Nelson (Mandiba) Mandela –
Presente!
José O. Zelão V. Reis.
Professor.
Ao longo da nossa
existência, desde que nos entendemos como gente, ou seja, quando começamos a
desenvolver o raciocínio lógico, cultivamos certezas e incertezas, construímos,
destruímos, reconstruímos; mas no fim das contas fica apenas uma certeza, e
esta é infalível: a morte é certa e vem para todos, para cada um ao seu tempo –
e não escolhemos a hora nem o local.
A história da humanidade, em todo o seu percurso, se
apresenta com várias facetas – algumas muito cruéis, outras nem tanto. O ser
humano aprendeu a guerrear, primeiro para se defender, defender o seu grupo, o
seu território, o seu alimento; depois, pela ambição de aumentar o seu poder e
expandir o domínio sobre outros povos. Assim foram as vergonhosas colonizações
que, em sua fase primária, chegaram a dizimar povos inteiros; e continuam hoje,
em sua fase ultramoderna, dizimando culturas e implantando o terror.
Mas nem sempre o terror e a dominação prevalecem – pelo
menos não para a eternidade. Para cada grande louco aparece um grande líder que
funciona como antídoto. Alguns exemplos que me vêm à memória: Império Romano
(Césares) X Jesus Cristo; Império Inglês X Gandhi; Império Americano X Luther
King, Fidel Castro, Che Guevara; Império Inglês (de novo) X Mandela (fim do
Apartheid); Império Brasileiro (ditadura militar) X Lula (e milhares de líderes
anônimos).
O que os dominadores (ainda) acham normal e querem impor
ao senso comum, estes homens entenderam e agiram de forma avessa; e com suas
atitudes mudaram o curso da história e a vida de milhões de seres humanos.
Verdadeiros líderes (como estes e tantos outros) não morrem, descansam; e são
eternamente lembrados e cultuados. E através deles, de suas histórias, seus
legados, surgem novos líderes e a história vai tomando novo curso.
Antes da prisão (que durou 27 anos), para defender o seu
povo, Mandela chegou a praticar a luta armada. A sua libertação foi fruto da
luta do povo negro sul-africano, que se espalhou pelo continente e contagiou o
mundo. O regime de segregação racial sul-africano promoveu, antes e durante esses
27 anos de prisão de Mandela, um verdadeiro genocídio à maioria negra de seu
país; um derramamento de sangue diante dos olhos do “mundo civilizado” e das “nações
poderosas” que nada fizeram (às vezes financiaram). Mas produziu um homem,
frágil fisicamente, de saúde abalada por causa do encarceramento, porém, forte
como um leão e de saúde mental e moral inabalável. Ao prender e manter na
prisão um líder nato, o governo do apartheid estabeleceu o início do seu
próprio fim. Os rios de sangue precisavam parar de correr, o mundo precisava
dar uma resposta e o regime totalitário não ficaria impune.
A libertação de Mandela trouxe alento ao mundo, mas
também uma grande expectativa, do tipo: “agora é a hora da vingança”; “somos a
maioria, vamos dar o ‘troco’” e coisas do gênero. O mundo também queria saber
que rumo Mandela daria à sua liberdade e, sabiamente, humanamente,
humildemente, grandiosamente Mandela deu a melhor resposta que o mundo poderia
esperar: em vez de vingança a tolerância, a superação do ódio, a convivência
pacífica entre negros e brancos e, a melhor de todas: a generosidade. Sua
atitude pacificadora o credenciou, diante do seu povo e do mundo, a ser o
condutor do processo de transição do totalitarismo racista ao regime de democracia
racial.
Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da história
da África do Sul, legitimamente eleito pelo seu povo. Promoveu a diplomacia
racial e internacional e o mundo conheceu um verdadeiro estadista. Ninguém
teria motivo maior para odiar os seus algozes e incentivar e disseminar o
espírito de vingança. Mas ninguém também, em seu tempo, foi tão GRANDE, não só
para impedir que isto acontecesse, como para incentivar o contrário e promover
a paz entre seu povo e unir raças, credos e cores. É por isto que hoje todos
paramos para homenagear este líder – cidadão do mundo.
“No dia 05 de dezembro de 2013 o Guerreiro
descansou. (..............) ‘Perdi um líder vivo e ganhei um herói imortal’”. (Luiz Vieira).
Nossa singela homenagem ao Pai da democracia racial universal do Séc.
XX/XXI.
VIVA MANDELA... POR TODA A
ETERNIDADE!
Parauapebas, Pará.
10.12.2013.
bela homenagem zelao. uma breve retrostectiva da historia da humanidade para dar a dimensao da grandeza deste LIDER. parabens.
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