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quarta-feira, 23 de maio de 2018

MOVIMENTO "OCUPA CENTRO CULTURAL"

No dia 9 de dezembro de 2017 foi inaugurado o Centro Cultural de Parauapebas, obra importante para a cultura do nosso município. A inauguração já demonstrava que havia algo de errado no ar: uma festa para poucos selecionados (dizem que foi exigência da Vale) que deixou o povo completamente excluído, e que a programação cultural foi suspensa por falta de energia elétrica. 

O Centro Cultural foi construído pela Vale, mas, infelizmente não foi um presente da empresa ao povo de Parauapebas. A obra orçada em $26 milhões foi uma condenação à Vale feita pela Justiça do Trabalho por ter deixado de pagar as horas "in itinere" aos trabalhadores. Portanto, seria uma compensação por danos econômicos provocados a sociedade. Na verdade, um presente concedido pela Justiça ao povo de Parauapebas.

Presente de grego


O que era para ser um presente e alavancar a nossa
politica cultural, proporcionando lazer, arte, cultura e diversão ao povo, acabou se transformando num símbolo de arrogância e incompetência. Localizado no loteamento Alvorá, rua 1, S/Nº (atrás do Partage Shopping), o Centro possui sala de teatro para 200 pessoas, biblioteca, sala de áudio e vídeo, camarins, salas para oficinas, praça de alimentação, ambiente para exposições... e está tudo abandonado e sendo deteriorado pelo tempo. 

Após cinco meses da inauguração, a prefeitura e Vale não conseguem chegar a um entendimento sobre a responsabilidade pela administração. Acontece, que o Centro é do povo. Independente do que está escrito nas clausulas contratuais, se a Vale está colocando qualquer empecilho, caberia a prefeitura, através da SECULT (Secretaria Municipal de Cultura) botar a p... na mesa e decidir. Nesses momentos, o interesse público deve prevalecer ao privado.

Após cinco meses, como não houve competência para abrir o Centro Cultural e fazê-lo funcionar, não resta outra opção senão a iniciativa da sociedade. Assim como surgiu aquele grupo em 2017 denominado "OCUPA CDC", (que impediu a sua demolição), seria a vez do "OCUPA CENTRO CULTURAL". 

Sugiro que os movimentos culturais de Parauapebas cerrem os cadeados, ocupem aquele espaço e coloque a serviço do povo. Esse blogger dará todo apoio. Quem sabe assim, as autoridades entrem num acordo e resolvam esse impasse?!

sexta-feira, 18 de maio de 2018

PARAUAPEBAS 30 ANOS - SEMAS ORGANIZA EVENTO

Aconteceu hoje (18) no CDC importante evento em alusão ao dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Organizado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, o encontro abre o calendário de grandes mobilizações que acontecerão em nossa cidade em diversos bairros, visando chamar a atenção da sociedade para esse crime que é tão hediondo e ainda aparece em segundo lugar na estatística da vergonha, perdendo apenas para a prática do trabalho infantil.

Como surgiu o 18 de maio?


Na capital Vitória - ES, no dia 18 de maio de 1973, uma menina chamada Araceli de 8 anos foi sequestrada, violentada e cruelmente assassinada. Seu corpo foi encontrado seis dias depois, carbonizado e os seus assassinos nunca foram punidos. Devido a grande comoção popular e a repercussão em todo o Brasil, essa data - 18 de maio - foi instituída oficialmente no país através da lei número 9.970 de 17 de maio de 2000 como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

CDC lotado


Mobilizado e organizado pela competente Suely Guilherme - secretária adjunta da SEMAS - o encontro foi sucesso total, lotando todas as dependências do Centro de Desenvolvimento Cultural - CDC. Eu diria que foi até aqui o evento mais importante da programação de aniversário de Parauapebas. Na abertura, o público foi brindado com belíssimas apresentações
CRAS do B. da Paz deu show
musicais feitas pelos próprios usuários do sistema social. Grande destaque para o CRAS do Bairro da Paz que apresentou uma paródia da música Dona Maria.

Seria o início da reação do governo Darci?


Mesa de abertura
O blogger registrou no evento a maior quantidade de secretários e assessores do governo Darci, um dia após a publicação da coluna que aborda a falta de unidade entre o governo e seus secretários. Confira aqui. 

