SESSÃO SOLENE - VALMIR DÁ O AR DA GRAÇA

Ontem, (3) a câmara dos vereadores realizou a sessão solene para abertura dos trabalhos legislativos do segundo semestre de 2015. Às 10h da manhã o presidente Ivonaldo Brás reuniu com os vereadores e pediu que ninguém inflamasse na sessão, para que fosse somente uma sessão de fato solene. Falou das dificuldades dos edis e, que nesse momento todos tinham que ficar unidos para não piorar ainda mais. Essa foi apenas uma preparação para sondar o ânimo dos vereadores para a receptividade do prefeito. É claro que teve vereador que não caiu nesse conto de fadas.

A sessão solene ocorreu com certa tranquilidade. Com o auditório quase vazio, pois poucos estão desocupados para participar de um evento em plena segunda feira a tarde, os vereadores deram início aos trabalhos com um ar de frustração pela ausência do chefe (Valmir). Com uma hora de atraso, quando alguns vereadores já tinham discursado, eis que adentra no grande salão o prefeito seguido pelo seu séquito. Como a casa estava vazia, não chegou a ser uma entrada triunfal, mas, mesmo assim, houve alguns aplausos e algumas vaias. 

Uma pausa na entrada do prefeito para uma curiosidade: o vereador Bruno que não estava presente, coincidentemente chegou junto com o prefeito. Um entrou pela porta da frente e o outro entrou pelos fundos. Alguns presentes comentaram essa coincidência. Mas acho que foi somente coincidência.

Tenho que confessar que achei a atitude do prefeito Valmir corajosa. Num momento de grave crise como essa que é inédita em nossa história, seria normal ele tomar um chá de sumiço. Aliás, o Valmir parece ser tocado por crise. Some, desaparece, ignora a todos, mas bastou uma crise séria, bastou a ameaça de perder o mandato que o homem desandou a marcar audiência até com a associação de defesa dos percevejos, a dar entrevistas, a divulgar comunicados, e, agora apareceu numa sessão solene da câmara. Bem que essa crise poderia fazer também ele trabalhar em prol do município! Mas fica registrado seu ato de coragem em adentrar no meio de uma sessão pela porta da frente e caminhar pelo corredor cumprimentando o povo. Se bem que ele mandou um assessor antes para conferir que a câmara estava quase vazia.

E falando em coragem, o prefeito como sempre fez um discurso vazio e enfadonho, mas priorizou o laudo do IML que aprova a compra superfaturada do terreno. Para quem não lembra, essa compra foi a principal denúncia apresentada ao Ministério Público. Realmente, é muita coragem (ou cara de pau) usar um laudo do IML para justificar o injustificável. Isso é inédito no Brasil e aconteceu justamente aqui na capital do minério. Desde quando um instituto ligado a Polícia se mete em preço de imóvel? Como diria o Marcel Nogueira, aqui é "terra de muro baixo".

Vamos aguardar a sessão ordinária de hoje para ver se algum vereador vai se manifestar sobre a crise e se vai devolver o bode preto para o palácio cinzento. Por enquanto, o prefeito está dando um baile na câmara e mostrando que vereador tem que pedir-lhe a bênção de joelhos.