Na madrugada do dia 29 de dezembro muitos brasileiros ficaram estarrecidos diante do acidente bizarro que aconteceu na luta entre o ex-campeão Anderson Silva e o atual campeão mundial dos pesos médios Chris Weidman.
Anderson Silva que estava acostumado somente com vitórias na sua gloriosa carreira, pela primeira vez conheceu uma derrota há pouco mais de quatro meses na luta contra o Chris. Foi uma luta polêmica onde o brasileiro brincou com seu desafiante e acabou sendo nocauteado de forma vexaminosa como eu escrevi aqui nesse Blog. (Lições da derrota de Anderson Silva). Muitos até falaram em fraude, em marmelada. O fato é que o brasileiro que só estava preparado para ganhar, perdeu o cinturão por nocaute.
No dia 29 de dezembro o mundo aguardava por essa grande luta onde o Anderson Silva pela primeira vez entraria no octógno como desafiante. Se preparou para recuperar o seu cinturão e voltar a ser o grande campeão. O que aconteceu afinal?
Como já falei na matéria anterior, não entendo quase nada de MMA. Sou um apreciador e fã do Anderson Silva. Mas na minha humilde opinião o Anderson já entrou no octógno derrotado. E falo isso usando uma tese bem comum amplamente discutida por psicólogos, psicanalistas e filósofos. Uma pessoa que está acostumada a viver no topo, não sabe sobreviver fora dele. Quem está acostumado só com vitórias terá dificuldades para encarar uma derrota.
No caso do Anderson Silva, o mundo estava acostumado a ver o campeão brincar e até desdenhar dos seus adversários. Os figurões do MMA já discutiam uma fórmula para abater o campeão e tornar as lutas mais competitivas, uma vez que não havia páreo para Anderson. Já estava ficando sem graça. Até que apareceu na vida do nosso campeão o americano Chris que já conheceu várias adversidades. Na última delas, teve sua casa destruida por um furacão.
Mesmo com toda a preparação física que o Anderson Silva teve, mesmo com todos os treinos para o grande desafio, faltou um detalhe que não lhe habilitou para a revanche: a preparação psicológica. O campeão Anderson foi preparado e moldado a vida inteira para vencer. Ele não sabia o que era a derrota e no dia em que foi nocauteado, caiu do pedestal, despencou do topo da montanha.
Assim, Anderson Silva entrou no octógno com sede de vitória e com a obrigação de ganhar e recuperar o cinturão. Encontrou um adversário motivado por ter derrubado o grande e invencível campeão. Chris Weidman queria manter o seu cinturão conquistado de forma legítima. Desde os primeiros momentos da luta se demonstrou confiante e preparado para a missão de derrubar novamente aquele que há poucos meses atrás era considerado imbatível.
Quando o seu cérebro não está preparado a derrota é só uma questão de tempo. Qual a possibilidade de um lutador quebrar um osso em um chute na perna do outro? Não conheço outro exemplo. Qual a chance do adversário levar um chute tão forte a ponto de partir o osso do oponente e sair com sua perna ilesa? Isso não parece bizarro demais? O fato é que Anderson, fragilizado psicologicamente, seus ossos viraram gelatina. Notem que mesmo com a violência do chute (arma principal do Anderson), o Chris não saiu nem mancando. Isso não lhe parece esquisito?
Na vida real as coisas são assim. Por isso devemos valorizar as derrotas que acontecem em nossas vidas como ferramentas de fortalecimento. As dificuldades não devem ser evitadas, e sim enfrentadas com consciência. Nossas crianças e nossos jovens tem que aprender desde cedo que a vida é um grande e prazeroso desafio. Existem regras, barreiras e obstáculos que servem para testar nossa capacidade, nossa persistência e nossa perseverança.
Quantos pais na intenção de protegerem seus filhos fazem todas as suas vontades e afastam todos os desafios? Quantos buscam atalhos achando que estão fazendo o bem? Quantas vezes você já transferiu seu filho de uma escola apenas para que ele não encare uma reprovação? Quantas vezes você já comprou aquele presente caro para seu filho apenas para que ele não fique decepcionado ao ver os colegas usando aquele objeto da última moda? Pense nisso!
Viver no topo a vida inteira pode nos deixar fragilizados e numa vida superficial. A queda costuma ser trágica.
Que a segunda derrota do nosso sempre campeão Anderson Silva nos ensine algumas lições:
* A derrota não é o fim. Pode ser o início de uma nova experiência
* A vida é feita de vitórias e derrotas, de altos e baixos. Ninguém vive eternamente no topo
* Seja qual for a sua missão: realize com dedicação, seriedade e envolvimento
*Antes de começar uma atividade se prepare psicologicamente. Uma mente derrotada inevitavelmente leva a um corpo derrotado
* Respeite sempre seus adversários. Eles serão sempre úteis para construir sua vitórias.
Fiz três pequenas postagens no meu face enfatizando mais ou menos o que o seu texto retrata: a vidade estimulada pela globo, a arrogància, o desprêzo pelo adversário... como dizem no futebol: eu já sabia.
ResponderExcluirMuito bom o seu texto.
zelão.
Com o Valmir aconteceu igual ao Anderson Silva. Só que ao invés da perna ele quebrou foi o braço e derreteu o cérebro.
ResponderExcluir