Conferi a presença do secretário de Assistência Social Jorge Guerreiro, a adjunta Suely Guilherme, o secretario de Cultura Popó, o secretário adjunto de Educação Antonino Brito, o assessor de comunicação Laércio de Castro, a interina da Secretaria de Saúde Terezinha Guimarães, o secretário adjunto do Planejamento Rômulo, o vice-prefeito Sérgio Balduíno, além do próprio prefeito Darci. Do poder legislativo só tinha a vereadora Eliene Soares (MDB) e o Parceirinho (PSC) apareceu depois.

Essa presença de autoridades nesse importante evento ainda é muito tímida mas já pode ser um começo. 

Confira a programação da Semana de Caminhadas contra a violência em Parauapebas:


22 de maio: Bairro da Paz, às 8:30h saindo da Escola Irmã Dulce;

23 de maio: Bairro Altamira às 8:00h saindo do CAP;

23 de maio: Palmares às 15h saindo da av. Tancredo Neves;

24 de maio: Rio Verde às 8:30h saindo da Praça do Cidadão;

24 de maio: Bairro dos Minérios às 16:h  saindo do início da avenida 01;

26 de maio: Partage Shopping - Culminância Culturas às 17h no estacionamento.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

GOVERNO DARCI E SEU SECRETARIADO - INTEGRAÇÃO?

Na coluna de ontem (16), falamos sobre a importância de se manter uma gestão integrada com a câmara e, principalmente com os colaboradores diretos - secretários e assessores. Discorremos sobre a relação do prefeito Darci com a Câmara que anda bem desorganizada e desarticulada. Leia aqui. Hoje, apresentaremos uma breve análise sobre sua relação com o secretariado e assessores.

É consenso que o gestor deve ser um líder nato, capaz de gerenciar sua equipe com entusiasmo, liderança e força de comando. Numa prefeitura complexa como a de Parauapebas, esses atributos são mais do que necessários para manter uma gestão saudável e fazer o governo andar nos trilhos. A primeira questão é saber escolher seus colaboradores, observando a competência técnica e a capacidade política, lembrando sempre que a administração pública é muito diferente da administração privada. 

Passada a fase da escolha, o prefeito deve manter a equipe unida e coesa, evitando o motim, a formação de sub-prefeituras e a falta de unidade. Todos tem que estar unidos numa espinha dorsal forte, que converge para o planejamento central com objetivos e metas claras e pré-definidas. Não podemos esquecer da comunicação clara e objetiva do comandante e da compreensão eficaz dos comandados, que, espera-se que sejam habilitados e tenham conhecimentos básicos sobre os princípios da administração pública e das prioridades do governo. 

O líder nato tem a equipe em suas mãos. Essa equipe, por sua vez, sabe o que fazer, cumpre com fidelidade a missão atribuída, propõe melhoras nos objetivos e surpreende sempre no cumprimento das metas estabelecidas. Mas não basta ter unidade. Tem que mostrar unidade. Como numa batalha, onde está o general,  lá estarão os soldados em formação demonstrando força e união. Todos falam a mesma linguagem, numa perfeita sincronia e sem ruídos,  afinal, espera-se que o líder seja um comunicador nato.

Por onde anda os soldados do Darci?


Foto na pagina oficial demonstra isolamento e falta de público
Essa é a pergunta que todos fazem em Parauapebas. Durante a campanha eleitoral, o Darci se mostrou um líder nato, capaz de unir um exército em torno do seu objetivo. Dizem até que ganhou a eleição com pouco recurso e muita conversa. Foi um animador, um articulador e um entusiasta. Misteriosamente, esses atributos sumiram logo no inicio da gestão. Hoje, com apenas um ano e cinco meses de governo, percebemos uma equipe desmotivada, confusa e esfacelada. Até parece que cada secretário percebeu a falta de comando e está inventando seu próprio governo dentro de "sua" secretaria. E dessa forma, o governo não anda, não desenvolve e trava tudo. Algumas ações isoladas de alguns colaboradores fazem a gestão regredir, causando confusão, notas de esclarecimentos, pedidos públicos de desculpas e desgaste no governo. O resultado disso é desastroso para Darci e para o povo.

O maior flagrante dessa falta de unidade se viu nas
comemorações dos 30 anos de Parauapebas. Na hora de cortar o bolo de aniversário, lá estava Darci, sozinho, quando deveria estar com seu secretariado em peso e seus principais assessores. Durante a festa à noite, cadê os secretários? Dizem que alguns foram prestigiar o aniversário de Curionópolis. Em outras programações, idem. As imagens são inacreditáveis e desoladoras. Alguns secretários já falam que não podem aparecer na foto com o prefeito Darci para não queimar o filme.

