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quarta-feira, 16 de maio de 2018

A INTEGRAÇÃO DO GOVERNO DARCI

Qualquer governo para se manter e lograr êxito na sua administração, deve se preocupar em cultivar sua liderança e a fidelidade dos seus liderados. A integração entre os agentes públicos sob a batuta do governo (secretários, assessores e colaboradores) é condição indispensável para o sucesso, e o seu contrário é a receita infalível para o fracasso.

Outra característica do bom governante, -característica essa inaugurada após a Revolução Francesa - á a boa relação com o poder legislativo. Entende-se como boa relação, a convivência harmônica, pacífica, porém independente. A oposição no legislativo é inevitável e necessária (aqui vale mais do que nunca aquela máxima de que toda unanimidade é burra), pois ajuda o governante a se manter atento. Portanto, o governante tem que ter no legislativo uma base forte, fiel e capacitada para defender os seus projetos e sair em sua defesa em casos de ataques. Quando digo fiel, não quero dizer fidelidade canina, mas fidelidade baseada no convencimento. Veja bem: base fiel e capacitada. Sem essa capacitação, torna-se fidelidade canina.

Ontem, (15) na sessão da câmara, percebi que o Darci está carente tanto de oposição quanto de base aliada. Uma sessão tensa, com a presença de professores em greve lotando a plenária, com os nervos acirrados, com recrutas de alguns vereadores prontos para distribuir tapas e empurrões, o governo se expôs em toda a sua fragilidade. A oposição atacou o governo tendo como figurante (mais uma vez) o vereador Marcelo Parceirinho (PSC) que expôs as feridas da educação com fotos constrangedoras. E a base governista, como reagiu?

Por mais que o governo Darci esteja passando por um momento crítico, nem de longe se compara aos primeiros anos do governo Valmir e nem de longe é uma causa indefensável. Mas o que assistimos na sessão de ontem deixa a impressão que o líder Darci está distante da sua base, não se comunica ou a sua base de vereadores não confia nele, não gosta dele e apenas está colhendo as benesses de ser base e esperando o melhor momento de dar o bote. Ou seria todos os fatores juntos?

O vereador Elias (PSB), presidente da Câmara e aliado do Darci, ao tentar fazer a defesa do governo, deixou a oposição com um sorriso de orelha a orelha. Colocou gasolina na fogueira ao dizer que estava contra os professores e a favor dos alunos e que se o governo mandasse projeto de aumento salarial para a Câmara, não votaria enquanto a greve perdurasse. Provocação e hostilização é tudo o que o Darci não precisa nesse momento de relações estremecidas com o sindicato da categoria que ele já foi membro.

Enquanto o circo pegava fogo, o líder do governo - Luis Castilho (PROS) - saiu no meio da sessão sem se pronunciar. Talvez tenha sido a decisão mais acertada, uma vez que ainda não está preparado para essa função num momento tão crítico. Luis Castilho é um bom vereador, mas ainda inexperiente para a função de líder. Seu perfil conciliador, talvez ajude nessa tarefa no futuro, após ser experimentado e ganhar quilometragem. 

Os dois vereadores do partido do prefeito, como agiram? O Rafael (MDB) saiu antes do final da sessão e perdeu a oportunidade de se pronunciar nos preciosos 5 minutos das explicações finais, já que não falou antes. A Eliene Soares (MDB) foi quem mais se aproximou da defesa do governo, mas, notadamente está sem motivação para a causa. No seu pronunciamento, mostrou fotos da reunião de negociação entre os sindicatos e governo, e apresentou a pauta de reivindicação com a maioria cumprida. Foi diplomática ao não desqualificar o movimento e manter um tom de conciliação. Eis aí um nome que se o governo souber trabalhar, poderá ser uma importante liderança para fazer a defesa do governo no legislativo. Com bastante experiência, já no segundo mandato, a mais votada do MDB, com bom trânsito entre os movimentos sociais, apresenta as credenciais para essa dura e complicada tarefa. Bastaria trabalhar um pouco seu temperamento e se aproximar mais do palácio dos ventos.

Outro ponto que está deixando o governo Darci bastante vulnerável é a relação com o seu secretariado e os assessores. Mas sobre isso, falaremos amanhã.


5 comentários:

  1. Caraca doido. Tú é o cão ó. O bruxo das letras. Leio todos os blogs e sites do Pebas, mas só tú tens essa peculiaridade de captar nosso pensamento. Ontem a noite estávamos falando disso.

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  2. Excelente análise Vieira. O blogueiro voltou com tudo. Como sempre, muito coerente, mas quero ver você batendo pesado como fazia com o velhote e com os vereadores da outra gestão.

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    1. Ah, e sou o Antonio Carlos. Não sei porque mas não tô conseguindo mandar comentário com identificação

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  3. Cadê a matéria sobre os secretários do Darci? Aguardando ansiosa.

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  4. Agora terei o prazer de retornar leituras construtivas novamente.Suas observações são pertinentes,seu olhar crítico (olhar de águia)ajuda muito e com certeza os bons políticos que temos entenderá o recado. Viviane Valamiel

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