Publiquei um vídeo na minha Fanpage onde propus a equiparação do salário dos vereadores de Parauapebas ao salário de um professor da rede municipal. O vídeo foi publicado no dia 2 de maio e ganhou repercussões inimagináveis. No dia 3 de maio já tinha ultrapassado as cinco mil visualizações, mais de 22 mil pessoas atingidas e mais de 180 compartilhamentos. Isso, fora os que atingiram no meu perfil do Facebook. Entre os vários comentários, todos apoiando a ideia, um em especial me chamou a atenção. Trata-se do comentário do professor Rodrigo Mota, o qual transcrevo aqui: "é fácil se indignar quando se está fora do poder não é senhor Luiz Vieira. Quando se está com o poder nas mãos fica todo mundo caladinho". Achei esse comentário um tanto ingênuo quanto simplório, e lembrei de um texto que escrevi nesse blog em julho de 2013, seis meses após deixar o cargo de secretário de administração, que trouxe o título "QUARENTENA PÓS PODER. Confira o texto aqui.
Lembrei-me também de um amigo que fora meu aluno e atualmente é um empresário bem sucedido. Na época em que eu era secretário de administração na gestão do Darci, me fez o seguinte questionamento: "Como as coisas mudam hein Luiz Vieira! Há um tempo atrás você estava liderando greves na educação e revolucionando Parauapebas. Agora você não faz mais nenhuma greve". Respondi-lhe: "Meu amigo, vocês da oposição se acham tão incompetentes assim que dependem que façamos oposição por vocês? Enquanto fui oposição, fiz bem meu papel de oposição. Se estou no governo, tenho a missão de trabalhar para que esse governo dê certo. Somente um lunático, um total sem noção vai construir um projeto de governo e vai tentar destruir esse próprio projeto. Então, a missão de fazer oposição agora passa a ser sua, e veja se faça bem feito."
Penso que se você constrói um governo, se está inserido nele, deve agir com ética e responsabilidade para que ele dê certo. Afinal de contas, quando se é oposição, você propõe alternativas para aquilo que critica, e o governo é a condição prática de você demonstrá-las. Isso não quer dizer que você tem que mudar de ideais e se tornar um alienado para se manter no cargo. Mas deve dar sua contribuição para que a gestão dê certo. Se existem erros, tem que avaliar internamente e ajudar a corrigi-los. O limite? Digo que o limite é a ética. Enquanto você tem esperança de que pode contribuir com um governo para por em prática o que você sonha para a gestão, deve se manter nele, mesmo reconhecendo que há erros e desvios políticos. Quando os erros ultrapassam o limite da ética, aí sim, é hora de sair fora e expor suas críticas externamente.
Enquanto estive no governo como secretário de Meio Ambiente e Administração, fiz meu papel de gestor e não tive crise de identidade. Construí inimigos com muito prazer, pois o fiz por não pactuar com as trapaças que encontrei na administração pública. Mudei de ideais? De forma alguma. Apenas mudei provisoriamente de trincheira, mas sempre sabendo que o poder é efêmero e passageiro. Enquanto professor, agi como professor; enquanto líder sindical, agi como sindicalista; enquanto gestor, agi como gestor. Simples assim!
Portanto caro professor Rodrigo Mota e demais que compartilham desse pensamento, a minha passagem pelo poder não me descredencia para exercer meu papel de cidadão comum. Muito pelo contrário: posso expor minha indignação, minhas idéias e minhas críticas, com a consciência de que se um dia voltar a algum cargo na administração pública (possibilidade remota), terei que agir como gestor. Fazer oposição é para quem tem competência, coragem e vida limpa. Governar após ser opositor é a prova de que você não era um mero idealista vazio.
Bem pensado. Também me faz lembrar de alguns pseudo-sindicalistas que cravaram na testa o ferro com a marca de oposição apenas pelo prazer de ser do contra. Criticam qualquer governo, mas não constroem e não produzem nada; quem é governo é visto como traidor, como inimigo - independente de qual governo. Pessoas assim acabam se isolando, perdendo amigos, entrando em crise de identidade e depressão.
ResponderExcluirVocê fala em limite da ética, quando usou a secretária que estava na sua gestão para eleger a vereadora Eliene? me poupe. Pra terminar a mesma ainda estava com o processo administrativo aberto no MEC por desvio de dinheiro do conselho escolar da escola Jean Piaget onde na época ela era diretora e presidente do conselho, me diga agora onde está o seu Deus, ou a sua ética?
ResponderExcluirCara anônima, se você sabe que usei a secretaria de administração para eleger a vereadora Eliene e não me denunciou na Justiça Eleitoral, então é minha cúmplice.
Excluirdiscordo mestre pois se levarmos tudo para o lado de vingança politica a democracia não passara de uma mera prostituta de interreses particulares não e por ai que se acaba com a corrupçao e muito menos se moraliza algo mexer com direitos adquiridos depois de anos de complexos acordos e estudos e no minimo imoral não seria melhor subir o salario dos professores para se equiparar aos de vereador seria mais justo
ResponderExcluirLuiz Vieira, não chego a ser seu fã. Discordo muito do seu ponto de vista pois te acho muito radical. Mas nesse aspecto você tem razão. Enquanto foi secretário você foi muito rigoroso. Lembro que afastou do trabalho um partidário seu por desvio de combustível no setor de transporte. Ali você ganhou minha confiança. Se você tivesse cometido um vacilo na administração a galera teria comido seu fígado. Até hoje a turma do Valmir te investiga para encontrar algo errado na sua gestão e ficam putos por não acharem nada.
ResponderExcluirCaro, Luiz Vieira. O que fazer oposição a si mesmo? O Governo e eleito para trabalhar para o povo é não para si mesmo. Então, quando diz fazer oposição a si mesmo da a entender que o governo trabalha para o seu próprio bem e para a população. Só no Brasil e pior ainda em Parauapebas que os políticos criam leis e projetos para o próprio benéfico. Mas quem sou pra debater política só um grande mestre da política brasileira. As eleições estão próximas e vamos vê o show que irá ocorrer.
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