurso do ex-vereador Faisal, não quer dizer que eu concorde com ele. Porém, você há de convir que esse modelo de Câmara que temos em Parauapebas está ultrapassado e passa para a população uma imagem negativa e de inutilidade. Não defendo o seu fim, mas sua reformulação. Lembra da frase: "a Câmara é uma máquina de triturar lideranças"?;
      3- Quanto a dar minha contribuição, darei com todo o prazer a qualquer vereador, desde que seja solicitado. Não sendo, continuarei modestamente enviando dicas e sinais através das minhas críticas no Blog.
      4- Quanto a vereadora Eliene, não posso dar minha contribuição à força sem que ela aceite e pratique.
      Continue com esperança e acreditando em dias melhores. Muitos cidadãos de Parauapebas (inclusive eu) ainda acredita na sua juventude, garra e força de vontade. Que seja assim enquanto houver esperança e sonho em dias melhores, sem mordaças e sem amarras.
      Obrigado pela coragem de se expor ao debate!

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  3. se o vereador Arenes falou essa frase é porque não tem nenhum vereador na camara fazendo o seu papel.... nem ele.... correto?

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  4. Luiz, você sabe dizer quais foram as propostas na area de Meio Ambiente apresentadas pelos Vereadores de Parauapebas? pois é, nem eu, nem ninguem.......

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  5. Sinceramente! esse governo começou e vai terminar sua gestão juntamente com a câmara municipal com seus bla... bla... blá's... e nada mais.

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  6. Luiz, sobre a dor de cotovelo do vereador Bruno, é melhor deixar que ele fale sozinho; não vale a pena respondê-lo a título de justificativa - você fala com propriedade, ele se acha protegido pela legislação fajuta. Você poderia apenas dizer-lhe que ele citou a música da Mercedes Sosa (uma argentina que foi ativista contra a ditadura daquele país) - cantada aqui pela Beth Carvalho -, numa situação muito fora de contexto. A Mercedes Sosa cantava para dar força e ânimo aos jovens e guerrilheiros que lutavam contra a ditadura militar argentina, a exemplo do nosso Chico Buarque com suas canções enigmáticas como por exemplo "Apesar de Você". O Bruno sequer demonstra qualquer forma de luta contra a atual administração, apenas quer ganhar notoriedade. Não lhe dê munição, se ele quiser, dê-lhe corda, na hora certa ele vai saber como usá-la.

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  7. Quando o Bruno Soares diz que a sua colega vereadora Eliene precisa ser NORTEADA, devo concluir que a mesma encontra-se DESNORTEADA?

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