Há um tempo atrás publiquei fragmentos deste texto no Face. A pedido de alguns amigos estou publicando no Blog. Espero que sirva como reflexão neste fim de ano. Para não ficar muito longo publicarei em 4 partes. Críticas, sugestões ou contribuições serão bem vindas na caixa de comentários.
Obs.: Um amigo me perguntou se esse era um texto de autoajuda. Esse gênero
virou tendência a partir da década de 80 e apesar de fazer sucesso entre os
leitores, sempre foi renegado por intelectuais que taxaram de leitura pobre, de
charlatanismo, de superficial. Prefiro não radicalizar. Muitos autores se
aproveitaram desse filão e passaram a escrever besteiras superficiais do tipo:
como enriquecer em 30 dias; como conquistar as mulheres, como... Porém, um
tratado sobre neurociência ou sobre habilidades cognitivas podem ser um texto
de autoajuda se forem capazes de provocar auto aprendizado e mudança no
comportamento de quem lê. Então tudo é
subjetivo. Aprenda a identificar boas leituras, e se quiser, utilize bastante
como autoajuda.
Parte I
Professor Luiz Vieira
O tesouro mais valioso que
buscamos está dentro de nós. Para encontrá-lo é necessário fazer uma boa faxina
na alma e na mente, só então descobriremos o caminho. Para trilhar esse caminho,
precisamos começar pela faxina da alma. Ao longo dos anos acumulamos tantos
objetos ou bens materiais (consumismo) que o "ter" superou o
"ser". A maioria desses objetos não passa de lixo que pesa em nossa
cabeça sem ao menos darmos conta disso.
Sentimo-nos cada vez mais impotentes e
angustiados e na maioria das vezes buscamos soluções transcendentais. Parece
contraditório, mas a faxina na alma começa pela faxina material. Experimente
agora mesmo fazer o exercício do desapego. Comece pela sua bolsa. Abra-a e
jogue tudo sobre a mesa. Veja a quantidade de lixo que você carrega numa
simples bolsa: anotações, extratos bancários, contas pagas, produtos vencidos, etc.,
etc. Separe essa tranqueira e jogue tudo no lixo. Vamos lá, coragem! Você vai
descobrir que tudo isso não faz falta e vai te dar um tremendo alívio. Agora vá
para seu quarto e olhe o seu guarda-roupa. Independente da sua condição
financeira aposto
que em seu guarda-roupa tem peças que você não usa a mais de um mês. Acertei?
Isso quer dizer que você não precisa delas, são excessos que estão ocupando
espaço e contribuindo com a desorganização. Junte tudo, dobre cuidadosamente (para
não parecer lixo) e faça uma doação. Mas não vale doar para amigos. Escolha uma
instituição que tem trabalho social e entregue, de preferência sem se identificar.
Ah, aquela roupa que você guarda para dias especiais, para uma festa, comece a
usar já, na segunda-feira, para trabalhar. Você vai sentir a diferença
imediatamente. Agora saia do guarda-roupa (não é isso que você está pensando
mente suja!) e continue a faxina em outras partes da casa. Faça com coragem e determinação.
Vá se livrando de tudo que você não tem usado rotineiramente. Guarde apenas
aqueles objetos que representam valor sentimental para sua família. Lembre
sempre que o que é demais para você está faltando para alguém. Por isso não
jogue no lixo, doe para alguém. Assim como fez no guarda-roupa, pegue aquele
jogo de pratos que você guarda para ocasiões especiais e use já. O momento
especial é hoje! Após essa faxina sua casa vai ficar mais arejada, bonita e
confortável, e de quebra sua alma ficará em êxtase pela boa ação que acabou de
realizar. Descubra que você pode viver bem melhor com menos objetos.
Para completar essa faxina na alma, procure participar de algum grupo de manifestação de fé, mas sem exagero. Experimente entrar em alguma igreja no horário de programação e ficar por lá até o final do evento. Basta ficar em silêncio e ouvir o que as pessoas estão falando. Geralmente as pregações, homilias ou palestras tem alguma coisa interessante para se ouvir.
Confira amanhã, terça-feira a parte II
Gostei da primeira parte do Tesouro; uma faxina de quando em vez é sempre bom e necessária. Vou acompanhar o desenrolar do "novêlo" para ver se consigo enxergar o caminho no labirinto onde o meu (Tesouro) está.
ResponderExcluirSe couber comentário, vai no final.
Caraca. Quando penso que já te conheço você me surpreende. Nunca imaginei você escrevendo nesse tom. Amei. Mande logo a segunda parte.
ResponderExcluirLuis, já fiz minha faxina. Me senti muito bem. Não era que eu tava com a mochila cheia de lixo mesmo?
ResponderExcluirQuando é que você vai voltar a escrever sobre política? O tesouro é bom mas precisamos de informação sobre os bastidores da política e isso você faz como ninguém.
Sabe Luis, fazer uma faxina na casa, na bolsa não é fácil precisa coragem, disposição mas fazer uma faxina na vida, nos sentimentos, nas amizades é muito mais difícil, mas também é necessário. Existem sentimentos que nos deixam tristes, infelizes (ressentimentos, o sentimento de ter sido usado, traído, desprezado etc) como também amizades que nos sufocam, que tiram nossa privacidade, que surgiram de meros interesses pessoais. O seu texto me fez parar e ver que essa faxina apesar de difícil deve ser realizada para que possamos viver melhor. Estou feliz por você voltar a escrever. Abraço!
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