Darci precisa urgente incorporar aquele general valente e brilhante da campanha para resgatar o seu governo. Precisa chamar o time e dar o comando claro e objetivo. Tem que ter coragem para fazer as urgentes mudanças e adaptações necessárias para botar o governo de volta nos trilhos e "azeitar" a máquina como ele falava antigamente. O comandante tem que estar sempre com os seus comandados em qualquer situação. Somente assim, Parauapebas sairá desse marasmo e poderemos perceber o governo das oportunidades.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

A INTEGRAÇÃO DO GOVERNO DARCI

Qualquer governo para se manter e lograr êxito na sua administração, deve se preocupar em cultivar sua liderança e a fidelidade dos seus liderados. A integração entre os agentes públicos sob a batuta do governo (secretários, assessores e colaboradores) é condição indispensável para o sucesso, e o seu contrário é a receita infalível para o fracasso.

Outra característica do bom governante, -característica essa inaugurada após a Revolução Francesa - á a boa relação com o poder legislativo. Entende-se como boa relação, a convivência harmônica, pacífica, porém independente. A oposição no legislativo é inevitável e necessária (aqui vale mais do que nunca aquela máxima de que toda unanimidade é burra), pois ajuda o governante a se manter atento. Portanto, o governante tem que ter no legislativo uma base forte, fiel e capacitada para defender os seus projetos e sair em sua defesa em casos de ataques. Quando digo fiel, não quero dizer fidelidade canina, mas fidelidade baseada no convencimento. Veja bem: base fiel e capacitada. Sem essa capacitação, torna-se fidelidade canina.

Ontem, (15) na sessão da câmara, percebi que o Darci está carente tanto de oposição quanto de base aliada. Uma sessão tensa, com a presença de professores em greve lotando a plenária, com os nervos acirrados, com recrutas de alguns vereadores prontos para distribuir tapas e empurrões, o governo se expôs em toda a sua fragilidade. A oposição atacou o governo tendo como figurante (mais uma vez) o vereador Marcelo Parceirinho (PSC) que expôs as feridas da educação com fotos constrangedoras. E a base governista, como reagiu?

Por mais que o governo Darci esteja passando por um momento crítico, nem de longe se compara aos primeiros anos do governo Valmir e nem de longe é uma causa indefensável. Mas o que assistimos na sessão de ontem deixa a impressão que o líder Darci está distante da sua base, não se comunica ou a sua base de vereadores não confia nele, não gosta dele e apenas está colhendo as benesses de ser base e esperando o melhor momento de dar o bote. Ou seria todos os fatores juntos?

O vereador Elias (PSB), presidente da Câmara e aliado do Darci, ao tentar fazer a defesa do governo, deixou a oposição com um sorriso de orelha a orelha. Colocou gasolina na fogueira ao dizer que estava contra os professores e a favor dos alunos e que se o governo mandasse projeto de aumento salarial para a Câmara, não votaria enquanto a greve perdurasse. Provocação e hostilização é tudo o que o Darci não precisa nesse momento de relações estremecidas com o sindicato da categoria que ele já foi membro.

Enquanto o circo pegava fogo, o líder do governo - Luis Castilho (PROS) - saiu no meio da sessão sem se pronunciar. Talvez tenha sido a decisão mais acertada, uma vez que ainda não está preparado para essa função num momento tão crítico. Luis Castilho é um bom vereador, mas ainda inexperiente para a função de líder. Seu perfil conciliador, talvez ajude nessa tarefa no futuro, após ser experimentado e ganhar quilometragem. 

Os dois vereadores do partido do prefeito, como agiram? O Rafael (MDB) saiu antes do final da sessão e perdeu a oportunidade de se pronunciar nos preciosos 5 minutos das explicações finais, já que não falou antes. A Eliene Soares (MDB) foi quem mais se aproximou da defesa do governo, mas, notadamente está sem motivação para a causa. No seu pronunciamento, mostrou fotos da reunião de negociação entre os sindicatos e governo, e apresentou a pauta de reivindicação com a maioria cumprida. Foi diplomática ao não desqualificar o movimento e manter um tom de conciliação. Eis aí um nome que se o governo souber trabalhar, poderá ser uma importante liderança para fazer a defesa do governo no legislativo. Com bastante experiência, já no segundo mandato, a mais votada do MDB, com bom trânsito entre os movimentos sociais, apresenta as credenciais para essa dura e complicada tarefa. Bastaria trabalhar um pouco seu temperamento e se aproximar mais do palácio dos ventos.

