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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

PARAUAPEBAS ESTÁ EM CRISE?

Dias atrás ouvi uma entrevista do Presidente da CDL de Parauapebas, Daniel da Paulistinha na Rádio Arara Azul. Ele demonstrava com números a preocupante queda nas vendas do comércio local e apresentava uma visão catastrófica sobre o futuro do setor varejista e de serviços em geral. Já ouvi de várias pessoas essa mesma avaliação. Muitos se queixam do paradeiro que a cidade atravessa e o retrato mais fiel da crise é o numero de placas de aluguel de imóveis espalhadas por todos os cantos da cidade.

Há quem diga que essa crise começou após a posse do atual prefeito Valmir Mariano. O argumento principal é que devido a grande corrupção o rico orçamento parou de circular na cidade e hoje se concentra nas mãos de uma meia dúzia de empresários, em sua maioria de fora.

Mas será que estamos realmente em crise? A minha resposta é categórica: não estamos em crise. Ao contrário, Parauapebas está experimentando um momento de maturidade e de crescimento que poderá trazer muitos benefícios aos que tiverem a sabedoria e visão para aproveitar essa onda. A crise está na cabeça das pessoas, principalmente dos empresários conservadores que se acomodaram e acostumaram a surfar numa onda artificial e pararam no tempo. Só para ilustrar essa situação, outro dia ouvi de uma senhora o seguinte depoimento: "hoje sai para comprar um microondas e após tentar em quatro lojas, comprei na quinta depois de forçar a barra para ser atendida por uma vendedora. Em todas as lojas que entrei fui ignorada por vendedores que ficaram em grupos batendo papo. Na quarta loja fui atendida, mas depois de um tempão, na hora de pagar, descobriram que o vendedor tinha preenchido o formulário de venda errado e eu tinha que começar tudo de novo. Desisti. Na quinta loja, tive que gritar e pedir para ser atendida. E olhe que eu queria comprar um simples microondas e a vista!", relatou a cliente indignada. Você se identificou com essa história? Já foi mal atendido no comércio local? Já enfrentou filas em hospitais particulares e ainda foi mal atendido? Já foi ignorado em lojas? Já foi humilhado em bancos? Já ficou um tempão gesticulando com os braços para ser enxergado pelo garçom do restaurante?

A onda artificial na economia de Parauapebas


Experimentamos até aqui o que eu chamo de uma onda artificial na economia do nosso município. Com nossa crescente riqueza, nos acostumamos com milhões, com a pouca oferta de serviços e com a grande demanda de consumidores. Comenta-se que se você botasse uma banca de espetinhos, poderia se dar ao luxo de escolher seus clientes pela cor dos olhos. Em todos os setores a procura foi sempre maior do que a oferta. Os aluguéis por exemplo alcançaram preços estratosféricos e completamente fora da realidade.

Com toda essa pujança nossos empresários se acomodaram e não investiram na qualidade da prestação dos serviços. Não investiram em infra-estrutura, em treinamentos de mão-de-obra, em atendimento, em tecnologia... A máxima conservadora de que "time que está ganhando não se mexe" predominou e predomina até hoje. 

Os tempos mudaram, a realidade é outra e nossos empresários ainda estão se comportando como se vivessem numa currutela de garimpo. Com os novos investimentos que a cidade tem recebido, principalmente no setor imobiliário e comercial, a onda artificial da economia tem perdido força e tende a se desfazer. Aos poucos estamos entrando na realidade de qualquer cidade que cresce e se desenvolve. Quem insistir em continuar surfando nessa onda artificial vai cair e quebrar a cara.

Crise? Que crise?


Como assim, o nosso município está em crise? É claro que o rico orçamento da prefeitura parou de circular e está concentrado nas mãos de poucos. É claro que a paralisia do governo reduz a movimentação de serviços. Mas isso é apenas uma marolinha como dizia nosso Presidente Lula. Reflitam comigo e me responda se estamos em crise: quem é o empresário louco que investiria milhões numa cidade que está em crise? Qual grande empresa iria construir uma super estrutura num município com economia decadente? Isso não lhe parece estranho?

