A herança maldita
Toda cidade que se preza, mantém uma biblioteca municipal como o seu maior motivo de orgulho. Uma biblioteca é a alma cultural de um povo. Deve ser local agradável e acolhedor, além de manter atividades constantes para incentivar a participação da população e instigar o hábito da leitura.
Aqui em Parauapebas, a biblioteca municipal professor Hernandes Guimarães Teixeira era motivo de orgulho para a população até meados de 2014. Situada na rua D, na quadra da escola Chico Mendes, era local de encontro de estudantes, pesquisadores, professores e demais populares que procuravam o espaço para leitura, pesquisa e até para assistirem vídeos. Um acervo rico e atualizado era mantido e o espaço era disputado e constantemente fervilhava de estudantes.
O prefeito Valmir Mariano, que, ao que tudo indica, não é muito chegado a lugar onde existe povo, tratou de destruir o espaço. Primeiro, não investiu nem um centavo na atualização do acervo, deixando obsoleto e ultrapassado; depois, mandou pintar a fachada do prédio, apagando propositalmente o nome do patrono Hernandes G. Teixeira, além de mandar dar fim na placa histórica com os nomes das autoridades que criaram a biblioteca e a data de sua inauguração.
O prefeito não satisfeito, resolveu tirar toda a equipe de profissionais bibliotecários experientes que trabalhavam lá. Demitiu quem era contratado e transferiu os concursados para outros setores. A biblioteca que era de responsabilidade da secretaria de educação, foi entregue a SECULT (Secretaria de Cultura) e uma equipe reduzida e inexperiente foi escalada para cuidar do nosso patrimônio literário.
Hoje, o espaço parece um mausoléu. O forte odor de morfo prevalece no ambiente sombrio e sujo e nas prateleiras, apenas um amontoado de livros velhos e abandonados. Com a situação de abandono, os frequentadores se afastaram e o local está largado a própria sorte. Até o lindo jardim na frente do prédio que era um cartão postal da cidade, virou um matagal onde as icsórias teimam em dar flores, num símbolo de resistência.
O mês de abril que é dedicado ao livro passou em branco sem que nenhum evento fosse organizado pelos dirigentes da biblioteca. Lamentável! Esse é o maior exemplo de descaso e desrespeito de um gestor que despreza a cultura e a educação.
O mês de abril que é dedicado ao livro passou em branco sem que nenhum evento fosse organizado pelos dirigentes da biblioteca. Lamentável! Esse é o maior exemplo de descaso e desrespeito de um gestor que despreza a cultura e a educação.
Convido a comunidade a fazer uma campanha de resgate da nossa biblioteca. Não podemos assistir impávidos a destruição desse espaço tão importante para o nosso povo. Você estudante, professor, intelectual, artista, militante de movimentos culturais, pais, leitores em geral, vamos nos unir nessa corrente e salvar nossa biblioteca.
Essa é apenas uma das herança que o prefeito Valmir está preparando para deixar para o próximo prefeito. Continuaremos mostrando aqui outros órgãos que foram destruídos por essa gestão com o apoio e a conivência dos vereadores.