Outro ponto que está deixando o governo Darci bastante vulnerável é a relação com o seu secretariado e os assessores. Mas sobre isso, falaremos amanhã.


REUNIÃO TENSA ENTRE COMUNIDADE ESCOLAR E DIRETOR DA 21ª URE

Aconteceu ontem (15), na área livre da Escola Janela para o Mundo uma reunião entre pais, alunos, professores e representantes da 21ª URE (Unidade Regional de Ensino). O objetivo era debater sobre os graves problemas em que a escola está mergulhada e a busca de uma solução que garanta a volta às aulas. A escola funciona num prédio alugado e, além do espaço ser inadequado, a situação ficou insustentável pela falta de manutenção. As salas de aula são verdadeiros porões sem ventilação, baixa iluminação e sem equipamento de refrigeração, e esse é só um dos vários problemas que a comunidade escolar enfrenta.

Espaço completamente escuro
A reunião que foi uma sugestão da própria comunidade, quase teve um desfecho infeliz após o pronunciamento do diretor da 21ª URE, o professor Sena. No seu pronunciamento, falou que a escola tinha problemas, mas que não justificariam a paralisação. Disse que as salas estão em condições de funcionamento e que uma verba de pouco mais de $5 mil já havia sido liberada pelo Estado para resolução dos problemas.

Algumas mães que conhecem a realidade da escola se revoltaram. Perguntaram: "o que fazer com $ 5 mil? Isso não daria nem uma reforma numa casa!". Ai começou um clima tenso com várias manifestações enérgicas e o mediador resolveu encerrar a reunião, até porque já estava escuro e o pátio não tem iluminação.

A comunidade decidiu manter a paralisação na escola e encaminhar um documento de cobrança ao Ministério Publico. Vale ressaltar que em setembro de 2017, um grupo de professores produziram um relatório expondo toda a realidade da escola e encaminhou à SEDUC e ao Ministério Público, e até o momento, ninguém deu nenhum retorno.

Aguardem outros capítulos dessa novela.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

GREVE NA EDUCAÇÃO

A rede estadual de ensino decretou greve geral a partir de 2 de maio. Em Parauapebas a adesão foi parcial e, algumas escolas, apesar da precária situação em que se encontram, preferiram continuar as aulas. Essa decisão se deu por medo de retaliação que a classe dos professores vem sofrendo desde a ultima greve, onde tiveram seus salários cortados drasticamente.

O SINTEPP (Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará) por sua vez, não vem conseguindo mobilizar e empolgar a categoria que comparece cada vez em menor numero. Na modesta opinião desse blogueiro, falta comunicação e envolvimento das lideranças. Em tempos outrora, uma greve da educação mobilizava toda a sociedade e as principais entidades de classe e fazia o governo tremer. Agora não se percebe uma articulação com pais, alunos e movimentos sociais. Dessa maneira, lamentavelmente se tornou comum atos de hostilização e incompreensão da sociedade contra os professores grevistas.

Não temos dúvida das boas intenções dos sindicalistas e da nobreza da causa. Mas se não conseguir convencer a classe e a sociedade, será apenas mais um profeta gritando no deserto. O SINTEPP com suas lideranças devem ultrapassar velhos paradigmas, devem reinventar as ferramentas de lutas e renovar as metodologias. 

Escola Estadual Janela para o Mundo mantém a greve


Em reunião realizada hoje (14) com professores, grêmio estudantil, líderes de sala e alguns pais, foi exposto a caótica situação da escola Janela para o Mundo que, independente da greve, não tem as condições básicas para funcionar. Após a explanação foi aberta a discussão com duas propostas: o retorno imediato das aulas ou a manutenção da greve. Pais e alunos decidiram ampliar o debate para que um maior de numero de pais participasse, já que são os principais envolvidos. Assim, ficou definido uma reunião ampliada amanhã, terça-feira (15), no pátio da escola para a decisão final.

COLUNA DO LEITOR - AFINAL, QUEM É CIRO GOMES?