Antes que alguém me acuse de excesso de otimismo, cito alguns exemplos: dois grandes hotéis internacionais estão investindo em Parauapebas; um grupo comprou o cambaleante Unique e transformou no Partage Shopping e está revitalizando-o totalmente; novas lojas estão abrindo no shopping; as Lojas Americanas estão abrindo mais duas unidades em nossa cidade; acaba de ser inaugurada a loja Havan, uma das maiores do setor; o grupo Mateus está construindo um mega supermercado ao lado do shopping. Esses são apenas alguns dos vários investimentos que estão turbinando nossa economia. Será que todos esses empresários estão ficando loucos? Será que não fizeram pesquisa sobre o potencial econômico do nosso município? Acho improvável.

Quebrando paradigmas


O grande problema é que enquanto os empresários de fora estão enxergando o potencial que há em nosso município, os empresários locais estão perdendo tempo com lamentações. Essa onda artificial que citei deixou a maioria com uma venda nos olhos e com um tampão nos ouvidos. É preciso que ousem, que quebrem paradigmas, que invistam, que se reinventem, que se reciclem. Caso contrário, continuarão perdendo espaço e mercado para os de fora e ficarão apenas com a lembrança melancólica do apito do trem.



9 comentários:

  1. Ja passei por todas essas situações aki em parauapebas foi eu e neu esposo comprar um carro e fomos ignorados na DISBRAVA, e detalhe tava com a carta de créditos na mão, fomos ver um CRUZER ele foram nos mostrar um celta...rsrsrs hilario esse posso....

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  2. Como sempre seus textos nos faz refletir. Outro dia eu estava falando sobre isso. Nossos empresários se contentam com pouco e não tem visão de empreendedor. Excelente texto.

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  3. Otimo texto... veja um exemplo: Leolar. Empresariado local com baixa visão.... A Havan veio pra balançar as pernas do Shopping. Vamos ver como o Matheus vai ser, mas o Macre ainda consegue balançar (mas nao tanto quanto no inicio) o Hipersenna

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  4. Amigo, pra começar, quero dizer que fiquei arrepiado com esta matéria.
    Você superou-se se tudo, sua visão foi "além" de um Blogueiro ou jornalista, falou tudo e mais um pouco.
    as vezes discordo de suas postagens pela posição de opositor do governo, e algumas delas se refletem nisso.
    mas esta eu tiro o chapéu pra você, bato continência e dizer que você foi muito feliz nas palavras.
    Só queria acrescentar que faltou falar que as empresas deveriam proibir o uso do Whatszap no horário de expediente, pois muitas vezes fui atendido por vendedores que ficavam neste aplicativo direto enquanto atendem a gente.
    uma vez perdi a cabeça e dei um grito pra um vendedor "larga a porra deste celular caralho" e o fidumaégua, respondeu ta achando ruim compra noutra loja!
    se fosse noutras epoca teria dado um murro na cara dele!

    Josberto Girão.

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  5. Luiz Vieira seu monstro. Sempre gostei dos seus escritos principalmente quando trata de política. Agora você foi longe e captou o pensamento de Parauapebas com maestria. Além de analista politico você demonstrou ser administrador e consultor empresarial. Parabéns mais uma vez.

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  6. esse dono de casas de pebas estava mal acustumado viram que realidade e outra agora estão ciando fico dizendo que pebas esta em crise em questão do comercio tinha comerciante ganancioso não se importava de investir agora estão no vácuo

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  7. Realmente nossos empresários estão precisando acordar. Espero que a ACIP fique atenta a essa realidade. Parabéns pela análise.

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  8. Concordo em 100% com a análise. Acrescente-se à primeira pergunta, no que se refere à prestação de serviços, as casas lotéricas. Nelas há uma fila exclusiva para clientes preferenciais; porém, os mesmos preferem as filas convencionais porque na que deveria ser preferencial eles são mal atendidos, como se estivessem prestando um favor para as atendentes - e olhe que são idosos, gestantes, lactantes e deficientes. Não, Parauapebas não está em crise, nós é que estamos mal servidos e desprovidos de pessoas honestas. Parabéns pelo toque aos maus empresários e prestadores de serviços - públicos e privados.

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  9. A população de Parauapebas cansou de ser tratada como lixo pelos empresarios de comercios locais. As pessoas preferem ir até Marabá comprar no Shopping de lá do que comprar aqui.

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