Pesquisar este blog

quarta-feira, 29 de junho de 2016

O CASAMENTO DA DONZELA GRÁVIDA

No sertão da agitada cidadezinha aos pés da montanha encantada, mesmo estando em pleno século XX, ainda predominava as tradições da honra. Nesse contexto, os casamentos arranjados e de conveniência era quase corriqueiro.

Maria Teófilo era uma jovem donzela pura e recatada. Moça de posses e com grandes atrativos físicos, era cortejada e desejada pela metade dos rapazes da cidade. Mesmo sendo criada nos moldes tradicionais, não escapou das garras do conquistador Dadá. Dadá era uma figura boa praça, voz mansa e de boa convivência com todos. Alguns até chamavam-o de "encantador de serpentes". Era daqueles que resolvia tudo com uma boa conversa.

E foi essa boa conversa que convenceu a Maria Teófila a entregar-lhe o que tinha de mais sagrado: a sua pureza. Namoraram, amaram-se, e aproveitaram todos os prazeres que a vida tinha a oferecer. E continuaram fagueiros e fazendo inveja aos rapazes e moças da agitada cidade de sonhos dourados. O sonho de Maria Teófilo era casar e constituir família com Dadá. Esse, por sua vez, sonhava em trabalhar e ajudar a desenvolver sua cidade, e quem sabe, um dia transformá-la na famosa "Capital do Minério".

Tudo ia muito bem, até que Maria Teófilo ficou grávida. "E agora, o que vamos fazer?" - Indagou Maria preocupada. "Calma guria, daremos um jeito" - respondeu Dadá despreocupado. Maria só pensava em se casar o quanto antes para evitar a desonra pública e o grave castigo do seu pai. Mas o tempo foi  passando e o Dadá não demonstrava nem um interesse em se casar. Não dava mais para esconder aquele estado onde a donzela ia perdendo suas curvas de forma acelerada e ficando rechonchuda. Não dava mais para esperar.

Percebendo que o Dadá não ia se casar e que tudo estava perdido, Maria Teófilo resolveu por um ponto final no namoro. O Dadá aproveitou para dar um tempo e mudou-se de cidade para se recompor. Saiu prometendo um dia voltar para sua querida cidade encantada. 

Enquanto mantinha o relacionamento com o Dadá, a Maria era cobiçada de longe pelo senhor Vavá. Esse, nutria uma paixão secreta pela musa, mas não se atrevia a manifestar. Agora que o Dadá estava fora do páreo, ele se atreveu a se declarar. Maria viu naquele intrépido cavalheiro a sua chance de salvar a honra de donzela. Contou-lhe tudo o que havia sucedido e falou do seu estado crítico, ao qual ele respondeu: "minha filha, não tem problema. Assumo esse filho como se fosse meu". E assim, marcou o casamento o quanto antes, pois a noiva já estava perdendo as formas e ficando em estado interessante.

Vavá antecipou o casamento para tentar mostrar a sociedade que o filho era seu. Contratou o cantor Sergio Reis e marcou a grande festança para o dia primeiro do mês que sucedeu. Com Sergio Reis cantando, quem é que ia prestar atenção na protuberância da noiva. E que importância teria se falassem que o filho da donzela não era seu? Dane-se as convenções! O importante era manter as aparências.

Um comentário:

  1. Esse Vavá é um perigo! E o Dadá vai deixar barato? Afinal, ele não é o pai da criança? Se o moleque for bonito então e de olhos azuis!

    ResponderExcluir