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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

DR. JAKSON: A SAGA DE UMA MORTE ANUNCIADA.

22 de janeiro de 2015 (quinta-feira).


Eu estava em Brasília resolvendo umas pendências na Embaixada Americana. A noite aproveitei para botar a conversa em dia com o blogger Lindolfo Mendes do Sol do Carajás que se encontrava na capital federal naquele momento. A conversa girava em torno dos crimes políticos de Parauapebas que continuavam impunes, mesmo com todas as evidências. Seria apenas coincidência? Recentemente o Popó havia escapado por sorte de uma tentativa de homicídio. Apesar de ter levado um tiro de pistola na cabeça, escapou por milagre. Quem seria o próximo?

O Lindolfo me falava da gravidade da situação após a divulgação de uma lista de marcados para morrer e do risco que cada um de nós corria em Parauapebas. Eu falei:

- Lindolfo, se tem uma pessoa que corre sério risco de morte em Parauapebas, essa pessoa é o Jakson.

- Por que tu achas isso? - perguntou Lindolfo.

- O Jakson mexeu com uma estrutura muito poderosa e contrariou interesses políticos e econômicos de pessoas que se acham intocáveis. O problema é que ele ignora o perigo. Continua vivendo como se nada pudesse lhe acontecer e até mantém relação de amizade com algumas dessas pessoas - argumentei.

- Será? - perguntou Lindolfo pensativo.

- Com certeza! Ele ignora e leva na brincadeira essas ameaças. Mesmo tendo denunciado através da OAB, ele deu uma recuada nas denúncias. Se você mexe com esse povo, tem que ir até o fim. Tem que se expor e enfrentar o problema de frente. Tem que deixar claro para a sociedade quem são seus inimigos e nada de ficar flertando com esse pessoal. Só assim você estará protegido. O medo, o recuo nesse momento é o pior inimigo. Deixa a pessoa vulnerável e torna-o uma presa fácil para quem quer apagar o arquivo. Torna-se um potencial arquivo morto.

Enquanto argumentava com Lindolfo, dei alguns exemplos de algumas pessoas que fizeram alguma denúncia e pararam ou que ameaçaram "abrir o bico" e não abriram. Todos morreram.

Encerramos a conversa e nos despedimos com a promessa de que alertaríamos o Jakson.

25 de janeiro de 2015 (domingo)


Como de costume, aos domingos, mesmo que acordo cedo fico hibernando na cama. Por volta das 6 horas incomodei-me com o excesso de vibração do meu celular no criado mudo. Peguei-o com a intenção de desligar e achei estranho o excesso de chamadas e mensagens. Quando abri a primeira mensagem, lá estava a triste notícia que eu não queria receber:

"Assassinaram o dr. Jakson".

Fiquei paralisado. "Isso deve ser uma brincadeira de mal gosto" - pensei.

Esfreguei os olhos, fui até o banheiro para não incomodar minha mulher que dormia, e olhei mais algumas mensagens. Infelizmente não era uma brincadeira. Na noite anterior o dr. Jakson havia sido assassinado com um tiro de escopeta na periferia de Manaus. Retornei alguns telefonemas para tentar descobrir algo mais concreto. Todos foram enfáticos: "mais um da lista foi abatido".

- Puxa vida! Nem tivemos tempo de alertá-lo - pensei amargurado.

Nesse domingo (24/01/2016) completará um ano da morte do dr. Jakson. A polícia do Amazonas concluiu a investigação e chegou a conclusão de que foi um latrocínio (roubo seguido de morte). Tudo muito rápido, tudo muito "explicado". Quase todos já se esqueceram do ocorrido, exceto seus familiares e seus amigos mais íntimos.

Fiquei pensando: "isso deve ser artimanha do 'coisa ruim', do 'chifrudo', do 'rabudo', do 'pé rachado', do 'venta de fogo', ou seja lá como se chama isso. Ou seria muita coincidência?!"

Pelo sim, pelo não, melhor reforçar nosso pacto com Deus e identificar nossos inimigos em potencial. Um dossiê atualizado nas mãos de alguns amigos e parentes também não faz mal. O medo nos paralisa e nos transforma em presas fáceis. 

5 comentários:

  1. Encontraram um "bode expiatório", classificaram o crime como latrocínio e ficou por isto mesmo. Daqui a pouco o "bode" estará nas ruas "pastando" de novo, bem à vontade para prestar novos "serviços" aos seus pagadores - e a criminalidade continua... Até quando? (É a pergunta que sempre nos fazemos).

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  2. E apesar de não figurar na tal lista, é melhor o Josineto partir pro ataque, ou seja entregar toda a trupe, pois depois da delação do tesoureiro, certamente é forte candidato a entrar, se é que já não entrou, na lista macabra.

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  3. Concordo com vc anonimo, nas rodas de conversa, o nome do Josineto é que mais aparece,este já deu com a lingua nos dentes e tem muita coisa pra entregar, e melhor ficar esperto.

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  4. Ambos anônimos estão corretos. Estão esperando só esfriar o ocorrido com o Dr. Jakson, o que já ocorreu para que novo "latrocínio" e tem um assessor que sugeriu até um"acidente" para não ficar evidente.

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  5. Me pergunto: Por que o medo nos paralisa??? minha mãe de criação já dizia "quem está vivo, tem medo"...A diferença é que sobrevive aquele que não se paralisa, que mantem seus posicionamentos acima de qualquer custo, nem que isto custe seu direito de viver, o medo não deveria estar na ação e sim na omissão, o medo fortalece a práxis se contra ele utilizamos o combate e não a acomodação... perder a vida na causa é triste para os familiares, entes amigos. Porem mais triste seria morrer e com o tempo nem os familiares se recordarem de que um dia sequer existimos... Que o medo nos fortaleça...

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