Hoje, 13 de maio de 2015, as escolas estaduais do Estado do Pará completam cinquenta dias de portas fechadas. Os alunos já estão com um prejuízo irreparável. Um prejuízo que é um duro golpe em toda a família, pois esses dias parados comprometem todo o futuro e o sonho dessa juventude. Adeus sonho do vestibular, adeus sonho de progressão, adeus sonho de concluir o ano em 2015! O prejuízo já começou com o atraso do calendário letivo. Enquanto as escolas privadas iniciaram o ano letivo no início de fevereiro, o Estado só foi começar na segunda quinzena de março, e mesmo assim faltando vários professores. Estamos comprometendo ano após anos o futuro de toda uma geração que está crescendo sem expectativas, sem chances e sem rumo.
Hoje a greve dos professores completa 50 dias. São 50 dias de lutas vãs, de lamento sem eco, de humilhação e de descaso. De um lado temos trabalhadores da educação que lutam para garantir o mínimo garantido por lei, que é o pagamento do piso nacional do magistério. Do outro lado, temos um governo insensível à causa urgente da educação. E assim, segue essa queda de braço, esse jogo de cartas marcadas, onde só quem perde são os educadores, os estudantes e as famílias. Mas perde também toda a sociedade, pois a educação que estamos negando a essa geração hoje, nos trará sérias consequências em um futuro próximo.
Hipocrisia, santa hipocrisia
Chega dá asco quando ouço um político falando em priorizar a educação. No Brasil, poucos tentaram de fato priorizar. Chega de prioridades em palanques, chega de mentiras deslavadas. Todos os dias na mídia testemunhamos verdadeiros genocídios na educação em proporções maiores do que ocorreu na era nazista na Alemanha. Os governantes estão torturando e matando milhões de jovens da forma mais cruel. Exagero? Não! Submeter o jovem a esse sistema falido de educação é matá-lo lentamente, de forma penosa e irreversível. Que geração esperamos para o futuro? Quer dizer que só quem pode pagar uma escola particular terá o direito a sobreviver nessa guerra covarde?
Os professores do Paraná apanharam da polícia feito cães danados, feito marginais perigosos. O governador Beto Richa (PSDB) ainda foi para a TV defender a ação da polícia. Aqui no Pará, milhares de professores que vivem em situação de penúria são solenemente ignorados pelo governador Simão Jatene (PSDB). As escolas (a maioria) são depósitos improvisados e nunca sobra dinheiro para manutenção. Mas nunca falta dinheiro para a fiscalização, para o gabinete do governador, para o aparato jurídico do Estado, para as festas etc. Basta você entrar na SEFA e na SEDUC para sentir o impacto da diferença. Na primeira você se depara com o luxo, na segunda, com o abandono. Entre em um tribunal e entre numa escola e compare.
Onde vamos parar com essa hipocrisia? Que tipo de valorização da educação e dos educadores é essa que só vemos nos discursos? Está na hora de darmos um basta nessa bagunça enquanto ainda há tempo.
Cinquenta dias de escuridão que nos custarão cinquenta anos de atraso.
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