Texto sugerido pelo leitor Carlos Alberto Tavares

Por 
CARLOS D'INCAO


Está na hora de colocarmos um ponto final na questão de quem é, do que representa e do que fazer com a candidatura de Ciro Gomes. Um vacilo nas atuais circunstâncias pode ser decisivo para a esquerda e representar um retrocesso histórico para a classe trabalhadora, de dimensões apocalípticas.

Ciro Gomes é da direita. Não tenhamos nem um pingo de dúvidas sobre isso. Seu passado o denuncia e seu presente o confirma como um expoente desse campo.

Quem poderia achar o contrário de alguém que já foi do ARENA (PDS), do PMDB, do PSDB, do PPS, do PROS (partido que hoje declara apoio a Bolsonaro) e que hoje está no PDT que não é nem sombra daquilo que já foi na era brizolista?

Como alguém que apoiou em 2010 a pré-candidatura de Aécio Neves, lhe rasgando a seda como se o mesmo fosse - junto com o PSDB - “o presidente que iria unir os homens e mulheres de bem em nosso país”, pode hoje ser considerado de centro-esquerda?

Alguns, corretamente devem lembrar: Ciro foi também ministro de Lula na composição do Presidencialismo de coalisão. Assim como foi Michel Temer. Mas é preciso saber fazer uma distinção lúcida dos fatos.

Uma coisa é você fazer parte das forças progressistas e ser obrigado a estabelecer uma aliança com setores reacionários para tentar impôr uma agenda progressista para o país.

Outra coisa é você ser a parte reacionária dessa aliança, montar uma quadrilha, se unir com o grande capital e agora dizer que a esquerda deveria se submeter a essa aliança.

Avancemos mais: Ciro Gomes, embora tenha criticado o processo judicial que condenou Lula, não acredita que as decisões desses tribunais foi um golpe que pretende sepultar a esperança de se reverter as famigeradas reformas ultra-neoliberais que assolam o país. Nem mesmo reconhece que há uma flagrante fraude no processo eleitoral, ao tentar retirar o candidato favorito do pleito (Lula), mesmo ele sendo inocente.

Ciro Gomes atuou, ao longo do processo golpista contra Dilma, apostando no óbvio fiasco das reformas ultra-neoliberais que estavam por vir e que rapidamente se tornariam impopulares. Sempre com os olhos em 2018, falou duro contra a direita golpista, encantando setores inocentes da esquerda. Mas nunca deixou de fazer veementes críticas ao PT e à Dilma, colocando nas vítimas o ônus do crime cometido contra elas.

Atualmente Ciro avalia que não restam mais dúvidas de que Lula não será mais candidato e... resolveu iniciar sua traição programada.

Em primeiro lugar vai aumentar o tom da retórica de que as eleições sem Lula não são uma fraude e de que “ninguém é dono dos eleitores”. Irá aprofundar diálogos com os candidatos da esquerda e já possui de prontidão um exército de cabos eleitorais para militar nas redes sociais.

Esses cabos eleitorais - muito bem pagos - estão infiltrados especialmente nos grupos de esquerda, e estão sempre atentos para defender Ciro, sua suposta brilhante gestão no distante Ceará da década de 90 e que - apesar de todas as evidências - ele é sim um candidato de “centro-esquerda” e o único capaz de vencer a direita.

Nos bastidores, Ciro recebe dinheiro dos banqueiros, defende a continuidade de uma agenda ultra-neoliberal, apoia a reforma da Previdência, se porta como legítimo defensor dos interesses do mercado e com grande eloquência repete os ditames dos economistas liberais neokeynesianos.

Recentemente ganhou a simpatia e o apoio da grande imprensa e nas próximas semanas começará a tomar os holofotes dos grandes canais de comunicação.

Sua meta é legitimar a fraude das eleições de 2018, dividir o “legado” de Lula (a operação abutre) e criar a ponte para a meta final da direita e do grande capital nacional e internacional, qual seja, destruir o Partido dos Trabalhadores e os movimentos sociais organizados no Brasil.

A perversidade de Ciro Gomes se materializa no fato de que ele é o único candidato que se porta como uma opção da esquerda, da centro-esquerda, do centro, da centro-direita e da direita. E pior: ele é um candidato muito inteligente e muito bem preparado, o que o torna um inimigo de altíssima periculosidade.

