Por Antonino Brito
Ainda estudante e
acreditando ter forças para mudar o mundo, -isto é o que acreditávamos todos nós
estudantes no pós-regime militar- pensava em como derrotar o maior inimigo da
nossa geração: o Sistema.
Confesso não
entendia muito bem o que isso viria a ser, mas munido do sentimento de rebeldia
peculiar a todo jovem idealista e pressionado pela necessidade de demonstrar
que era um revolucionário, encontrava em quase todos os lugares o meu inimigo: o diretor da escola que não permitia a entrada com boné, o guarda da praça que
não permitia que quebrássemos umas garrafas de refrigerante no coreto, o burguês
que representava o estilo de vida que contrapunha ao socialismo e lucrava às custas do suor do proletariado, o politico que oprimia o povo, o capitalismo
norte-americano, a mídia que recebia dos donos do capital para enganar o
cidadão. Tudo representava o meu inimigo: o Sistema.
Após algumas
décadas e com uma visão menos utópica e mais realista sobre a vida, vejo que os
jovens de hoje tem dificuldades para detectar quem é o “Esqueleto do He-Man”,
quem é seu maior obstáculo no caminho que deseja seguir. Culpa dos jovens? Dos
pais? Do Sistema? Não encontro respostas simples ou única para estas perguntas.
Vejo que outros atores são importantes neste cenário. Um exemplo é o excesso de
informações que diariamente bombardeiam os adolescentes com mensagens que os
levam a acreditar em algo pela manhã e ser radicalmente contra à tarde. O jovem
não dá “o tempo de cura da informação“
e com filtro um pouco mais flexível,
compra as facilidades vendidas pelo mercantilismo das grandes corporações que,
através da mídia, lhes impõe um sentimento de que tudo vai dar certo, que se
vai conseguir realizar seus sonhos, ter seu carrão, sua mansão, ser famoso
etc... A questão é que não diz a eles que para atingir estes desejos é
necessário trilhar um caminho cansativo e desgastante, mesmo que por período pré-determinado,
o caminho dos estudos, o caminho da Educação.
Temos uma massa
importante de jovens denominados GERAÇÃO NEM NEM, ou seja, nem trabalham nem
estudam. Diversos fatores podem ser apontados como causa deste fenômeno, indo
da melhoria nas condições financeira dos pais à falta de compromisso e
entusiasmo com os novos rumos da Nação. Diferente dos anos 80 e 90, hoje em dia
existem uma gama de oportunidades na área da educação, principalmente com o
grande numero de faculdades e universidades espalhadas pelo País.
Esta geração precisa encontrar seu
“inimigo”. Aquilo que a faça levantar-se, que a faça querer melhorar um
pouco a cada dia, que a instigue a encontrar estratégias para vencê-lo, que a
faça olhar pela janela e ver quão lindo está o dia lá fora.
Ouvi de um
historiador uma frase que deixo como reflexão a todos nós que um dia sonhamos
mudar o mundo. Que tal começarmos em 2015?
“O
Brasil não tem povo, tem publico”.
Nossos jovens sao vítimas de uma ditadura chamada economia capitalista.
ResponderExcluirO que seria de uma noite triste, se nao a certeza de que o amanhecer será perfeito. Que bom saber que sempre teremos nossa luz solar, linda e tao fundamental, quanto o ar que respiramos.
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