Caso tenha sucesso e se eleja presidente, sua traição programada se concluirá com adendos fundamentais: Ciro Gomes é também uma pessoa arrogante, destemperada e autoritária. Além da continuidade de uma agenda ultra-neoliberal, ele atacará com violência política e militar a esquerda brasileira e os movimentos sociais. Por fim, caberá a ele ser o coveiro do Presidencialismo e o implementador da trava oligárquica do Parlamentarismo.

Para os espectadores que não observam as águas mais profundas da política brasileira, ver Manuela d’Àvila e Guilherme Boulos conversando com Ciro apenas o credencia como uma opção do pólo progressista.

Aqui não há inocência. Caso o PC do B caminhe nessa direção, será mais um partido de esquerda que traiu a classe trabalhadora em troca das moedas de Judas (como fez fartamente nas eleições municipais de 2016, quando em muitas e grandes cidades fez alianças com o DEM e com o PSDB).

O mesmo vale para o PSOL, embora o significado de Ciro Gomes seja mais claro para as suas lideranças, com a óbvia exceção do grupo da Luciana Genro (que ainda acredita que o Estado Islâmico é um braço libertário do Oriente Médio).

Não podemos errar nesse momento: a única opção da esquerda é se unir ao Partido dos Trabalhadores, que possui a hegemonia dos movimentos sociais, é o partido mais popular, com a maior bancada no Congresso Nacional, com mais senadores, com mais governadores, que terá mais tempo na televisão e terá acesso a um fundo partidário gigantescamente maior do que o de qualquer candidato.

Fingir que tudo isso não existe e que um eventual impedimento da candidatura de Lula abre o campo para alianças sem a liderança do maior partido da esquerda é fazer exatamente o jogo da direita.

Caso a esquerda tenha que caminhar sozinha em uma candidatura do Partido dos Trabalhadores que assim seja e que venha a servir para denunciar a farsa dessas eleições. Não faltam quadros no PT que, diferentemente de Ciro, não ficaram vagando por legendas da direita até encontrar no combalido PDT espaço para suas ambições eleitorais.

E não tenhamos dúvidas: qualquer quadro do PT terá o triplo de votos que Ciro Gomes. E quando esse cenário se fechar, Ciro vai se entregar ao campo que ele pertence: a disputa de votos com Alckmin e Bolsonaro.

A História irá contemplar aqueles que não viraram as costas ao povo brasileiro em um momento tão grave e tão nebuloso. Mas que nesse caminho sejam também apontados todos os traidores da classe trabalhadora, a começar pelo mais perverso e perigoso inimigo, forjado nas mais sujas alcovas da direita brasileira: Ciro Gomes.


Carlos D'Incao é historiador e colunista do site Brasil247.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

RESSACA REDENTORA

Ontem, (10/05) uma multidão lotou a praça de eventos para comemorar o 30º aniversário de Parauapebas. Embalado pelo forró romântico de Solange (ex-aviões), o público dançou e cantou as canções que fazem esquecer os problemas do dia-a-dia.

Passado o momento de festa, é hora de curar a ressaca e voltar a vida normal. Afinal, Parauapebas, no auge dos seus 30 anos, continua jovem e precisa descobrir que rumo tomar para amadurecer com um futuro mais promissor.  Como habitantes dessa terra que adotamos e fomos adotados, precisamos quebrar velhos paradigmas e romper velhos conceitos. Sair da retórica e construir uma nova prática seria um bom começo. Então vamos arregaçar as mangas e construir nossa história. Uma história independente, transparente e feita a múltiplas mãos. Independente do tempo que você mora em Parauapebas, da sua condição social, da sua ideologia política... Parauapebas precisa de você.

Se o povo resolver tomar as rédeas de sua história, não ficará refém das decisões políticas. Ao contrário: os políticos terão que se adaptar a nova realidade e acompanhar as decisões do povo. Essa é a verdadeira revolução que Lênin sonhava. Então, que tal sair da letargia e ajudar a construir a Parauapebas dos nossos sonhos? Para isso, temos que deixar de ser cidadãos de papel e transformar-nos em cidadão de direitos.

Há muito que se fala em novas matrizes econômicas para substituir a economia extrativista e a dependência do minério. Vamos provocar esse debate?

Passado a euforia de festa, vamos sacudir a poeira e começar a construir o nosso futuro, mas um futuro forjado por nós, sem as amarras do poder, sem laços e sem armadilhas. Essa jovem senhora de 30 anos que tanto nos deu, espera uma pequena contribuição nossa.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

MINHA PARAUAPEBAS

Parauapebas, menina faceira
Seus braços fortes e suaves, que a todos acolhe e protege
No seu ventre traz múltiplas riquezas que a faz destacar entre as demais

Seus encantos, sua ternura que se revela a todos sem censura
Tu não dormes jamais, segue sempre como uma roda viva que gira sem parar
Fazendo brotar o progresso e desenvolvendo o Pará

Mesmo quando te maltratam, quando tentam destruir tua beleza natural
Tu te manténs bela, solidária, generosa e cordial.

Parabéns Parauapebas!
30 anos.

Homenagem do escritor Luiz Vieira

quarta-feira, 9 de maio de 2018

O QUE COMEMORAR NOS 30 ANOS DE PARAUAPEBAS?

Análise da gestão Darci Lermen


Em primeiro lugar quero esclarecer aos mais afoitos que isso não se trata de oposição ao governo Darci. Ajudei a construir esse governo desde o primeiro mandato e não seria agora que ajudaria a destruir. Quando fiz campanha para ele alcançar o inédito terceiro mandato, fiz por acreditar no seu carisma, na sua sensibilidade, na sua capacidade de surpreender, e, principalmente pelo jeito peculiar que trata o povo mais humilde. Portanto, essa análise servirá como uma humilde contribuição ao seu governo.

Inicio lembrando que a vitória do Darci em outubro de 2016 sobre a poderosa máquina foi possível com uma colisão de 16 partidos. O que foi uma solução para ganhar a eleição, foi seu maior problema para montar o governo e gerenciar a máquina. Todos os partidos, como de costume, cobraram a sua fatura, e nesse momento faltou a Darci a coragem e percepção para fazer as escolhas mais criteriosas. É natural que a maioria dos cargos fossem distribuídos entre os partidos aliados, porém, com critério técnico e primando pela competência e capacidade gerencial. 

Todos esperavam um Darci mais experiente no terceiro mandato e essa expectativa tem sido frustrada a cada dia. Conheço-o o bastante e imagino-o nesse momento com grande angústia, mesmo sabendo disfarçar com maestria. Aquele Darci sorridente, de alto astral, as vezes esconde outra realidade. Ele sabe que seu governo chegou ao limite mais perigoso de todos os tempos e, o pior, não encontra as cartas nas mangas para sair dessa encruzilhada. Como um cego tateando no escuro, busca uma solução para dar a guinada necessária e iniciar o "governo da oportunidade". Realmente, o prefeito não está no seu melhor momento. Tem que administrar o ego e a vaidade de muitos supostos líderes que a todo momento cobram os seus votos.

Relação com o legislativo


O governo Darci optou em dar continuidade ao velho modelo de clientelismo com os vereadores. Não só continuou como reforçou mais ainda. Eu diria que esse modelo é danoso para ambos, e, principalmente para a população. Um vereador que tem relação de troca com o governo, se torna refém, perde sua autonomia e sua função de legislador. Já o governo, fica engessado e governa com uma espada na cabeça. Para piorar ainda mais essa situação, o Darci não elegeu a maioria na Câmara, e, equivocadamente, optou por esse modelo de relação institucional.

Darci precisa ter a coragem de romper com esse sistema. Precisa ter uma relação puramente politica e institucional com a Câmara. Precisa aceitar a oposição e, como nos mandatos anteriores, compreender que a oposição ajuda o governo a não cochilar e ficar mais atento. Mas realmente, será preciso muita coragem, pois esse modelo clientelista que já se arraigou nas entranhas da nossa politica é danoso e difícil de romper. Difícil, mas não impossível. Essa mudança de postura poderá ser traumática no início, mas depois, vereadores e prefeito entenderão como o melhor caminho. Para isso, a verdade, a transparência, o diálogo franco serão as virtudes básicas necessárias.

Dormindo com o inimigo


Trazer os adversários políticos para o seu lado é uma virtude dos bons mandatários. Porém, tem que se observar o limite ético. Colocar dentro do governo adversários inescrupulosos, notadamente corruptos e que já tentou lhe destruir, é o mesmo que colocar um câncer destruidor para dentro do organismo. Somente os políticos inseguros e sem poder de comando fazem isso, como se estivessem com a metade de um punhal enfiado no seu pescoço.

Ou o Darci purifica o seu governo, ou, será inevitavelmente destruído. Coerência, bom senso e um pouco de malícia são necessários para escolher sua equipe gestora e seus assessores. 

O que será comemorado nesse aniversario?


Trinta anos é uma data emblemática. Parauapebas está se tornando uma senhora, com maturidade para amparar os seus filhos. Mas na realidade, essa senhora está maltratada, fragilizada, suja e sem poder oferecer uma oportunidade aos seus filhos. Seria de bom tom que o governo inaugurasse 30 obras. Já pensou? Uma obra importante por dia em todo o mês de aniversário seria realmente um bom presente. Mas falo de obras importantes e não de reboco de meio fio da PA. Carecemos de escolas, de postos de saúde, de infra-estrutura nos bairros... Um ano e cinco meses! Não dá mais para dizer que não houve tempo. E mais uma vez digo: conhecendo bem o Darci, sei que deve estar angustiado por não estar dando a resposta que o povo queria. Tem alguma coisa travando o seu governo e somente ele tem a ferramenta para destravar. Mas terá que ter a coragem de usar essa ferramenta e aplicar o remédio que pode ser bem amargo.

Nem tudo está perdido


O Darci tem um incrível poder de dar a volta por cima. Como a fênix, tem essa capacidade mágica de renascer das cinzas. Tem carisma, traquejo político, inteligência e sensibilidade. Mas terá que ter a coragem de fazer as mudanças necessárias. Uma reforma administrativa radical é urgente. Caso não faça, corre sério risco de passar pelo constrangimento de ver o judiciário fazer, como aconteceu com seu chefe de gabinete.

Quem sabe, o clima de aniversário o inspire para essa grande guinada! Seria um presente para todos nós. E eu como cidadão, como entusiasta, aposto e confio nessa saída. Darei minha contribuição, oferecerei minhas criticas até o ultimo momento.

terça-feira, 8 de maio de 2018

PARAUAPEBAS 30 ANOS

Homenagem da Câmara Municipal dos Vereadores


Resolvi interromper meu exílio político por um breve momento para traçar algumas considerações sobre os 30 anos de Parauapebas. Afinal, esse é um momento importante para a nossa história. História que ajudei a construir como professor, como sindicalista, como militante e articulador social.

Há muito, não participava de uma sessão na Câmara. Hoje resolvi dar as caras para avaliar o clima politico. Queria ver de perto como os vereadores iriam tratar do aniversário da cidade, já que, como se sabe, quase todos são aliados do prefeito.

Fiquei surpreso com o que vi. As vésperas (antevéspera) da festa de aniversário do nosso município, nenhuma citação especial, nenhum debate. Estava um clima monótono e triste, exceto pelo discurso do vereador "Parceirinho", que, na tribuna de honra, fez um discurso forte contra o governo, destacando o estado de abandono das escolas municipais. O vereador usou imagens da escola Domingos Cardoso que se encontra com problemas de toda ordem como: centrais sem manutenção, rede elétrica com gambiarras, portas quebradas, bebedouros quebrados... Citou também que até o momento, as crianças não receberam o uniforme e nem o material escolar.

Realmente, a situação das nossas escolas não é boa. Sem querer citar a tese da herança maldita como desculpa para os problemas atuais, temos que pontuar que a gestão do governo Valmir deixou todas as escolas completamente sucateadas e a gestão atual, depois de um ano e cinco meses, não conseguiu recuperá-las. 

O discurso do vereador Marcelo Parceirinho realmente tem que ser levado a sério. Mas os vereadores devem fazer uma "mea culpa". A coisa acontece assim: os vereadores da situação se calam diante das mazelas e os da oposição gritam (mesmo que seja um grito tímido). Quando muda a gestão, os que se calaram, agora gritam com veemência. Na verdade, independente de ser situação ou oposição, é papel do vereador fiscalizar, cobrar e denunciar o mau uso dos recursos públicos. Simples assim! E toda a sociedade agradeceria e até o governo sairia ganhando.

Mesmo acreditando no poder de reação do prefeito Darci, reconheço que ele terá um grande desafio para reverter a situação crítica em que se encontra. Uma relação totalmente diferente com a Câmara seria uma excelente oportunidade de recomeçar a guinada.

Dia 9 (quarta) farei uma análise do governo Darci.